LISTA DE TRABALHOS - MESA REDONDA
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Palavras-chave:
TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
A Probabilidade de Reincidência em Criminosos Sexuais.
Os autores de violência sexual (AVS) contra crianças compõem um grupo heterogêneo. Quando se trata de investigar o perfil psicológico ou a personalidade dos AVS, o fenômeno pode ser abordado sob quatro âmbitos diferentes: no contexto geral da Pedofilia; do Transtorno da Personalidade Antissocial ou da Psicopatia; do Transtorno Psicótico e Retardo Mental e no contexto do AVS Situacional. É usual a comorbidade de diferentes traços de personalidade em um AVS. Frente à heterogeneidade desse grupo, surge a necessidade de diferenciar tais sujeitos, para esclarecer o nível do risco de reincidência no crime, identificar as necessidades de tratamento e estabelecer as bases para o encaminhamento psicológico e para a reintegração social dessas pessoas. O presente trabalho aborda dois estudos de caso que tiveram como objetivo principal compreender a personalidade e prever o nível do risco de reincidência no crime de dois adultos, AVS contra crianças, que cumpriam pena de reclusão em regime fechado em uma instituição prisional do estado de Goiás. Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados a Escala Hare PCL-R e o Método de Rorschach (SC). Os dados dos testes dos participantes demonstraram que eles apresentam características de personalidade distintas. Um deles demonstrou traços de psicopatia, alto risco de reincidência criminal, com predomínio de comportamentos associados à instabilidade, impulsividade, imaturidade emocional e comportamentos delinquentes de origem na infância. O outro revelou características relacionadas à pedofilia, risco moderado de reincidência criminal, egocentrismo e ausência de autocontrole. Serão discutidas questões referentes ao risco de reincidência e ao encaminhamento psicológico dos casos.
RESUMO (2)
As Relações entre o Método de Rorschach e as Características de Personalidade de Criminosos Sexuais
O presente estudo buscou investigar a validade do Método de Rorschach para determinar as características de personalidade de criminosos sexuais incestuosos. Participaram 11 homens, entre 30 e 75 anos de idade, casados, de diferentes profissões e níveis de escolaridade, encarcerados em uma penitenciária no interior do estado do Rio Grande do Sul. O abuso sexual ocorreu de forma recorrente, com a consumação da relação sexual e uso de violência. O Método de Rorschach foi administrado segundo o Sistema Compreensivo. Os resultados demonstraram diferenças estatisticamente significativas com os dados de estudo de referencia nacional, com valores significativamente menores em M, FM, CF, (H), X+%, Egoindex, Fr+rF, FD, GHR e maiores em PER e X-%. Estes dados sugerem que, os participantes deste estudo, possuem uma severa incapacidade de perceber a realidade e os eventos adequadamente, e de reconhecer as formas convencionais de pensamento (X+%↓, X-%↑). Outros aspectos de inadequação revelados por estes aparecem na autopercepção, em uma autoestima cronicamente baixa, possivelmente originada na infância (Egoindex↓, Fr+rF↓), e na falta de confiança na própria capacidade (PER↑). Aliado a isso, observa-se a ausência de recursos para avaliarem suas condutas mal-adaptativas e a indisponibilidade para a autoinspeção (FD↓), o que pressupõe a existência de menores condições para re-significar suas ações. Por fim, a presença de apreensões fragmentárias do outro (Hd> H), as inabilidades empáticas e afetivas (M↓, CF↓), a falta de recursos para o funcionamento competente e adaptativo (CDI>4) e a preponderância das respostas de representação humana de má qualidade sobre as de boa qualidade (PHR>GHR), sugerem falhas na formação da identidade e deficiências importantes no ajustamento interpessoal. Esses achados corroboram com os comumente encontrados na literatura e indicam a relevância do uso do Rorschach para evidenciar os aspectos psicopatológicos de criminosos sexuais, e para responder às demandas de avaliação nesse contexto.
RESUMO (3)
Traços Antissociais em Adolescentes que Cometeram Homicídio.
Dentre os atos infracionais cometidos por esses jovens, o homicídio é um dos atos que tem mais repercussão negativa, mobilizam a sociedade, a fim de que medidas mais enérgicas e conservadoras sejam adotadas para o enfrentamento desta questão. A combinação de vários fatores predispõe esses jovens a se engajarem em comportamentos criminosos como: fatores familiares, sociais, situacionais, biológicos e a personalidade. Este trabalho enfoca este último fator, com o objetivo de abordar características psicológicas de adolescentes que cometeram homicídio. Participaram do estudo cinco adolescentes que cumprem medidas socioeducativas de internação em instituições situadas em Goiânia, Goiás, que se destacaram pela crueldade de seus atos. Tanto o adolescente quanto o seu responsável foram informados a respeito do processo avaliativo e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados uma entrevista semiestruturada e o Método de Rorschach (SC). Parte dos resultados corrobora com pesquisas anteriores que descrevem a personalidade de jovens que cometeram homicídio e que apresentam traços antissociais. Alguns aspectos intrigantes desses cinco perfis de personalidade serão destacados nesse estudo. As informações referentes à personalidade desses adolescentes podem ser usadas para chegar a conclusões e fazer recomendações úteis para uma ampla gama de aplicações educacionais especiais para jovens com problemas de comportamento e com necessidade de aconselhamentos, além de permitir o oferecimento de atendimentos psicológicos relacionados à demanda.
RESUMO (4)
Predisposição para Mudar Comportamentos Antissociais em Adolescentes Socioeducandos.
Os adolescentes envolvidos em atos infracionais graves e/ou reincidentes recebem da justiça a sentença de privação de liberdade, com a finalidade de serem reeducados antes de voltarem ao convívio social, mas o que acontece na maioria dos casos, é o retorno deles ao crime após o cumprimento da medida socioeducativa. O objetivo deste trabalho é avaliar a predisposição para mudar comportamentos antissociais em adolescentes socioeducandos. Entende-se que existem algumas características de personalidade que facilitam o engajamento em um tratamento psicoterapêutico, que exigem flexibilidade para modificar crenças e opiniões como também a forma de sentir e se comportar no dia-a-dia. Participaram deste estudo 23 adolescentes, do sexo feminino e masculino, com idade média de 17 anos, que cumprem medidas socioeducativas privados de liberdade pelo cometimento de diferentes atos infracionais, em instituições goianienses. Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados uma entrevista semiestruturada e o Método de Rorschach (SC). Foram analisadas oito variáveis do Método de Rorschach que se referem à disposição dos participantes para se envolverem em uma psicoterapia. Os resultados demonstraram que as características de personalidade que mais dificultam o processo de mudança de vida são: a ausência do sofrimento subjetivamente sentido; a pouca habilidade de lidar com as emoções; a pouca abertura às experiências e habilidade para desenvolver uma autorreflexão. Considerando as 8 variáveis do Rorschach, apenas cinco adolescentes demonstraram predisposição para mudar seus estilo de vida, com disponibilidade para se engajar em um tratamento psicológico e alterar sua forma de pensar e se comportar. É importante ressaltar que outros fatores também influenciam na reincidência em atos infracionais, como os fatores situacionais, sociais e familiares. Contudo, entender os aspectos da personalidade desses jovens auxilia no processo de encaminhamento de cada caso.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
AS PESQUISAS REALIZADAS PELO GT PESQUISA EM AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: CONTEXTUALIZAÇÃO E RELEVÂNCIA
Do ponto de vista histórico, a partir da década de 1990 houve uma revitalização da área da Avaliação Psicológica no Brasil. Contata-se, no decorrer desses anos, um crescimento expressivo da área, sendo que no âmbito da pesquisa a criação de laboratórios e a implantação de linhas de pesquisa em programas de pós-graduação trouxeram com resultados a ampliação da produção científica, destacando-se a criação de revista específica da área e o expressivo aumento no volume de trabalhos sobre o tema apresentados em eventos científicos. Os simpósios realizados pela ANPEPP constituem em um forte indicador do aumento do número de pesquisadores na área, pois a cada simpósio surgem novos grupos de trabalho. O GT Pesquisa em Avaliação psicológica da ANPEPP julgou relevante conduzir investigações que pudessem mapear as condições de ensino e formação de pesquisadores em Avaliação Psicológica e seus possíveis impactos em favor do movimento de fortalecimento dessa área no cenário nacional. Nesse sentido, essa apresentação tem como proposta contextualizar o surgimento das pesquisas, atualmente realizadas pelos integrantes do GT Pesquisa em Avaliação psicológica, que, divididos em subgrupos, buscam investigar a avaliação psicológica no ensino de graduação e o uso de instrumentos de avaliação psicológica por pesquisadores de programas de Pós-graduação em Psicologia. Pretende-se apresentar os objetivos específicos de cada uma das pesquisas empreendidas, seus procedimentos metodológicos e os principais entraves encontrados até então.
RESUMO (2)
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA GRADUAÇÃO: PERFIL DE DOCENTES E DIFICULDADES PERCEBIDAS NO ENSINO
Para que se identifiquem as principais tendências, dificuldades e lacunas em termos de necessidades a serem supridas pela formação docente e no estabelecimento de políticas ligadas à avaliação psicológica é preciso sistematicamente mapear as condições de formação e ensino dos professores da área no Brasil. Nesse sentido, dentro das propostas do GT Pesquisa em Avaliação Psicológica da ANPEPP, foi realizado um levantamento do perfil de formação e trabalho de docentes em avaliação psicológica no país, do qual participaram 63 professores (63% mulheres) com idades entre 24 e 63 anos (média de 37,9 anos), de instituições públicas e privadas provenientes de 10 estados brasileiros. A maior parte dos professores tem mestrado (48%) ou doutorado (44%), atua em apenas uma instituição (70%) e exerce atividades profissionais além da docência em que utilizam avaliação psicológica (60%). As áreas de concentração de especialização, mestrado e doutorado são bastante variadas, sendo cerca de 30% em avaliação psicológica. Entre as principais dificuldades apontadas pelos participantes no ensino de avaliação estão a carga horária reduzida, a falta de material disponível, as dificuldades dos alunos com conhecimentos específicos necessários à avaliação (metodologia, estatística, análise e síntese, entre outras) e o descrédito e desinteresse observados em relação ao conteúdo por estudantes e por colegas docentes. Ainda que o número de participantes tenha sido baixo, não representando globalmente os docentes das diferentes regiões do país, já que houve predomínio de participantes das regiões sul e sudeste, estes resultados apontam a necessidade de pensarmos a representação social que a avaliação psicológica tem junto a alunos, professores e profissionais, bem como questões curriculares de carga horária e infraestrutura, já muito discutidas como prioritárias para qualificar o ensino na área.
RESUMO (3)
TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA ENSINADAS NA GRADUAÇÃO DE PSICOLOGIA NO BRASIL
Esta pesquisa teve como objetivo identificar as técnicas de avaliação psicológica ensinadas nos cursos de graduação de Psicologia no Brasil, auxiliando a descrever e analisar a situação atual do ensino nas disciplinas de avaliação psicológica, de forma a identificar as principais tendências, dificuldades e possíveis lacunas em termos de necessidades presentes e futuras a serem supridas por um empenho na formação docente e no estabelecimento de políticas ligadas à avaliação psicológica, subsidiando futuras ações na área.Acredita-se que dados possam auxiliar nas políticas relacionadas à avaliação psicológica, buscando verificar quais os conteúdos mais discutidos na docência e quais as condições deste processo. O projeto se insere nas propostas do grupo de trabalho Pesquisa em Avaliação Psicológica da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia, que vem fazendo um levantamento do perfil de formação e trabalho de docentes em avaliação psicológica no país. O método utilizado foi uma pesquisa do tipo descritiva, com coleta via web. O principal critério de inclusão é que os professores fossem docentes de disciplinas relacionadas à avaliação psicológica. Participaram 63 professores, destes, 33 não responderam quais técnicas ensinavam e outros dois afirmaram que não lecionavam nenhuma técnica. Os 28 (44%) que explicitaram as técnicas instruídas apontaram 65 técnicas distintas. As mais referidas foram: testes psicológicos, entrevistas, HTP, WISC-III, TAT, Raven, técnicas projetivas, Bender, IFP, Zulliger, Rorschach e BPR-5. Apesar do baixo número de participantes e um número ainda menor de professores que efetivamente reportaram quais técnicas lecionavam, pode-se notar uma grande variedade de técnicas utilizadas, apontando a diversidade de possibilidades de avaliação que pode ser desenvolvida no trabalho dos psicólogos. Entende-se que a coleta de dados deve ser aumentada, buscando uma visão mais abrangente e completa da questão.
RESUMO (4)
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA PÓS-GRADUAÇÃO: PERFIL DE DOCENTES E INSTRUMENTOS EMPREGADOS
A proposta desta pesquisa surgiu de discussões do GT Pesquisa em Avaliação Psicológica da ANPEPP, tendo como objetivo verificar a utilização de instrumentos psicológicos nos programas de pós-graduação (PPG) credenciados pela CAPES no Brasil. Para isso, primeiramente foi consultada a página institucional da CAPES para identificação de todos os PPG credenciados, sendo identificados 67. Posteriormente procedeu-se à pesquisa nos sites das próprias instituições. Esta busca objetivou identificar todos os docentes dos programas de PPG no Brasil, assim como os endereços eletrônicos para contato. Na maioria dos casos o e-mail do docente encontrava-se no site da instituição. Nos casos em que isso não aconteceu, os endereços foram procurados em bases de dados de periódicos científicos ou no site do CNPq. Importante ressaltar que foram obtidos os nomes de aproximadamente 600 docentes de PPG, enquanto que apenas de 23 pesquisadores não foi recuperado o endereço eletrônico. De posse dessas informações foram enviados e-mails contendo os objetivos da pesquisa, e caso o respondente concordasse em participar era redirecionado para uma nova tela, na qual podia responder a pesquisa. O tempo médio de resposta foi de 5 minutos. Contudo, houve a participação de apenas 42 docentes (24 do sexo masculino), provenientes de 13 PPGs. Quanto à natureza da instituição, oito eram provenientes de instituições particulares e 34 de instituições públicas (federais ou estaduais). Quando questionados sobre a natureza dos instrumentos de avaliação psicológica utilizados nas pesquisas orientadas, a maior parte dos docentes respondeu fazer uso de testes psicométricos (N=24). Sobre as áreas de atuação, os respondentes eram da saúde, forense, clínica, organizacional, escolar e educacional e esporte. Quanto aos instrumentos mais utilizados nas pesquisas orientadas, houve uma grande variedade de respostas (mais de 100 testes diferentes foram mencionados). Apenas três instrumentos foram citados mais de uma vez, a saber, WAIS-III, Teste de Criatividade de Torrance e Teste de Bender. Respostas similares foram obtidas na questão sobre quais instrumentos o pesquisador usava em suas próprias pesquisas e nas pesquisas orientadas atualmente. Sabe-se que muitos dos pesquisadores produtivos na área não responderam ao questionário, ou por não terem recebido ou por falta de adesão à proposta. É importante que sejam discutidas alternativas para que possa ser realizado um mapeamento da atuação dos investigadores da área.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
AÇÃO DE IDOSOS EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA: ALGUMAS OBSERVAÇÕES
Atualmente observa-se significativo aumento na população de idosos e há necessidade de adequações para melhor compor sua qualidade de vida. A Psicologia do Envelhecimento vem contribuindo em termos de reflexões e intervenções para os diversos momentos desta fase. O idoso sofre significativas mudanças nas diversas áreas de sua vida e precisa desenvolver estratégias de enfrentamento efetivas. Resultado de processos de perdas e adaptações, aqueles estão expostos a desenvolver quadros depressivos. Um dos momentos críticos é a necessidade de mudança a uma Instituição de Longa Permanência (ILPI). Levantou-se a hipótese de que motivos intrínsecos (perda das capacidades e habilidades decorrentes da idade) e extrínsecos (família não quer cuidar) podem contribuir para o desenvolvimento de depressão. A amostra foi composta por 30 idosos com idade superior a 70 anos, residentes de ILPI em São Paulo. Participaram do estudo idosos com capacidades cognitivas preservadas e que não apresentavam distúrbios psiquiátricos antes da institucionalização. Foram preenchidos o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e a Escala Geriátrica de Depressão (EGD-30). Entre os resultados, destaca-se diferenças significativas de índice de depressão e, entre os principais motivos para desencadeamento do quadro, está a busca pela instituição por questões de saúde ou por imposição de familiares. Observou-se que o idoso com depressão dificilmente desenvolve novas amizades neste ambiente e demonstra o comportamento tendencial de retraimento social. Sugere-se que os profissionais que trabalham em ILPIs devem prestar mais atenção aos fenômenos de ordem social e afetiva para que o idoso possa se integrar de forma harmoniosa, evitando, assim, o desencadeamento de um quadro depressivo mais grave.
RESUMO (2)
ESTRUTURA FAMILIAR E ESTRESSE INFANTIL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE SETE A 14 ANOS
O estresse é considerado por especialistas das áreas médica e psicológica como o Mal do Século ou a Doença do Milênio. Um período de suscetibilidade ao estresse é inerente a infância e a adolescência, nas quais as transformações ocorrem em grande velocidade e em quantidade maiores que na fase adulta, afetando o desenvolvimento dos aspectos emocional, cognitivo e social. A pesquisa teve como objetivo identificar níveis de estresse em crianças e verificar se a família tem ou não influência no fenômeno. Partiu-se do pressuposto que haveria uma relação direta entre a qualidade da família desenhada e a presença de estresse na criança. A amostra foi composta por 60 crianças, de ambos os sexos, divididas em dois grupos (sete e 11 anos e 11 e 14 anos), residentes na cidade de São Paulo. Para a coleta dos dados foi utilizado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, um questionário de caracterização, a Escala de Estresse Infantil (ESI) e a Técnica do Desenho da Família. Os resultados mostraram que, em relação ao Desenho da Família, não foram verificadas diferenças significantes entre os grupos. Tanto no grupo das crianças menores como nas maiores, a maioria vive em uma família nuclear, desenha a própria família de forma unida e representa a si mesmo. Verificou-se também que, em ambos os grupos, o estresse se fez presente, sendo a maioria na fase de alerta (momento em que um esforço é gerado para o enfrentamento de uma situação ameaçadora e não apenas para manutenção da harmonia interior). A hipótese não foi confirmada, porém, diante dos níveis de estresse encontrados, é nítida a necessidade de uma maior atenção às crianças por seus pais e professores, especialmente as de sete a 10 anos.
RESUMO (3)
ADOÇÃO TARDIA EM FAMÍLIA MONOPARENTAL E O ESTABELECIMENTO DOS VÍNCULOS AFETIVOS: ESTUDO DE CASO
A construção do vínculo e de uma relação saudável entre pais e filhos depende muito mais dos fatores ligados à convivência, à interação, ao afeto e ao respeito mútuo do que aos laços biológicos que, por si só, não garantem o vínculo. No caso específico da adoção tardia, o adulto deve ter paciência e tolerância para dar suporte às crianças no período de convivência e adaptação. O objetivo deste trabalho era verificar o estabelecimento de vínculo afetivo no caso da adoção tardia por família monoparental. Partimos do pressuposto que seria possível haver o estabelecimento de vínculo saudável porque o que orientava a adoção era o desejo de ter uma família, incluindo o enfrentamento de situações difíceis, desde as barreiras impostas pelo sistema jurídico para a realização da adoção legal, até questões como o medo de não dar certo, o preconceito, entre outras. O resultado observado após análise da entrevista com o pai e do procedimento do desenho de família com estória realizado com as crianças foi de que os três estão bem vinculados afetivamente. Mesmo que apareçam dificuldades e pontos de conflito, de modo geral as famílias sempre fazem coisas juntos, em um clima amistoso e divertido. O estabelecimento de vinculo na adoção tardia é uma realidade. E, como tudo da realidade, conta, com perdas e ganhos, com alegrias e momentos de angústia e ansiedade. Não se pode deixar de mencionar que o estabelecimento e a manutenção do vínculo dependem enormemente de toda a rede de apoio que a família possuir, das orientações dos técnicos e profissionais da psicologia para dar suporte às mudanças e adaptações que ocorrem em todos. Consolidar esse vínculo é uma conquista mútua diária com momentos muito prazerosos e outros nem tanto.
RESUMO (4)
CODEPENDÊNCIA EM FAMILIARES DE DEPENDENTES QUÍMICOS: DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE CUIDADORES HOMENS E MULHERES
O uso de substâncias psicoativas está entre os principais problemas de saúde pública mundial. Cerca de dois milhões de pessoas morrem a cada ano em decorrência das consequências negativas do uso indevido de drogas lícitas e ilícitas. Neste trabalho, pretendeu-se investigar e compreender o relacionamento da família para com o dependente químico, quando aquele se enquadra no fenômeno de codependência (relação simbiótica, na qual um depende do outro para coexistir). Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, foi utilizado o questionário Potter-Efron & Potter-Efron de Co-dependência, que verifica o grau de codependência da relação parental. A amostra foi composta por 23 homens e 20 mulheres cuidadores de dependentes químicos. A hipótese era de que as mulheres, pela própria condição do feminino e da maternidade, estariam mais suscetíveis ao desenvolvimento da codependência quando comparadas aos homens, justificado pelas características da própria função materna; sendo estendido à figura da mulher, pois esta ainda é vista na sociedade no papel de cuidadora. Os resultados, com qui-quadrados estatisticamente significantes, indicaram que a hipótese foi confirmada: as mulheres apresentam quadro de codependência e os homens não. Porém, vale ressaltar que, considerando individualmente as sub escalas do teste, os homens também apresentam características de relacionamento codependente, especialmente àquelas relacionadas à presença de raiva, vergonha e culpa. Podemos dizer que os homens, mesmo que de forma velada, sofrem pela presença da dependência em seus familiares. É possível pensar nas relações codependentes como algo natural das relações mães-filhos, como uma forma de vínculo qualquer. Contudo, após os resultados, não podemos descartar a patologia, pois o vínculo que surgiu não é sadio, em função da quantidade de sofrimento que apareceu na figura feminina com a presença marcante de medo, vergonha e culpa e, em menor intensidade, características de desespero e de raiva.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
BATERIA DE AVALIAÇÃO DAS ALTAS HABILIDADES Estudo de Evidências de Validade de Critério
Na área da avaliação psicológica, a identificação de alunos com altas habilidades/ superdotação tem se apresentado como um desafio para profissionais, haja vista a complexidade do fenômeno aliada à falta de instrumentos validados e normatizados no Brasil para tal fim. O objetivo desta pesquisa baseou-se na busca de evidências de validade de critério de uma Bateria para Avaliação das Altas Habilidades/Superdotação. Participaram 569 alunos, ambos os sexos, com idade média de 11,13 anos, estudantes do 2º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, dos quais 470, com idade média de 11,13 anos, compuseram o grupo controle (alunos de salas de ensino regular) e 99, com idade média de 12,68 anos, constituíram o grupo critério (alunos de Sala de Recurso de Programa de Atendimento ao Aluno com Altas Habilidades/DF). O instrumento utilizado foi composto por seis subtestes, sendo quatro de inteligência (raciocínio verbal, abstrato, numérico e lógico), um de criatividade figural e outro de criatividade verbal. A ANOVA mostrou efeito significativo da variável grupo nos subtestes de inteligência, apontando maior desempenho do grupo critério e, particularmente, dos alunos com habilidades acadêmicas quando comparados a alunos com talentos artísticos. No subteste de criatividade figural, diferenças significativas entre os grupos só foram notadas em um dos fatores criativos avaliados - a Elaboração, identificando melhor desempenho alcançado pelos alunos do grupo critério com altas habilidades na área de talentos artísticos. No subteste de criatividade verbal, a ANOVA demonstrou diferenças significativas apenas na avaliação de uma das características da produção metafórica - a Qualidade, com destaque para os alunos com altas habilidades, sem distinção de área de habilidades específica. Através dos resultados, foram confirmadas evidências de validade de critério para identificação de alunos com altas habilidades/superdotação a partir dos subtestes de inteligência e, parcialmente, através de algumas medidas de criatividade verbal e figural.
RESUMO (2)
AVALIAÇÃO DA INTELIGÊNCIA DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: CONSTRUÇÃO E INVESTIGAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DO INSTRUMENTO
Diante da lacuna existente na avaliação cognitiva de populações especiais, essa pesquisa teve como objetivo a construção de três subtestes (verbal, memória e lógico-espacial) para avaliação da inteligência de crianças deficientes visuais. Como forma de atingir tal objetivo, três estudos foram conduzidos: (1) investigação e conhecimento de metodologias e materiais utilizados na educação de crianças com deficiência visual, com a finalidade de que tais informações pudessem contribuir para a construção dos subtestes; (2) construção dos subtestes, baseados nas teorias atuais de inteligência e nas informações obtidas a partir do Estudo 1; (3) estudo piloto com o objetivo de verificar a adequação dos subtestes e de seus itens junto a 14 crianças deficientes visuais, na faixa etária de 7 a 12 anos (M= 10,28 anos; DP=1,58), sendo seis do sexo feminino e oito do sexo masculino, sendo dessas, dez classificadas com baixa visão, oito com deficiência congênita e duas com doença adquirida, quatro crianças classificadas com cegueira total, sendo duas com deficiência adquirida e duas com deficiência congênita; Os resultados apontaram, através de testes de diferença de média, de um modo geral, adequação dos subtestes à população alvo, com pequenas necessidades de alteração dos itens. Também encontrou-se melhor desempenho em relação ao tipo de cegueira, crianças com deficiência congênita apresentaram melhores resultados quando comparados com aquelas que apresentam deficiência adquirida. Em relação ao grau de deficiência, crianças com baixa visão tiveram melhor desempenho que as crianças com cegueira. Conclui-se que o presente estudo trouxe dados relevantes quanto à importância de um instrumento específico de avaliação da inteligência para crianças com deficiência visual e que, estudos com amostras maiores podem enriquecer e contribuir para a validade do instrumento construído.
RESUMO (3)
A adaptação de testes psicológicos para pessoas com deficiência visual sob a perspectiva do desenho universal.
Na adaptação de testes psicológicos ao desenho universal busca-se a acessibilidade plena ou máxima possível diante das limitações do instrumental e do público ao qual será destinado. Os testes psicológicos construídos ou adaptados segundo os princípios do desenho universal são mais flexíveis à variação corporal dos indivíduos e à utilização de tecnologia assistiva. O objetivo deste trabalho foi adaptar um teste psicológico de personalidade informatizado para um formato que atendesse aos sete princípios do desenho universal. Participaram da equipe de pesquisa dois consultores cegos que avaliaram a acessibilidade das modificações durante todo o processo de adaptação. O teste psicológico informatizado estudado foi um instrumento de auto relato baseado no modelo dos cinco grandes fatores da personalidade, os primeiros formatos testados possuíam 40 itens. As adaptações foram realizadas na estrutura do formato de aplicação do teste: Orientações dadas para execução do teste; Formato dos itens; Tamanho da fonte e tipo de letra; Cores e espaços; e, Ordem de apresentação objetivando atender ao público com deficiência visual, mas também pessoas sem deficiência. Foi feito o estudo dos leitores de tela e sua compatibilidade com o formato do teste. A versão final do teste foi submetido a 10 indivíduos com deficiência visual, maiores de idade, sendo 5 cegos e 5 com baixa visão. A análise dos dados obtidos foi qualitativa seguindo a lógica da análise de juízes, porém no caso do estudo em questão a análise teórica não foi dos itens e sim da qualidade do formato do teste e se este atendeu aos princípios do Desenho Universal. Os resultados apontam para o alcance dos princípios do desenho universal confirmando a flexibilidade e a acessibilidade do instrumento. Em estudos posteriores pretende-se investigar não só os aspectos qualitativos, mas utilizar-se análises quantitativas que envolvam o estudo da Função Diferencial do item nos grupos pesquisados.
RESUMO (4)
Elaboração de Instrumento Para Identificação de Alunos Intelectualmente Dotados por Professores: estudo exploratório
A identificação de alunos dotados e/ou talentosos caracteriza-se por uma diversidade de possibilidades. Esta identificação pode ser multidimensional (áreas, dimensões), multi-referencial (pais, professores, psicólogos e outros agentes), multi-método (meios, processos, instrumentos), multi-temporal (momentos, estágios do desenvolvimento), multi-contextual (tarefas na escola, em casa e outros) e, multi-etápica (fases ou módulos de apoio). Neste processo, a figura do professor merece destaque, e efetiva sua participação por meio de nomeação docente. No Brasil, ainda não existe instrumento com recomendação favorável pelo Conselho Federal de Psicologia. Diante deste fato, objetivou-se por desenvolver dois estudos, no primeiro elaborar uma escala de nomeação docente para alunos dotados e talentosos, bem como buscar por evidencias de validade de conteúdo; já no segundo estudo, buscou-se por evidencias de precisão da consistência interna, bem como validade baseada na estrutura interna e convergente e discriminante. Depois de elaborado o instrumento (ENDI-p), os resultados do primeiro estudo indicam que a ENDI-p está pronta para uso, ao se observar o coeficiente de kappa médio. A ENDI-p perdeu cinco itens e teve quatro itens adaptados para outras áreas, que não as originais. No segundo estudo, por meio da correlação item-total foram retirados 17 itens da ENDI-p o que resultou em três grandes fatores. Com a extração destes itens, a escala apresentou um bom valor para o Alpha de Cronbach geral, como também para os três fatores específicos. O teste de esfericidade de Bartlett indicou correlação entre os itens. Já a medida de adequação da amostra para aplicação da análise fatorial apresentou-se apropriada pelo teste de Kaiser-Meyer-Olkin. O quarto objetivo foi atendido por meio da análise fatorial exploratória resultando em três fatores. Os objetivos 5 e 6, a respeito da busca de evidencias de validade baseadas nas relações com variáveis externas foram parcialmente atendidos, o que pode sugerir, para futuros estudos utilizar uma amostra maior.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Análises Fatoriais Exploratória e Confirmatória de Provas do ENEM: Possibilidades, Desdobramentos e Limitações
O presente trabalho tem como objetivo discutir as análises fatoriais exploratória e confirmatória realizadas com resultados das provas do ENEM, discutindo possibilidades de uso, desdobramentos para a avaliação, inclusive acentuando indicadores complementares de validades de construto (confiabilidade composta e validades convergente e discriminante), além de levantar potenciais limitações destas análises. Neste sentido, procura-se inicialmente introduzir os conceitos de cada uma destas técnicas, focando como podem ser empregadas neste contexto específico, mostrando a seguir alternativas de levá-las a cabo. Posteriormente, discutem-se os indicadores de ajuste comumente empregados, focando na análise fatorial confirmatória, mostrando a pertinência de tratar com a confiabilidade composta (consistência interna) e a variância média extraída (parâmetro para definir evidências de validade convergente e discriminante) como complementares no processo de avaliação. Por fim, intenta-se mostrar as limitações potenciais da aplicação destas análises, tomando em conta os instrumentos utilizados e a natureza dos dados obtidos. Concluindo, confia-se oferecer uma contribuição para discutir os resultados das provas do ENEM, favorecendo pensar em análises e indicadores alternativos que permitam pensar acerca de evidências de validade deste exame, orientando práticas futuras.
RESUMO (2)
Uma proposta de provas para o Enem 2010 refenciada pelo modelo CHC de inteligência
A avaliação em larga escala é compreendida como um sistema de informações que tem por função principal a de fornecer diagnóstico e subsídios tanto para a implementação quanto para a manutenção de políticas educacionais. Dentre as provas de larga escala aplicadas no cenário nacional destaca-se o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), foco da presente comunicação, como avaliação aplicada a estudantes de ensino médio. Dada a importância da prova, a escassez de estudos nessa etapa de escolaridade e na área psicoeduacional, será apresentado um estudo acerca da análise da estrutura interna do Enem 2010 por meio da Análise Fatorial Exploratória (AFE) e Confirmatória (AFC), tendo por referencia o modelo CHC de inteligência. Participaram do estudo 1337 estudantes paulistas. A AFC por prova confirmou a estrutura identificada pela AFE que se mostrou diferente da originalmente proposta pelo Inep. A prova Ciências Naturais foi composta por três fatores, Ciências Humanas e Matemática e Tecnologias por dois fatores e a Linguagem e Códigos, por um fator. A análise de conteúdo por juízes independentes identificou a presença das habilidades inteligência cristalizada e fluída, conhecimento quantitativo e leitura e escrita, distribuídas em fatores de modo específico para cada prova. A AFC revelou bons índices de ajustes para as provas indicando que o Enem 2010 avalia habilidades cognitivas e acadêmicas e pode aferir o desempenho do estudante com menor numero de questões quando se tem por referencia o modelo CHC.
RESUMO (3)
Um estudo de validade das Habilidades avaliadas pelo Enem 2007
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma das avaliações em larga escala realizada pelo Ministério da Educação (Mec) para avaliar a qualidade de ensino no país e visa contribuir para a sua melhoria. O Enem é um exame que tem como objetivo avaliar as habilidades e competências de estudantes do ensino médio brasileiro e para que essa avaliação seja confiável é necessário que seja válido e fidedigno. Assim, com a finalidade de investigar as evidências de validade da estrutura interna desse exame, o presente trabalho objetivou verificar a estrutura fatorial da prova do Enem 2007 e interpretá-la a luz do modelo CHC de habilidades cognitivas. Foram selecionados aleatoriamente de uma base de microdados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em torno de 55.000 estudantes do estado de São Paulo que realizaram a prova do Enem em 2007, composta por 63 questões objetivas de múltipla escolha e uma redação. Os resultados da análise fatorial exploratória por componentes principais e rotação promax indicaram uma estrutura fatorial que permitiram concluir que a prova avalia predominantemente a inteligência fluida e a habilidade de leitura e escrita. Esses resultados foram analisados pela AFC que revelou bons índices de ajustes para a prova composta com menor número de questões indicando que as habilidades cognitivas interpretadas à luz do modelo CHC pode aferir as habilidades do estudante.
RESUMO (4)
Metacompreensão e o desempenho no Enem 2006
O Enem é utilizado para averiguar o desenvolvimento de competências básicas a partir das habilidades dos indivíduos para que se tornem sujeitos aptos a relacionar o conhecimento entre teoria e prática, buscando utilizar o mesmo a partir das experiências escolares. A matriz de referência para o Enem busca focalizar seis eixos cognitivos comuns às áreas de conhecimento relativas ao domínio da linguagem, compreensão dos fenômenos, o enfrentamento e solução de situações-problema, a construção da argumentação e a elaboração de propostas. Na presente comunicação destaca-se o domínio da linguagem no tocante à leitura e metacompreensão e sua relação com o desempenho no Enem 2006.Utilizou-se os microdados recuperados da base de dados de 2006 fornecida pelo INEP para o projeto Observatório de Educação associado a uma base de dados do Núcleo de Avaliação Psicológica Informatizada com resultados aferidos acerca das estratégias de leitura aplicada em 2006 a estudantes de ensino médio. A maioria das escolas públicas classificou-se como insuficiente a regular na prova objetiva e como regular a bom na redação. Já a maior parte das escolas particulares classificou-se como regular a bom tanto na prova objetiva quanto na redação. Além disso, os alunos relataram baixa freqüência de utilização de estratégias metacognitivas de leitura, porém indicaram utilizar, dentre as aferidas pela META-EM, mais frequentemente as de solução de problemas. Esses resultados podem estar relacionados a uma possível dificuldade para compreender os textos e, assim, baixo desempenho nas provas do ENEM. As estratégias metacognitivas globais associaram-se positivamente às competências da prova objetiva, porém mais significativamente com a compreensão de fenômenos e argumentação. As estratégias de suporte se associaram negativa e significativamente com o domínio da linguagem. Assim, o domínio da linguagem pode diminuir a necessidade de utilização de estratégias de suporte à leitura, talvez por implicar em aporte teórico e vocabulário mais amplos.
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Palavras-chave:
TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Conceito e relevância das expectativas académicas na adaptação e sucesso dos estudantes universitários do 1º ano
Face às exigências e desafios colocados pelo Ensino Superior (ES) aos seus estudantes, e não estando estes muitas vezes informados e preparados para essa transição, alguns autores destacam as expetativas com que os estudantes acedem a este nível de ensino como uma variável central à sua adaptação. A pesquisa mostra que expetativas otimistas favorecem o envolvimento, a adaptação e o sucesso académico, ocorrendo a situação inversa quando o estudante possui expetativas difusas ou pessimistas. Mais ainda, expetativas elevadas e pouco realistas poderão condicionar negativamente a adaptação dos alunos, que experimentam assim alguma desilusão ao longo das suas primeiras semanas ou meses no ES, face à realidade das suas vivências. Para além das expetativas reportadas ao curso e à vida social, mais frequentemente consideradas pela literatura neste domínio, procuramos neste estudo auscultar os próprios estudantes, através de entrevistas individuais, e conhecer as suas expetativas, inventariando assim os motivos e as aspirações que colocam na sua entrada e frequência do ES. Alunos da Universidade do Minho, em Portugal, participaram neste estudo tendo por base este objetivo, identificando-se sete dimensões ou tipos de expetativas que passaram a ser consideradas na sua avaliação formal.
RESUMO (2)
Questionário de Expetativas Académicas: Dados de precisão e validade em Portugal e Espanha
As expetativas académicas constituem uma variável central na adaptação dos estudantes ao Ensino Superior, influenciando o seu nível de compromisso, o seu envolvimento e persistência e a sua realização académica. Tais expetativas assumem maior relevo ainda na transição e adaptação ao primeiro ano no ES, dado que estas poderão não ter correspondência nas vivências do estudante, face a um contexto educativo e relacional exigente e potenciador de stress, levando assim a frustração, desânimo e desinvestimento. Apesar da importância das expetativas académicas para a adaptação dos estudantes ao Ensino Superior, são escassos os instrumentos validados para a sua avaliação na população portuguesa e espanhola, que atualmente partilham os mesmos desafios de educação pós-secundária, formação profissional e emprego. De modo a ultrapassar esta limitação, este estudo apresenta a construção e validação de um Questionário de Expetativas Académicas, a ser utilizado em ambos os países. Participaram 759 estudantes do 1º ano (62,5% mulheres), de diversos cursos, das Universidades do Minho (n= 372), em Portugal, e de Vigo (n= 387), em Espanha, com idades entre os 17 e os 53 anos (Mdn= 19 anos). Após estudos qualitativos de entrevistas e análises exploratórias de versões prévias do questionário, os resultados da análise fatorial confirmatória da versão final deste questionário sugerem a identificação de sete dimensões de expetativas académicas: Formação para o emprego/carreira, Desenvolvimento pessoal e social, Mobilidade estudantil, Pressão social, Envolvimento político e cidadania, Pressão social, Qualidade da formação, e Interação social. Reportam-se resultados de precisão e de validade desta medida, discutindo-se o uso deste instrumento na avaliação da adaptação dos estudantes ao Ensino Superior.
RESUMO (3)
Estudo preliminar de validação de uma escala de expetativas acadêmicas de ingressantes na educação superior
As expetativas em relação à educação superior têm um papel relevante no processo de transição por influenciarem a maneira como os estudantes enfrentam os inúmeros e complexos desafios dessa transição e, especialmente, como constroem trajetórias acadêmicas bem sucedidas. O objetivo deste estudo foi construir e validar uma escala sobre expetativas de estudantes brasileiros que ingressam na educação superior. Sessenta e dois itens compuseram a primeira versão do instrumento, elaborados com base na revisão de literatura. Cada um dos itens é respondido em uma escala de seis pontos que varia de "discordo totalmente" a "concordo totalmente". Realizou-se um estudo piloto para analisar teórica e semanticamente os itens, para garantir sua compreensão e evitar ambiguidade; na sequência, foram reformulados seis itens. Para exame da validade de constructo, a escala foi aplicada a 350 estudantes de uma universidade pública brasileira e utilizou-se a análise fatorial exploratória. Essa análise gerou seis fatores: Formação para o emprego/carreira, Desenvolvimento pessoal e social, Mobilidade estudantil, Envolvimento político e cidadania, Pressão social, Qualidade da formação e Interação social. Os índices alfa de fidedignidade foram satisfatórios. Espera-se que o entendimento das expetativas dos estudantes que ingressam na educação superior ajude a compreender as dificuldades encontradas por alguns deles no processo de integração e adaptação e auxilie na implantação de políticas de acolhimento.
RESUMO (4)
Sobre a construção de uma escala (quantitativa) de expetativas e de vivência acadêmica de ingressantes no ensino superio
O trabalho mostra a relevância das pesquisas qualitativas para a construção de uma escala de expetativas de estudantes. As respostas dissertativas de grande número de ingressantes na Unicamp em 2005 e 2010 sobre o que esperavam encontrar na universidade serviram de base para a elaboração de escalas de expetativas de estudantes que foram aplicadas, nas versões das expetativas iniciais e da vivência acadêmica, junto aos ingressantes nessa universidade em 2011 e 2012. Os resultados são relevantes para os que se dedicam ao estudo dos fatores acadêmicos, psicológicos, sociais e culturais que permeiam a vida dos estudantes e que interferem na sua integração no ensino superior.
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Palavras-chave:
TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
O uso da Avaliação Psicológica como ferramenta de Treinamento e Desenvolvimento nas organizações
Muito se discute, no contexto da Psicologia das Organizações e do Trabalho, sobre a necessidade de desenvolver competências nos trabalhadores de forma que estes estejam preparados para os desafios do cotidiano, dando assim o suporte adequado às organizações em que atuam. Em especial, quando se trata de ações de desenvolvimento, ou seja, enquanto trabalhando com a dimensão chamada comportamental do colaborador é consenso entre os autores de que há ainda muito o que aprender para alcançar a eficácia e eficiência desejadas. Métodos e técnicas de desenvolvimento, tais como dinâmicas de grupo, simulações, visualizações, entre outros são já bem conhecidos e utilizados. O objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta que alie a Avaliação Psicológica às tradicionais ferramentas e técnicas de desenvolvimento. Baseados na experiência da apresentadora, serão discutidos os benefícios da aliança entre a Avaliação Psicológica e os processos de desenvolvimento humano no contexto do trabalho. Acredita-se que possuem especial contribuição os instrumentos de avaliação de personalidade, sejam estes psicométricos (QUATI, BFP, NEOPI, IFP, L.A.B.E.L. etc) ou expressivos e projetivos (Palográfico, Pirâmides de Pfister, Zulliger, etc), podendo-se estender para outros testes psicológicos, de acordo com as necessidades da função. Sendo assim, destaca-se o uso da avaliação psicológica como método agregador para processos de aprendizagem no contexto organizacional. Acredita-se que o retorno da Avaliação Psicológica, quando aliado ao planejamento de metas e objetivos das ações de treinamento e desenvolvimento, estimule o autoconhecimento e, assim, pode atuar como disparador de aprendizagem, resultando em melhor aproveitamento das ações de desenvolvimento humano nas organizações.
RESUMO (2)
Percepção da Realidade: Evidências de Validade Normativa do Zulliger no Contexto Organizacional
A prática da avaliação psicológica na busca de garantir os direitos humanos tem se voltado para o estudo das diferenças e das condições socioculturais. Isso faz com que o profissional atente para os limites e as possibilidades dos métodos empregados, para as evidências de validade normativas na população da qual o indivíduo faz parte, como também para a legitimidade das informações construídas em relação a esse sujeito e o seu grupo de referência. Portanto, este estudo teve como objetivo comparar as variáveis de mediação do Zulliger no Sistema Compreensivo ZSC de uma amostra gaúcha de não pacientes, com os dados normativos brasileiros, a fim de contribuir com estudos de evidências de validade no contexto organizacional. As variáveis de mediação estão associadas a tradução da informação e ao grau de adaptabilidade, de adequação do indivíduo a realidade e ao meio em que vive, representando aspectos importantes de sua personalidade. Foram participantes 40 profissionais, entre 18 e 43 anos de idade, de ambos os gêneros, com ensino médio, que realizam atividades de atendimento direto ao público, no interior do Rio Grande do Sul. As análises estatísticas demonstraram que as respostas de forma inusual (Xu%), de espaço em branco com qualidade formal negativa (S-%), Populares ( P) permaneceram nos parâmetros normativos. As respostas adequadas ou bem vistas (XA%), de forma convencional (X+%), àquelas que são adequadas e que a localização é W ou D (WDA%) mantiveram-se acima da média e, as respostas de forma distorcida (X-%), apresentaram-se abaixo da média normativa. Os achados ratificaram a sensibilidade do ZSC ao elucidar aspectos da dinâmica de personalidade dos participantes, especialmente no que se refere a convencionalidade e a adaptação ao meio, características condizentes com a função que ocupam. A homogeneidade do grupo pode ter contribuído com os resultados alcançados. Finalmente, torna-se necessário a condução de novos estudos com amostras ampliadas e em contextos variados.
RESUMO (3)
Utilização do L.A.B.E.L. como ferramenta para o Desenvolvimento Organizacional de Empresas Familiares
Empresas familiares são organizações caracterizadas pela necessidade de incluir as relações e funcionamentos que ocorrem nas famílias nas questões de gestão empresarial. Muito do trabalho com famílias empresárias tem como foco a estruturação de relações profissionais a partir das relações familiares, considerando-se os paradoxos inerentes à diversidade dos interesses da empresa, da família e da propriedade. Propõe-se, nesta apresentação, o relato de um trabalho realizado com uma empresa familiar do ramo metalmecânico. Realizou-se um diagnóstico inicial com entrevistas individuais e, posteriormente, a aplicação do L.A.B.E.L. com os familiares envolvidos na gestão da empresa e uma colaboradora em posição estratégica. Foram trabalhadas com a equipe questões como comunicação, integração e adaptação entre diferentes perfis de funcionamento e, com os familiares, as expectativas de comportamento, as crenças e pré-concepções que determinam alguns dos principais conflitos no ambiente de trabalho.
RESUMO (4)
Psicotécnico em concursos públicos uma visão do Poder Judiciário
Atualmente, tem havido uma demanda crescente junto ao Poder Judiciário de recursos frente a resultados de inaptidão em avaliações psicológicas (psicotécnico) realizadas em concursos públicos. Tais recursos têm questionado não apenas o resultado final de um candidato específico, como os procedimentos e os critérios adotados pelos psicólogos avaliadores. No presente trabalho foram levantadas as principais críticas encontradas nestes processos judiciais, verificando sua pertinência quanto aos direitos legais do candidato e às determinações do Conselho Federal de Psicologia para a atuação do psicólogo em concursos desta natureza. Os resultados indicam que os critérios psicológicos relacionados ao perfil profissiográfico e os fatores restritivos para o ingresso utilizados pelos psicólogos não se apresentam explicitados nos editais, bem como não se encontram justificados em pesquisas empíricas específicas aos cargos em questão. As tomadas de decisão quanto ao ponto de corte para o ingresso dos candidatos têm se mostrado arbitrárias e sem uma fundamentação científica que as sustentem.
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Palavras-chave:
TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Aspectos psicológicos observados em pacientes com dermatite atópica avaliados pelo Método de Rorschach e entrevistas clí
O presente trabalho objetiva analisar os aspectos psicológicos em indivíduos com Dermatite Atópica, por meio do Método de Rorschach e entrevistas clínicas. A dermatite atópica é um quadro inflamatório da pele, não contagioso, crônico evoluindo por crises, que acometem pacientes que sofrem de atopia, que é a tendência hereditária a possuir alergias. Psicologicamente, o quadro se associa diretamente com o bem-estar físico e mental do paciente, podendo prejudicar o desenvolvimento emocional, pois a crise pode surgir em momentos mais críticos na vida do ser humano. A pesquisa caracterizou-se de acordo com o procedimento metodológico, como estudo de caso, contando com a participação de cinco pacientes com dermatite atópica, sendo quatro homens, entre 20 e 44 anos, todos com ensino médio concluído e com diferentes ocupações. Todos foram submetidos a uma entrevista clínica e em seguida ao Método de Rorschach, suas entrevistas foram analisadas e suas respostas codificadas e cotadas de acordo com as normas do teste, segundo o sistema compreensivo. Dentre os vários aspectos de avaliação do Rorschach, os resultados que foram mais significativos e confirmados pela literatura, são pertencentes ao módulo de relações interpessoais: todos os sujeitos apresentaram um CDI positivo, apresentando um déficit em todas as situações relacionais, gerando relações superficiais, com pouca intimidade, pouca duração, e certa incapacidade de verificar as necessidades alheias. Sendo assim, podem ser rejeitados em determinados ambientes, devido a esta falta de traquejo social, possibilitando a presença de sentimentos de baixa autoestima e podem até serem mais propensos a quadros de depressão. Tal aspecto foi corroborado pelas entrevistas, sendo o aspecto principal das dificuldades psicológicas observadas nos pacientes, outros aspectos do teste foram relevantes e se associam à dificuldade de relacionamento. Por se tratar de estudo de caso, pesquisas mais amplas são necessárias para generalização dos dados obtidos
RESUMO (2)
Recursos Cognitivos e estresse em estudo comparativo de argentinos e brasileiros de nível superior
Esta pesquisa se insere no campo dos estudos interculturais. Numerosas investigações indicam diferenças ao comparar culturas, mas as amostras nem sempre são rigorosamente equiparadas segundo a idade, sexo, nível de estudo e outros critérios. Conforme apontado por Meyer, quando fatores demográficos são controlados, discrepâncias nos resultados do Rorschach tendem a desaparecer, embora diferenças culturais possam ser encontradas. Nosso interesse foi verificar a existência de diferenças culturais entre duas amostras, uma brasileira e outra argentina, que foram cuidadosamente equiparadas, através do método de Rorschach. Objetivos: o presente trabalho refere-se a uma comparação dos recursos cognitivos e do módulo de controle e tolerância ao estresse, de adultos de ambos os países, com pelo menos 15 anos de estudo (nível superior). Foram trabalhadas as seguintes variáveis: R, W, D, Dd, Zf, Zd, DQ+, XA%, Xu%, X+%, X-%, Populares, M, FM, m, índice de intelectualização, MOR, WSum6 e Lvl2, EA, es, WSumC, SumSh, D, AdjD. Procedimento: Foi realizado o t de Student e Cohens d. Uma vez que houve diferença estatística significativa quanto ao número de respostas (R), as demais variáveis foram estudadas em proporção ao R. Resultados: Apesar da semelhança entre as amostras, os resultados apresentaram algumas diferenças entre os grupos, a saber, R, Dd, P , Xu%, X+%, M, FM, m, índice de intelectualização) e SumSh. Os argentinos apresentaram resultados mais elevados nas respostas populares (P) e X+%, e os brasileiros nas demais variáveis. Discussão: Apesar de muitas diferenças serem apenas marginalmente significativas, o effect size foi pelo menos medianamente significativo, indicando bom poder estatístico aos resultados. Conclusão: Algumas diferenças culturais podem ser notadas nos resultados destas amostras e estas discrepâncias são mais acentuadas se as compararmos com as amostras normativas de adultos apresentadas por Exner. As respostas populares e X+% parecem apresentar mais variações por interferência da cultura.
RESUMO (3)
A variação da produtividade no Rorschach de crianças: SC versus R-PAS
O número de respostas (R) no método de Rorschach é muito importante para o processo interpretativo. Muitos índices são calculados considerando o R e estudos recentes demonstram que a estabilidade teste-reteste e a validade dos protocolos são maximizadas quando R está na faixa média de 18 a 27 R. Diante das vantagens de se ter um protocolo médio, alterações na técnica de administração do Rorschach são propostas pelo Rorschach Performance Assessment System (R-PAS). Essas alterações têm a finalidade de simplificar a administração do teste, evitar os problemas com protocolos curtos e longos e aumentar a confiabilidade e validade do teste. O objetivo desse estudo foi verificar como as instruções de administração do Rorschach, propostas no R-PAS, afetam a produtividade de respostas nos testes de crianças de 7 a 12 anos, não pacientes de clínicas psicológicas ou psiquiátricas, de escolas públicas e particulares, com índice de inteligência geral não verbal médio (percentil maior ou igual a 50). O delineamento da pesquisa consiste em um estudo comparativo de desempenho entre grupos contrastantes: um grupo (N=80) foi submetido ao Rorschach de acordo com o Sistema Compreensivo (SC) e o outro (N=80) de acordo com R-PAS. Os resultados apontam que o novo método de administração do teste foi eficiente na eliminação dos protocolos curto e longos na amostra de participantes deste estudo. A maior parte dos protocolos manteve-se com R na faixa considerada ideal para maximizar a estabilidade teste-reteste e validade dos protocolos e, consequentemente, propiciar interpretação mais adequada. Dez de 120 variáveis do testes mostraram-se significativamente diferentes. Além disso, questões relacionadas à quantidade de prompts, pull e cartões com uma única resposta também serão consideradas nesta apresentação.
RESUMO (4)
Estudo comparativo da Qualidade Formal entre o Rorschach, Sistema Compreensivo, e o Rorschach Performance Assessment Sys
O Rorschach Performance Assessment System, R-PAS, foi criado recentemente a partir de mudanças realizadas no Sistema Compreensivo. A lista de qualidade formal do sistema compreensivo foi realizada na década de 70 por Exner, e não houve pesquisas posteriores para uma possível atualização. Já a lista de qualidade formal do R-PAS é recente e envolve protocolos de pessoas de diversos países, podendo assim ser considerada de abrangência mundial. É necessária a verificação da aplicabilidade e da acurácia desta última lista para a população brasileira, sendo a hipótese a de que ela é mais precisa do que a lista do Sistema Compreensivo. Assim, para verificação de diferenças entre os dois sistemas, foram avaliados 200 pacientes de um ambulatório de psicoterapia de um hospital universitário. A amostra é composta em sua maioria por mulheres, com ensino médio completo e que preenchem critérios para diversos transtornos de eixo I e de eixo II pela SCID. O Rorschach foi aplicado no início da psicoterapia, e os protocolos foram classificados tanto pela lista de qualidade formal do Sistema Compreensivo como pela lista do R-PAS. Foram verificadas variáveis que estão relacionadas com a qualidade formal das respostas: FQ-%, FQu%, FQo%, GHR, PHR e M-. Serão realizadas estatísticas comparando-as nos dois sistemas e haverá uma discussão sobre os achados.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO E ANÁLISE SEMÂNTICA DOS ITENS DA MAGICAL IDEATION SCALE
A Magical Ideation Scale (MIS) é uma escala de autorrelato composta por 30 itens com possibilidade dicotômica de resposta. Sua proposta é avaliar a presença de pensamentos mágicos. De modo geral, pensamento mágico é uma espécie de crença, por vezes, bizarra, que se distancia do pensamento coletivo, uma vez que está focada na possibilidade de eventos acontecerem sem que estes tenham relação causal apropriada aos padrões convencionais da cultura. Esse fenômeno pode ser encontrado em quadros clínicos propensos à esquizofrenia, tal como o transtorno de personalidade esquizotípico. Este é caracterizado por um padrão persistente de comprometimento social e interpessoal, atrelado a distorções cognitivas e perceptuais, bem como comportamentos excêntricos. Embora os sujeitos acometidos por este transtorno não apresentem delírios, tampouco alucinações, frequentemente atribuem interpretações incorretas acerca de eventos externos, acreditando que estes possuem significados peculiares para si próprios. Diante do exposto, o presente trabalho objetivou propor uma versão da MIS traduzida e adaptada para a cultura brasileira, por meio de um estudo de análise semântica dos itens. Participaram da pesquisa 283 sujeitos, com idades entre 18 e 68 anos, sendo 71% do gênero feminino. No que diz respeito à formação, 145 eram universitários, 104 cursavam o ensino médio e 34 o ensino fundamental. Todos os participantes responderam à versão traduzida da MIS, marcando os itens que não conseguiram compreender e as palavras cujos significados eram desconhecidos. Os itens apontados como desconhecidos com maior frequência foram os de número 01, por 29 sujeitos; número 14, por 08 sujeitos e número 16, por 09 sujeitos. Paralelamente, foram destacadas 06 palavras como desconhecidas. Contudo, a frequência com que elas apareceram também se manteve inexpressiva. Desse modo, considera-se a versão utilizada da MIS adaptada para a cultura brasileira, necessitando, contudo, que estudos psicométricos sejam conduzidos na sequência para possibilitar sua utilização em contexto nacional.
RESUMO (2)
O R-OTIMIZADO PARA O TESTE DE ZULLIGER: DISCUSSÕES PRELIMINARES.
O teste de Zulliger utiliza, assim como o Rorschach, de manchas de tinta como estímulo para avaliação da personalidade. Pesquisas com o Rorschach vêm demonstrando a relevância do número de Respostas (R) na estabilidade e validade de seus indicadores. O novo sistema de aplicação do Rorschach Performance Assessment System (R-PAS) trouxe importantes inovações, incluindo normas internacionais, uma vez que averiguou-se que a variação no número de respostas interfere mais nas características psicométricas do método do que variações culturais. Uma das grandes mudanças introduzidas pelo R-PAS foi a reestruturação das instruções de aplicação para a obtenção de protocolos com intervalo de R considerado otimizado. Assim, observa-se a necessidade de pesquisas que demonstrem a legitimidade destas modificações também para o Teste de Zulliger. O objetivo desse estudo foi analisar dados preliminares sobre a importância de se otimizar o número de respostas também nesse teste. Foram realizadas análises em uma amostra de 51 sujeitos que responderam ao Rorschach e ao Zulliger, na qual identificaram-se algumas divergências relativas ao Tipo de Vivência, contrariando a hipótese de que haveria convergência total dada a similaridade dos instrumentos. Por essa razão comparou-se os casos em que houve divergência e convergência, considerando o número de respostas dadas nos dois testes. Os resultados revelaram diferenças significativas entre os grupos, mostrando um R menor no grupo com divergência, o que sinaliza que um baixo número de respostas torna os resultados dos instrumentos menos consistentes, como já vêm sendo demonstrado para o Rorschach. Os protocolos com maior convergência de resultados no tipo de vivência revelaram uma média de três respostas por prancha no Zulliger e os divergentes de aproximadamente duas. Esse resultado confirma a necessidade de se estabelecer um intervalo ótimo de respostas para o Zulliger, de modo a melhorar a legitimidade dos seus resultados.
RESUMO (3)
AVALIAÇÃO DA PSICOPATIA POR MEIO DAS TÉCNICAS DE AUTO EXPRESSÃO.
A psicopatia pode ser definida como um transtorno de personalidade marcado por prejuízos na socialização, no auto funcionamento e nas relações interpessoais. Dentre os prejuízos no auto funcionamento destacam-se egocentrismo, autoestima direcionada para ganhos pessoais, auto orientação para a obtenção de metas, e, por fim, ausência de normas internas pró sociais associadas a não conformidade com o comportamento normativo legal ou culturalmente ético. Em relação à avaliação psicológica, a tradição clínica apoia-se na Psychopathy Check List Revised (PCL-R), escala que prioriza a entrevista semi estruturada e inclui a avaliação sistemática de tendências e traços de personalidade próprios da psicopatia. De acordo com a literatura, alguns dos instrumentos de auto expressão utilizados na avaliação da personalidade são o Teste de Rorschach SC e o Zulliger - SC. Desse modo, o objetivo geral do presente estudo foi um levantamento bibliográfico de pesquisas e publicações realizadas nos últimos dez anos que utilizaram a PCL-R, bem como as Técnicas de Auto Expressão na avaliação e compreensão da psicopatia. O levantamento bibliográfico demonstrou estudos com resultados estatisticamente significativos, ressaltando a importância do Rorschach-SC e do Zulliger-SC para o exercício dos profissionais no contexto forense. Entretanto, destacou-se a importância da realização de novos estudos de validade para esses instrumentos, visando contribuir para a normatização da população brasileira.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
A inteligência geral e o desempenho nas Pirâmides Coloridas de Pfister em crianças: dados preliminares
O objetivo geral desse estudo foi verificar possíveis correlações entre inteligência geral não verbal e as categorias do aspecto formal, modo de colocação e processo de execução no teste das Pirâmides Coloridas de Pfister de crianças. Participaram 70 crianças (33M e 37 F), alunos de um programa de estimulação cognitiva mantido pela PUC Goiás, com idade entre 7 e 13 anos, e nível de inteligência médio (percentil 50) no Teste Matrizes Progressivas Raven. Todos os participantes foram autorizados por um de seus responsáveis a participar deste estudo, e foram submetidos ao Raven e posteriormente às Pirâmides.A análise dos dados foi realizada mediante estatística descritiva e estudos de correlação para dados não paramétricos. Os dados apontam que crianças com níveis intelectuais médio e médio superior confeccionam pirâmides com aspecto formal do tipo Tapete, em que há menor grau de desenvolvimento emocional ou intelectual, e crianças com níveis intelectuais superiores produzem pirâmides do tipo Formação e Estrutura, que apontam para um funcionamento cognitivo e emocional de nível intermediário. Notou-se ainda o predomínio de pirâmides do tipo Tapetes e de modo descendente, o que sugere insegurança e instabilidade nesta fase em que estão aprendendo a modular as emoções. Quanto à faixa etária, as crianças de 7 e 8 anos apresentam um número estatisticamente significativo de pirâmides do tipo Tapetes, com modo de execução ordenado, e com colocação predominantemente descendente. Em crianças de 9 e 10 anos, e de 11 a 13 anos,há maior ocorrência do tipo Formação e Estrutura, com processo de execução ordenado. O grupo de 11 a 13 anos se destacou pela prevalência do modo ascendente, o que demonstra uma atitude mais estável e madura em relação às demais crianças. Estes dados são preliminares, e uma amostra maior de participantes será necessária para a confirmação destes dados.
RESUMO (2)
Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister e a criatividade em crianças
O Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister é um método expressivo que possibilita a avaliação de aspectos emocionais e cognitivos da pessoa avaliada. A escassez de estudos do teste de Pfister destinado à população infantil e a importância de buscar evidências de validade dos instrumentos psicológicos para diferentes contextos justificam a presente pesquisa, que objetiva verificar a sensibilidade deste método para avaliar a criatividade. Participaram do estudo 90 crianças paulistas, ambos os gêneros, que cursavam a quinta série do Ensino Fundamental em escola pública. A amostra foi selecionada por conveniência e dividida em dois grupos extremos, sendo um composto por 26 crianças com baixo nível de criatividade e outro com 30 estudantes com alto nível de criatividade. O critério de inclusão em cada um dos grupos foi delimitado por meio do Teste de Criatividade Figural Infantil. O teste de criatividade foi administrado em sessão coletiva e após análise do desempenho no teste, foram compostos os dois grupos extremos. Em seguida, o Teste de Pfister foi administrado em sessão individual de aproximadamente 20 minutos. Verificou-se, por meio do teste t de student, o aumento da cor laranja e síndrome de estímulo em crianças criativas e aumento da síndrome incolor em crianças menos criativas. Além disso, foi feito o qui quadrado para identificar diferenças de acordo com o aspecto formal e fórmula cromática. Não foram encontradas diferenças pelo aspecto formal e identificou-se aumento de fórmula cromática ampla e flexível em crianças menos criativas. Os dados sugerem que o Pfister pode contribuir para identificar diferenças entre crianças criativas e não criativas, contudo destaca-se que não há evidencias até o momento de que constitua um instrumento adequado para avaliação do constructo criatividade no contexto infantil, que é caracterizado por um conjunto de informações além da dinâmica emocional e funcionamento cognitivo.
RESUMO (3)
Indicadores de ansiedade no Pfister e no Zulliger: um estudo correlacional.
O objetivo do estudo foi buscar evidencias de validade para as interpretações relativas à ansiedade atribuídas à cor violeta (Vi) no Pfister, correlacionando com os possíveis indicadores de ansiedade no teste de Zulliger. De uma amostra de estudantes universitários, selecionou-se 40 sujeitos distribuídos em dois grupos, tendo por referência a frequência de violeta no teste de Pfister ,em relação a média esperada na população, a saber : 20 com alta frequência, ou seja acima da média , e 20 com violeta rebaixado . Todos haviam se submetido também ao teste de Zulliger-SC.Procedeu-se a avaliação dos protocolos do Zulliger , sem identificação do grupo de pertença, por duas psicólogas especialistas em ambos os instrumentos. Solicitou-se que cada uma, de modo independente e às cegas, agrupasse, com base no Zulliger, os sujeitos que evidenciavam indicadores de ansiedade , justificando cada alocação no grupo com base em indicadores quantitativos e/ou em análise qualitativa de respostas. Estabeleceu-se como hipótese que os protocolos com Vi aumentado no Pfister teriam também protocolos do Zulliger-SC com maior frequência de indicadores de ansiedade . Os resultados indicaram uma alta concordância entre as juízas na composição dos grupos (88%). Entretanto, embora com alta concordância entre as duas juízas, somente 52% dos casos foram corretamente agrupados. A seguir realizou-se uma análise qualitativa dos protocolos agrupados incorretamente, para se compreender as possíveis causas de discordância. No geral, os protocolos do Zulliger empobrecidos, com baixo numero de respostas, foram os responsáveis pela baixa correlação. Eliminando-se tais protocolos, as correlações foram satisfatórias. Tal resultado sugere que o aumento do Violeta se correlaciona com indicadores de ansiedade no Zulliger, sempre que neste último a pessoa não tenha tido um desempenho muito restrito ou defendido, confirmando as interpretações de ansiedade atribuídas ao Vi.
RESUMO (4)
Técnicas de avaliação em psicodiagnóstico: Um estudo de caso
O presente trabalho tem como objetivo apresentar o estudo de um caso avaliado na clínica escola na disciplina de Psicodiagnóstico de uma universidade do Paraná. A avalianda H., sexo feminino, 22 anos, procurou atendimento psicológico e foi convidada a participar da avaliação psicodiagnóstica enquanto aguardava atendimento na fila de espera da clínica. A queixa principal relatada por H. foi que se sentia muito sozinha, triste e não sentia vontade de sair de casa. Foram realizados encontros semanais, totalizando 12 encontros e uma devolutiva ao final do processo. Os instrumentos de avaliação utilizados foram: entrevistas, House-Tree-Person, Inventário Fatorial de Personalidade, Zulliger Sistema Compreensivo e Pirâmides Coloridas de Pfister. Ao longo dos encontros, algumas questões envolvendo seus relacionamentos interpessoais foram levantadas, como, por exemplo, o relacionamento conflituoso com um namorado controlador e sua relação com a avó materna, permeado por conflitos semelhantes. Ao longo do processo de psicodiagnóstico, algumas dessas questões também puderam ser trabalhadas, embora superficialmente. Foi observado também que H. costumava desenvolver atividades de lazer que fossem individuais, como leituras e vídeo games. H. também se mostrou interessada em assistir e ler séries sobre assassinatos ou temas fantásticos e ficar em locais onde pudesse permanecer sozinha (ex. cemitérios). Com auxílio dos instrumentos de avaliação, algumas características importantes de H. ficaram evidentes, como, por exemplo, no teste de Zulliger a percepção de si mesma ou dos objetos como distorcidos (MOR elevado) e propensão a perceber de modo negativo as relações interpessoais (COP
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
AVALIAÇÃO DA AUTOESTIMA E AUTOEFICÁCIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS DE MBA EXECUTIVO
Estudos recentes têm demonstrado que o desenvolvimento de capacidades em alunos de MBA se relaciona com a elevação da autoestima e do senso de autoeficácia, quando estes se sentem valorizados pelo mercado de trabalho pelo conhecimento especializado obtido no curso (Hay & Hodgkinson, 2008; Latham & Brown, 2006; Warhurst, 2011). No entanto, o modo como estes construtos influenciam o processo de produção de conhecimento especializado nestes alunos ainda é uma lacuna presente nas pesquisas da área. O presente trabalho se insere neste debate com objetivo de identificar modificações na autoestima e no senso de autoeficácia e suas possíveis influências na aprendizagem de alunos de MBA. Participaram da pesquisa 21 alunos de dois cursos de MBA Executivo em SP e no RS, com idade entre 28 e 54 anos (M=38,8, DP=8,13). Foram aplicadas as Escala Geral de Autoeficácia (Ferraz, Pacico & Hutz, 2013) e Escala de Autoestima (Zanon & Hutz, 2011) em dois momentos: nas primeiras atividades em sala de aula e no final do curso. Foi realizado o teste t para medidas repetidas para avaliar diferenças de médias entre as duas aplicações. Os resultados mostraram diferenças significativas, porém em direção contrária à esperada para autoeficácia.
RESUMO (2)
Autoeficácia- relações com desempenho e formas de mensurar
Estudos sobre autoeficácia no contexto organizacional tem examinado a sua relação com escolha de carreira, satisfação no trabalho e desempenho profissional. Existem duas abordagens (específica e geral) através das quais se pode conceituar autoeficácia. Em linhas gerais, podemos defini-la como a crença que o sujeito tem em suas próprias capacidades de atingir um objetivo. A importância da autoeficácia nas organizações salienta-se em função de sua relação com desempenho. Estudos recentes apontam que existe uma correlação moderada entre autoeficácia e alto desempenho. Uma escala de autoeficácia geral foi construída e avaliou esta relação.
RESUMO (3)
VAIDADE NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL
Os estudos sobre vaidade ainda são pouco recorrentes, muito embora seja um constructo relevante na contemporaneidade, uma vez que é relacionada tanto a aparência física, quanto o desenvolvimento profissional. A percepção que o indivíduo tem de como as outras pessoas o veem é avaliada pela vaidade e influencia no modo como este percebe o mundo e a si mesmo. A Geração Y considera importante ser atraente e ter boa aparência, refletindo a crença atual de que o sucesso é vinculado à beleza física, tornando essa um atributo desejável. Este movimento pode ser entendido pela Teoria da Comparação Social que afirma que as pessoas comparam-se aos seus semelhantes, de forma inconsciente, formando padrões a serem seguidos. Neste trabalho se discute os efeitos da vaidade no âmbito organizacional, através dos resultados de três estudos: a) Estudo Piloto, com 31 participantes, estudantes do primeiro ano de Psicologia, sendo 67% mulheres e média de idade de 20,5 anos (DV= 6,2). b) Estudo 1, com 86 universitários, entre 18 e 38 anos (M= 21,75, DV=3,6) e 42% homens. c) Estudo 2, com uma amostra de 480 brasileiros entre 18 e 63 anos (M= 27,42 e DV= 8,448), com 67,7% mulheres. Foram aplicadas a Escala de Autoestima de Rosenberg (Hutz & Zanon, 2011) e a escala de Vaidade (Netemayer et al., 1995), essa última traduzida nesses mesmos estudos. Neste trabalho serão apresentados além da validação da Escala de Vaidade no Brasil, como a carreira profissional se vincula à vaidade e à autoestima em uma relação que tende a mudar com a idade e entre homens e mulheres. Os resultados encontrados apontam também possíveis repercussões no consumo e efeitos da mídia.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Avaliação Longitudinal da Memória no Transtorno Depressivo Maior
Objetivo: Avaliar a memória de indivíduos com TDM submetidos a um ano de tratamento psicoterápico. Método: Os participantes foram avaliados antes do ingresso na psicoterapia e re-avaliados após o término do tratamento, na forma teste-reteste. Para o diagnóstico psiquiátrico foi utilizada a Entrevista Clinica Estruturada para o DSM-IV-R (SCID I), para a avaliação da intensidade dos sintomas da depressão foi administrado o Inventário de Depressão de Beck (BDI) e para a avaliação da memória foram selecionados dois subtestes da WMS-R, Memória Lógica (ML) e Reprodução Visual (RV), e os testes Figura Complexa de Rey (FCR) e Rey Auditory Verbal Learning Test (RAVLT). Foram avaliados 40 indivíduos, de ambos os sexos, com idades variando entre 18 e 69 anos, idade média de 40,43 anos, com diagnostico de TDM atendidos em psicoterapia psicanalítica no Ambulatório de Psicoterapia do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo UNIFESP. Resultados: Foi feita análise estatística do Teste de Wilcoxon para avaliação dos resultados. Segundo o BDI houve supressão dos sintomas após um ano de tratamento; quanto a memória visual, observou-se melhora significativa na evocação imediata (FCR e RV) e tardia (FCR) e; quanto a memória verbal, não foram observadas diferenças significativas após o tratamento. Conclusão: Após um ano de psicoterapia os indivíduos apresentaram supressão dos sintomas e com isso, demonstraram maior ajustamento emocional, o que contribuiu para uma maior capacidade perceptiva do ambiente, tendo maior pregnância os estímulos visuais do que os verbais.
RESUMO (2)
ESTUDO LONGITUDINAL DOS ASPECTOS COGNITIVOS DO TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR
Objetivo: Identificar padrões neuropsicológicos presentes em indivíduos com TDM em seguimento de dois anos de tratamento psicoterápico, discriminar quais aspectos cognitivos estão mais prejudicados e verificar se o tempo de exposição da amostra à psicoterapia influencia os resultados. Método: Os participantes foram avaliados antes do ingresso no tratamento psicoterápico e re-avaliados anualmente, por dois anos, na forma teste-reteste. Para o diagnóstico psiquiátrico foi utilizada a Entrevista Clinica Estruturada para o DSM-IV-R (SCID I) e para a avaliação do perfil cognitivo foi selecionada uma bateria neuropsicológica, a qual consta do WAIS-III e do Rey-Osterrieth Complex Figure Test. Foram avaliados 20 indivíduos, de ambos os sexos, com idades variando entre 18 e 65 anos, idade média de 37,85 anos, com diagnostico de TDM atendidos em psicoterapia psicanalítica no Ambulatório de Psicoterapia do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo UNIFESP. Resultados: Foi feita análise estatística do Teste de Friedman para avaliação longitudinal dos resultados, tendo sido observadas melhoras significativas nos subtestes Semelhanças (S), Completar Figuras (CF), Arranjo de Figuras (AF), Procurar Símbolos (PS) e Armar Objetos (AO) do WAIS-III, os quais demonstraram melhoras nas capacidades de abstração (S), visuo-perceptivas (CP), de inteligência social (AF) e na velocidade de processamento (PS e AO). No Teste da Figura Complexa de Rey a melhora significativa ocorreu na evocação tardia, o que se deu devido a uma melhora na consolidação e armazenamento da informação visual. Conclusão: Os aspectos cognitivos característicos do TDM inicialmente prejudicados, foram beneficiados pelo tratamento psicoterápico de dois anos.
RESUMO (3)
Cognitive and behavior assessment of psychiatric patients in one year of psychotherapy follow-up
Since the brain systems and the environment influence each other, and also considering that it is possible to learn and model behaviors, it is believed that psychotherapy can be useful for improving brain plasticity. This study aimed to present a frequency analysis of cognitive and behavioral aspects improving in adults attending a free university healthcare service in São Paulo, Brazil, after one year of psychotherapy. Methods: The patients were evaluated before and after one year of psychotherapy with the same instruments by the means of the test-retest method. Administered instruments were the Structured Clinical Interview for DSM-IV (SCID-I, SCID-II) and the Wechsler Intelligence Scale for Adults Third Edition (WAIS-III). SCID-I and SCID-II were applied for identifying psychiatric diagnoses before starting psychotheraphy and the WAIS-III was to assess cognitive profiles before and after treatment. Results: 65 adult patients from both genders with a mean age of 40.17 years were assessed. Of these patients, 89.66% presented Mood Disorders on Axis-I (SCID-I) and 70.77% presented Personality Disorders on Axis-II (SCID-II). The comparison between the two sets of results reveals improvements in their global cognitive functions, with more significant changes in the performance scale than the verbal scale. Conclusions: Over one year of psychotherapy, all patients showed improvements in their mental process development, declines in their defensive response, greater receptivity to environmental demands and a progressive increase in adaptability due to both psychotherapy and psychotropic drugs intake. The treatmet provided effective behavioral changes in cognitive functioning.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Metacognição Infantil: elaboração de instrumento para avaliação e análise dos seus parâmetros psicométricos
A metacognição corresponde a pensamentos e conhecimentos que os indivíduos possuem sobre seus próprios pensamentos e processos cognitivos. A utilização e o domínio das habilidades metacognitivas são aspectos importantes para a aprendizagem, uma vez que a literatura aponta que alunos que não utilizam essas habilidades tendem a apresentar rendimento acadêmico inferior aos alunos que as utilizam de maneira eficiente. Após constatação na literatura nacional de carência de instrumentos para mensurar a metacognição infantil foi elaborada a Escala de Metacognição (EMETA) destinada a crianças de 9 a 12 anos de idade. A análise das evidências de validade e precisão do instrumento, em um primeiro estudo, revelou resultados pouco satisfatórios, especialmente em relação ao número de fatores encontrados e à porcentagem de variância explicada, considerada baixa. Em estudo posterior, realizou-se nova análise das evidências de validade baseadas na estrutura interna e análise da consistência interna da escala, bem como novo cálculo do número de fatores e da porcentagem da variância explicada. Os resultados observados nesse último estudo com amostra de 196 participantes foram mais satisfatórios, tendo o número de fatores alterado para dois e a porcentagem de variância total explicada aumentado. Entretanto, o valor para a porcentagem de variância ainda é considerado baixo para escalas como a EMETA e estudos futuros deverão ser conduzidos com o objetivo de aumentá-lo. Acredita-se que uma primeira variável a ser manipulada deveria ser o número de participantes da amostra, uma vez que a quantidade utilizada foi considerada baixa para um instrumento com a quantidade de itens da Escala de Metacognição.
RESUMO (2)
Escala metacognitiva para idosos: elaboração de itens e análise dos parâmetros psicométricos.
Novas formas de estudar e intervir junto à população idosa vem surgindo, pois o envelhecimento não mais é visto como necessariamente acompanhado de declínio cognitivo. Juntamente à valorização dos estudos sobre o envelhecimento, os processos metacognitivos, que coordenam o desempenho cognitivo, passaram a adquirir importância na literatura das últimas quatro décadas. A metacognição corresponde a pensamentos e conhecimentos que os indivíduos possuem sobre seus próprios pensamentos e processos cognitivos. Assim, uma pessoa que avalia se a atividade que está realizando atingirá ou não os objetivos estabelecidos por ela, está utilizando a metacognição. Haja vista a carência de instrumentos nacionais que a mensurem, o estudo teve como objetivo principal investigar os parâmetros psicométricos de uma escala destinada à avaliação da metacognição em idosos. A primeira etapa do estudo consistiu na elaboração da Escala de Metacognição Sênior (EMETA-S), do tipo Likert, sendo que o participante deve escolher, dentre quatro possibilidades de resposta, aquela que mais o caracteriza. A segunda etapa investigou as evidências de validade baseadas no conteúdo por meio da avaliação de três juízes especialistas. A escala também foi aplicada em uma amostra piloto de 15 participantes idosos com a finalidade de verificar se as instruções e os itens eram compreensíveis, o que resultou em modificações na redação das instruções, dos itens e nos descritores da escala, sendo esta a terceira etapa do estudo. Na quarta etapa, foi realizada análise fatorial na amostra de 194 participantes e feita a exclusão de itens que apresentaram cargas fatoriais baixas, itens com baixa concordância entre juízes, itens mal compreendidos pelos participantes e itens semelhantes entre si. A análise de precisão indicou adequação dos itens ao conceito proposto e boa consistência interna da escala. A ANOVA não mostrou diferenças significativas entre a média do desempenho e as variáveis: gênero, escolaridade e idade dos participantes.
RESUMO (3)
Monitoramento metacognitivo de crianças diante de medidas de capacidades intelectuais.
A metacognição pode ser entendida como o conhecimento que o indivíduo possui sobre seu próprio funcionamento cognitivo, o que lhe permite planejar, monitorar, regular e avaliar suas atividades cognitivas. Estudos da área têm sido conduzidos para produzir instrumentos e medidas confiáveis do desempenho metacognitivo dos indivíduos, diversos deles tendo como referencial teórico os modelos formulados por Flavell e Nelson e Narens. Alguns destes instrumentos são escalas de autorrelato. O monitoramento metacognitivo, foco do presente estudo, é avaliado com frequência por meio dos julgamentos, que constituem outra ferramenta de avaliação da metacognição. O presente estudo teve como objetivo investigar o monitoramento metacognitivo de crianças durante a realização de três subtestes que compõem a Bateria Multidimensional de Inteligência Infantil: Desempenho em Matemática, Vocabulário Geral e Indução. O referencial teórico desta bateria é o Modelo Cattell-Horn-Carroll de inteligência e os subtestes referidos são destinados à avaliação das capacidades de conhecimento quantitativo, inteligência cristalizada e inteligência fluida, respectivamente. Participaram do estudo 44 alunos do quinto ano do Ensino Fundamental. Eles realizaram, individualmente, os três subtestes da BMI, e foram solicitados a emitir estimativas acerca de seu desempenho; estes julgamentos correspondem ao monitoramento metacognitivo. Os resultados indicaram que a amostra já apresenta habilidades de monitoramento cognitivo, e algumas medidas de monitoramento mostraram-se significativamente melhores para o subteste Desempenho em Matemática. Os dados são relevantes para confirmar, na população nacional, as informações da literatura internacional, e também para discutir a importância do incentivo e estímulo ao treinamento das habilidades metacognitivas.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Desenvolvimento positivo ao longo da infância e adolescência
As pesquisas sobre desenvolvimento humano têm abarcado questões relacionadas aos aspectos cognitivos, emocionais e relacionais. Entretanto, tais estudos pouco contribuem para o conhecimento de como é possível otimizar o desenvolvimento de aspectos positivos desde a infância. Para que o período de transição entre infância e adolescência ocorra de maneira positiva, é necessária a presença de certos fatores que possam garantir um processo produtivo e positivo. A perspectiva positiva do desenvolvimento é uma concepção baseada nas forças, potenciais, e atributos positivos das crianças e dos adolescentes. Refere-se aos aspectos positivos do comportamento humano e aos resultados bem sucedidos do desenvolvimento. É uma abordagem que concebe o processo do desenvolvimento basicamente como um esforço para sobrepor riscos e deficiências, enquanto reconhece a existência de desafios que podem afetar as crianças de varias maneiras ao longo do desenvolvimento. Os jovens são vistos como recursos a serem desenvolvidos e não apenas desafios a serem treinados ou orientados. O objetivo desse trabalho é discutir o conceito de desenvolvimento positivo e apresentar uma revisão sobre os principais indicadores de desenvolvimento positivo ao longo da infância e adolescência, entre eles o bem-estar subjetivo e o otimismo. Serão discutidos os principais desafios desse novo paradigma, bem como a importância do papel que pais, professores e outros adultos desempenham junto à criança e ao adolescente.
RESUMO (2)
Bem-estar subjetivo ao longo do desenvolvimento: estudos brasileiros
O bem-estar subjetivo (BES), termo científico para a compreensão da felicidade e satisfação de vida, vem recebendo atenção da comunidade científica brasileira nos últimos tempos. O BES refere-se à satisfação da pessoa com a própria vida e inclui os julgamentos cognitivos e as reações emocionais frente a eventos e à experiência destes. Os principais autores da área definem BES como uma categoria de fenômenos na qual se encontram as respostas emocionais, as satisfações referentes a domínios específicos da vida e os julgamentos globais de satisfação de vida. Este trabalho tem como objetivo discutir o conceito de BES e apresentar algumas pesquisas desenvolvidas junto ao Núcleo de Psicologia Positiva, do Laboratório de Mensuração da UFRGS, sobre BES ao longo do desenvolvimento infantil e da adolescência. Instrumentos de medida de auto-relato de indivíduos de diferentes fases do desenvolvimento, construídos no Brasil, serão apresentados. Os dados encontrados vêm sugerindo que essa variável deve ser compreendida e estudada como função de múltiplos fatores em interação. O conhecimento disponível sobre os componentes e os antecedentes do BES reforçam o modelo multidimensional. Os domínios de satisfação de vida comuns para crianças e adolescentes ao longo dos estudos reforçam a importância do self, da família, da escola e da amizade para a constituição de níveis positivos de satisfação de vida. No que se refere ao componente emocional do BES, os afetos positivos e negativos, os resultados dos estudos desenvolvidos têm apontado para medidas positivas entre crianças, adolescentes e adultos. São explorados os resultados de alguns estudos correlacionais entre o BES e outras variáveis positivas, entre elas otimismo e auto-estima. Aponta-se e discute-se caminhos futuros do estudo do bem-estar subjetivo.
RESUMO (3)
Expectativas futuras positivas: Um estudo correlacional entre Otimismo e Personalidade
Otimismo pode ser definido como um traço disposicional que leva o indivíduo a ter expectativas positivas em vários domínios importantes da vida. Uma pessoa otimista acredita que mais eventos bons irão acontecer que eventos ruins, enquanto que os pessimistas esperam mais por eventos ruins. Pesquisas demonstram que o otimismo está associado com medidas proativas para proteger a saúde, maior engajamento e persistência em estudos, trabalhos e no tratamento de doenças. O objetivo deste estudo foi investigar a correlação entre otimismo e personalidade na adolescência, entendendo que esta etapa do desenvolvimento é preparatória para comportamentos futuros. Uma amostra de 450 estudantes brasileiros do ensino médio (56% meninas) com idade entre 14 e 18 anos (M = 16,8, DP = 3,4) participaram do estudo e preencheram as seguintes escalas: Revised Life Orientation Test (LOT-R), para avaliar otimismo e, Bateria Fatorial de Personalidade (BFP), para avaliar a personalidade no modelo dos cinco grandes fatores. Os resultados indicaram que o otimismo apresenta uma correlação moderada e negativa com o fator Neuroticismo. Isso pode indicar que quanto menor o nível de comprometimento e instabilidade emocional da pessoa, maior o grau de expectativas positivas em relação a eventos futuros. Entre otimismo e os fatores de personalidade Extroversão e Socialização foram encontradas correlações positivas. Conclui-se que os indivíduos otimistas tendem a apresentar mais características tais como socialização, empatia, generosidade, organização e determinação. Ter conhecimento disso, em uma etapa anterior a vida adulta, como a adolescência, pode ajudar os pais na maneira de orientar seus filhos, bem como melhorar políticas educacionais.
RESUMO (4)
Esperança em adolescentes
A esperança emerge da interação entre rotas e agenciamento quando existe um objetivo suficientemente importante para que o sujeito decida buscá-lo. As rotas são os caminhos cognitivamente traçados para buscar o objetivo. O agenciamento é o componente motivacional da esperança, que impele o sujeito a buscar os resultados desejados. Existem relatos na literatura relacionando esperança a desempenho, principalmente acadêmico, bem estar, otimismo e satisfação de vida. Outros estudos destacam a relação entre esperança e personalidade. No Brasil foi realizado um estudo com 450 adolescentes de escolas públicas e privadas do RS com objetivo de relacionar esperança e personalidade. Os resultados indicaram que extroversão e realização correlacionam-se positivamente com esperança. Já entre neuroticismo e esperança existe uma correlação negativa. Tais resultados sugerem que características como determinação, comunicação e persistência são importantes para elevados níveis de esperança. Por outro lado, instabilidade emocional colabora para a redução da esperança.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
AVALIAÇÃO DO ENFRENTAMENTO MATERNO FRENTE À HOSPITALIZAÇÃO DO BEBÊ EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
Este trabalho discute a avaliação do enfrentamento (coping) materno da hospitalização do bebê prematuro e com baixo peso em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), a partir da Teoria Motivacional do Coping. Esta define o enfrentamento como um processo de autorregulação em condições de estresse, visando manter, restaurar ou reparar necessidades psicológicas básicas de relacionamento, competência e autonomia. Os estressores podem ser percebidos como ameaça ou desafio, sendo seu enfrentamento classificado em 12 famílias, segundo seu desfecho adaptativo: (a) positivo (autoconfiança, busca de suporte, resolução de problemas, busca de informações, acomodação e negociação); e (b) negativo (delegação, isolamento, desamparo, fuga, submissão e oposição). As 25 participantes foram abordadas na UTIN e, após consentimento escrito, responderam aos instrumentos: (a) Protocolo de Registro de Dados Gerais; (b) Escala Modos de Enfrentamento de Problemas (EMEP); (c) Questionário Momento da Notícia; e (d) entrevista sobre coping. Após a alta hospitalar, as mães foram entrevistadas, preenchendo novamente a EMEP. As estratégias de enfrentamento (EE) mais utilizadas foram autoconfiança, negociação, acomodação (mediadas principalmente por crenças religiosas) e busca de suporte (sobretudo do marido/companheiro); ocorreram também estratégias menos adaptativas, como delegação. Houve correlações significativas entre: (a) nível socioeconômico mais alto e uso de EE relacionadas à necessidade de relacionamento; (b) mães multíparas e desamparo, fuga e oposição e EE agrupadas como percepção de ameaça; (c) mães que não trabalhavam fora de casa e autoconfiança; e (d) maior número de dias de internação do bebê e menor delegação. Avaliação do coping após a alta do bebê indicou maiores médias em negociação, autoconfiança, acomodação e busca de suporte, e redução significativa de delegação. No geral, as mães enfrentaram a hospitalização com EE relacionadas a desfecho adaptativo positivo. Discute-se a importância da adoção de uma perspectiva multimetodológica na análise do coping e o desenvolvimento de novos instrumentos para sua medida.
RESUMO (2)
AVALIAÇÃO DO ESTRESSE E DAS ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO DE CUIDADORES DE CRIANÇAS COM ANEMIA FALCIFORME
Uma doença crônica na infância pode provocar, precipitar ou agravar desequilíbrios psicológicos e sociais no contexto familiar. Na Anemia Falciforme (AF), doença que tem a dor como principal manifestação clínica, os cuidadores podem apresentar maior vulnerabilidade ao estresse, necessitando cuidado especial pelos profissionais de saúde. Este estudo avaliou as estratégias de enfrentamento (EE) da dor e o nível de estresse em 8 cuidadores de crianças com AF (8-10 anos), em Hospital Universitário de Vitória, ES. Os cuidadores responderam aos seguintes instrumentos: a) Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL), que identifica presença, tipo de sintoma (somático/físico ou psicológico) e fase de estresse (Alerta, Resistência, Quase Exaustão e Exaustão); e b) Inventário de Estratégias de Enfrentamento (IEE), de Savóia, que permite análise clínica do coping diante de um evento específico, com 66 itens agrupados em 8 fatores avaliados como 0= não utilizado, 1= pouco utilizado, 2= usado bastante ou 3= usado em grande quantidade. As EE classificadas como positivas foram Autocontrole (AUT), Busca por Suporte Social (BUS), Aceitação de responsabilidade (ARE), Resolução de Problemas (RES) e Reavaliação positiva (REA); e as negativas Confronto (CON), Afastamento (AFA) e Fuga e Esquiva (FUE). Na avaliação do estresse, a maioria (87,5%) apresentou sintomas psicológicos na fase de Resistência. As EE utilizadas em grande quantidade foram BUS e RES (87,5%), REA e FUE (75%). Por outro lado, ARE (75%), AUT (75%) e CON (62,5%) foram as EE descritas como pouco utilizadas. Para toda a amostra, AFA foi assinalada como uma EE não utilizada diante do estressor dor. Apesar dos cuidadores demonstrarem comportamentos proativos para resolução do problema da dor da criança com AF, esta situação não é percebida sem sofrimento, colocando-os em risco para desenvolvimento de problemas físicos e emocionais, dificultando seu papel de protetor do desenvolvimento infantil.
RESUMO (3)
AVALIAÇÃO DE COPING EM CRIANÇAS PRÉ-CIRURGICAS ATRAVÉS DO AEH
Crianças que vão ser submetidas a cirurgias passam por procedimentos desconhecidos e incontroláveis, tornando a internação um evento ameaçador, circundado por fantasias, medos e reações adversas. Objetivando melhorar adaptação e diminuir sofrimento, cabe ao psicólogo reconhecer os sentimentos que essa situação desperta e os recursos que a criança dispõe para enfrentá-la. Esta pesquisa teve como objetivo identificar os comportamentos e estratégias de enfrentamento utilizadas por crianças cirúrgicas, no momento da hospitalização, através de um instrumento lúdico e de fácil aplicação. Responderam à Avaliação das Estratégias de Enfrentamento da Hospitalização (AEH), 58 crianças com idade entre 7 e 12 anos. O instrumento, composto por 20 cenas coloridas, retrata possíveis comportamentos emitidos na hospitalização, cabendo à criança apontar, numa escala Likert de 5 pontos, quão frequentemente utiliza aquele comportamento e justificar suas respostas. As crianças tinham idade média de 9 anos, 80% já havia tido contato com o hospital e, 41,4% com cirurgias previas. Meninos e crianças menores de 11 anos apresentaram um repertório de estratégias mais limitado que meninas e crianças maiores. Os comportamentos mais escolhidos foram tomar medicação (89%), assistir TV (80%) e conversar (74%); e estratégias de enfrentamento relacionadas à solução de problemas e distração. Os comportamentos menos pontuados foram esconder-se (3%) e pensar em fugir (9,7%). Estratégias como desamparo e esquiva foram mais utilizadas por crianças sem experiência prévia com cirurgia e reestruturação cognitiva foi apontada, principalmente por crianças mais velhas e com cirurgias prévias. Conclui-se que apesar da maioria das crianças optarem por estratégias de enfrentamento direcionadas ao problema, crianças mais novas e sem internação prévia apontaram estratégias que podem dificultar sua adaptação. Os dados sinalizam para a necessidade de apresentar a essas crianças o ambiente hospitalar, informar sobre procedimentos e desconstruir fantasias para diminuir a ansiedade. Sempre que possível, possibilitar a aprendizagem de novas estratégias mais adaptativas.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Nitidez dos interesses profissionais e qualidade do ensino: uma pesquisa com estudantes do Ensino Médio
Os interesses profissionais estão entre as variáveis que se associam à satisfação profissional e, portanto, um dos principais fatores a ser considerado no momento da escolha da profissão. Em um processo de avaliação, devem-se investigar as variáveis que indicam o estado de desenvolvimento dos interesses, quais sejam, consistência, congruência e nitidez do perfil. A nitidez ou diferenciação, foco do presente estudo, se refere à clareza dos interesses, ou seja, dentre as dimensões profissionais avaliadas verifica-se o quanto a mais preferida se distancia da menos preferida. Salienta-se que as experiências de aprendizagem, tais como, aquelas relacionadas ao contexto escolar podem contribuir para a formação dos interesses, por meio da exposição a diferentes situações profissionais, bem como pela qualidade do ensino. O objetivo deste estudo foi verificar diferenças na nitidez do perfil de interesses de estudantes de três escolas públicas com desempenho inferior, médio e superior no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A Escala de Aconselhamento Profissional (EAP) foi aplicada, coletivamente, a 232 estudantes do terceiro ano do Ensino Médio. Os resultados indicaram que, para as dimensões da EAP, houve diferença significativa apenas entre as escolas com desempenho baixo e intermediário, sendo a última com maior média na dimensão Artes/Comunicação. Em relação à nitidez, a ANOVA demonstrou que houve diferença significativa entre as instituições, de forma que os estudantes da escola com baixo desempenho no ENEM tiveram níveis inferiores em relação aos participantes da escola com desempenho elevado. Não obstante as limitações do estudo, infere-se que ao final do Ensino Médio as características do contexto escolar, principalmente, a qualidade do ensino pode ser um dos fatores que vão contribuir para que os alunos criem expectativas positivas em relação a vida profissional, fazendo com que eles reflitam mais sobre as atividades que gostariam de desenvolver e, assim, tenham um perfil de interesses mais definido.
RESUMO (2)
Nitidez dos perfis de interesses na EAP em relação à idade e escolaridade
Uma variável importante a ser observada na avaliação dos interesses profissionais é o nível de nitidez do perfil, ou seja, uma avaliação intra-pessoa da diferença entre as distâncias das preferencias por determinados grupos de atividades profissionais. Esse índice pode ajudar na interpretação do perfil, uma vez que informa sobre quão definidas está o padrão de diferença entre os interesses. Assim, o objetivo deste trabalho é verificar diferenças na nitidez de perfis de interesses na EAP em relação à idade e escolaridade dos participantes. Para tanto, foi analisado um banco de dados com respostas de 6824 estudantes brasileiros, com idades entre 14 e 50 anos, cursando desde ensino fundamental até ensino médio. Para determinar o nível de nitidez, foram gerados os escores para cada participantes nas dimensões da EAP, quais sejam, Ciências Exatas, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Ciências Agrárias e Ambientais, Atividades Burocráticas, Entretenimento, Ciências Biológicas e da Saúde e Artes e Comunicação. Foram utilizadas as médias das pontuações da escala tipo Likert, a fim de torná-los comparáveis entre si. Em seguida, foi realizada uma subtração entre os dois escores extremos (maior e menor), admitindo-se que quanto maior o resultado da equação, maior o nível de nitidez do perfil. O próximo passo foi realizar análises de variância (ANOVA) considerando as idades e as escolaridades dos participantes. Os resultados sugeriram que a escolaridade parece ser uma variável mais apropriada para a verificação de diferenças na nitidez dos perfis de interesse, sendo que os estudantes de ensino médio apresentaram o menor nível de nitidez e os universitários, o maior. Apesar de algumas limitações, tais como as diferentes quantidades de pessoas alocadas em cada grupo tanto de idade quanto de escolaridade, pode-se afirmar que os resultados deste trabalho contribuem para a compreensão de variáveis relacionadas com o desenvolvimento dos interesses profissionais.
RESUMO (3)
Avaliação dos interesses profissionais em dois cursos técnicos profissionalizantes
A avaliação dos interesses profissionais é prática recorrente nos processos de orientação profissional, mesmo com a ausência de uma definição consensual a respeito do construto. Diversas teorias estão disponíveis na literatura e tem sido utilizadas na prática, bem como os instrumentos para medir os interesses. A concepção tida como a mais atual por alguns autores, entende os interesses como padrão de gostos e desgostos e respostas aos estímulos do ambiente, buscando a satisfação das necessidades do indivíduo. Desta forma, a avaliação dos interesses nessa perspectiva deve considerar as preferências dos indivíduos. Ressalta-se que os interesses profissionais podem ser investigados em qualquer momento da vida de uma pessoa, mas a ênfase ainda permanece no momento de escolha de um curso universitário, ainda no período da adolescência. A partir disso, o objetivo deste estudo foi avaliar os interesses profissionais de alunos de dois cursos técnicos profissionalizantes (técnico em fabricação mecânica e técnico em design de móveis) oferecidos pela instituição SENAI. Foram participantes 60 sujeitos, sendo 58,3% homens (N=35) e 41,7% mulheres (N=25), com idades entre 15 e 59 anos (M=21,60; DP=8,20), sendo 48,3% (N=29) do curso Técnico Fabricação Mecânico e 51,7% (N=31) Técnico Designer de Moveis. Os interesses foram avaliados pela Escala de Aconselhamento Profissional (EAP), aplicada de forma coletiva no período regular de aula. Foram verificadas as diferenças de interesses em relação ao curso, sexo e idade, e os resultados evidenciaram que os alunos do curso técnico Fabricação Mecânica apresentaram maiores médias em todas as dimensões quando comparados aos alunos do técnico Design de móveis, sendo as maiores preferência pelas dimensões Ciências Exatas, Ciências Agrárias e Ambientais e Atividades Burocráticas. Os alunos do Desing de móveis preferem mais as dimensões Artes e Comunicação, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Ciências Agrárias e Ambientais. Destaca-se que no curso de Fabricação Mecânica, a maioria dos alunos era do sexo masculino e no Design de móveis, maioria do sexo feminino. Os resultados parecem coerentes às atividades desenvolvidas pelos profissionais de cada curso. As limitações do estudo devem ser consideradas, como a amostra pequena e restrita a uma única instituição.
RESUMO (4)
Nitidez de perfil e maturidade profissional: estudo comparativo
O processo de escolha profissional engloba o conhecimento de características individuais, tais como, interesses, habilidades, traços de personalidade, valores, expectativas quanto ao futuro profissional e a maturidade para realizar a escolha da atividade de trabalho. Nesse sentido investigações da relação entre essas características são necessárias para o aprimoramento da área de Orientação Profissional e de Carreira. Assim, fez-se objetivo do presente trabalho verificar a existência de diferenças na nitidez de perfil de interesses, em relação à maturidade para a escolha profissional. Para tanto, foram utilizadas a Escala de Aconselhamento Profissional (EAP) e Escala para Maturidade para Escolha Profissional (EMEP). Participaram da pesquisa 233 alunos do primeiro e terceiro anos do ensino médio, de ambos os sexos, com média de idade de 16,41 anos (DP=1,13). A nitidez foi considerada a partir da diferença entre a maior e a menor pontuações obtidas entre as sete dimensões da EAP. No que respeita à maturidade, considerou-se a distribuição por grupos criados a partir dos quartis identificados na pontuação total. Utilizando análise de variância (ANOVA), verificou-se que a nitidez de perfil é diferenciada significativamente pelo nível de maturidade. Observou-se ainda quanto maior a pontuação em relação ao nível de maturidade, mais altos também são os índices de nitidez encontrados. Tais resultados sugerem que um perfil nítido representa bom nível de maturidade para a escolha profissional. Entretanto, considerando as limitações desta pesquisa, deve ser mencionado que a amostra provém de uma única instituição de ensino. Nesse sentido, sugere-se o desenvolvimento de novos estudos que investiguem outras amostras.
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Palavras-chave:
TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Validade da estrutura interna da Coaching Efficacy Scale no contexto Brasileiro
Recentemente foi incorporado na literatura esportiva o conceito eficácia de treinamento, o qual foi baseado na abordagem social cognitiva de Bandura e, mais especificamente, na teoria da autoeficácia. O modelo de eficácia de treinamento diz respeito à maneira com que os treinadores demonstram sua capacidade de afetar o aprendizado e desempenho dos seus atletas. É, portanto, uma construção multifatorial, que consiste na confiança com respeito à estratégia de jogo, motivação, ensinamento de técnicas e construção de caráter. Além destes, fatores as fontes reconhecidas de eficácia no treinamento, são importantes, pois incluem experiências passadas, sucesso no passado ou percebido melhoras nos atletas, apoio social e experiências educacionais. As consequências desse construto mais conhecidas incluem o comportamento, satisfação e o comprometimento com o técnico, assim como, o desempenho dos atletas e na crença de eficácia. Esta pesquisa tem como objetivo principal verificar a validade da estrutura interna da Coaching Efficacy Scale para o contexto brasileiro. A amostra definida neste estudo foi de caráter não probabilístico, ou seja, não se constitui ao acaso, mas depende das características específicas que o investigador tem interesse de pesquisar. Esta pesquisa foi realizada com 207 treinadores de 5 modalidades esportivas: futebol, basquete, vôlei, handebol e tênis de campo e dividida entre treinadores de categorias de base e da categoria profissional. Os resultados indicam que a EET (Escala de Eficácia de Treinamento) apresenta evidências de validade de construto adequadas ao modelo teórico. Os resultados deste estudo também podem fornecer informações importantes para a formação de treinadores brasileiros.
RESUMO (2)
A EVOLUÇÃO DAS AVALIAÇÕES E PESQUISAS DE ESTRESSE NO ESPORTE
O estresse é um constructo psicológico estudado há várias décadas. Em meados de 1936 o médico Hans Selye formulou o primeiro conceito, onde definiu que o estresse é um conjunto de reações que o organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço de adaptação. Os estudos científicos com estresse apareceram na década de 20, enquanto que as investigações de estresse no esporte apenas na década de 50. No meio esportivo a avaliação do estresse é de fundamental importância, além de identificar se o atleta apresenta estresse, é necessário analisar as causas e desenvolver estratégias de enfrentamento. Lembrando que o estresse fisiológico imposto ao organismo pelo treinamento pode ser considerado como uma combinação de influências positivas (condicionamento) e negativas (fadiga) no rendimento, além de ser um bom indicador no diagnóstico de burnout, overtraining ou overreaching. Inicialmente o estresse no esporte era avaliado principalmente através de questionários, inventários, frequência cardíaca, variabilidade cardíaca, frequência respiratória e temperatura corporal. Com o passar dos anos foi verificado que o hormônio cortisol é o marcador fisiológico de estresse, que pode ser avaliado através da urina, sangue, saliva e recentemente também pelo cabelo. Vários estudos tentaram mostrar a relação entre medidas subjetivas (questionários e inventários) e medidas objetivas (hormônio) do estresse no esporte, mas na maioria dos trabalhos não existe relação significativa. Vale ressaltar que ambas as medidas são importantes, pois o estresse é avaliado a partir de diferentes perspectivas que podem dar subsídios para o diagnóstico do estresse crônico. Contudo o grande desafio é trabalhar com instrumentos validados para o português e adaptados para a cultura brasileira.
RESUMO (3)
PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO PARA ATLETAS OLÍMPICOS
A Confederação Brasileira de Judô dispõe de um Serviço de Psicologia que atende aos atletas da seleção brasileira desde 2004. Acompanhando os avanços na área da neurociência desde 2011 intitulou-se Serviço de Psicologia e Neurociência. O principal objetivo deste Serviço é, além de prestar suporte psicológico específico em treinamentos e competições, avaliar e orientar atletas na sua correta planificação e execução de seu treinamento psicológico. Diante da exigência, cada vez maior, do ambiente competitivo em alcançar metas e superar performances busca-se, através da avaliação psicológica identificar, analisar e intervir nas variáveis psicológicas que interferem no desempenho esportivo. No protocolo seguido a identificação acontece por meio de observações sistemáticas e assistemáticas de treinos e competições e atendimentos individuais. A análise consta da aplicação de instrumentos gerais e específicos para o esporte, tais como: entrevista inicial (anamnese); testes psicológicos projetivos (BFP, CPS), nível atencional (TEACO); questionários: Stress e recuperação de atletas (REST-Q) e de motivos para prática esportiva (QMPD); inventários: ansiedade e depressão (Escalas Beck), Raiva como Estado e Traço (STAXI), Perfil de Estado de Humor (POMS) e auto-informes. Estes constituem parte de um processo de psicodiagnóstico esportivo situacional objetivando a orientação de técnicas e estratégias da última etapa, a de intervenção, voltada não só ao treinamento de habilidades mentais específicas para melhoria de performance, como também a saúde e bem-estar do atleta. Pioneiramente a Confederação de Judô foi a primeira no país a adquirir o software de biofeedback (EmWave2) para avaliação, quantificação e monitoramento das habilidades mentais a fim de oferecer respaldo às intervenções psicológicas, elaboração de estratégias ao gerenciamento do estresse, estimulação cognitiva, treinamento mental e autorregulação de estados emocionais propiciando informações importantes para as áreas técnica e tática.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Evidências de Validade da Escala Multidimensional de Satisfação de Vida para Crianças Versão Reduzida
A área de estudos do bem-estar subjetivo (BES), basea-se atualmente, em um modelo multidimensional, constituído pela satisfação de vida e pelos afetos positivos e negativos. Os estudos sobre o bem-estar subjetivo infantil são de fundamental importância para a identificação de fatores que promovam qualidade de vida infantil e que atuam como protetores do desenvolvimento. Este estudo apresenta os estudos de validação e de fidedignidade da Escala Multidimensional de Satisfação de Vida para Crianças em sua versão reduzida. A versão original apresenta seis fatores: self, família, self comparado, escola, não-violência e amizade. Para o estudo de redução de itens da escala participaram do estudo 493 estudantes de escolas públicas do ensino fundamental (49,1% meninas e 50,9% meninos) com média de idade de 10,3 (DP=1,4). Aproximadamente 12,4% dos estudantes estavam na faixa etária de 7 a 8 anos, 38,1% estavam na faixa etária de 9 a 10 anos, e 45,5% estavam na faixa etária de 11 a 12 anos. Para redução da escala, optou-se por incluir nas análises apenas itens referentes à escola, a amizade, a família e ao self-comparado devido a uma decisão teórica. Assim, o conjunto de 27 itens foi submetido a uma análise de eixos principais com rotação obliqua. A primeira extração apresentou seis fatores com eigenvalues maiores que um, mas os agrupamentos de itens não permitiram interpretação clara da solução. Na segunda extração restringiu-se a extração a quatro fatores: escola, amizade, família e self-comparado. Sendo essa solução clara e coerente com as expectativas teóricas, optou-se por adotá-la. Essa solução explicou 49,4% da variância total. A estrutura final da escala apresentou os fatores Amizade, Self Comparado, Família e Escola com índices de fidedignidade acima de 0,78. Os resultados contribuem para indicar o uso da escala em pesquisas e na prática do psicólogo, possuindo potencial de uso clínico, principalmente na avaliação de projetos sociais direcionados a crianças, programas de intervenção e como instrumento de triagem em serviços de saúde.
RESUMO (2)
Tarefas Preditoras de Otimismo em Crianças (TAPOC): Construção de uma Escala de Otimismo para Crianças
Vários estudos têm apontado para a importância de uma perspectiva positiva ou otimista na vida das pessoas. Existe forte evidencia de que o otimismo promove a saúde mental e física, principalmente no enfrentamento de situações estressantes. O otimismo disposicional tem sido associado positivamente com bem-estar psicológico e físico e com satisfação de vida em adultos. Estudos apontam que o otimismo parece funcionar como uma importante fonte de resiliência em crianças saudáveis ou doentes. As pesquisas sobre otimismo em crianças são limitadas pela falta de medidas apropriadas que possibilitem avaliar as expectativas das crianças ao longo do desenvolvimento. Assim, procedeu-se à elaboração de um instrumento para avaliar do otimismo disposicional em crianças pequenas: Tarefas Preditoras de Otimismo em Criança (TAPOC). O instrumento é composto por 16 lâminas com pequenas histórias ilustradas onde as crianças devem optar por um desfecho otimista ou pessimista. Após escolherem o desfecho, a criança aponta em uma reta o quanto ela acredita que o evento pode ocorrer. Para a elaboração do instrumento foi feita uma busca na literatura por instrumentos que avaliam o otimismo em crianças. Os itens foram elaborados a partir de um grupo focal com psicólogos conhecedores do construto otimismo. A primeira versão das histórias foi apresentada para experts em desenvolvimento infantil. Após a revisão final foi realizado um estudo piloto com o objetivo de verificar a adequação dos itens selecionados. Finalmente, os itens foram aplicados na amostra de crianças escolhida. A amostra contou com 270 crianças de ambos os sexos, entre cinco e nove anos de idade de escolas do Rio Grande do Sul. A escala apresenta dois fatores, otimismo em relação ao self e em relação aos outros. Os resultados indicaram que a escala apresenta boa consistência interna, mostrando-se com um instrumento seguro para a avaliação de crianças pequenas.
RESUMO (3)
Adaptação e Validação da Escala de Autocompaixão
A autocompaixão é uma atitude saudável e positiva sobre si mesmo diante de sofrimentos e dificuldades. Envolve bondade consigo no lugar de autocrítica ferrenha, mindfulness no lugar de sobre-identificação com o sofrimento, e senso de humanidade no lugar de isolamento das outras pessoas. Vem sendo estudada no âmbito da psicologia positiva, com interesse na saúde psicológica em contextos como o clínico, por exemplo. É mensurada através de uma escala, a Escala de Autocompaixão, há dez anos disponível em inglês com boa qualidade psicométrica. Dois estudos prévios, de autores distintos, conduzidos em Portugal propuseram validações da escala. No entanto, além de se tratar de adaptações para o português de Portugal, os trabalhos não ofereceram elementos suficientes que melhor amparem a validação realizada, especialmente na justificativa conceitual da disposição de itens nos fatores obtidos. O presente trabalho descreve procedimentos de adaptação e validação da Escala de Autocompaixão para uso no Brasil. A amostra contou com 216 homens e 216 mulheres, maiores de 18 anos, de 23 estados brasileiros e Distrito Federal. A coleta de dados foi realizada através de link para a escala divulgado por e-mail. As análises revelaram uma estrutura fatorial diferente da encontrada com a escala original em inglês de 26 itens, mas conceitualmente coerente e com boas cargas fatoriais. Um item teve de ser retirado. O escore de confiabilidade dos 25 itens foi muito bom, e as correlações apoiaram a análise fatorial. Novas análises fatoriais com a reformulação do item retirado contribuirão para o aperfeiçoamento da escala. Os próximos estudos deverão envolver comparações que contribuam para a validação da escala, como personalidade, depressão, ansiedade, satisfação de vida, otimismo, esperança. Estudos com amostras específicas, como no caso de praticantes de Budismo e meditação, bem como pacientes diagnosticados com depressão e ansiedade, também serão importantes na continuidade da linha de pesquisa.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Adaptação transcultural do Teste de Conhecimento Emocional: avaliação neuropsicológica das emoções
As emoções desempenham um papel central nas relações e senso de self das crianças. O conhecimento emocional (CE) é uma dimensão do desenvolvimento emocional definida como o conhecimento acerca das expressões, funções e rótulos das emoções. Deficts no CE têm sido associados a diversos transtornos neuropsiquiátricos, tais como autismo, transtorno do deficit de atenção e hiperatividade, entre outros. Entretanto, revisão evidencia escassez de medidas que visem avaliar o CE em crianças no Brasil. Entre os instrumentos aprovados pelo Conselho Federal de Psicologia, nenhum se dedica a mensurar o CE em crianças menores de 6 anos. O Teste de Conhecimento Emocional (EMT), desenvolvido pelo Laboratório de Emoções Humanas da Universidade de Delaware, é dirigido a crianças de três a seis anos de idade e visa mensurar o CE receptivo (reconhecimento de expressões emocionais), expressivo (rotulação destas expressões), além do conhecimento acerca das causas e consequências das emoções. O presente estudo teve por objetivo adaptar transculturalmente o EMT. Este teste foi traduzido e adaptado por uma equipe de pesquisadores bilíngues e posteriormente retraduzido para o inglês. As versões foram julgadas pelos autores do instrumento e por juízes brasileiros especialistas. As imagens contidas no instrumento foram submetidas a estudo de padronização em amostra brasileira com a participação de 80 estudantes universitários. A versão final foi aplicada com 50 crianças e respondida por nove juízes de três estados brasileiros. O estudo de padronização das fotografias demonstrou bom nível de concordância geral com índice de Kappa superior a 0,7. A avaliação da tradução foi julgada pelos juízes como não alterada ou pouco alterada, indicando uma boa equivalência semântica do EMT. Os resultados indicam ainda bons níveis de concordância quanto às respostas. A versão adaptada do EMT demonstrou formato adequado à cultura brasileira e língua portuguesa Brasil, possibilitando a sua recomendação neste contexto.
RESUMO (2)
Teste da Arrumação do Armário infantil: teste de avaliação de memória visuoespacial em crianças
Desde o aparecimento do modelo multicomponente de memória desenvolvido por Alan Baddeley e Graham Hitch, estudos têm sido desenvolvidos para a avaliação de como se dá o processamento multinível da memória operacional verbal e visuoespacial. A memória operacional ocupa um lugar significativo nos transtornos de aprendizagem e na predição do desempenho escolar. Mais recentemente, a introdução de um novo componente no modelo, o retentor episódico, disparou pesquisas dirigidas a compreensão de como as características múltiplas da memória se conectam para a evocação. Este efeito, denominado binding, passou a ser estudado em diferentes pesquisas principalmente da alça fonológica. Estudos com o componente do binding visuoespacial têm sido necessários para investigar como seres humanos processam a memória visuoespacial operacional e de longa duração. Revisões da literatura indicam que o desempenho adequado da memória operacional torna-se um bom preditor do desempenho acadêmico em crianças. Assim, o desenvolvimento de testes para a avaliação neuropsicológica fundamentados em uma teoria consistente de memória operacional são necessários a fim de favorecer a compreensão do desempenho acadêmico e de déficits neuropsicológicos existentes em transtornos do desenvolvimento com prejuízo cognitivo.Nós desenvolvemos um novo teste para avaliação da memória operacional, o teste de Arrumação do Armário. O instrumento é um software desenvolvido em plataforma Flash, com medidas de avaliação de memória de longa duração e binding da memória operacional, com diferentes provas de interferência. O presente trabalho investigou as características psicométricas do instrumento e avaliou o desempenho de 72 crianças de 7 a 12 anos de idade no mesmo. O teste apresentou boa consistência interna (.74) e no grupo avaliado as medidas não mostraram diferenças desenvolvimentais entre dois grupos etários (7-9 e 10-12 anos de idade) e nem dependentes de diferentes tarefas de interferência. A implicação do presente instrumento é discutida e sua relação com o modelo multimodal de memória operacional, mostrando que o instrumento é confiável, apresentando boa validade de conteúdo e fidedignidade, além dos resultados cognitivos desenvolvimentais.
RESUMO (3)
Prejuízo na memória operacional em crianças com níveis elevados de manganês
O Manganês (Mn) é um microelemento essencial ao corpo humano, no entanto em altas doses podem acarretar prejuízos ao Sistema Nervoso Central. O presente trabalho tem por objetivo avaliar memória operacional em crianças com idade escolar e a associação com a exposição excessiva ao Mn. Participaram deste estudo 70 díades criança-mãe/responsável, crianças com idades entre 7 e 12 anos, que residem em duas comunidades do município de Simões-Filho, Bahia, Brasil. Essas comunidades estão sob influência da poluição atmosférica gerada pela produção de ligas ferro-manganês de uma eletrosiderúrgica. Os níveis de Mn no cabelo (MnC) das crianças, coletados na região occipital, foram determinados por espectrometria de absorção atômica. Foram aplicados dois testes: Dígitos (WISC-III) e Cubos de Corsi. Foram analisados o escore ponderado de Dígitos e o número de sequências corretas na ordem Direta (OD) e Indireta (OI) dos testes. As crianças foram agrupadas em três grupos de acordo com o tercil dos níveis de MnC: Tercil Inferior, Tercil Médio e Tercil Superior. O teste Mann-Whitney demonstrou que os escores diminuíram significativamente no grupo do Tercil Superior de MnC em comparação com o desempenho do Tercil Inferior, tomado como referência, em: Dígitos (Ponderado), Dígitos OI e Cubos de Corsi OD. Dígitos OI correlacionou significativamente (Spearman), de forma inversa e moderada, com os níveis de MnC. As análises de regressão multivariada revelaram associações inversas e significativas entre os níveis de MnC e os escores de Dígitos (ponderado), ajustado por sexo e escolaridade materna e de Dígitos OI e OD, ajustados por sexo, idade e escolaridade materna. Os resultados sugerem que as crianças estão sobre efeito da exposição crônica ao Mn advindo das emissões da planta metalúrgica. Concentrações elevadas de Mn no organismo estiveram associadas a um menor desempenho em medidas de memória operacional e de curto prazo, corroborando resultados de estudos anteriores.
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Palavras-chave:
TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
COMPARAÇÃO DOS INDICADORES MATURACIONAIS (KOPPITZ) DO DFH DE CRIANÇAS DE ASSIS E SÃO PAULO
O Desenho da Figura Humana (DFH) é bastante usado para avaliação cognitiva e de desenvolvimento infantil, sendo um dos sistemas de avaliação mais empregados o dos indicadores maturacionais proposto por Koppitz. Este trabalho teve como objetivo comparar os desenhos obtidos com este sistema de uma amostra de crianças de município de Assis-SP (interior) com uma amostra da cidade de São Paulo (capital) para determinar a existência de diferenças nos resultados entre as duas cidades, investigando a influência do contexto cultural na realização do teste. Cada uma das duas amostras foi composta por 34 crianças, de 5 anos e meio a 10 anos, sendo 18 meninas e 16 meninos, frequentando escolas municipais dos dois municípios. As amostras foram emparelhadas por idade e sexo. Para o Desenho da Figura Humana solicitou-se uma pessoa, o qual foi avaliado pelos 30 Indicadores Maturacionais de Koppitz. Os desenhos foram coletados individualmente. A análise de variância do total de indicadores do DFH, tendo como variáveis idade e sexo, não indicou diferença estatisticamente significante entre as médias das duas cidades, mas constatou diferença entre os sexos, com médias mais altas para os meninos. Também foram feitos testes t para cada item para determinar diferenças na freqüência entre os grupos, tendo sido observadas diferenças entre as crianças das duas cidades nos itens 3, 4, 5, 10, 16, 17 e 18, sendo que em dois itens (16 e 18) as crianças de Assis foram superiores e nos demais, as de São Paulo. Pode-se concluir que, embora não tenha havido diferenças no total de indicadores entre as duas cidades, foram observadas algumas diferenças nos itens isoladamente. Embora as amostras estudadas tenham sido pequenas, esse resultado levanta a possibilidade de existir algumas diferenças na representação do DFH de crianças provenientes de regiões diferentes do Estado de São Paulo.
RESUMO (2)
IMAGEM COPORAL E SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA EM ADOLESCENTES
Estudos alertam para o aumento da incidência da depressão, tornando-se uma preocupação para a saúde pública em vários países do mundo. Outro aspecto a ser destacado se refere a seu início cada vez mais precoce, acarretando implicações no desenvolvimento de modo geral e na imagem corporal de crianças e adolescentes. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo identificar e analisar a imagem corporal de adolescentes com a presença de sintomatologia depressiva. A mostra foi composta de 119 adolescentes, com idades entre 11 e 15 anos, sendo 66 meninas e 53 meninos de escolas públicas da Região do Grande ABC/SP. Tais jovens foram submetidos à aplicação coletiva do Children Depression Inventory (CDI) e a aplicação individual do Teste do Desenho da Figura Humana (DFH). O estudo obteve aprovação do Comitê de Ética para pesquisas com humanos, como determina o Conselho Nacional de Saúde. Os dados coletados foram sistematizados e analisados, sendo que os resultados obtidos no CDI indicaram a presença dos sintomas depressivos em 11% da amostra, ou seja, com pontuação igual ou superior a 17 pontos, de acordo com padronização estabelecida pelo instrumento. A seguir foram analisadas qualitativamente as produções gráficas de cada um desses participantes no que se refere à representação da imagem corporal. Assim, observou-se que estes adolescentes denotaram sinais de timidez, hesitação, insegurança e falta de confiança em si mesmo. Entretanto, estas análises permitem apontar a impossibilidade de assegurarmos uma relação direta entre a sintomatologia depressiva e imagem corporal, pois merece destaque o fato do estudo referir-se ao período da adolescência, uma vez que as dificuldades na imagem corporal observadas entre os indicativos para sintomatologia depressiva, podem ser atribuídas a características pertinentes a essa fase da vida, impedindo uma informação mais conclusiva
RESUMO (3)
SINTOMAS EXTERNALIZANTES E INTERNALIZANTES DO CHILD BEHAVIOR CHECKLIST: COMPARAÇÃO ENTRE GÊNEROS
O CBCL, Child Behavior Checklist, é um valioso instrumento de avaliação do comportamento infantil com vistas à análise do desenvolvimento e maturação saudável ou psicopatológico da criança e adolescente. Trata-se de uma entrevista estruturada em forma de questionário que aborda com os pais ou responsáveis sobre o tipo de comportamento infanto-juvenil no contexto educacional, social e interpessoal. Um dos aspectos abordados pelo instrumento é a presença de sintomas internalizantes (mais subjetivos e sem manifestação corporal) e de sintomas externalizantes (manifestados por atos motores e com maior impacto no ambiente). O objetivo desta pesquisa foi discutir a influência da variável gênero referente aos sintomas internalizantes e externalizantes das crianças estudadas. Os participantes do estudo foram 500 crianças de 7 a 10 anos, estudantes do ensino fundamental de escolas públicas, distribuÍdos em dois grupos: 250 crianças do sexo feminino e 250 do masculino. A média e mediana de sintomas internalizantes indicou escore considerado limítrofe para os dois grupos enquanto os sintomas externalizantes foram pontuados como dentro do quadro normal em ambos os casos. Os dados reforçam a discussão sobre a relevância da influência do gênero no estudo do comportamento e desenvolvimento infantil, mostrando a necessidade de se controlar essa variável na avaliação e no planejamento das intervenções, quando o instrumento indicar um problema numa das áreas avaliadas.
RESUMO (4)
ESTUDO DE VALIDADE E PRECISÃO DA ESCALA DE AVALIAÇÃO DO BULLYING ESCOLAR
O Bullying escolar ocorre quando um ou mais alunos perseguem e agem de forma negativa em relação a outro, de maneira constante ao longo do tempo. Por ações negativas, podem ser citadas a intencionalidade em ferir, incomodar ou causar danos a outra pessoa. Essas ações podem ser físicas (como empurrar ou bater), verbais (palavrões ou apelidos) ou nenhuma dessas duas formas especificamente, como excluir uma pessoa de um grupo ou fazer gestos obscenos em público, dentre outros. Considerando as consequências que tal fenômeno pode gerar, a Escala de Avaliação do Bullying Escolar propõe-se a identificar vítimas ou autores de bullying nesse contexto. O presente estudo teve como objetivos verificar o índice de precisão dessa escala, assim como sua estrutura fatorial. A amostra que serviu de base para os estudos foi composta por 362 crianças e adolescentes de escolas públicas e particulares do estado de Santa Catarina, com idade variando entre 7 e 20 anos (M=12,43; DP=2,508) e cursando entre o primeiro ano do Ensino Básico e o terceiro ano do Ensino Médio. Os coeficientes alpha de Cronbach tanto da escala de autores, quanto de vítimas, foram satisfatórios. A análise fatorial confirmou a existência de dois fatores, sendo o primeiro referente aos itens que compunham a escala de vítimas e o segundo a de autores. Os mesmos itens que não obtiveram a carga fatorial mínima de 0,300 (padrão adotado pelo autor) foram aqueles cuja correlação item-total também ficou abaixo do esperado. Dessa forma, a versão final da escala ficou composta apenas por itens cujas cargas fatoriais e correlação item-total foram satisfatórias. Os resultados encontrados confirmaram tanto a precisão da escala, quanto forneceram uma evidência de validade baseada na estrutura interna.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
O INVENTÁRIO DE FRASES NA IDENTIFICAÇÃO DA VIOLÊNCIA DOMESTICA E O TESTE DO DESENHO DA PESSOA NA CHUVA EM SÃO PAULO
Esse trabalho enfoca a violência doméstica contra crianças e adolescentes, problemática com efeitos na saúde e com deletérios efeitos sociais tais como inadaptação escolar e repetição de atos violentos em cadeia. Realizamos ampla pesquisa de tradução e validação do Inventário de Frases na Avaliação da Violência Doméstica e um amplo estudo com essa técnica e com o Teste do desenho da pessoa na chuva( Processo CNPq n. 00867/2010-9). Essa técnica projetiva gráfica, pouco conhecida no Brasil, é empregada por profissionais de países latino americanos em diversos contextos, em especial na avaliação das crianças vítimas de violência doméstica. A presente apresentação mostra os resultados da pesquisa no Estado de São Paulo, onde participaram 638 crianças e adolescentes de 6 a 16 anos de idade, de ambos os sexos, sendo 348 do grupo experimental (vítimas de violência doméstica) e 290 do grupo controle (sem suspeita), considerando a capital e outras cidades. A amostra foi composta por conveniência, sendo 55,5 % vitima de violência física e 37,5% de abuso sexual. Verificou-se a fidedignidade do Desenho da Pessoa na Chuva pelo estudo da concordância da avaliação entre três juízes, a qual mostrou correlações muito elevadas .Comparando o desempenho dos dois grupos foram encontradas muitas diferenças, como ausência de guarda-chuva, Chuva Setorizada, nuvens espessas e raios sobre a cabeça, cabeça deteriorada, desproporção e muitos outros, sendo encontradas evidências de validade nessas comparações (por grupo, sexo e idade). No IFVD em São Paulo, também foram obtidas diferenças altamente significantes, no total e por transtorno. Conclui-se que foi possível trazer uma contribuição à área do Psicodiagnóstico, em especial de crianças e adolescentes vitimas de violência doméstica.
RESUMO (2)
O INVENTÁRIO DE FRASES NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES VITIMIZADOS NO INTERIOR DO RIO DE JANEIRO
O presente estudo, vinculado ao projeto de Pesquisa O teste do desenho da pessoa na chuva: estudos de validação em crianças vítimas de violência doméstica no contexto brasileiro, processo CNPq n. 00867/2010-9, apresenta os resultados da investigação com o Inventário de Frases no diagnóstico de violência doméstica (IFVD), na cidade de Volta Redonda/RJ, para verificar se este instrumento consegue discriminar crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica daquelas que não apresentam esse tipo de queixa. O referido instrumento foi aplicado em 60 crianças e adolescentes, na faixa etária entre 06 e 16 anos, de ambos os sexos, sendo que 30 participantes eram comprovadamente vítimas de violência doméstica nas modalidades física e/ou sexual, atendidas em uma instituição de assistência social (grupo clínico), e 30 participantes, sem suspeitas de sofrerem esse tipo de experiência (grupo controle). Para verificar se os resultados do IFVD discriminam os dois grupos, foi realizada a comparação entre as médias para cada um dos transtornos e para o total do inventário. Os dados foram comparados com o ANOVA de um fator (One Way ANOVA). Os resultados mostram que em quase todos os transtornos avaliados pelo IFVD (Cognitivo, Emocional, Social e Comportamental) e também no total de pontos no instrumento houve diferença significativa entre os dois grupos avaliados (ao nível de 0,01), revelando, assim, a validade desse instrumento para a identificação da situação de violência doméstica entre crianças e adolescentes.
RESUMO (3)
AVALIAÇÃO DE VIOLÊNCIA E MAUS-TRATOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES SERGIPANOS
O presente estudo, cujos dados compuseram a pesquisa mais ampla O teste do desenho da pessoa na chuva: estudos de validação em crianças vítimas de violência doméstica no contexto brasileiro, (processo CNPq n. 00867/2010-9) ,teve por objetivo verificar a sensibilidade do IFVD (Inventário de Frases para o Diagnóstico de Violência Doméstica) em identificar essa experiência, bem como os transtornos consequentes em crianças e adolescentes vítimas de violência e maus-tratos na cidade de Aracaju/Sergipe. Participaram 60 indivíduos, divididos em dois grupos - Grupo 1: 17 meninos e 13 meninas vítimas de abuso sexual, físico ou ambos, vivendo em regime de abrigamento; Grupo 2 Controle: 17 meninos e 13 meninas, sem relato de vitimização, vivendo com suas famílias de origem. Ambos os grupos apresentaram idade entre 6 e 16 anos, escolaridade entre pré-escola e o terceiro ano do Ensino Médio. Foi utilizado o IFVD , aplicado de forma individual e em sala reservada. Os resultados apontam o predomínio de meninos vítimas de violência física. Na comparação entre os dois grupos foi utilizado o ANOVA de um fator. No total o IFVD discrimina os dois grupos, e quanto aos transtornos avaliados pelo IFVD, apenas o comportamental denotou diferença estatisticamente significativa. Assim se conclui que a IFVD é válido quando considerado no total, e pela necessidade de estudos com amostras maiores.
RESUMO (4)
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DE CRIANÇA VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ACOLHIDAS EM UNIDADE DE ABRIGAMENTO DE CUIABÁ MT
A compreensão e o conhecimento da experiência emocional de crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica se torna cada vez mais relevante, em função do número crescente de casos e das sérias consequências que o fenômeno acarreta ao processo de desenvolvimento e à saúde física e mental das vítimas. Este estudo pretende apresentar resultados de crianças e adolescentes vítimas e sem suspeita de serem vítimas de violência doméstica, avaliadas por instrumentos psicológicos. Trata-se de um multicêntrico nacional, que pretende ainda subsidiar a elaboração de normas específicas para a região Centro Oeste e mais especificamente para o estado de Mato Grosso. Para este estudo foram usados os seguintes instrumentos psicológicos: Inventário de Frases no Diagnóstico de Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência Doméstica (IFVD) e Teste do Desenho da Pessoa na Chuva. A amostra de Cuiabá Mato Grosso foi constituída de 70 crianças e adolescentes, com idade entre a 16 anos, de ambos os sexos, sendo 38 para o grupo experimental e 32 para o grupo controle. Os resultados do IFVD, na amostra da região Centro Oeste, quando comparados a ANOVA mostrou diferenças significativas entre os grupos controle e experimental nos transtornos, cognitivo, emocional, social, comportamental, físico e total. Já, mais especificamente na amostra de Mato Grosso, houve diferenças significativas entre os grupos nos transtornos emocional, físico, comportamental e total. No Desenho da Pessoa na Chuva também foram encontradas diferenças significativas no desempenho dos dois grupos, revelando também que essa técnica projetiva é sensível para captar as dificuldades emocionais de crianças vítimas de violência doméstica. Esses resultados demonstram a sensibilidade desses instrumentos na avaliação de crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica.
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Palavras-chave:
TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
O TESTE DAS FÁBULAS COM CRIANÇAS
O Teste das Fábulas é um método projetivo, adaptado no Brasil por Cunha e Nunes em sues estudos iniciados no final da década de 1980. Na versão brasileira as autoras adaptaram o material para uso no Brasil, revisaram substancialmente a teorização de sustentação do instrumento, criaram um sistema de categorização para as respostas de crianças às dez historietas e imagens que compõem o teste, cujo objetivo é a avaliação de conflitos inconscientes, em crianças de três a 12 anos. O objetivo da apresentação é mostrar o material do teste, elementos de administração e correção, e discutir os estudos iniciais acerca do instrumento e os estudos que o utilizaram em pesquisas até a atualidade. Dos estudos iniciais são destacados aqueles referentes à construção da versão pictórica e ao estudo das respostas populares; em relação à continuidade dos estudos, são discutidas pesquisas sobre: desenvolvimento evolutivo e emocional do pré-escolar, tendências socio-clínicas, concordância social, transtorno de conduta, conflitiva edípica, crianças com problemas de saúde, crianças com problemas de ordem emocional associados aos temas de violência doméstica, alienação parental, adoção; ainda apresentados estudos sobre o teste no contexto da avaliação psicológica e da psicoterapia. Ao longo dos anos, o Teste das Fábulas se mostra útil para avaliação e para a pesquisa. Os esforços atuais estão direcionados aos novos estudos de suas qualidades psicométricas com vistas a atender ás exigências do Conselho Federal de Psicologia.
RESUMO (2)
O TESTE DE PFISTER NA INFÂNCIA
Buscou-se estabelecer os parâmetros psicométricos do Teste das Pirâmides Coloridas (TPC) para crianças. O TPC é um método expressivo que vêm se mostrando muito útil na avaliação psicológica em diversos contextos e os resultados obtidos são analisados tanto numa perspectiva qualitativa, idiográfica, quanto com base nos estudos normativos. Participaram do estudo 538 crianças, sendo 218 do sexo masculino e 309 do sexo feminino. A idade das crianças variou entre 6 e 12 anos de escolas públicas e particulares. Foram feitas análises comparando-se os resultados das freqüências das cores, síndromes cromáticas, aspecto formal e fórmula cromática considerando-se as idades, sexo e origem da escola, se pública ou particular. De um modo geral, observaram-se diferenças significativas, conforme a idade, no uso das cores violeta, preto e branco e também da síndrome incolor. Considerando o sexo observaram-se diferenças significativas no uso do vermelho, violeta e síndrome fria aumentados nas meninas. Observou-se que as tonalidades Vm1 e Vi1 predominam nas meninas. Os meninos tiveram um aumento significativo no uso das cores verde, marrom, preto, cinza e síndromes normal e incolor. No que diz respeito ao aspecto formal, este variou conforme a idade sendo maior a frequência de tapetes com início de ordem e tapete puro nas crianças de seis anos em relação às de 12. As estruturas foram maiores em crianças de 9 anos e menores nas de 8 e 11 anos, o que pode ser compreendido teoricamente. Considerando-se os sexos, a formação simétrica é maior entre os meninos e a formação alternada só apareceu em meninas. Os resultados confirmam a necessidade de se estabelecerem padrões normativos específicos para crianças, havendo vários indicadores que revelam diferenças significativas entre as diversas faixas etárias e alguns entre os sexos e o tipo de escola.
RESUMO (3)
O TESTE DE PFISTER NA ADOLESCÊNCIA
No Brasil e no mundo, pesquisadores têm empreendido esforços no aprimoramento dos instrumentos de avaliação psicológica, em busca de sua qualidade e adequada utilização. Dentre os métodos projetivos, o Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister (TPC) destaca-se por sua praticidade, rapidez avaliativa e aspectos lúdicos, favorecendo engajamento dos respondentes, além de ricas informações relativas a características de personalidade. Com intuito de buscar evidências empíricas para utilização do TPC no Brasil, sobretudo na investigação do desenvolvimento infanto-juvenil, procurou-se elaborar padrões normativos desse método projetivo a partir de 180 adolescentes de 12 a 14 anos de idade, de ambos os sexos, de escolas públicas e particulares do interior do Estado de São Paulo, selecionados a partir de relato de indicadores de desenvolvimento típico (obtidos por questionário informativo sobre história pessoal) e com adequado potencial cognitivo (avaliado pelo Teste de Inteligência Não Verbal INV-Forma C). Os dados aqui sistematizados referem-se às frequências médias das cores, das síndromes cromáticas e do modo de execução das pirâmides do TPC, comparando-os (Teste t de Student, p≤0,05) aos dados normativos disponíveis de 1978 (adolescentes) e 2005 (adultos não pacientes), de modo a evidenciar, empiricamente, a especificidade de referenciais normativos para adequada avaliação psicológica de adolescentes no contexto contemporâneo. Os resultados médios da amostra presentemente avaliada foram os seguintes, em termos descritivos: Azul (18,6%), Verde (15,7%), Vermelho (15,0%), Violeta (12,8%), Branco (8,9%), Amarelo (8,7%), Laranja (7,0%), Preto (6,9%), Marrom (3,0%), Cinza (2,8%) e as síndromes: Síndrome Normal=49,5%, Síndrome Fria=47,2%, Síndrome Estímulo=30,8% e Síndrome Incolor=18,7%. Foi possível identificar diferenças estatisticamente significativas entre os resultados atuais (adolescentes avaliados em 2011) e a amostra de 1978 (adolescentes) e 2005 (adultos), tornando-se indispensável a atualização dos dados normativos do Pfister, como pretendido no presente estudo, fortalecendo suas justificativas.
RESUMO (4)
RORSCHACH E TAT NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DE ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI
Nessa pesquisa será enfatizada para análise nos métodos projetivos, a reorganização da identidade, as mudanças narcísicas e objetais decorrentes dos remanejamentos das relações reais e fantasmáticas que o adolescente estabelece consigo e com o outro (re) organizando o funcionamento mental. Serão analisados oito casos de adolescentes em situação de conflito com a lei que se encontram em medida de internação. Os instrumentos utilizados são entrevistas clínicas, Rorschach (abordagem francesa) e TAT. Na análise do TAT estruturalmente, as narrativas revelam subjetividades ancoradas em bases narcísicas frágeis, onde a gestão da angústia é feita pela passagem ao ato. Decorrente de uma determinada qualidade de investimento libidinal no eu (A2-3; A3-2; B3-1; B3-2; CN-2), a administração da angústia não é possível no interior do psiquismo e encontra sua descarga no externo ou no real do corpo (CI-2; CM-1; E1-4; E2-2; E2-3; E4-3). Simbolicamente, as narrativas traduzem o ato violento como testemunho da quebra do pacto social e falência simbólica (A1-4 negativas; CF-2). Na análise do Rorschach discute-se a restrição da capacidade de identificação e empatia evidenciando modelos de relação objetal marcadamente estabelecido de forma especular (H-A híbridas; Hd>H; K reduzidos, respostas par e reflexo). Analisa-se as fragilidades das bases narcísicas e dos limites, a problemática da delimitação do eu/não eu, o recurso às defesas e a inibição da fantasia (Barreira-Penetração, F% e F+%). Os métodos projetivos demonstram que esses adolescentes tendem a apresentar dificuldades na constituição de um espaço psíquico interno diferenciado do espaço externo, reforçando a hipótese acerca da pobreza de fantasia e capacidade de mentalização, e uma questão intrapsíquica relevante: a inibição e o pouco dinamismo pulsional. Nas intervenções com os adolescentes, no campo jurídico ou da saúde, é necessário compreender e avaliar a dinâmica psíquica, as fragilidades e os recursos. Essa individualização pode possibilitar a diminuição da cronificação do agir.
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Palavras-chave:
TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
AVALIAÇÃO DE INDICADORES EMOCIONAIS E DE ENFRENTAMENTO EM GESTAÇÃO DE RISCO COM DIABETES MELLITUS GESTACIONAL
Na gravidez de risco, a mulher fica vulnerável pela ocorrência de problemas físicos e psíquicos decorrentes de fatores de risco, como, por exemplo, o Diabetes Mellitus Gestacional [DMG]. Este predispõe a díade mãe-bebê a riscos físicos (aborto, macrossomia fetal) e psíquicos (ansiedade, depressão), que mobilizam variáveis psicoafetivas desaforáveis ao vinculo afetivo com a família. Apresenta-se uma proposta de acompanhamento psicológico de grávidas diabéticas e suas famílias, delineada com base na avaliação psicológica de indicadores emocionais e de enfrentamento de 35 gestantes atendidas na Maternidade-Escola da UFRJ. A maioria tinha entre 30 e 40 anos de idade, era casada e teve suporte familiar na gestação. No acompanhamento pré-natal, as gestantes foram avaliadas para identificar sinais de ansiedade e depressão, além das estratégias de enfrentamento [EE] da gravidez de risco, pela aplicação das Escalas BECK (BAI e BDI) e da Escala de Modos de Enfrentamento do Problema [EMEP]. Apenas 6 gestantes não apresentavam sinais de depressão, enquanto as demais apresentavam sinais de depressão leve/mínima (n = 22), moderada (n = 5) e severa (n = 2). Quanto à ansiedade, aproximadamente metade das gestantes apresentava sinais leve/mínimo (n = 19) e sinais de moderados a severo de ansiedade (n = 16). Como EE, a maior parte delas se focava na busca de suporte social (n = 12) e na focalização no problema (n = 14) para lidar com a DMG. Com base nesses dados, foi planejado o acompanhamento psicológico, que incluiu ações educativas multiprofissionais e um atendimento clínico individual à gestante e/ou casal grávido, com objetivo de promover EE facilitadoras da adesão ao tratamento e do manejo das condições emocionais desfavoráveis diante da situação de risco gestacional. Por fim, discute-se a condição de vulnerabilidade emocional que a DMG representa e a eficácia da proposta de avaliação e acompanhamento psicológicos no auxilio às gestantes.
RESUMO (2)
AVALIAÇÃO DE INDICADORES EMOCIONAIS EM MÃES DE BEBÊS DIAGNOSTICADOS COM ANOMALIA CONGÊNITA
Desde a gestação, existe por parte dos pais grande expectativa em relação ao novo membro da família. Quando a criança nasce com algum tipo de anomalia congênita (AC), o impacto do diagnóstico pode influenciar significativamente na vida dos familiares. Este estudo visou identificar e analisar sintomas de estresse e níveis de ansiedade e depressão em 25 mães de bebês diagnosticados com AC, internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal de três hospitais (estadual e federal), localizados na Grande Vitória, ES. As mães, sem história pregressa de transtorno mental, e mediante o consentimento formal, responderam ao Questionário de Dados Sociodemográficos, ao Inventário de Stress para Adultos de Lipp e às Escalas Beck de Ansiedade e Depressão. Na amostra, com idade entre 18 e 35 anos, 4 eram primíparas, 12 completaram o Ensino Médio e a maioria vivia em união estável (n = 23). Em relação ao estresse, 12 participantes se encontravam na fase de Resistência, 6 na fase de Quase Exaustão, e 3 na última fase, de Exaustão. No tocante à ansiedade, 8 mães apresentaram nível Moderado, 6 nível Leve e 5 nível Grave. Na avaliação da depressão, 7 mães apresentaram nível Leve, 7 Moderado e 3 nível Grave. Assim, a partir desses resultados, considera-se que o diagnóstico de AC é um estressor potencial para as mães, uma vez que a maioria estava experimentando algum grau de estresse (n = 21), ansiedade (n = 19) e depressão (n = 17), destacando-se o percentual de 10% a 15% da amostra com maior vulnerabilidade para transtornos associados. Diante dos resultados, discute-se a necessidade de intervenções precoces dirigidas às mães durante a hospitalização para redução do impacto emocional negativo do diagnóstico de AC e melhor adaptação da família à condição da criança, favorecendo a qualidade do vínculo entre a díade e o desenvolvimento infantil.
RESUMO (3)
AVALIAÇÃO DE ESTRESSE E ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PROFESSORES DE CLASSE MULTISSERIADA
Ensinar em classes multisseriadas pode ser estressante, especialmente em zonas rurais brasileiras, por fatores como o deslocamento, a falta de recursos, a pouca motivação dos alunos e o ensino descontextualizado do cotidiano da comunidade. Este estudo identificou estressores percebidos no trabalho, avaliou o estresse (Inventário de Sintomas de Stress de Lipp), a ansiedade (BAI- Escala Beck de Ansiedade) e as estratégias de enfrentamento [EE] (Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas - EMEP), correlacionando com variáveis pessoais e do trabalho de 21 professores, responsáveis por 2,7 séries/classe (variação = 2 a 5 séries), com 16,4 alunos, em média. Identificou-se estresse em 57% da amostra, e sua correlação com ansiedade (moderada a grave) em 30% dos professores. Os estressores mais frequentes foram: pouco acompanhamento familiar, problemas motivacionais e comportamentais dos alunos, dificuldades na realização do trabalho, pressão por resultados e conflitos institucionais. A percepção de estresse frente a atividades escolares correlacionou-se significativamente com a percepção de estresse frente a atividades não escolares; e estas últimas correlacionaram negativamente com o coping baseado na solução de problemas. Predominaram EE baseadas na solução de problemas, especialmente entre professores sem estresse e/ou com mais séries/classe, seguidas da busca de práticas religiosas. Estas últimas se correlacionaram com a busca de suporte social e com o tempo de serviço, especialmente entre professores casados e mais experientes, e entre aqueles que tinham menos séries/turmas. A ansiedade correlacionou-se positivamente com o estresse, e ambas as variáveis correlacionaram-se negativamente com o número de escolas onde trabalhavam. Assim, estresse e ansiedade pareceram atuar de modo conjunto, especialmente para os professores que trabalham em menos escolas, ou seja, exclusivamente em classes multisseriadas. Os dados indicam a necessidade de mais estudos sobre o impacto do ensino multisseriado na saúde docente e justificam intervenções específicas sobre essa temática.
RESUMO (4)
AVALIAÇÃO DO ESTRESSE DE UNIVERSITÁRIOS FRENTE ÀS DEMANDAS ACADÊMICAS DA GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
O curso de Graduação em Psicologia gera expectativas nos alunos, que, agregadas às exigências acadêmicas e à cobrança social, podem desencadear um quadro de estresse. Este estudo avaliou o nível de estresse de graduandos, identificando os sintomas mais frequentes e os estressores. Foram avaliadas 15 alunas do sexto período do curso de Psicologia de uma universidade de Campinas-SP. As alunas tinham entre 20-30 anos (n = 8), 30-40 anos (n = 4) e acima de 40 anos (n = 3). Responderam o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp [ISSL] e, para identificar os principais estressores, foi elaborado um questionário estruturado, com 3 perguntas abertas. As respostas verbais foram categorizadas por análise de conteúdo. Os dados do ISSL foram submetidos à estatística descritiva e à correlação de Spearman, relacionando os estágios de estresse e a idade. Os resultados revelam que 9 das 15 participantes estavam estressadas, sendo 6 na fase de Resistência, 2 na fase de Quase exaustão e 1 na fase de Exaustão, com predominância de sintomas psicológicos (n = 6). Foram identificados 12 estressores: quantidade de trabalhos acadêmicos para fazer, provas e conteúdos para ler; avaliações; a falta de domínio do conteúdo apresentado; problemas na relação afetiva com o professor e com os colegas; expectativas em relação ao mercado de trabalho; cobrança familiar e social por tornar-se psicólogo; ter que encarar responsabilidades ao sair do curso; não conhecer a exigência de um professor novo; ter que trabalhar e estudar; os grupos de trabalho. A maioria das estudantes (53,3%) relatou que as expectativas mudaram ao longo do curso, e que estas são estressores (70%). Não houve correlação entre os estágios de estresse e a idade. Este estudo mostra a importância de se avaliar o estresse de uma forma mais abrangente, atentando-se tanto para os estressores, quanto para os sintomas e estágio de estresse.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
PROPOSTA DE PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA NA DISLEXIA DO DESENVOLVIMENTO
O processo de aprendizagem envolve habilidades cognitivas complexas. Assim, é necessário investigar tais processos e traçar perfis neuropsicológicos nos quadros de distúrbios da aprendizagem, mais especificamente a dislexia, para que seja realizado o diagnóstico diferencial, através de avaliação interdisciplinar com enfoque nas habilidades neuropsicológicas, possibilitando maior compreensão acerca das estratégias cognitivas encontradas nessa população. O presente estudo tem por objetivo apresentar e discutir a proposta da bateria de avaliação interdisciplinar em uma abordagem neuropsicológica, realizada no Laboratório de Neurociência Cognitiva e Social da Universidade Presbiteriana Mackenzie e no ambulatório de Distúrbios de Aprendizagem, NANIUNIFESP. A partir de estudos anteriores foi proposta a avaliação das seguintes habilidades em duas etapas. Na Etapa 1 é feita uma triagem diagnóstica por meio dos seguintes procedimentos: entrevista de anamnese, escalas comportamentais e medidas de nível intelectual, memória operacional fonológica, leitura de palavras, pseudopalavras e texto, escrita de palavras, matemática, nomeação rápida e consciência fonológica. Na Etapa 2 são avaliadas as seguintes funções cognitivas: atenção, vocabulário receptivo, habilidade sintática, leitura, escrita, matemática, memória episódica e semântica, função executiva, habilidade motora.
RESUMO (2)
PERFIL COGNITIVO DE DISLÉXICOS ADULTOS NA WAIS-III
A Dislexia do Desenvolvimento é um transtorno específico de leitura que permanece presente ao longo do desenvolvimento dos sujeitos. Compreender o perfil cognitivo de adultos disléxicos na WAIS-III é essencial para o diagnóstico de acordo com o DSM-IV-TR, pois os sujeitos devem ter inteligência média ou acima da média. O objetivo foi descrever o perfil cognitivo de adultos na WAIS-III e comparar com o de adultos sem dificuldades de leitura e escrita. Participaram do estudo 31 adultos disléxicos e 31 adultos bons. ANOVA revelou diferenças significativas entre os grupos somente para o QI Verbal. Além disso, foram observadas diferenças significativas entre os dois grupos, com desempenho inferior dos disléxicos nas seguintes provas: Completar Figuras, Código, Raciocínio Matricial, Semelhanças, Sequência de Números e Letras e Vocabulário. Em relação ao perfil cognitivo, observou-se que disléxicos apresentaram dificuldade em tarefas que exigiam velocidade de processamento, memória operacional com componente da alça fonológica, raciocínio fluido, categorização por associação semântica, vocabulário expressivo e discriminação visual.
RESUMO (3)
PERFIS COGNITIVOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DISLEXIA DO DESENVOLVIMENTO NA WISC-III
A avaliação cognitiva na Dislexia do Desenvolvimento faz parte do processo diagnóstico, pois permite identificar perfis de dificuldades e potencialidades em função do desempenho em tarefas específicas, auxiliando no planejamento de intervenções mais eficazes. O estudo objetivou investigar o perfil na WISC-III de 123 crianças e adolescentes com dislexia do desenvolvimento. A idade variou de 8 a 14 anos, sendo 83 meninos e 65 de escola particular. Análise de conglomerados revelou 3 perfis diferentes em função do desempenho na WISC-III. ANOVA revelou diferenças significativas entre os três subgrupos nas 3 medidas gerais, bem como entre os escores dos subtestes na maioria dos grupos. Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos em função da série e idade. Além disso, verificou-se maior concentração de sujeitos de escola pública no grupo com maior dificuldade nos subtestes da WISC-III.
RESUMO (4)
DESEMPENHO DE CRIANÇAS DISLÉXICAS EM TAREFAS DE FLUÊNCIA
Tarefas de fluência semântica e fonológica avaliam a produção espontânea de palavras, tais como animais, frutas e as letras F, A e S. O objetivo desse trabalho foi comparar o desempenho de disléxicos e controles em tarefas de fluência semântica e fonológica. Foram avaliados 84 indivíduos, com idades entre 6 e 17 anos, sendo 42 disléxicos, diagnosticados a partir dos critérios do DSM-IV, e 42 crianças sem queixas de dificuldades de aprendizagem. O teste t-Student indicou diferença no QI Total e foi realizada ANCOVA, covariando o QIT. Resultados mostram diferenças no número total de palavras geradas nas tarefas para as letras F e S. Nas tarefas de fluência semântica (animais e frutas), disléxicos apresentaram mais repetições. Esses resultados corroboram estudos anteriores e confirmam que o acesso ao léxico semântico depende de bom desenvolvimento da linguagem e de processamento fonológico, habilidades que estão prejudicadas nos quadros de dislexia. Além disso, tarefas com grande demanda fonológica podem trazer dificuldades de automonitoramento verbal.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA PORTE DE ARMA FOGO: O QUE MEDIR AFINAL?
O debate sobre a violência urbana pauta a atualidade em todo o mundo e traz à tona discussões sobre o uso da força e o emprego das armas de fogo no contexto da segurança, bem como a disseminação de seu uso por parte da população civil. No Brasil, recentemente, a sociedade civil e as instituições questionaram intensamente a conveniência da posse e uso de armas, tendo como produto dessas discussões um referendo nacional que confrontou ideias de diversos atores, tais como grupos que utilizam armas em atividades desportivas ou laborais e organizações de direitos humanos. Por sua parte o governo brasileiro editou legislação disciplinadora para a área, de forma que a venda, porte e uso de armas de fogo ficaram submetidas a um conjunto de regras, dentre as quais figura a exigência de comprovação de aptidão psicológica, para todos aqueles que desejem tal atividade. Em que pese a magnitude do tema, o que se observa é a escassez de estudos que contemplem dados que auxiliem o psicólogo em sua tarefa de realizar avaliações nesse contexto. Nesse sentido o presente trabalho, que se encontra em desenvolvimento, subdivide-se em três etapas que objetivam: identificar as práticas dos psicólogos credenciados pela Polícia Federal para realização de avaliações psicológicas específicas para a permissão do porte de armas de fogo; realizar o estudo científico do perfil psicológico para tal situação bem como, apresentar as evidências de validade identificadas no estudo. Dessa forma, pretende-se contribuir com a área da avaliação psicológica por meio do acréscimo de parâmetros científicos balizadores para o contexto do porte e uso de armas de fogo no Brasil.
RESUMO (2)
CONSTRUÇÃO DE ESCALA DE CONSCIENCIOSIDADE PARA O CONTEXTO DA SEGURANÇA PRIVADA
Na década de 60, com a legalização do segmento da segurança privada no Brasil, as instituições foram obrigadas por lei a criar dispositivos de segurança compostos por guardas armados ostensivamente e alarmes. Esse posto de trabalho tem como função apoiar órgãos na prevenção de atos ilícitos e, para isso, demandam desses profissionais o porte de arma de fogo. No Brasil a habilitação para portar arma de fogo no exercício da função requer como uma de suas fases o processo de avaliação psicológica. Contudo, os psicólogos que trabalham nesse processo no processo de avaliação têm enfrentado como grande limitação a falta de instrumentos de medida da personalidade de personalidade adequados para essa parcela da população: considerada em sua maioria como analfabetos funcionais. Embora os psicólogos que atuam atuem na avaliação desses profissionais utilizem escalas de medidas de personalidade aprovadas pelo SATEPSI, deparam-se com a dificuldade de avaliar vigilantes apenas com nível fundamental completo, com dificuldades de compreenderem a natureza das questões proposta pelos instrumentos. Nesse contexto, o presente estudo se propõe a apresentar o processo de construção de um teste de conscienciosidade de formato verbal e não verbal construído para uso na área de segurança privada. O instrumento foi baseado na teria dos cinco grandes fatores, tendo como foco a medida da conscienciosidade, considerada uma variável preditora de bom desempenho no trabalho, de menores taxas de absenteísmo e de maior comprometimento no trabalhado. O processo de construção seguiu a proposta dos pólos teóricos, experimental e analítico. Foram construídos 30 itens verbais, que também foram transformados em imagens pictóricas, de forma a representar cada uma das situações indicadoras de conscienciosidade. Os itens foram submetidos à passaram pela análise semântica e de juízes, sendo considerados adequados tendo apresentado índices de concordância com mais de 80% entre os avaliadores. O instrumento em questão está em fase de validação, embora já se apresente como um instrumento promissor para medida da personalidade no contexto da segurança privada.
RESUMO (3)
ESCALA DE INSTABILIDADE EMOCIONAL PARA A ÁREA DA SEGURANÇA PÚBLICA - IESP
Dentre os temas de maior relevância no cenário nacional, encontra-se configurada a segurança pública. Sua importância evidencia-se nas discussões empreendidas no cenário político e acadêmico, mas também pela expectativa dos cidadãos de que o estado seja capaz de cumprir com seu dever constitucional de oferecer segurança à população. A operacionalização de tal tarefa se faz, se não exclusivamente, mas em grande parte por meio da ação de profissionais da área, dos quais se espera que apresentem um conjunto de atributos, onde se destaca a estabilidade emocional. A ênfase em tal característica se relaciona a constatação de que policias com grande constância se envolvem em situações de risco onde a apresentação de adequada estabilidade emocional é considerada como uma das determinantes de sucesso no trabalho. Nesse sentido o presente trabalho busca contribuir com a ciência psicológica e com a área da segurança pública por meio da construção de um instrumento de medida de instabilidade emocional fundamentado no modelo dos Cinco Grandes Fatores para uso específico na área, com o diferencial do uso de amostra de validação composta exclusivamente por policiais. Para tal intento conceberam-se dois estudos destinados à apresentação de evidências de validade baseadas no conteúdo bem como na estrutura interna da escala denominada IESP, contemplando-se também a busca por evidências de validade com base em variáveis externas, sendo avaliada a validade convergente da IESP com o teste EFN. Os resultados indicaram uma estrutura composta por um fator geral e quatro facetas e apontam evidências de validade da IESP bem como abrem caminho para novas pesquisas que tenham como foco a interface da ciência psicológica com a área da segurança pública.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Avaliação Psicológica para Porte de Arma de Fogo: Apresentação de instrumento
A avaliação psicológica está presente em diversos cenários de nossa atuação profissional. Da área clínica à organizacional, da escola ao esporte, da área hospitalar à jurídica, os psicólogos dispõem de instrumentos que o auxiliam na tomada de decisão nos diversos contextos. A avaliação psicológica para porte de arma de fogo, exigência legal de acordo com a Lei nº 10826 de 22 de dezembro de2003, tem mobilizado psicólogos e o Sistema Conselhos por meio de discussões que possam fornecer subsídios para essa atividade se dê de maneira ética, consciente e científica. Nesse sentido, torna-se necessário que cada vez mais existam instrumentos disponíveis, validados para nossa população e que atendam as exigências para uma avaliação dessa natureza. O objetivo desse trabalho é apresentar um instrumento para avaliação da impulsividade que se constitui a primeira escala brasileira destinada a avaliar exclusivamente esse construto. Esse instrumento denominado EsAvI, resultado da pesquisa realizada no Mestrado da autora, é composto por 31 itens e define a impulsividade a partir de 4 fatores: Falta de Concentração e de persistência se refere à incapacidade que o indivíduo apresenta de manter o foco em uma determinada tarefa ou atividade por um tempo prolongado sem se dispersar, assim como dar continuidade a algo que tenha iniciado; Controle cognitivo, diz respeito ao quanto o indivíduo procura refletir sobre suas ações, buscando avaliá-las antes de agir ou responder aos estímulos externos ou internos; Planejamento futuro, faz menção à capacidade de planejar ações cujos efeitos não se restringem ao momento presente, ou seja, os itens referem-se apensamentos sobre o futuro da pessoa e por fim, Audácia e temeridade, avalia a incapacidade para avaliar situações que possam envolver algum risco, bem como refletem busca por sensações novas, muitas vezes relacionadas com imprudência ou aventura arriscada. Apresentar-se-ão resultados e possibilidades de utilização.
RESUMO (2)
APTO X INAPTO PARA PORTE DE ARMA DE FOGO Estudo de casos com o Zulliger.
A avaliação psicológica de aptidão para portar uma arma de fogo, exigida pela Polícia Federal, tem por finalidade verificar se o sujeito tem características compatíveis para trabalhar ou andar armado. A utilização de testes psicológicos, favoráveis pelo Conselho Federal de Psicologia, contribui na tomada de decisão. O teste de Zulliger, também conhecido como Z-teste, tem sido um dos instrumentos mais utilizados para esta finalidade em função da rapidez, economia e descrição das características de personalidade do aspirante ao armamento. Nesse sentido, torna-se um dos testes mais indicados e usados pelos psicólogos mineiros credenciados da Polícia Federal. O objetivo do presente estudo é identificar fatores de aptidão e inaptidão para o porte de arma de fogo, através do Zulliger. O método utilizado foi o estudo de 60 casos submetidos ao Z teste, em avaliações para porte de arma, realizadas anteriormente em cidadãos comuns, vigilantes e policiais militares. Os protocolos foram divididos em duas categorias: aptidão e inaptidão. Dentre os vários indicadores que podem ser identificados através das interpretações das manchas de tinta, optou-se neste levantamento por priorizar especificamente aqueles que contribuiriam mais para a tomada de decisão: adaptação à realidade, adaptação e maturidade social, controle emocional, agressividade e sinais psicopatológicos. Resultados: os indicadores de aptidão mais freqüentes foram: ausência de agressividade, depressão, confabulação e contaminação; juízo crítico adequado; presença de conteúdo humano; ausência de percepções paranóides e adaptação à realidade. Os indicadores de inaptidão mais freqüentes foram: descontrole emocional e imaturidade social. Conclusão: Um parecer de aptidão para portar arma de fogo exige capacitação e muita responsabilidade do profissional psicólogo. O teste de Zulliger tem se mostrado confiável para esta finalidade, e aliado ao exame detalhado dos resultados da entrevista e dos outros testes utilizados, embasa este parecer.
RESUMO (3)
O Teste de Pfister como instrumento para Avaliação de Uso de Arma em Policiais Militares.
Os candidatos ao ingresso na Polícia Militar de Minas Gerais são submetidos ao exame psicológico para avaliar se apresentam traços de personalidade incompatíveis com o exercício da função. Ao longo da carreira. entretanto, mesmo os militares que tiveram parecer favorável por ocasião de sua admissão, podem vir a ter sua saúde mental comprometida. As atribuições típicas da segurança pública somadas a fatores predisponentes de sua história de vida podem afetar seu equilíbrio emocional e comportamento, dentro ou fora da Instituição. A constatação, por parte do próprio militar ou de seus superiores, de que o mesmo não se encontra em condições psicológicas para o exercício de suas funções, leva ao encaminhamento para o serviço de Psicologia de sua Unidade e resultar no parecer de dispensado de uso e manuseio de arma, enquanto perdurar sua condição. Em situações como esta, o militar tem seu armamento recolhido e só poderá voltar a portá-lo novamente se submetido a exame médico e psicológico. Os transtornos de comportamento mais comumente diagnosticados na clínica são: depressão, ansiedade, dificuldade adaptação e abuso de álcool. O Teste de Pfister é uma técnica projetiva que consiste em solicitar ao examinando que monte três pirâmides com quadrículos coloridos que lhe agrade e permite avaliar a dinâmica emocional do paciente. Sua aplicação se caracteriza pela simplicidade e a duração normalmente não excede quinze minutos. O caráter lúdico gera pouca resistência naqueles que são submetidos a ela. Pesquisas recentes tem mostrado que o Teste de Pfister apresenta indicadores que podem colaborar para o diagnóstico de transtornos mentais quando associado com outras técnicas. A aplicação do teste, somada a entrevista, tem sido usada na clínica de Psicologia da PMMG e se mostrado um instrumento confiável para embasar parecer sobre a conveniência ou não de retornar o militar para o serviço de rua.
RESUMO (4)
O teste projetivo Zulliger na avaliação psicológica para o porte de arma de fogo.
Para se adquirir o porte de um armamento é necessário obter, perante a Polícia Federal, um parecer psicológico de aptidão, com testes favoráveis pelo CFP. A técnica projetiva Zulliger e a entrevista psicológica permitem fornecer um parecer restritivo ou não para se portar arma de fogo. A entrevista não é uma técnica única, mas uma ferramenta que associada aos instrumentos de avaliação favorecem o conhecimento da dinâmica da personalidade. Seu emprego dirigido por um entrevistador treinado, objetivando descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos, em um processo que visa a recomendações, encaminhamento ou propor alguma intervenção, é de fundamental importância para que se possam tomar decisões dentro do processo avaliativo como um todo. Este trabalho tem como objetivo esclarecer sobre avaliação psicológica para porte de armas de fogo, através da associação dos dados da entrevista aos resultados apresentados na Técnica de Zulliger. A metodologia utilizada foi o estudo de caso de um vigilante de uma empresa estatal submetido, entre outros testes, ao Zulliger e a entrevista psicológica, numa das avaliações periódicas exigidas. Utilizou-se o sistema Klopfer, através do atlas do Cícero Vaz, para análise e interpretação do protocolo. Os resultados apontaram que apesar do mesmo ser da equipe de segurança por muitos anos, neste momento não apresentava condições suficientes para continuar armado. Dados relacionados ao controle emocional, à interação social e a adaptação à realidade do examinando, imprescindíveis para aptidão segundo a Polícia Federal, foram insuficientes. Além disso, o examinado apresentou na entrevista ser introspectivo, desconfiado, retraído e de difícil contato social. Conclusão: o Z-teste, associado a uma entrevista em profundidade, é uma técnica que auxilia o psicólogo na difícil tarefa de dar um parecer a quem deseja portar arma de fogo. A utilização de instrumentos favoráveis pelo CFP, como o Zulliger, embasa cientificamente este parecer.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
ESCALA DE ATRIBUTOS DESEJÁVEIS DO (A) PARCEIRO (A) IDEAL: CONSTRUÇÃO E COMPROVAÇÃO DE SUA ESTRUTURA FATORIAL
A presente pesquisa objetivou construir e validar a Escala de Atributos Desejáveis do Parceiro Ideal (EADPI), reunindo evidências de sua estrutura fatorial e consistência interna. Para tanto, foram realizados três estudos: No Estudo 1 solicitou-se a sete psicólogos que escrevessem 25 atributos considerados desejáveis em uma pessoa para casar ou compartilhar a vida, em seguida realizou-se uma análise semântica destes atributos e formou-se um painel de juízes, aonde por meio de discussão e consenso absoluto, chegou-se à versão experimental composta por 56 itens. Para a verificação empírica da medida, participaram 200 pessoas de João Pessoa (PB), a maioria mulheres, com idade média de 25 anos. Uma análise de CP apontou como adequada uma estrutura multifatorial da EADPI composta por cinco fatores (Atlética, Afetuosa, Tradicional, Sociável e Realizada) com índices de consistência interna adequados. No Estudo 2, para confirmar essa estrutura fatorial, participaram 201 pessoas da mesma cidade, a maioria mulheres, com idade média de 26 anos. Uma análise fatorial confirmatória sugeriu como aceitável a estrutura penta fatorial desta medida, com sua versão final composta por 20 itens. O Estudo 3 foi realizado para testar a adequabilidade do modelo multifatorial da EADPI entre capitais e cidades do interior do Nordeste, considerando-se duas amostras: uma formada por residentes no interior (1.541) e a segunda por residentes nas capitais (1.583), ambas compostas majoritariamente por mulheres com idade média de 23 anos. Foram realizadas análises fatoriais confirmatórias e os resultados indicaram uma adequação do modelo, tanto para as capitais nordestinas, quanto para as cidades do interior. Diante do exposto, ressalta-se que a EADPI é uma medida psicometricamente adequada para mensurar os atributos desejáveis na escolha por parceiros estáveis, podendo ser utilizada em estudos futuros na área de relacionamentos íntimos, sobretudo na região do nordeste.
RESUMO (2)
ESCALA DE ATRIBUTOS DESEJÁVEIS DO (A) PARCEIRO (A) IDEAL: COMPARAÇÕES ENTRE AS MEDIDAS EXPLÍCITA E IMPLÍCITA
A presente pesquisa objetivou verificar a relação entre as medidas explícita e implícita dos atributos desejáveis do (a) parceiro (a), considerando duas dimensões desta medida (atlética e realizada). Objetivou-se ainda verificar diferenças entre sexo nessas medidas. Para tanto, participaram do estudo 49 estudantes universitários da cidade de João Pessoa/PB distribuídos equitativamente quanto o sexo, com idade média de 25 anos. Estes responderam a Escala de Atributos Desejáveis do Parceiro Ideal (EADPI), em formato lápis e papel (medida explícita) e o TAI Parceiro Ideal (medida implícita), elaborada para o presente estudo, utilizando como categorias de estímulos, palavras indicando níveis de importância (e.g., importante, significante) e não importância (e.g., não importante, insignificante), e como categorias-alvo as dimensões atlética (e.g., sexy, sarada e bonita) e realizada (e.g., bem-sucedida, rica e decidida). Os resultados não indicaram correlações significativas entre as medidas explícita e implícita nas dimensões atlética e realizada, porém foi identificada uma correlação inversa e significativa entre a dimensão realizada implícita e a dimensão atlética explícita, apontando que quanto maior as atitudes explícitas favoráveis à importância dos atributos físicos (atlética) na escolha do parceiro, menor são as atitudes implícitas frente à importância dos atributos relacionados a possibilidades de recursos (realizada). Quanto às diferenças entre sexo, foi verificada na medida explícita que os homens pontuam mais alto do que as mulheres na dimensão atlética, sendo este resultado estatisticamente significativo, porém não foi encontrada diferença significativa na dimensão realizada explícita. Por outro lado, na medida implícita, também foi verificado que os homens pontuam mais do que as mulheres na dimensão atlética, e foi verificado ainda que as mulheres pontuam mais alto do que os homens na dimensão realizada, ambos os resultados estatisticamente significativos. Diante do exposto, verifica-se que mensurar os atributos desejáveis do parceiro por meio de medidas implícitas torna-se relevante para minimizar os efeitos da desejabilidade social na compreensão da escolha do (a) parceiro (a).
RESUMO (3)
ESCALA DE ATRIBUTOS DESEJÁVEIS DO (A) PARCEIRO (A) IDEAL: INVARIÂNCIA FATORIAL E ANÁLISE MULTIGRUPO COM HETEROS E HOMOSS
A presente pesquisa objetivou conhecer diferenças entre homens e mulheres, tanto heterossexuais quanto homossexuais nas pontuações da Escala de Atributos Desejáveis do Parceiro Ideal (EADPI) e também avaliar sua invariância fatorial a partir do sexo e orientação sexual dos participantes. Para tanto, participaram deste estudo 376 pessoas da população geral da cidade de João Pessoa (PB), com idade média de 25 anos, destes 198 eram do sexo masculino (108 heterossexuais e 90 homossexuais) e 178 do sexo feminino (100 heterossexuais e 78 homossexuais). Estes responderam a um livreto, com as seguintes medidas: EADPI e um Questionário Sociodemográfico. Inicialmente realizou-se uma MANOVA, considerando como variáveis antecedentes a orientação sexual e o sexo e como critério as dimensões de atributos desejáveis do (a) parceiro (a) ideal (Afetuosa, Atlética, Sociável, Tradicional, Realizada). Os resultados destas análises apontam que homens e mulheres heterossexuais diferenciam-se, de forma estatisticamente significativa, em relação aos atributos desejáveis do parceiro, sendo que os homens pontuaram mais alto na dimensão Atlética e as mulheres em Afetuosa, Tradicional e Sociável. O mesmo padrão se repete nos homossexuais, sendo que os homens pontuaram mais alto do que as mulheres nas dimensões Atlética e Afetuosa, nas demais dimensões não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas. Além disso, testou-se a invariância fatorial do modelo original da EADPI (penta fatorial), que reuniu as propriedades de invariância configural, métrica e estrutural, a partir do valor dos indicadores do ΔRMSEA. Concluiu-se que, a EADPI reúne evidências empíricas de sua adequação tanto em heterossexuais, quanto em homossexuais. Portanto, poderá ser utilizada em estudos futuros que abordem tal temática, com estes grupos para compreender as diferenças de gênero e orientação sexual. Estudos desta natureza são importantes, sobretudo, porque os relacionamentos íntimos podem influenciar várias esferas da vida de um indivíduo.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Aspectos históricos da avaliação psicológica no Brasil até a implantação do SATEPSI
Embora a prática da avaliação psicológica sempre tenha sido citada como aquela em que apenas o psicólogo pode atuar e seja considerada uma área de formação profissional básica, os psicólogos têm lidado com a área de formas distintas ao longo do tempo. A implantação do Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI) em 2001 insere-se num contexto histórico e o objetivo desta apresentação é resgatar esse contexto. Identificam-se as práticas e concepções sobre a avaliação psicológica que culminaram com a necessidade de implantação de um sistema de controle da qualidade dos testes.
RESUMO (2)
A Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica e o SATEPSI: uma avaliação do seu impacto
A Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica foi instituída oficialmente por meio da Resolução do CFP 02/2003 com o objetivo principal de analisar e emitir parecer sobre os testes psicológicos encaminhados ao CFP. O trabalho dessa comissão e dos pareceristas Ad Hoc que a auxiliam, se confundem com o próprio SATEPSI. Agora, passado um tempo considerável, é possível olhar para trás e fazer uma análise da relação custo/benefício que tal comissão tem trazido para a categoria. Por isso, o objetivo dessa fala é apresentar as dificuldades enfrentadas quando de sua implantação, seu modo de funcionamento e os impactos que produziu para a área de avaliação psicológica.
RESUMO (3)
O Conselho Federal de Psicologia e a área de avaliação psicológica.
O Conselho Federal de Psicologia tem como objetivos regulamentar, orientar e fiscalizar o exercício profissional, e também promover espaços de discussão sobre os grandes temas da Psicologia, o que obviamente inclui a avaliação psicológica. Portanto, é natural que contemple esta área da psicologia em suas ações e em seu modo de funcionamento. Esta fala mostra de que forma a avaliação psicológica é representada no sistema conselhos e que outras ações têm feito parte da política do CFP em relação à avaliação psicológica.
RESUMO (4)
Novos desafios para a categoria em relação à avaliação psicológica
Apesar do trabalho da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica ter se organizado em função do SATEPSI, as atividades efetivamente desenvolvidas por essa comissão em muito extrapolou essa circunscrição. Na atualidade, a comissão tem sido consultada em diversas ocasiões que envolvem a relação entre a avaliação psicológica e a sociedade. Esta fala tem o objetivo de informar os temas que têm sido objetos de discussão nas reuniões da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica, que extrapolam as atividades relacionadas ao SATEPSI, e que, algumas vezes, apontam para a necessidade de um grande debate com a categoria.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Fundamentos teóricos, controvérsias e instrumentos para avaliação da dependência de internet
Para a maior parte da população de usuários, a Internet e o cyberespaço se apresentam como ferramentas associadas à aprendizagem e aquisição de informação, ao bem-estar emocional, à socialização, produtividade profissional, qualidade de vida, entre outros. Mas, para uma pequena parcela da população, a relação com essas tecnologias pode se tornar um problema. Embora a conceituação do que vem sendo chamado de dependência de internet (DI) ainda seja vaga e imprecisa, parece haver consenso entre pesquisadores e clínicos de que há notáveis prejuízos nas vidas dos sujeitos que fazem um uso disfuncional da ferramenta (Internet), seus recursos, conteúdos e derivados. E os prejuízos são tão visíveis e relativamente frequentes, que autoridades no assunto têm discutido a inclusão da DI na formulação do DSM-V. Assim, com o crescente interesse pelas conseqüências adversas do uso do computador e da Internet, a busca pela construção de instrumentos e desenvolvimento de métodos para avaliação da D.I (e seus derivados) e dos usos das TICs também tem aumentado, embora ainda seja restrito, especialmente no contexto brasileiro. É documentada na literatura especializada a existência de inúmeros instrumentos voltados para a mensuração da dependência de Internet, entre os quais figura o Internet Addiction Test- IAT, que foi traduzido para o português e adaptado para a cultura brasileira. O propósito desta mesa é apresentar os estudos psicométricos de adaptação do IAT para a dependência específica de redes sociais e os objetivos específicos desta fala são apresentar as controvérsias sobre a conceituação de dependência de internet, o status atual dos instrumentos existentes para avaliá-la e os fundamentos teóricos que embasaram a realização deste estudo.
RESUMO (2)
Escala de Dependência de Redes Sociais: Evidências de Validade Baseadas na Estrutura Interna
A forma virtual de relacionar-se através da Internet é um tema que vem sendo estudado por diversos pesquisadores no mundo, embora no Brasil haja poucos estudos realizados, principalmente no campo da avaliação. Por isso, o presente trabalho teve por objetivo analisar a estrutura fatorial de uma escala adaptada para avaliação da dependência de redes sociais a partir do Internet Adiction Test - IAT. Participaram dessa pesquisa 202 estudantes universitários, brasileiros, predominantemente do sexo feminino. O instrumento continha 19 itens para serem respondidos através de uma escala do tipo Likert de 5 pontos. A forma adaptada do instrumento foi formatada na plataforma GoogleDocs, de modo que as respostas foram dadas via internet. Para análise dos dados, foi empregada uma análise fatorial exploratória com extração dos fatores por fatoração dos eixos principais e rotação oblíqua. Foram obtidas uma solução unifatorial e uma com quatro fatores, que indicaram a forma como a escala atual pode ser utilizada com validade e fidedignidade e caminhos para o seu desenvolvimento futuro, respectivamente.
RESUMO (3)
Escala de Dependência de Redes Sociais: Evidências de validade baseadas na relação com variáveis externas
Com os avanços tecnológicos das últimas décadas, os sites de redes sociais tornaram-se ferramentas acessíveis e muito utilizadas em todo o mundo, o que despertou também o interesse dos pesquisadores, inclusive com relação à construção de instrumentos com boas propriedades psicométricas para avaliá-lo. Esta comunicação visa apresentar dados de relações com variáveis externas de um instrumento adaptado para o português para avaliação do uso de redes sociais. A escala constituiu-se de 19 itens, para serem respondidos via internet, por meio de uma escala Likert de 5 pontos. Foi aplicada em 202 estudantes universitários, com idades superiores a 18 anos, a maioria do sexo feminino. Os resultados mostraram que não há diferenças de gênero na dependência de redes sociais, nem importa se a pessoa faz uso do computador no trabalho ou não. No entanto, os dados obtidos mostram que quanto mais aumenta a idade, menor é a dependência de redes sociais. Este último resultado provavelmente se deve ao fato de os jovens utilizarem a ferramenta das redes sociais com maior desenvoltura do que os mais velhos, uma vez que seu uso tornou-se popular na última década.
RESUMO (4)
Escala de Dependência de Redes Sociais: Estudos psicométricos baseados na Teoria de Resposta ao Item
A dependência de internet é um tema que vem sendo muito estudado ao redor do mundo. No contexto brasileiro ainda não há muitas pesquisas relacionadas ao uso excessivo de redes sociais, especialmente no campo da avaliação. Partindo desse princípio, o objetivo principal do presente trabalho foi adaptar o instrumento IAT (Internet Addiction Test) para a verificação do uso específico de redes sociais, bem como, avaliar suas propriedades psicométricas com o auxílio da Teoria de Resposta ao Item. Para tanto, contou-se com a participação de 200 estudantes universitários, de ambos os sexos, com idade superior a 18 anos. A forma adaptada do instrumento ficou com 19 itens, respondidos através da plataforma GoogleDocs. Desta forma, ao se observar as condições para a realização das análises com base no Modelo de Rasch, constatou-se um bom ajustamento dos índices de infit e outfit, o que propiciou a continuidades das análises. Ao verificar a relação entre as categorias de respostas adotadas no instrumento e o theta dos participantes, observou-se a existência de um bom paralelismo entre tais aspectos. Deste modo, todas as categorias de respostas foram consideradas úteis na discriminação dos níveis de dependência de redes sociais. Observando-se o mapa de itens, notou-se que a média da população ficou abaixo da média dos itens. Este dado sugere que o IAT possui itens que descrevem uma dependência mais intensa do que se manifesta na população. Destaca-se ainda que, os itens considerados mais difíceis e que ficaram acima da média são os que compõem o segundo fator da escala em questão. Logo, o segundo fator estaria mensurando comportamentos mais patológicos da dependência de redes sociais do que os itens da primeira dimensão. Diante do exposto, conclui-se que o Inventário sobre o uso de Redes Sociais apresenta boas propriedades psicométricas para a mensuração do construto em questão.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Avaliação de serviços de intervenções psicoterapêuticas e atendimentos psicossociais em clínicas-escola e hospitais
A avaliação de intervenções psicoterapêuticas e psicossociais é uma temática discutida informalmente pelos psicólogos e pesquisadores clínicos. Estudos na área buscam evidências científicas que comprovem a eficiência de tais intervenções. A realização de pesquisas para avaliar as intervenções psicoterapêuticas e psicossociais, possibilita aos profissionais reflexões mais sistematizadas sobre sua prática e fornece elementos pedagógicos para a formação de novos psicólogos. Também contribui para identificar estratégias mais relacionadas aos processos de mudança em psicoterapias e atendimentos psicossociais, garantindo aos pacientes uma maior eficiência nos serviços oferecidos. Esta exposição tem como objetivo apresentar a pesquisadores da área de avaliação psicológica, um procedimento de avaliação de psicoterapias e atendimentos psicossociais individuais e grupais de pacientes adultos e adolescentes em contexto de clínica-escola e em um instituto de formação de psicoterapeutas. O processo de avaliação proposto é composto por instrumentos que avaliam qualitativa e quantitativamente os atendimentos. Os participantes serão usuários adultos e adolescentes dos serviços de atendimento psicoterápico e psicossocial, além de supervisores de estágio e estagiários. Os instrumentos utilizados nesta pesquisa são o Clinical Outcome in Routine Evaluation - Outcome Measure (CORE-OM), Experiência Pessoal (SAI-R), Aspectos Úteis da Terapia (HAT), Protocolo de entrevista de mudança do cliente (CI), e o Questionário Pessoal Simplificado (PQ). Para a validação dos instrumentos quantitativos de avaliação (CORE-OM e SAI-R) será utilizada análise fatorial e análise de consistência interna. Os instrumentos qualitativos (HAT, CI e PQ) já estão adaptados. No procedimento proposto os instrumentos devem ser aplicados, de forma alternada, em usuários dos serviços por estagiários sob supervisão em períodos regulares que variam de três a seis meses. Procedimentos como esse já são utilizados com regularidade em vários países europeus.
RESUMO (2)
Adaptação transcultural do instrumento CORE-OM para o português do Brasil.
O instrumento CORE-OM foi criado originalmente na língua inglesa, sendo uma medida de resultado normalizado e aceitável para avaliar eficácia e efetividade da psicoterapia. O instrumento é composto por 34 questões que avaliam bem estar subjetivo, sintomas, funções e risco. O Programa de Pós Graduação em Psiquiatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, juntamente com o Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Católica de Brasília está realizando o processo de adaptação transcultural da versão inglesa do CORE-OM para português do Brasil. O modelo de tradução e adaptação ocorre em sete etapas: tradução, retrotradução, avaliação da equivalência semântica, elaboração da versão síntese, pré-teste na população, e segundo pré-teste na populaçãoalvo. A amostra é formada por participantes do Rio Grande do Sul e do Distrito Federal, sendo composta por pessoas adultas, maior de 18 anos, de diferentes níveis socioeconômicos, culturais e educacionais, visando representar a diversidade social e cultural presente em nosso País. Os participantes responderam a um questionário socioeconômico, ao teste e em seguida apresentaram sua compreensão sobre o instrumento CORE-OM na versão em português do Brasil. Ao finalizar a versão brasileira, esta será validada e será possível fornecer a população uma nova escala para medir a eficácia e a efetividade do processo psicoterápico. Com o melhor conhecimento sobre o processo psicoterápico, poderão ser propostas melhorias neste sentido, visando diminuir o sofrimento das pessoas que se beneficiam deste tratamento. Também, com a adaptação do CORE-OM para o português do Brasil será possível replanejar alguns aspectos no processo psicoterápico, reduzindo consequentemente o tempo de tratamento e os custos para o sistema de saúde.
RESUMO (3)
Um modelo ecológico para a avaliação da pessoa idosa
O envelhecimento humano provoca um aumento da vulnerabilidade das pessoas idosas frente a seu ambiente, surgindo a necessidade de compensar as perdas biológicas, cognitivas e comportamentais para prevenção de danos e promoção da qualidade de vida. Propomos nesse estudo avaliar a pessoa idosa sob a perspectiva do envelhecimento ativo ressaltando fatores que contribuem para a qualidade de vida reconhecendo os determinantes que afetam a saúde física e mental dos idosos, propondo um modelo ecológico de avaliação. Tal modelo para o estudo do envelhecimento ativo realizou uma avaliação da saúde com a aplicação de escalas que exploraram as dimensões física (capacidade funcional, acidentes, agravos a saúde, limitações físicas e prática de atividades físicas) e mental (bem-estar subjetivo, bem-estar psicológico e autopercepção de saúde). Nesse modelo incluimos a avaliação do ambiente onde o idoso vive, considerando as dimensões: ambiente físico (tipo de moradia, propriedade, densidade, e acessibilidade); ambiente psicológico (privacidade, preferência e satisfação);ambiente familiar (anos da vida adulta vividos na moradia atual, arranjo familiar e uso do espaço doméstico) e vizinhança (de apoio social, perigos, serviços e facilidades observados na comunidade). Foram realizadas entrevistas com a aplicação de escalas com 50 idosos (32 mulheres) com idades entre 60 e 99 anos, residentes em quatro unidades federativas brasileiras Foram realizadas análises estatísticas descritivas e inferenciais (correlação canônica e regressões múltiplas) para a verificação dos fatores do ambiente que contribuem para o envelhecimento. Os resultados indicaram uma correlação significativa entre o ambiente e o envelhecimento ativo. As dimensões ambiente psicológico e físico foram as que obtiveram a maior carga na variável ambiente, enquanto o bem-estar subjetivo e bem-estar psicológico obtiveram as maiores cargas na variável envelhecimento ativo. Tais resultados evidenciam que a maneira como os idosos percebem e vivenciam seus espaços contribui significativamente para o envelhecimento ativo e saudável.
RESUMO (4)
Satisfação no trabalho de pesquisadores: um estudo em uma empresa pública brasileira
Satisfação no trabalho é um dos construtos mais estudados na psicologia do trabalho em função do entendimento comum de estar relacionada ao desempenho, produtividade, rotatividade e assiduidade. Sua definição ainda é bastante discutida por ser um fenômeno complexo e atitudinal. Nesse estudo, satisfação no trabalho é conceituada como um estado emocional positivo advindo da vivência no ambiente organizacional. O objetivo desse estudo foi analisar a estrutura fatorial e consistência interna da Escala de Satisfação no Trabalho para uma amostra de pesquisadores e a relação entre satisfação no trabalho, dados sociobiográficos (sexo e idade) e características do trabalho (liderança de equipes e tempo de empresa). O estudo foi realizado com 367 participantes de uma empresa de pesquisa pública brasileira presente em todas as regiões brasileiras. Houve uma predominância de participantes do sexo masculino e da Região Sudeste. A Escala de Satisfação no Trabalho (EST) foi elaborada e validada no Brasil por Siqueira (2008), composta por cinco fatores: a) satisfação com colegas; b) satisfação com trabalho; c) satisfação com chefia; d) satisfação com a natureza do trabalho; e, satisfação com as promoções. Os resultados mostraram: a) que a estrutura fatorial da escala manteve-se equivalente à do instrumento original; b) existência de relações significativas entre as variáveis, de forma que houve maior satisfação entre gerentes e pesquisadores do sexo masculino e c) que as variáveis idade e tempo de serviço não eram correlacionadas com satisfação.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
DIFERENCIAÇÃO DE SUJEITOS ESQUIZOFRÊNICOS E SUJEITOS NÃO ESQUIZOFRÊNICOS NO TAT SEGUNDO A ESCOLA DE PARIS
Processo primário é um conceito básico nas teorias psicanalíticas com referência aos aspectos inconscientes do funcionamento psíquico. Suas principais características são: a ausência de coerência e de relações lógicas e o desconhecimento das relações temporais e do princípio de realidade. De acordo com os estudos franceses disponíveis na literatura, o Teste de Apercepção Temática é apontado como instrumento eficaz na identificação desses processos, a partir da identificação da alteração da percepção visual, utilização maciça da projeção, desorganização das demarcações identitárias e objetais e alteração do discurso. Nesse sentido, no presente estudo pretendeu-se investigar as emergências dos processos primários por meio do TAT em quatro adultos, sendo dois portadores de diagnóstico de esquizofrenia e dois sem diagnóstico psiquiátrico. Especificamente utilizou-se a quarta série de procedimentos de elaboração do discurso segundo a Folha de Cotação do TAT da Escola de Paris. Os protocolos dos quatro participantes foram cotados por dois juízes/avaliadores independentes e sem acesso entre si. Além de alta concordância entre os juízes para todos os critérios de análise, observaram-se diferenças de média entre o grupo clínico e não-clínico no Total da Serie E - Emergências dos Processos Primários - corroborando o registrado na literatura especializada.
RESUMO (2)
ASPECTOS NEUROPSICOLÓGICOS E PSICODINÂMICOS NO TAT DE UM CASO DE TDAH DE ADULTO
A expressão funções executivas (FE) refere-se às habilidades de planejamento, monitorização do comportamento, percepção e crítica ao erro e autorregulação emocional. As FE vêm sendo associadas a diversas alterações neuropsiquiátricas, dentre as quais o transtorno de déficit de atenção e impulsividade (TDAH). Entretanto, há controvérsias em torno da questão do diagnóstico do TDAH em adolescentes e adultos, nos quais os problemas decorrentes das alterações nas FE são detectados mais a partir da presença de desorganização e conflitos no âmbito afetivo-emocional do que no cognitivo propriamente dito. A tarefa de contar histórias no TAT requer a organização de um discurso lógico sequencial a partir de figuras relativamente ambíguas, processo que envolve observação do estímulo, acionamento da memória visual e verbal, levantamento de hipóteses perceptivas e, por fim, organização dos elementos em sequência lógico-temporal e expressão verbal. Por se tratar de atividade complexa envolvendo múltiplas etapas, essa tarefa requer a participação das FE. Ilustra-se aqui uma leitura neuropsicológica dos relatos ao TAT de uma jovem de 23 anos com diagnóstico de TDAH. Foram observadas dificuldades de sustentação da atenção às instruções e ao relato, de seletividade de um tema, de foco em um personagem bem como perda de sequência e ritmo de elaboração. Tais problemas configuram alterações nas FE que são permeadas por aspectos de imaturidade e componentes de ansiedade. Os aspectos neuropsicológicos e psicodinâmicos detectados no TAT contribuem para uma compreensão mais ampla dos quadros de TDAH.
RESUMO (3)
DADOS DO TAT NO SEGUIMENTO DE PACIENTE COM TOC REFRATÁRIO SUBMETIDO A NEUROCIRURGIA FUNCIONAL
O transtorno obsessivo compulsivo é um transtorno de ansiedade caracterizado por obsessões e compulsões. A despeito dos avanços em tratamento medicamentoso e psicoterápico, casos refratários a esses procedimentos são indicados a neurocirurgia funcional. O objetivo deste estudo é relatar os resultados pré-operatórios e o seguimento longitudinal de cinco anos de um paciente adulto, do sexo masculino, submetido a cingulotomia bilateral esterotáxica como tratamento para transtorno obsessivo compulsivo (TOC) refratário. O paciente foi diagnosticado pela equipe interdisciplinar, submetido a escalas clínicas para aferição do grau de severidade do TOC e encaminhado para a realização do estudo de caso. Os instrumentos utilizados foram: escala Weschsler de inteligência (WAIS), entrevistas semidirigidas e o Teste de Apercepção Temática (TAT). Para a análise do TAT foram utilizadas as categorias de interpretação: produtividade, organização do discurso, percepção do ambiente, autopercepção, e natureza dos conflitos e desenlace. Após cinco anos da cirurgia e acompanhamento psicoterápico, todos os instrumentos apontam desempenho mais rico e flexível, maior autonomia e tônus emocional mais positivo, atestando a evolução positiva do caso; por outro lado, observa-se que aspectos fóbicos ainda estão presentes.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
As contribuições da Psicologia Positiva para a saúde coletiva no Brasil, especialmente na atenção aos adolescentes
O presente trabalho tem como objetivo discutir as contribuições e perspectivas da Psicologia Positiva para os cuidados em saúde em âmbito nacional. Observa-se, atualmente, esforços relacionados com a busca de medidas preventivas mais eficazes, e de promoção da saúde, que desenvolvam habilidades de enfrentamento das adversidades e melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, especialmente de crianças e adolescentes. Inicialmente focado em ciências biológicas, o modelo de atenção à saúde recentemente tem incorporado contribuições de teorias das ciências sociais. Atualmente, o modelo conhecido como Clínica ampliada propõe uma extensão da atenção à saúde, que inclui também determinantes subjetivos, além dos biológicos e sociais. No final da década de 1970, verificou-se o desenvolvimento da Saúde Coletiva como uma proposta para ultrapassar a prática tradicional. Esta contribuição foi determinante para a melhoria do processo de saúde. O modelo brasileiro de Clínica Ampliada propôs uma ampliação da assistência à saúde, combinando determinantes biológicos e sociais. De acordo com o conceito da Clínica ampliada, a Psicologia Positiva tem desempenhado um papel importante, com a proposta de dar um novo dinamismo ao modelo tradicional. A partir dessa perspectiva, a mesa discute o advento da Psicologia Positiva como uma nova forma de compreender e atuar no campo da saúde coletiva, priorizando ações de promoção da saúde, sobretudo em relação aos adolescentes.
RESUMO (2)
Contributos do MMPI-A para a compreensão do comportamento adaptativo na adolescência
Nesta comunicação, pretendemos sistematizar e apresentar os resultados de uma investigação, composta por vários estudos, em que procurámos compreender a relação entre a organização da personalidade na adolescência e a adaptação dos adolescentes aos seus contextos de vida, particularmente o escolar. Para tal, além de um questionário sobre a vida escolar, que recolheu indicadores de desempenho, integração e satisfação global, utilizámos a versão experimental portuguesa do Inventário Multifásico da Personalidade de Minnesota Adolescente (MMPI-A), um instrumento de autorrelato de avaliação da personalidade e da psicopatologia adolescente, e que se encontra a ser aferido para a população portuguesa. Os resultados serão discutidos tendo em conta a importância da personalidade para a capacidade de resposta dos jovens aos desafios da adolescência e, particularmente, considerando a relevância da identificação de situações de potencial vulnerabilidade através da utilização de instrumentos de avaliação psicológica, como o MMPI-A, que nos ofereçam bons indicadores de validade e permitam conceptualizar melhor a natureza das dificuldades dos jovens.
RESUMO (3)
Adaptação ao ensino superior e desenvolvimento de carreira na adultez emergente
O Ensino Superior apresenta mudanças significativas ao longo das últimas décadas, recebendo um público cada vez mais diverso na sua proveniência social e cultural, preparação académica prévia, e motivações e expetativas. Apesar desta diversidade, uma percentagem significativa desse público é ainda composta por jovens entre os 18 e os 25 anos, geralmente chamados de alunos tradicionais. Estes jovens encontram-se num período do seu desenvolvimento, designado de adultez emergente, que se carateriza pela intensa atividade de exploração da identidade, um foco no self, a perceção de múltiplas possibilidades e o sentimento de instabilidade próprio de quem se sente estar entre a adolescência e a adultez. Através do adiamento de responsabilidades da vida adulta (como a independência financeira, o casamento, ou o nascimento do primeiro filho), a experiência universitária e o contexto do Ensino Superior permitem ao adulto emergente a vivência de uma moratória para a experimentação e definição da sua identidade, nomeadamente em termos vocacionais ou de carreira. Nesta comunicação explicitamos como a qualidade da adaptação ao Ensino Superior poderá influenciar os resultados neste domínio do desenvolvimento da identidade, e vice-versa. São exploradas as necessidades e caraterísticas destes universitários, em termos da sua exploração e decisão vocacional, expetativas e formação de objetivos, e compromisso com uma identidade vocacional. Discutem-se, ainda, pistas e medidas para a avaliação e intervenção na área.
RESUMO (4)
Expertise e competência no estudo
Diversas variáveis podem influenciar o processo de aprendizagem, mas ressalta-se a concepção de que o estudante deve assumir um papel ativo em seu processo de aprender. A autorregulação e a expertise vêm recebendo atenção dos pesquisadores da Psicologia Educacional. Isso porque representam a capacidade do indivíduo em se adaptar às demandas dos contextos atuais, em especial, no acadêmico e na vida profissional. A presente comunicação visa discutir a Autorregulação da Aprendizagem (ARA) por se tratar das competências necessárias ao estudante para se tornar autônomo e bem sucedido. Para tanto, um dos aspectos que devem ser considerados é a competência de estudo observada tanto pelos comportamentos e forma de estudar, como pelo desempenho e resultado dessas ações no tocante a expertise do estudante. Serão apresentados resultados de investigação acerca da temática para o contexto brasileiro e estudo acerca da construção de um instrumento psicometricamente adequado para Brasil e Portugal.
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Palavras-chave:
TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Evaluación Psicológica en Argentina: un campo disciplinar fértil y contradictório
Se hará referencia al área de la Evaluación y Diagnóstico Psicológico en Argentina, como disciplina y como profesión de alta especificidad al rol del psicólogo desde 3 perspectivas: a) formación académica de grado y de posgrado, b) investigación c) prácticas profesionales y rol de los Colegios profesionales. Con respecto a la formación académica se analizará cómo la prevalencia casi hegemónica de un solo paradigma que impregnó los currículos universitarios en gran parte del siglo XX. La prevalencia de técnicas proyectivas y, dentro de ellas la de Rorschach fueron resultado de este sesgo. Se analizarán los cambios que se produjeron en los últimos 30 años, que se expresaron en investigaciones con poblaciones de diferentes contextos ecológicos y culturales, en la validación de tests surgidos en contextos anglosajones, tanto como en la creación de nuevas pruebas, la mayoría, psicométricas. Se hará referencia a las tareas de investigación y difusión de y con tests psicométricos con la presencia de figuras pioneras que otorgaron jerarquía al área en las últimas décadas. Se intentará dar respuestas a las causas que determinan que, a pesar los cambios y avances, las prácticas profesionales se apoyen casi en un solo paradigma, lo que genera muchas veces, que los resultados de las evaluaciones no puedan respuestas a las preguntas que las motivaron.Finalmente se puntualizará qué líneas se considera prioritarias encarar, con el propósito de superar las contradicciones encontradas, tanto en la formación académica, como en investigación, y en el vínculo academia-Colegio de Psicólogos; la intención es superar la dicotomía psicométrico-proyectivo, nomotético-ideográfico y la obtención de diagnósticos más fiables que, como consecuencia, jerarquicen el área, vital en las prácticas del psicólogo.
RESUMO (2)
La evaluación psicológica en el Perú: Historia, problemática y experiencias iberoamericanas a imitar
La profesionalización de la psicología en el Perú se inicia en 1955 al crearse la Sección de Psicología en la Universidad Nacional Mayor de San Marcos. Respecto al ejercicio profesional de la Psicología en el Perú está amparada por la ley promulgada el 27 de octubre del 2004 .El desarrollo de la medición psicológica en el Perú se encuentra en un grave problema, no se dispone de pruebas estandarizadas a nuestra realidad, además de carecer de una política de control que norme su uso. Se hace necesario elaborar una política de estandarización de los test psicológicos. Bajo ese contexto se describen experiencias de sistematización para el desarrollo adecuado de las pruebas psicológicas en España y Brasil, que pueden ser útiles como modelo para el Perú y otros países de Latinoamérica, las mismas que están establecidas por: Regulación legal, comités de evaluación de la calidad de los test, estudios de post grados, pautas para la buena enseñanza de los test. Se proponen como acciones: Hacer cumplir la Ley 28369 del Trabajo del Psicólogo la misma que recomienda que el Colegio de Psicólogos del Perú debe garantizar que las pruebas psicológicas cumplan con los estándares internacionales, la creación del Comité Nacional de Pruebas, la ejecución de eventos académicos que permitan discutir la problemática de los test, la edición de la Revista Peruana de Psicometría, la formación de la Red Peruana de Psicometría, la constitución de una sociedad académica, un debate sobre la buena enseñanza de los test y la acreditación de aquellas Escuelas Profesionales que cumplan con los estándares de una enseñanza de calidad, regulación de la comercialización de pruebas y un sistema de evaluación de la calidad de los test.
RESUMO (3)
Percursos de desenvolvimento da investigação e da formação no domínio da avaliação psicológica em Portugal
A avaliação psicológica é um domínio que tem conhecido nas últimas décadas uma evolução significativa que se manifesta, ao nível internacional, através dos estudos empreendidos e das aplicações nos diversos contextos profissionais em que a avaliação é requerida. Contudo, o desenvolvimento deste domínio, tradicionalmente delineado e definido a partir dos avanços de comunidades de psicólogos inseridos em diferentes escolas de pensamento, terá, porventura, como principal desafio, considerar o progresso a partir do questionamento das teorias, dos métodos e dos standards que melhor poderão contribuir para a evolução colectiva. Por outro lado, a afirmação da relevância, propriedade e utilidade da Avaliação Psicológica, nos diferentes países, exige práticas formativas de graduação e pós-graduação consistentes e inscritas numa lógica sustentada em contínua investigação local. A participação portuguesa nesta mesa redonda, com representantes de diversos países latino-americanos, tem como principal objectivo dar a conhecer a evolução deste domínio de estudo, de investigação e de formação em Portugal e, assim, contribuir para a discussão das especificidades e complementaridades da Avaliação Psicológica em diferentes geografias e culturas. Nesse sentido propomo-nos caracterizar: a) os planos de formação académica em Avaliação Psicológica no âmbito dos diplomas de Psicologia concedidos pelas principais Escolas Superiores e Universidades em Portugal; b) os projectos de investigação em curso ou inscritos nos Centros de Investigação ou nas Universidade Portuguesas que recaem no âmbito de teorias, modelos ou instrumentos de avaliação psicológica; c) os principais paradigmas e linhas de orientação da avaliação psicológica aplicada a contextos específicos, designadamente ao clínico e ao forense ou judiciário; d) o sentido desejável da evolução futura da avaliação psicológica no país tendo por referência os padrões de maturidade da ciência psicológica em Portugal.
RESUMO (4)
Evaluación de la intervención educativa superior en algunos países iberoamericanos y en España
En esta comunicación se hará referencia a las lagunas importantes que existen en la evaluación de las iniciativas de instrucción en la enseñanza superior. Este problema, a nuestro entender, tiene su origen en: a) los recursos humanos y materiales que exige este tipo de investigación; b) la escasez de instrumentos de medida adecuados, para captar la parte más compleja de aprendizaje, a saber, los procesos de pensamiento; y c) el problema de la transferencia. El problema de los recursos es acuciante en mi país, debido a políticas poco conveniente de las últimas décadas. En Iberoamérica hay una buena sensibilización sobre la enorme importancia que tiene la investigación en educación, para cualquier país. Sin embargo, se necesita una mayor sensibilización hacia este tipo especial de investigación. La instrucción en la enseñanza superior ofrece resultados a medio plazo y modestos, no permite presentar productos de cierta importancia anualmente, lo que es un problema, hoy día, para los investigadores y las instituciones, ambos sujetos a la evaluación por resultados. La escasez de instrumentos de medida en nuestro idioma es importante. Hay algunos instrumentos de evaluación del pensamiento que no cumplen con los mínimos requisitos psicométricos de adaptación a la población de referencia y de baremación de la misma. Nuestro grupo ha hecho un esfuerzo por desarrollar y validar un test de pensamiento crítico en varios países, en el nuestro, en Perú y, en la actualidad, en Colombia. Existe una validación terminada en España y en Perú, y otra en proceso. Expondremos la necesidad de pruebas abiertas y no cerradas, para poder captar toda la riqueza de tales procesos superiores. Finalmente, existe un problema serio pendiente, desde siempre, la transferencia. Los procesos de aprendizaje superior, y el pensamiento es el más importante de todos, exige que se evalúe su generalización a diferentes ámbitos. Aquí nos encontramos con un problema conceptual y metodológico. Conceptual porque se necesita una redefinición del propio concepto de transferencia, algo que haremos en esta comunicación. Y metodológico porque no existen instrumentos adecuados para medirla. Nuestra propuesta aquí va de la mano de la conceptual que presentaremos
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Palavras-chave:
TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Escala Baptista de Depressão (Versão Adulto) EBADEP-A
A EBADEP-A é uma escala construída no Brasil, a partir de indicadores dos manuais diagnósticos como o DSM-IV-TR, CID 10, bem como, descritores baseados na Teoria Cognitiva de Beck e Teoria Comportamental da Depressão. A amostra normativa foi composta por 1676 participantes, sendo estes pertencentes a diversos grupos, estudos, locais de coleta, Estados, diagnósticos, selecionados por conveniência, sendo os mesmos divididos em grupos, tais como, pessoas com depressão, pacientes psiquiátricos, universitários, hospitalizados por doença física, acompanhantes, e não depressivos. Foram realizados estudos de evidências de validade de conteúdo, critério e construto, que demonstraram que a escala tem qualidades psicométricas bastante adequadas, além de discriminar os diversos grupos de maneira esperada pela literatura, além da realização de estudos de precisão, sensibilidade, especificidade e normatização. O instrumento encontra-se aprovado pelo SATEPSI e parece ser importante, em termos de rastreamento no Brasil, já que foi construída e validada no país.
RESUMO (2)
Escala de Percepção do Suporte Social (versão adulta) EPSUS-A
O trabalho apresentará o processo de construção dos itens da EPSUS-A, bem como os estudos de evidências de validade com base na estrutura interna (tanto pelo modelo da Teoria Clássica dos Testes, como pela Teoria de Resposta ao Item), evidências de validade com base na relação com outras variáveis e índices de precisão por meio de consistência interna. Em relação à evidência de validade com base na estrutura interna, por intermédio da análise fatorial, a EPSUS-A se configurou em quatro fatores com adequados parâmetros psicométricos e explicados teoricamente, sendo esses o Afetivo; Interações Sociais; Instrumental e Enfrentamento de Problemas. As análises de Rasch evidenciaram adequações das quatro dimensões, constatando, por intermédio do mapa de itens, que a média dos itens esteve abaixo à média das pessoas, indicando que os itens foram facilmente endossados pela amostra. Os parâmetros de precisão, verificados por meio de consistência interna, foram adequados com os postulados da literatura. Em relação às evidências de validade com base na relação com outras variáveis, foram realizados dois estudos, o primeiro entre EPSUS-A e instrumentos de mensuração de sintomatologia depressiva e suporte familiar, e o segundo, entre EPSUS-A e instrumentos que avaliam sintomatologia depressiva e ansiosa, nos quais a EPSUS-A apresentou correlações coerentes aos achados da literatura. Atualmente a EPSUS-A encontra-se em fase de normatização e elaboração do manual, para que posteriormente possa ser submetida ao SATEPSI.
RESUMO (3)
Escala de Avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho Escala-QVT
A Escala-QVT foi construída considerando oito dimensões sobre qualidade de vida no trabalho propostas por Walton. O estudo foi realizado em dois momentos. No primeiro foi estabelecida evidência de validade de construto por meio de análise fatorial exploratória que resultou em uma estrutura interna com 35 itens, distribuídos em quatro fatores que explicaram 48,70% da variância total. Posteriormente a escala foi aplicada em novos sujeitos, sendo mantidos os 35 itens e os quatro fatores inicialmente observados, a saber: o fator QVT relacionada a integração, respeito e autonomia, composto por 15 itens; o fator QVT relacionada a compensação justa e adequada, composto por 6 itens; o fator QVT relacionada a incentivo e suporte, que possui 8 itens; e o fator chamado QVT relacionada a possibilidades de lazer e convívio social, composto por 6 itens. O instrumento é respondido por meio de uma escala Likert de cinco pontos, que são respectivamente pontuados de 1 a 5. A pontuação em cada fator corresponde à soma das pontuações atribuídas a cada item. O instrumento apresentou propriedades psicométricas satisfatórias.
RESUMO (4)
Escala de Autoeficácia para Escolha Profissional (EAE-EP)
A Escala de Autoeficácia para Escolha Profissional (EAE-EP) avalia as crenças das pessoas na própria capacidade para se envolver em tarefas relativas à escolha profissional, por meio de quatro fatores, Autoeficácia para Autoavaliação, Autoeficácia para Coleta de Informações Ocupacionais, Autoeficácia para Busca de Informação Profissional Prática e Autoeficácia para Planejamento de Futuro, além de um escore geral. A amostra normativa contou com 1.318 pessoas, 56,4% do sexo feminino, estudantes das três séries do ensino médio, com idade média de 16,2 anos. Os participantes eram estudantes de escolas públicas e particulares, dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Foram realizados estudos psicométricos com o instrumentos, sendo verificadas evidências de validade baseadas na estrutura interna, na relações com outros construtos (personalidade, dificuldades de decisão e interesses profissionais) e com variáveis sociodemográficas, além de estudos de adequação dos itens pelo modelo de Rasch. As estimativas de precisão, pelo método de Alfa de Cronbach, foram satisfatórias, entre 0,74 e 0,95. Estudos mais recentes indicaram também relações com autoconceito e com o perfil de diferenciação dos interesses profissionais. As normas do instrumento são apresentadas em relação à amostra geral, bem como com tabelas específicas por sexo e tipo de escola. A EAE-EP encontra-se aprovada pelo SATEPSI e disponível para uso profissional.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
DIFICULDADES NA IDENTIFICAÇÃO DE TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM DE LEITURA E ESCRITA NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DE CRIANÇAS
Crianças em idade pré-escolar ou no início da escolarização formal (entre 6 e 9 anos, em sua maioria) pertencem à faixa etária mais encaminhada para avaliação psicológica. A maior frequência das queixas que levam esses pacientes a atendimento são dificuldades de aprendizagem (gerais ou específicas a uma única disciplina escolar). A avaliação desses pacientes geralmente consiste em: (a) comprovar a existência de um déficit em relação ao contexto de origem da criança (colegas, família e escola) e, no caso desse ser verificado, (b) identificar a origem dessa dificuldade, que deverá ser, primordialmente: (1) de ordem cognitiva global (deficiência intelectual), (2) emocional (quadro depressivos, ansiosos ou outros), (3) dificuldade/transtorno de aprendizagem específica (leitura, escrita, matemática, etc.). A avaliação psicológica de crianças em início de escolarização com queixas de dificuldade de aprendizagem requer diferenciar problemas/transtornos de linguagem (leitura e escrita) de déficits cognitivos amplos (raciocínio lógico, compreensão, memória, entre outros). No entanto, há uma escassez de instrumentos psicológicos que permitam identificar os déficits de linguagem citados e encaminhar os casos indicados (com hipóteses diagnósticas de dislexia, disortografia, etc.) para avaliação e posterior intervenção com fonoaudiólogos. O presente trabalho não pretende supor que psicólogos sejam habilitados a realizar diagnósticos que competem a fonoaudiólogos, mas tem como objetivo principal discutir a necessidade de saber fazer encaminhamentos mais apropriadamente e, principalmente, não diagnosticar incorretamente crianças com problemas de linguagem/transtorno de aprendizagem de leitura/escrita como apresentando déficits cognitivos. Enquanto os transtornos do primeiro tipo geralmente respondem bastante à intervenção, os do segundo tipo apresentam uma evolução mais modesta com o tratamento adequado. A apresentação pretende discutir como resultados negativos em alguns instrumentos cognitivos podem ser erroneamente interpretados, bem como levantar a questão da ausência de instrumentos psicológicos que avaliem linguagem oral, leitura e escrita em crianças em início de escolarização.
RESUMO (2)
AVALIAÇÃO EMOCIONAL DE CRIANÇAS COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM: VALIDADE CLÍNICA DAS TÉCNICAS E ASPECTOS INTERDISCIPLIN
AVALIAÇÃO EMOCIONAL DE CRIANÇAS COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM: VALIDADE CLÍNICA DAS TÉCNICAS E ASPECTOS INTERDISCIPLINARES Crianças com problemas de aprendizagem podem apresentar dificuldades emocionais associadas que merecem atenção no momento da avaliação psicológica. Dentre os recursos para essa avaliação, podemos utilizar entrevistas, técnicas lúdicas, escalas, instrumentos projetivos e outras técnicas gráficas. As técnicas lúdicas e projetivas podem fazer emergir as fantasias da criança com relação ao atendimento e ao seu problema, bem como podem elucidar importantes vivências familiares e situações de interação com pares. Algumas técnicas possuem estudos atualizados, porém outras, até pouco tempo consideradas válidas, precisam de algumas adaptações. Nesse sentido, pretende-se apresentar alguns casos clínicos e discutir o uso qualitativo de técnicas projetivas no contexto da avaliação emocional de crianças com dificuldades de aprendizagem. Também serão debatidas questões sobre a validade psicométrica destas técnicas e sua validade clínica. Outro ponto em questão é a importância da avaliação interdisciplinar para a melhor compreensão do problema das crianças e para o adequado fornecimento do diagnóstico e do encaminhamento. Nesse aspecto, será apresentado um serviço de atendimento a crianças com dificuldades de aprendizagem, que tem a parceria de neurologistas, fonoaudiólogas, psicólogas e neuropsicólogas, além de contar com o apoio de outros profissionais que atuam, por exemplo, na avaliação de dificuldades específicas, tal como discalculias. As crianças inicialmente realizam duas avaliações, uma fonoaudiológica e outra neuropsicológica, a fim de serem diagnosticadas em relação à dislexia e a problemas de leitura e escrita. Dependendo do diagnóstico, algumas crianças começam a realizar oficinas de leitura e escrita e outras são encaminhadas para aprofundamento do psicodiagnóstico e da avaliação emocional, buscando verificar a necessidade de atendimento psicoterápico, psicopedagógico ou outro tipo de encaminhamento. Nessa atividade, ressalta-se a importância do trabalho interdisciplinar e do uso de algumas técnicas projetivas no contexto de avaliação emocional de crianças com dificuldades de aprendizagem.
RESUMO (3)
DESAFIOS DA AVALIAÇÃO CLÍNICA DE CRIANÇAS POR DIFERENTES MÉTODOS E POR MÚLTIPLOS INFORMANTES
DESAFIOS DA AVALIAÇÃO CLÍNICA DE CRIANÇAS POR DIFERENTES MÉTODOS E POR MÚLTIPLOS INFORMANTES O psicodiagnóstico infantil é um processo complexo que exige o uso de diferentes métodos de coleta de dados. Cada instrumento ou técnica utilizados apresenta vantagens e desvantagens e nenhum deles é capaz de apreender toda a complexidade do fenômeno investigado. É a integração dos dados advindos de diferentes fontes que permita uma avaliação mais completa da criança. Além disso, a coleta de informações sobre o desenvolvimento normal e patológico infantil é essencial e, neste sentido, é importante contar com informações advindas de diferentes informantes, quais sejam os pais e cuidadores, professores, profissionais de saúde, além da própria criança. Entende-se que cada informante poderá fornecer informações ricas e específicas, já que a criança tende a se comportar de diferentes formas, nos diferentes contextos em que está inserida e nas diferentes relações que estabelece. Instrumentos de autorrelato e heterorrelato, observações e entrevistas são alguns exemplos de instrumentos úteis para avaliar problemas de comportamento, avaliados de acordo com diferentes perspectivas. A partir destes métodos, é possível, por exemplo, comparar as concordâncias e discrepâncias das informações oriundas de pais e mães, pais e professores ou da criança e seus pais e seus professores, analisando criteriosamente os aspectos sociais, contextuais e afetivos que podem estar influenciando estas opiniões. O presente trabalho tem como objetivo discutir a relevância da coleta de dados de múltiplos informantes, no processo da avaliação psicológica clínica de crianças. Também pretende-se discutir os vieses presentes nas respostas fornecidas em instrumentos de autorrelato e heterorrelato. Para ilustrar a discussão, serão apresentados alguns casos clínicos e de pesquisa.
RESUMO (4)
INCONGRUÊNCIAS DE DADOS EM PSICODIAGNÓSTICO: ASPECTOS TÉCNICOS E PSICOMÉTRICOS
INCONGRUÊNCIAS DE DADOS EM PSICODIAGNÓSTICO: ASPECTOS TÉCNICOS E PSICOMÉTRICOS Uma das questões controversas acerca da mensuração de fenômenos psicológicos na clínica refere-se à fidedignidade dos dados obtidos. Incongruências entre a percepção clínica do examinador e o desempenho do examinando em testes psicológicos não são raramente observadas em psicodiagnósticos. Pacientes, por exemplo, com nítidas inaptidões sociais podem apresentar escores médios, ou até mesmo superiores em instrumentos de autorrelato que propõe a mensuração dessa variável. Indivíduos com sintomatologia depressiva, que sugerem um quadro psicopatológico de Transtorno Depressivo Maior, não preenchem os critérios de entrevistas (semi)estruturadas. Estes são alguns exemplos de incongruências encontradas na clínica, as quais possibilitam a formulação de algumas hipóteses, tais como: 1) os testes psicológicos são frágeis para captar o real estado do paciente; 2) os pacientes tendem a responder os instrumentos conforme o que eles desejariam ser e não como eles realmente são; e 3) os itens dos testes demandam um entendimento e percepção da própria vida que são alterados pela condição psicopatológica do paciente e por isso a discrepância entre a observação clínica e o desempenho na testagem psicológica. O objetivo deste trabalho é discutir os métodos de coleta de dados em psicodiagnósticos, considerando os diferentes tipos de instrumentos (autorrelato, entrevista, apreciação clínica, provas de desempenho), as propriedades psicométricas (validade e normas de interpretação) e as habilidades clínicas do examinador (teórico-prática). Para ilustrar a discussão serão apresentados três instrumentos que estão sendo adaptados para a cultura brasileira que avaliam um mesmo construto, a saber, a organização da personalidade, por diferentes métodos: autorrelato, entrevista e apreciação clínica. Estes instrumentos se propõem avaliar dimensões patológicas do funcionamento da personalidade. Os alcances e limitações de cada técnica serão discutidos e considerações acerca dos aspectos psicométricos de instrumentos em psicopatologia serão abordadas.
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Palavras-chave:
TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
AVALIAÇÃO DE PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS DISFUNCIONAIS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Os pensamentos automáticos são cognições não voluntárias que surgem em nossa mente na forma de imagens ou lembranças ligadas a aspectos de nossa vida. Os pensamentos automáticos são disfuncionais quando o seu conteúdo se distancia da realidade, sendo sua investigação extremamente importante na clínica psicológica devido a sua relação com alguns transtornos psicopatológicos como a depressão ou ansiedade. Tendo em vista a carência de instrumentos no Brasil, principalmente para amostras de crianças e adolescentes, este estudo teve como objetivo adaptar e investigar alguns aspectos de validade fatorial e explicativa da Escala de Pensamentos Automáticos para Crianças e Adolescentes (EPA) (Children´s Automatic Thoughts Scale, CATS). Foram avaliadas 326 crianças e adolescentes, sendo 135 meninos (41,40%) e 189 meninas (58,00%) com idade variando entre nove e 16 anos. Os participantes responderam à EPA e ao Inventário de Depressão Infantil. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética da universidade do autor e os instrumentos aplicados coletivamente. A análise dos dados foi feita por meio de análise fatorial exploratória com o método dos eixos principais e rotação oblimin e regressão linear. Os resultados indicaram uma estrutura fatorial com quatro fatores para a EPA semelhantes à escala original, bem como consistência interna satisfatória para todos os agrupamentos. Foram encontradas correlações significativas entre a intensidade dos pensamentos automáticos disfuncionais e os sintomas de depressão, sendo que o fator fracasso pessoal mostrou-se um preditor significativo da intensidade da depressão. Este resultado apoia dados da literatura que relacionam uma visão disfuncional de si mesmo como sendo preditor de sintomas depressivos. Os resultados iniciais sugerem ser a EPA um instrumento promissor a ser adotado no Brasil para a avaliação dos pensamentos automáticos de crianças e adolescentes.
RESUMO (2)
AVALIAÇÃO DE PENSAMENTOS POSITIVOS EM ADOLESCENTES: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO
O fortalecimento da Psicologia Positiva vem contribuindo fortemente para o crescente interesse no papel das variáveis positivas no funcionamento psicológico. Estudos com diferentes faixas etárias apontam padrões positivos de interpretação das experiências como importantes preditores de variáveis como satisfação com a vida e autoestima. Correlações interessantes entre pensamentos positivos e menores índices de sintomas psicopatológicos também são encontradas na literatura. Apesar desses achados, percebe-se uma lacuna de instrumentos que investiguem pensamentos positivos, tanto em adultos quanto em jovens. Diante do exposto, o presente trabalho visa identificar os pensamentos positivos mais frequentes entre adolescentes de Belo Horizonte. Esse estudo exploratório auxiliará na construção de um instrumento de avaliação de pensamentos nessa população. Participaram 150 adolescentes de 12 a 16 anos, sendo a maioria meninas. As aplicações foram feitas coletivamente, em sala de aula, mediante a assinatura dos Termos de Consentimento Livre e Esclarecido pelos responsáveis. Aplicou-se um questionário aberto, no qual o participante deveria recordar-se de momentos importantes nos quais teve pensamentos positivos a respeito de si mesmo, de outras pessoas e de seu futuro. Através de uma análise de conteúdo foi possível identificar temas recorrentes e categorizar as respostas. Em relação aos pensamentos sobre si mesmo, o tema mais frequente relaciona-se à habilidade do indivíduo em suas relações interpessoais. Os adolescentes também se percebem como pessoas felizes e dotadas de qualidades morais e intelectuais. Os pensamentos mais recorrentes sobre os outros também dizem respeito à qualidade de suas relações sociais. Eles também são vistos como pessoas alegres e de bom caráter. Por fim, os adolescentes pensam que seus futuros serão marcados por conquistas nos campos acadêmico, profissional e interpessoal. Os resultados encontrados apontam para semelhanças interessantes entre os conteúdos dos pensamentos sobre si, outros e futuro, o que deverá ser levado em conta na construção posterior do instrumento.
RESUMO (3)
INVESTIGAÇÃO DAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DA ESCALA DE PENSAMENTOS DEPRESSIVOS- EPD
O estudo de padrões negativistas relacionados à depressão é classificado pela Terapia Cognitiva como base para o tratamento adequado e eficaz da depressão. Isso porque a negatividade é considerada não como um sintoma, mas como função central para a instalação e manutenção da depressão. Assim, investigar quais são os padrões de pensamentos mais frequentes em sujeitos depressivos, utilizando medidas sistematizadas, como um teste psicológico, facilita o acompanhamento do tratamento, permitindo ao psicoterapeuta avaliar e monitorar tais distorções. Desse modo, o presente trabalho visa apresentar o processo de construção, avaliação de conteúdo e análise fatorial da Escala de Pensamentos Depressivos (EPD). Fizeram parte da amostra 639 sujeitos com e sem diagnóstico confirmado de depressão, com idades entre 18 e 50 anos, de ambos os sexos, de forma que as aplicações para seleção do grupo clínico foram realizadas individualmente por conta da aplicação de escalas diagnósticas estruturadas. Dentre os principais resultados, foi verificado que aqueles com diagnóstico confirmado de depressão apresentaram maiores distorções de pensamento, assim como maior média de idade. Por meio da análise fatorial exploratória, foi encontrada uma solução não aleatória com 34 itens e cinco fatores interpretáveis, sendo eles nomeados como F1 Baixa autoestima/desvalorização, F2 Relacionamento interpessoal, F3 Auto valorização, F4 Expectativas negativas/ insatisfação e F5 Desajustamento social. Outro resultado relevante diz respeito aos índices de fidedignidade, os quais em geral foram adequados para o propósito da escala. Tais resultados indicam boas qualidades psicométricas para a escala, e suscita a realização de novos estudos para buscar outras evidências de validade e precisão.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Docência em Avaliação Psicológica: A Formação no Norte de Minas
A região norte do Estado de Minas Gerais Conta com três cursos de formação em psicologia, todos sediados na cidade de Montes Claros. Os três, iniciados entre 2003 e 2007, são reconhecidos pelo MEC Ministério da Educação, com conceitos entre 3 e 4. Cada um apresenta suas particularidades e ênfases de formação e os três apresentam disciplinas específicas de ensino de técnicas de avaliação psicológica. Não obstante, as realidades são distintas quanto a alocação de espaço para o funcionamento do laboratório de avaliação psicológica adequado a boa prática da avaliação, onde somente uma das IES conta com um laboratório exclusivo. Por outro lado, a disponibilidade de material para utilização é igualmente precária nas três instituições, onde o número de cadernos de aplicação e de manuais de correção é insuficiente para o número de acadêmicos matriculados na disciplina, o que gera a necessidade de utilização do mesmo material por pequenos grupos e dificulta o aprendizado. Além disso, a distribuição de carga horária também é distinta, variando de 120 horas (duas disciplinas de 60 horas cada) a 180 horas (divididas em 3 disciplinas de 80, 40 e 60 horas). Considerando a carga horária de formação proposta nas matrizes, tem-se que a avaliação psicológica ocupa de 3% a 4,1% do número de horas aula de formação. Tal resultado parece pequeno frente à demanda de utilização dos recursos ofertados pelas disciplinas principalmente se se considerar que a utilização de tais recursos é atribuição exclusiva e função privativa do Psicólogo que está sendo formado, e que somente nestas cátedras são consideradas a apresentação, prática e correção de vários instrumentos, assim como a elaboração de documentos como relatórios ou laudos psicológicos.
RESUMO (2)
Avaliação psicológica no curso de psicologia da Universidade Federal da Bahia - UFBA Campus Anísio Teixeira
O curso de psicologia da UFBA Campus Anísio Teixeira iniciou em 2010. Como primeira turma, consta na grade curricular do 6º semestre, o componente Avaliação Psicológica. Vista como um processo técnico e científico de coleta, estudos e interpretações de informações de aspectos psicológicos de pessoa ou de grupos, cujos resultados advindos devem ser capazes de possibilitar a tomada de decisão em concordância com as dados, potenciais e contextos nos quais está inserida a pessoa avaliada. Esse processo requer cuidados no planejamento, na análise e na síntese dos resultados obtidos, assim como de todos os cuidados éticos. Nesta perspectiva, foram eleitos alguns testes psicológicos e algumas técnicas para estudo. Ademais, seminários temáticos, com o intuito de conhecer as nuances de avaliação psicológica nas diversas práticas e planejar os passos da avaliação psicológica em determinados contextos e, visitas técnicas a alguns lugares de atuação do psicólogo.
RESUMO (3)
Docência em Avaliação Psicológica: Revisão Crítica da Literatura Brasileira
No atual contexto da pesquisa e prática em Avaliação Psicológica (AP) no Brasil, uma das principais preocupações de pesquisadores e profissionais se refere à formação do psicólogo que trabalha nesse campo. Se, por um lado, diversos trabalhos atestam a importância, popularidade e qualidade das intervenções nessa direção, ainda há pouco consenso entre profissionais, pesquisadores e estudantes sobre a importância de tal formação. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão crítica da literatura científica brasileira sobre a docência em Avaliação Psicológica, tendo em vista as particularidades da formação desse profissional no país. Para tanto, foram consultadas bases de dados de periódicos e congressos científicos dos últimos 10 anos, visando identificar e discutir os temas mais frequentemente abordados. Observou-se que a literatura sobre o tema concentra-se em capítulos de livros, abordando como principais dificuldades (1) deficiências na formação básica dos alunos em Metodologia Científica, Estatística e Teorias Psicológicas, (2) a percepção destes do campo da Avaliação Psicológica pelos alunos como difícil e/ou orientada por uma ideologia de exclusão e (3) a baixa carga horária de disciplinas de AP em alguns cursos, afetando a qualidade da formação do profissional psicólogo. Tais dificuldades são discutidas em termos do contexto atual da Educação Superior do país (mais especificamente, a formação do psicólogo) e a diversidade de formação e atuação profissionais do psicólogo, abordando-se os problemas e possibilidades emergentes de tal cenário.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Avaliação da ansiedade e do evitamento em adultos: Validade da escala Experiences in Close Relationships (ECR)
Nos últimos anos, alguns estudos têm evidenciado que as medidas categóricas de estilos de apego não permitem uma caracterização detalhada e precisa da organização do apego, sendo necessárias formas de avaliação alternativas com medidas contínuas. Em 1998, Brennan e colaboradores realizaram uma análise fatorial de todas as medidas dos instrumentos de auto-avaliação, incluindo escalas de classificação de tipo categóricas, descobrindo que estas medidas poderiam ser reduzidas a duas dimensões: ansiedade e evitamento. A partir destas duas dimensões foi construído um questionário, Experiences in Close Relationships" (ECR), consistindo de duas subescalas de 18 itens, cada uma com um coeficiente alfa maior que 0.90. Um indivíduo, respondente da escala, pode ter uma baixa pontuação no ECR em ambas as dimensões, alta apenas em uma ou alta em ambas as escalas. Estilo de apego ansioso é caracterizado por um medo exagerado de uma separação e abandono apresentando altos índices de ansiedade e, ao mesmo tempo, evitamento baixo. O estilo evitante se caracteriza por um desconforto com a intimidade e com a dependência elevado, apresentando também uma representação negativa do outro. A importância da avaliação do apego em adultos torna-se de extrema relevância para progredir na pesquisa sobre o apego e psicopatologia. Nesta mesa serão apresentados resultados de estudos preliminares do ECR em uma população brasileira demonstrando boas propriedades psicométricas, evidenciadas através de análises tradicionais e multidimensionais.
RESUMO (2)
Reconhecimento de expressões emocionais faciais por crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
Nesta mesa apresentaremos os resultados de uma investigação com crianças sobre reconhecimento de expressões emocionais faciais. Estudo teve como objetivo analisar o reconhecimento de expressões emocionais faciais pictográficas em crianças portadoras de transtorno do déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e outras patologias. Participaram deste estudo 20 crianças de ambos os sexos com idades entre 8 e 12 anos. Formaram o Grupo Clínico 10 pacientes com diagnóstico de TDAH, Esquizofrenia e Transtorno de Conduta e o Grupo Não Clínico 10 crianças de escolas públicas. Para auxiliar na coleta de dados foi utilizado o Test of Emotion Comprehension (TEC), versão computadorizada, que avalia a competência emocional e seus nove componentes através da narração de histórias associadas a elementos pictográficos. Como resultados foi possível observar que as crianças do Grupo Clínico e Não Clínico foram capazes de compreender e identificar expressões faciais das emoções, no entanto, as crianças que possuem psicopatologias (Grupo Clínico) obtiveram um resultado significativamente inferior nos componentes relacionados com compreensão do controle das experiências emocionais e percepção de que determinada expressão facial pode ser falsa. Provavelmente tais dificuldades ocorrem devido ao conturbado desenvolvimento cognitivo dos indivíduos com psicopatologias, que acaba interferindo no desempenho das habilidades sociais necessárias para regular de forma eficaz seu comportamento em determinadas experiências emocionais. Este estudo poderá contribuir para que pais, educadores e pesquisadores reconheçam a importância das emoções para o desenvolvimento cognitivo da criança, da mesma forma que pode estimular uma maior atenção à esses processos emocionais infantis em crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
RESUMO (3)
Fobias Infantis: elaboração e validação de uma escala para crianças e adolescentes
O comportamento infantil e suas conseqüências se distanciam muito em relação aos dos adultos. No que se refere à psicopatologia infanto-juvenil e os seus processos de diagnóstico e intervenção, ainda são escassamente estudados, uma vez que tais pesquisas, em princípio, são de difíceis realizações. Os medos são episódios frequentes e comuns na vida de crianças e adolescentes, embora possam ser distintos de acordo com sua etapa evolutiva, caracterizando-se, ademais, de forma diferenciada dos medos dos adultos. Quando um medo persiste ou começa a interferir na vida diária do infante, diz-se que é fobia; esta se refere a medos, justificáveis ou não, de um objeto ou uma situação, contato com o qual determina uma intensa angústia, onde muitas vezes impossibilita o infante de executar atividades que antes realizava sem problema algum. As fobias compreendem queixas frequentes nos âmbitos escolar e doméstico. Crianças e adolescentes experimentam medos de diversas ordens, que podem comprometer áreas importantes de suas vidas, como a acadêmica, a afetiva e a social. Apesar da evidência, não se constatou na realidade brasileira qualquer instrumento específico para avaliar fobia nessas faixas-etárias. Por exemplo, entre os 99 instrumentos psicológicos aprovados e divulgados pelo Conselho Federal de Psicologia (2008), não foi encontrado ao menos um cujo propósito principal fosse avaliar fobias em crianças e adolescentes. Além do anteriormente comentado, constata-se que a literatura relativa aos transtornos fóbicos em crianças e adolescentes ainda é escassa, e só mais recentemente dados consistentes vêm surgindo. Os argumentos anteriormente apresentados parecem justificar a realização do presente estudo, que tem como objetivo principal elaborar um instrumento para medir este construto psicológico, checando sua validade semântica, pretendendo-se justamente contribuir com a elaboração de um instrumento que viabilize a identificação de sinais/sintomas de fobias, os quais permitirão categorizá-las e, por meio de critérios específicos de diagnóstico, mapeá-las e realizar os procedimentos necessários de intervenção.
RESUMO (4)
Baralho das Distorções: Identificando e Modificando Pensamentos e Emoções
A terapia cognitivo-comportamental está focada em compreender como situações e experiências são interpretadas e como identificar e modificar as distorções do processamento cognitivo. Tendo como base teórica a terapia cognitivo-comportamental, o presente trabalho apresentará um recurso lúdico para auxiliar na avaliação e intervenção terapêutica em crianças. O Baralho das Distorções tem como objetivo identificar as distorções cognitivas infantis e reestruturar os pensamentos distorcidos associados à emoção. Visa também, possibilitar a psicólogos infantis e profissionais que lidam com crianças, uma ferramenta de mudança cognitiva. É importante para o terapeuta estimular a criança a pensar sobre seu pensamento. Esse material auxilia na identificação das distorções cognitivas permitindo que a criança interprete seus pensamentos, associando à sua própria vivência e emoções. O baralho compõe-se de treze cartas com as figuras dos monstros, dez cartas com a história de cada monstro, um coração, um bloco com fichas de monitoramento e de reestruturação, figuras dos monstros e medalhas autocolantes. Os monstros são ilustrados conforme a distorção que representa. A figura de cada monstro está associada à respectiva formulação da história. As histórias foram criadas a partir das experiências clínicas vivenciadas no ambiente terapêutico. As histórias são relatas com possíveis associações, junto com as cartas base das emoções. A utilização dos Monstrinhos tem sido experimentada no ambiente clínico e no ambiente escolar, principalmente com crianças entre seis e doze anos. Porém, não há restrições a utilização com crianças de outras faixas etárias. Com esse instrumento, a criança é convidada reestruturar sua maneira de pensar. Quando a criança passa a monitorar suas cognições, o terapeuta consegue compreender o padrão de pensamentos instalados e buscar as intervenções concretas a respeito do caso.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
R-PAS EM CRIANÇAS DE SÃO PAULO: DADOS PRELIMINARES DE ESTUDO NORMATIVO
O R-PAS (Rorschach Performance Assessment System) é um sistema derivado do Sistema Compreensivo e propõe otimizar resultados e solidificar fundamentações empíricas ao uso clínico e prática deste instrumento. O guia otimizado de aplicação envolve uma preocupação com o número de respostas por protocolo para melhor abrangência da análise estatística das variáveis presentes. No Brasil seguem estudos normativos infantis com o R-PAS e este trabalho é um deles. O objetivo foi o estudo estudo normativo do R-PAS e guia otimizado com crianças de São Paulo, Brasil. As participantes são crianças com 7 a 10 anos, ambos os sexos, sem sintomas psicopatológicos. Para parâmetros diagnósticos foram usados (1) CBCL (Child Behavior Checklist) e (2) Teste das Matrizes Coloridas de Raven. As avaliações são realizadas dentro das escolas após a assinatura de TCLE pelo responsável e posterior preenchimento do CBCLs. Raven e Rorschach são aplicados posteriormente. Crianças com sintomas psicopatológicos são encaminhadas para atendimento gratuito. Até o momento uma equipe de 4 pessoas atuou na coleta de dados em 11 escolas públicas. Foram enviadas 3.903 cartas de apresentação da pesquisa e TCLE aos pais; 985 responsáveis autorizaram a participação da criança e receberam o CBCLs. Destes, 495 CBCLs retornaram completos e adequadamente respondidos, 291 CBCLs foram excluídos da pesquisa. Foram realizadas 129 aplicações de Raven, e 120 aplicações de Rorschach. Os 120 Rorschach aplicados foram feitos de acordo com o guia otimizado sem qualquer dificuldade para a criança. Dados preliminares referentes as médias de variáveis do R-PAS são discutidos. A pesquisa segue em andamento para verificar se haverá alteração de percentuais com amostra aumentada.
RESUMO (2)
RORSCHACH EM CRIANÇAS DE DIFERENTES IDADES NA PERSPECTIVA DA ESCOLA FRANCESA
A elaboração de padrões normativos do Psicodiagnóstico de Rorschach requer a análise de possíveis variáveis influentes na formação da identidade de um indivíduo e, por conseguinte, influenciar o modo de responder a esse método projetivo de investigação da personalidade. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo verificar especificidades de produção no Rorschach associadas ao desenvolvimento, a partir do material produzido por crianças subdivididas em dois grupos etários: de 6 a 8 anos e 9 a 11 anos. Cada grupo de crianças foi composto por 180 estudantes do interior do Estado de São Paulo, igualmente distribuídos em função do sexo e da idade, todos com sinais de desenvolvimento típico para sua faixa etária e devidamente autorizados a participar da pesquisa por seus pais e/ou responsáveis. Foram aplicados individualmente às crianças as Matrizes Progressivas Coloridas de Raven e o Psicodiagnóstico de Rorschach, seguindo-se o referencial da Escola Psicanalítica Francesa. Os dados do instrumento em foco foram tratados em termos descritivos e inferenciais, utilizando-se do modelo de regressão linear para as variáveis relacionadas a produtividade e ritmo, e do modelo univariado e ajustado da distribuição binomial para as demais variáveis. Os resultados apontaram, em linhas gerais, similaridades quanto à produtividade e aos modos de apreensão da realidade das crianças avaliadas, sinalizando adequada capacidade associativa e predominância de análises globais dos estímulos. Foram identificadas poucas diferenças entre os grupos aqui considerados, examinando-se qualitativamente o possível significado dessas evidências empíricas para embasar adequadas interpretações dos indicadores técnicos do Rorschach em termos de sinais relativos à formação da identidade, a partir do referencial da Escola Francesa. Cabe destacar, contudo, que algumas peculiaridades de produção encontradas a partir da variável idade serão destacadas e deverão ser consideradas qualitativamente em análises clínicas de casos individuais.
RESUMO (3)
DADOS NORMATIVOS DO RORSCHACH, SISTEMA COMPREENSIVO, EM CRIANÇAS
Este estudo apresenta o desempenho de 201 crianças e adolescentes não-pacientes, idades variando de 5 a 14 anos, separados em 3 grupos etários (5-7; 8-11; 12-14), submetidos ao Método de Rorschach Sistema Compreensivo (SC). Os participantes foram selecionados aleatoriamente a partir de escolas públicas e particulares das 9 regiões de Goiânia GO. Ao total foram 8 examinadores, com no mínimo 120 horas de treino de aplicação, codificação e interpretação do Rorschach SC, que contribuíram com a aplicação de 21 a 31 protocolos cada um deles. A codificação dos protocolos foi realizada por dois juízes. A análise dos resultados compreende: a avaliação das diferenças entre os examinadores; a concordância entre juízes e levantamento dos dados sociodemográficos dos participantes; estatística descritiva das variáveis do Rorschach. A discussão dos resultados considerou as diferenças entre os três grupos etários e a comparação dos resultados dessa amostra com a de outra amostra de crianças, com a mesma faixa etária, de outro estado brasileiro. Notou-se que, à medida em que há um aumento da idade cronológica, as divergências diminuem, ou seja, o desempenho no Rorschach SC tende a ser mais homogêneo.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
ESTUDO COMPARATIVO DE RESULTADOS DO RORSCHACH (SC) COM ADOLESCENTES DE SÃO PAULO E DE GOIÂNIA
Introdução: No Brasil o método de Rorschach apresentava uma carência de estudos normativos para o sistema compreensivo com adolescentes. Para tanto foram desenvolvidos relativamente em mesma época estudos normativos para adolescentes em São Paulo e Goiânia como projetos independentes. Objetivos: o presente trabalho se propõe a comparar os resultados dos resultados normativos destas duas amostras com 73 adolescentes de 13 e 14 anos de ambos os sexos, de duas cidades brasileiras, dos quais 32 eram de São Paulo e 41 de Goiânia. Foram selecionadas 58 variáveis para este estudo. Procedimento: Foi realizado o t de Student e Cohens d. Em primeiro lugar foi realizado um estudo comparativo do número de respostas (R). Como não houve diferença significativa procedeu-se à comparação das demais variáveis, sem controlar a proporção relativa ao R. Apesar de termos encontrado diversas semelhanças entre as amostras, encontramos diferenças estatisticamente significativas entre os grupos em 17 variáveis, a saber, DQv, X+%, Xu%, CF, C, WsumC, SumY, SumV, Blends, EA, es, MOR, WSum6, Intellect, EII-2, Tot DEPI, Complexidade. Embora algumas diferenças sejam apenas marginais, os resultados do Cohen d é quase sempre de magnitude média a satisfatória. Nota-se que os adolescentes de São Paulo buscam mais a sua autonomia, tendem a expressar mais facilmente os seus sentimentos e revelam mais sofisticação para enfrentar e solucionar problemas, mas também mais dificuldades emocionais. Por sua vez, os adolescentes de Goiânia revelaram-se mais cautelosos e reservados em se expor, com uma percepção mais precisa da realidade. Apesar das diferenças estatísticas em algumas dessas variáveis, quando considerados os seus valores brutos, essas variáveis não representam divergências consideráveis em termos de interpretação. Conclusão: os dados serão discutidos considerando os aspectos culturais diversos e questões do processo evolutivo do desenvolvimento adolescente.
RESUMO (2)
DIFERENÇAS INTERCULTURAIS DE DADOS NORMATIVOS DO RORSCHACH PARA CRIANÇAS
O Brasil, com dimensões continentais, demanda a busca de normas regionais que possam abarcar toda a gama de culturas que o compõe, principalmente por se tratar de crianças, que são muito mais suscetíveis ao meio e naturalmente apresentam ritmos e intensidades instáveis do desenvolvimento que persistem até a fase da adolescência. O objetivo geral deste estudo foi discutir e comparar os dados normativos do Rorschach de crianças provenientes de dois estados brasileiros da região Centro-Oeste: Cuiabá e Goiânia. Como instrumento para coleta e análises dos dados foi utilizado o Rorschach no Sistema Compreensivo. Participaram da amostra 372 crianças randomicamente selecionadas, do sexo masculino e feminino, estudantes de escolas públicas e particulares, com idades entre 07 e 10 anos, sendo 211 crianças residentes da cidade de Cuiabá Mato Grosso, e 80 residentes da cidade de Goiânia Goiás. Para a análise estatística foi utilizado o t de Student que mostrou diferenças significativas quando comparadas as amostras das duas cidades. Constata-se que houve um desempenho discrepante entre as crianças de 7 e 8 anos em muitas variáveis. Nota-se também que, à medida em que há um aumento da idade cronológica, essas divergencias diminuem, especialmente em relação às crianças de 10 anos. Conclui-se que é importante prosseguir os estudos normativos com crianças de distintas regiões brasileiras para que se possam observar diferenças e semelhanças, advindas do contexto social, cultural e econômico, observadas no modo como as crianças respondem ao Rorschach.
RESUMO (3)
MÉTODO DE RORSCHACH EM ADOLESCENTES BRASILEIROS, FRANCESES E TURCOS
A literatura científica da área de avaliação psicológica afirma que a elaboração de padrões normativos do Método de Rorschach requer a análise de possíveis semelhanças e especificidades das respostas em função dos padrões socioculturais, uma vez que esta variável pode exercer efeito significativo no modo de responder do indivíduo. O presente trabalho teve como objetivo comparar variáveis relacionadas ao funcionamento lógico e afetivo de adolescentes, participantes de três estudos normativos realizados em contextos diversos: Brasil, França e Turquia. Foram utilizados os dados de 180 adolescentes (15 a 17 anos) colhidos em estudo normativo do Rorschach da primeira autora, comparativamente a estudos publicados referentes a 278 adolescentes e jovens adultos franceses (13 a 25 anos) e 432 adolescentes turcos (13 a 19 anos), todos realizados pelo referencial técnico-científico da Escola Francesa. Verificou-se que os adolescentes e jovens adultos franceses e turcos produziram maior número de interpretações ao Rorschach (R) do que os adolescentes brasileiros. Nos três estudos observou-se pequeno número de respostas adicionais, recusas e denegações, sugerindo que adolescentes dos três contextos socioculturais interpretaram o Rorschach sem grandes resistências. As áreas dos cartões que evocaram maior número de respostas tenderam a ser similares nas três amostras, uma vez que respostas classificadas como globais (G) e grande detalhe (D) foram as mais frequentes. Os adolescentes dos três países apresentaram adequadas interpretações aos estímulos, expressas pelo predomínio de respostas de boa qualidade formal (F+). Adolescentes e jovens adultos franceses e turcos apresentaram índices de F%, F+% e F+ext% maiores do que os brasileiros. Adolescentes do Brasil manifestaram, em maior proporção, indicadores de afetividade e maior espontaneidade, associado a menor F%. Esta tendência à coordenação racional mais intensa dos impulsos pareceu marcar a produção dos indivíduos franceses e turcos, embora incluindo faixas etárias similares em grande parte dessas amostras comparadas
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
RELAÇÕES ENTRE AS VARIÁVEIS MEMÓRIA, INTELIGÊNCIA E ATENÇÃO NO CONTEXTO DO TRÂNSITO
A avaliação psicológica no contexto do trânsito é um processo técnico-científico que tem o intuito de investigar as variáveis psicológicas que podem influenciar no comportamento do motorista e como esse comportamento poderá levá-lo a se envolver ou não em acidentes. Dentre as características avaliadas estão a memória, a inteligência e a atenção, que são habilidades essenciais para realização das tarefas do dia a dia, entre elas o ato de dirigir. Considerando que estas são funções cognitivas relacionadas à resolução de problemas, o objetivo desse estudo foi verificar a relação entre essas variáveis em uma amostra de candidatos à CNH. Participaram da pesquisa 300 pessoas, com idades entre 18 e 59 anos (M= 27,64 e DP= 10,97), sendo 191 (63,7%) do sexo masculino e 109 (36,3%) feminino. Quanto à escolaridade, a maior parte tinha o ensino médio (63,7%), e os demais se distribuíram entre o fundamental (28,7%) e superior (7,7%). Os instrumentos utilizados foram o TM-Vi (Teste de Memória Visual), o R-1 (Teste de Inteligência Geral) e o AC (Teste de Atenção Concentrada), aplicados coletivamente em uma mesma sessão. A partir dos escores brutos dos testes foram obtidas correlações de Pearson entre as medidas das três variáveis. Os resultados indicaram a existência de correlações positivas e estatisticamente significantes com magnitudes que variaram entre baixas e moderadas. Ainda que os três instrumentos avaliem construtos diferentes, os resultados permitiram concluir que há uma relação entre eles, confirmando os dados encontrados na literatura científica. Pode-se afirmar que as três funções estudadas são intercorrelacionadas, mas também possuem diferenças específicas que as distinguem e que as tornam importantes para obtenção da CNH.
RESUMO (2)
ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE MEMÓRIA VISUAL E IDADE
A memória é um mecanismo de grande importância na vida das pessoas, pois permite ao organismo codificar, armazenar e recordar informações vindas do meio e por este motivo está inteiramente ligada ao cotidiano familiar, profissional e pessoal. Sem tal habilidade seria impossível reconhecer pessoas, objetos ou animais, bem como ler ou escrever, uma vez que não seria possível acessar os conteúdos armazenados relacionados à linguagem. A literatura mostra que os processos cognitivos como a memória sofrem alterações com a idade, havendo um declínio da primeira conforme há um avanço da segunda. Baseado nisso, o objetivo deste estudo foi verificar a relação entre o desempenho no teste TM-Vi (Teste de Memória Visual) e a idade. A amostra foi composta por 873 participantes, com idades entre 18 e 64 anos, média de 26,89 anos e desvio padrão de 10,27. Destes, 534 (61,2%) eram do sexo masculino e 339 (38,8%) o do feminino. Em relação à escolaridade, a amostra foi composta por ensino básico (2,9%), ensino fundamental (27,5%), médio (50,7%) e superior (18,9%). Foi calculada a correlação de Pearson entre os escores brutos e a variável idade e as médias de diferentes faixas de idade foram comparadas por meio da Analise de Variância de um Fator (One Way Anova). Os resultados evidenciaram a existência de uma correlação negativa e estatisticamente significante ainda que de magnitude baixa entre as variáveis idade e as pontuações relativas à memória. Os resultados da Anova indicaram diferenças relativas à idade, com uma diminuição das médias à medida que a idade aumenta. Conclui-se que existe uma relação inversamente proporcional entre a memória e a idade, ou seja, as pessoas de maior faixa etária apresentaram resultados menores no teste. Tais resultados confirmam os dados da literatura relativos a uma diminuição da memória com o aumento da idade.
RESUMO (3)
NORMATIZAÇÃO E VALIDAÇÃO DO PROCEDIMENTO DE RETESTAGEM DO TESTE DE APTIDÃO PARA A PILOTAGEM MILITAR
Desde 2009 a Força Aérea Brasileira (FAB) vem utilizando a bateria de testes informatizada do Teste de Aptidão para a Pilotagem Militar (TAPMIL) como procedimento para selecionar os seus futuros Cadetes Aviadores, obtendo melhoras significativas na diminuição dos desligamentos do curso provocados pela inaptidão à pilotagem militar. O objetivo deste trabalho é apresentar a normatização e validação do procedimento de retestagem (reaplicação) do TAPMIL, de modo a permitir, caso se faça necessário, sua reaplicação nos candidatos a uma vaga no Curso de Formação de Oficiais Aviadores (CFOAV) da Academia da Força Aérea (AFA), geralmente ocasionado por candidatos que foram considerados inaptos para a função e que requerem na justiça uma nova chance. A norma de reteste tem por objetivo corrigir o aumento no resultado do teste, independente do motivo deste aumento. Para a pesquisa, foi aplicado e reaplicado o TAPMIL em uma população específica, no caso, Cadetes Aviadores da AFA, em um período que variou de 30 a 365 dias entre as aplicações. A amostra de normatização e validação do reteste foi composta por 479 Cadetes do CFOAV da AFA que não haviam tido contato prévio com a atividade aérea. As análises dos dados mostram que há um aumento significativo nos resultados dos testes entre a primeira e a segunda aplicação. Os resultados do estudo de validade e normatização do reteste se mostram similares aos resultados da amostra de padronização do teste. O estudo demonstrou que na reaplicação do TAPMIL a algum candidato ao CFOAV, em um curto período de tempo entre as execuções (mesmo processo seletivo), não se deve simplesmente usar a norma da padronização para a classificação do candidato, pois dessa maneira o candidato estaria sendo classificado erroneamente, pois o mesmo o candidato teria um aumento em seu resultado, devendo então ser utilizadas as normas de reteste.
RESUMO (4)
ESTUDOS DE FIDEDIGNIDADE PARA A ESCALA DE ETDAH-AD - VERSÃO ADOLESCENTES E ADULTOS
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade representa uma problemática com consequentes implicações, afetando o portador em vários contextos de sua vida. Os critérios diagnósticos propostos pelo DSM-IV estão voltados aos sintomas presentes na infância, o que faz com que os pacientes adolescentes e adultos necessitem de critérios mais específicos. Para auxiliar no diagnóstico do transtorno nesse público, foi criado um novo instrumento com a finalidade de identificar os aspectos do TDAH, a saber: Desatenção, Impulsividade, Aspectos Emocionais, Autorregulação da atenção, da motivação e da ação e Hiperatividade. O objetivo deste estudo foi avaliar a fidedignidade da escala, denominada ETDAH-AD a partir de dois métodos: teste-reteste e alfa de Cronbach. A amostra do primeiro estudo contou com 31 participantes, com idades entre 14 e 55 anos (M= 26,65 e DP= 10,15). Quanto à escolaridade, a maior parte tinha o ensino superior (51,6%), seguido pelo médio (32,3%) e por último o fundamental (16,1%). O sexo feminino representou 58,1% da amostra e o masculino 41,9%. Os testes foram aplicados com intervalo médio de 12 meses. As correlações encontradas foram positivas e significantes e o teste t de Student para amostras pareadas não apresentou diferenças estatísticas entre os escores das duas aplicações. A amostra para o cálculo do alfa de Cronbach foi composta por 641 pessoas, com idades entre 12 e 67 anos (M= 24,12 e DP= 10,54). A maior parte (67,6%) era do sexo feminino e 32,4% do sexo masculino. Relativamente à escolaridade, 40,7% tinham o ensino o superior, 43,5% o médio, 14,7% o fundamental e 1,1% não informaram. Os coeficientes foram adequados e significantes para todas as características avaliadas. Confirma-se, a partir dos resultados, a precisão do instrumento em questão, o que dá maior segurança no uso do instrumento em relação às interpretações feitas a partir de seus escores.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
DESEMPENHO NO TESTE DE RAVEN EM CRIANÇAS: COMPARAÇÃO ENTRE TIPOS DE ESCOLA E REGIÃO
O Teste de Matrizes Progressivas Coloridas de Raven é utilizado no Brasil como um importante instrumento de avaliação cognitiva e desenvolvimento intelectual de crianças. Este estudo objetiva a comparação de dados obtidos no Raven em crianças de 06 a 11 anos de escolas da Capital (N= 123) e do Interior (N=130) do Estado de São Paulo, estudantes do ensino fundamental em instituições privadas e públicas, com gênero feminino e masculino, sem sintomas psicopatológicos e em fase normal de desenvolvimento infantil. Os dados obtidos na avaliação do Raven foram analisados estatisticamente de acordo com procedimentos não paramétricos dos Testes de Mann-Whitney e de Kruskal-Wallis, considerando a idade, sexo, tipo de escola e origem das crianças, a partir da classificação de acordo com as normas contidas no manual do instrumento. Salienta-se que a classificação do teste considera idade e tipo de escola, por esse motivo, optou-se em analisar os resultados ponderados pela classificação e não a pontuação bruta. Foram observadas diferenças estatisticamente significativas quanto ao tipo de escola e origem (interior ou capital), havendo maior frequência dos graus I e III no Interior e dos graus III+ e III- na Capital. Conforme os resultados da comparação entre o tipo de escola e o desempenho da criança, verificou-se uma maior frequência dos graus II e III+ na escola pública e dos graus III, IV e V na escola particular. Uma vez que na presente reflexão foram coletados os dados em duas cidades, recomenda-se a ampliação do estudo para outras cidades e regiões para determinação mais consistente das diferenças destacadas.
RESUMO (2)
INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS SEXO, IDADE E ESCOLARIDADE SOBRE O TESTE D2 DE ATENÇÃO CONCENTRADA
O Teste D2 é um teste de atenção concentrada, criado e publicado na Alemanha e que foi padronizado e publicado no Brasil. A tarefa consiste em riscar todas as letras d acompanhadas de dois sinais, distribuídas em 14 linhas, sendo que o examinador dá um aviso a cada 20 segundos para que o sujeito mude de linha. O teste fornece diversos resultados quantitativos: Resultado Bruto (RB) referente ao número de sinais examinados; Total de Erros (TE), respostas marcadas erradas e as omissões; Porcentagem de Erros (E%); Resultado Líquido (RL = RB-TE). O objetivo desta pesquisa foi investigar a influência das variáveis idade, sexo e nível de ensino sobre os resultados do teste. A amostra foi composta de 1480 estudantes de ensino fundamental e médio, provenientes de três cidades brasileiras de três regiões brasileiras: São Paulo (SP), Porto Alegre (RS) e Porto Velho (RO). As idades variaram de 9 a 18 anos, sendo 835 do sexo feminino e 645 do masculino. As análises de variância para a amostra total indicaram não haver diferenças significantes entre os sexos, mas ocorreram diferenças entre as faixas etárias e os níveis de ensino para o RB e o RL. Para o TE e E%, ocorreram diferenças entre as idades e para a interação entre idade e sexo, mas não entre os níveis de ensino. Novas análises de variância para cada um dos níveis de ensino mostraram que para o nível fundamental foram significantes apenas as diferenças entre as faixas etárias no RB e RL, mas não no ensino médio. Em relação aos TE e E% houve diferenças entre as idades no ensino médio apenas na interação entre idade e sexo. Os resultados confirmaram a existência de progressão com a idade nos resultados brutos e líquidos, mas não em relação aos erros, apenas no ensino fundamental.
RESUMO (3)
O USO DA ESCALA DE TAREFAS EM TEORIA DA MENTE COM CRIANÇAS BRASILEIRAS
A teoria da mente refere-se a uma habilidade cognitiva que desempenha um importante papel na adaptação social da criança. Trata-se de uma habilidade para explicar e predizer o comportando humano em diferentes situações. Essa área investiga como as crianças desenvolvem a compreensão de si mesmas e das outras pessoas como seres mentais. O estudo da origem e desenvolvimento dessa habilidade, de atribuir e compreender os estados mentais humanos, é hoje uma importante área de investigação. Em 1983 foi elaborada a primeira tarefa experimental para verificar essa habilidade nas crianças. Desde então, muitas tarefas na área da teoria da mente começaram a ser criadas e adaptadas. A elaboração dessas tarefas teve um valor decisivo nas contribuições trazidas pelas pesquisas nesse campo. Mas, foi apenas recentemente que um estudo se ocupou em organizar as principais tarefas publicadas nessa área. Esse estudo dispôs essas tarefas em 7 categorias, classificando-as de forma hierárquica em relação à dificuldade, com a finalidade de constituir uma escala de tarefas em teoria da mente. O presente trabalho tem como objetivo apresentar as 7 tarefas da escala, que foram adaptadas ao contexto cultural brasileiro. De forma geral as pesquisas brasileiras utilizaram da escala buscando verificar o desenvolvimento de uma teoria da mente e sua correlação a outro construto, tais como empatia, pragmática da linguagem. Verifica-se uma diminuição de acertos nas tarefas 5, 6 e 7. Conclui-se que o número pequeno de participantes, nas pesquisas, dificulta uma analise mais consistente da escala.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE ASPECTOS TÉCNICOS DO MÉTODO DE RORSCHACH
O presente trabalho possui como objetivo apresentar uma análise acerca da produção científica sobre aspectos técnicos sobre o Método de Rorschach em pesquisas publicadas em várias bases de dados internacionais e nacionais. Os estudos técnicos envolvem pesquisas relacionadas aos procedimentos de aplicação, correção e interpretação do instrumento, bem como investigações sobre precisão, validade e normas. Foram analisados 892 resumos de artigos publicados no período compreendido entre 2000 e 2010, indexados em sete bases de dados e destacados os artigos que tratavam de assuntos relacionados a estudos técnicos com o Rorschach. Após a leitura e análise dos resumos dos artigos, foi possível a verificação e sistematização dos dados em vários elementos de investigação, os dados mais incidentes são os seguintes: Do total investigado, 264 textos referiam-se a questões sobre o assunto destacado, perfazendo 29,6% do material analisado. A maior parte dos textos foi publicada em 2007 e a média anual foi de 11 artigos. Os textos foram publicados em 78 diferentes periódicos, sendo Journal of Personality Assessment, Rorschachiana e Journal of Projective Psychology & Mental Health, as revistas com maior quantidade de publicações sobre o assunto. De acordo com a caracterização utilizada nesta análise, a maior parte dos artigos tratava de investigações empíricas e foram desenvolvidos apenas com o Rorschach. Houve a publicação de artigos em 27 diferentes áreas de investigação, sendo as mais incidentes pesquisas que tratavam sobre evidências de validade e organização de normas para o teste, reflexões sobre procedimentos de aplicação e interpretação de acordo com diferentes aspectos e culturas, além de trabalhos sobre dados relativos à História do Rorschach e sua aplicação em diferentes contextos de psicoterapia. Observa-se que a atenção de clínicos e pesquisadores sobre os aspectos técnicos, validade e normas do Método de Rorschach permearam a produção científica sobre o teste no período.
RESUMO (2)
A PRODUTIVIDADE NO MÉTODO DE RORSCHACH EM DIFERENTES SISTEMAS DE AVALIAÇÃO
O estudo verificou questões relacionadas à produtividade no Método de Rorschach em diferentes sistemas de avaliação, em especial o Sistema Compreensivo e o The Rorschach Performance Assessment System (R-PAS) no Brasil. O Rorschach é conhecido como importante instrumento de avaliação psicológica e a produtividade se refere ao número de respostas de um protocolo de um indivíduo, explicitando o quanto ele é perceptualmente sensível e receptivo ao mundo que o rodeia. O sistema R-PAS busca solucionar questões como a grande variabilidade no número de respostas de um protocolo, que vão influenciar diretamente no processo interpretativo. Participaram da investigação 17 sujeitos de ambos os sexos, idade entre 18 e 27 anos. No momento da aplicação todos eram estudantes universitários de diversos cursos de graduação. O Método de Rorschach foi aplicado individualmente, seguindo as recomendações técnicas do sistema R-PAS, ainda não validado no Brasil. Dos resultados obtidos até o momento observou-se que nenhum dos participantes apresentou desconforto sobre as instruções que limitavam o número de respostas. Todos tinham entre 18 e 27 anos, com idade média de 22 anos (dois homens e 15 mulheres) e emitiram entre 20 e 31 respostas (média de 26,82 respostas por protocolo). Este número de respostas compõe uma variável bem mais restrita, quando comparados aos estudos mais atuais realizados no Sistema Compreensivo no Brasil (14 a 50 respostas, com média de 19,64). As principais conclusões são que a variabilidade de respostas tende a ser menor no sistema R-PAS, mas com uma média de respostas maior, quando comparado ao Sistema Compreensivo, aumentando as possibilidades de se verificar como um indivíduo lida com a realidade que o cerca. A amostra deve ser aumentada e mais estudos estatísticos devem ser realizados.
RESUMO (3)
ASPECTOS TÉCNICOS SOBRE A PRODUTIVIDADE INFANTIL COM O USO DO R-PAS (RORCHACH PERFORMANCE ASSESSMENT SYSTEM)
O Rorschach possui reconhecimento universal sobre sua abrangência clínica aos aspectos da personalidade. Dentre os diferentes métodos utilizados para esta avaliação está o R-PAS, Rorschach Performance Assessment System. Este método está em fase de estudos para utilização na população brasileira. Um dos diferenciais deste sistema abrange o controle do número de respostas dadas pelo sujeito durante a aplicação do instrumento como modo de possibilitar melhores análises estatísticas das variáveis obtidas pelas codificações e classificações das respostas do sujeito. Esta pesquisa é um recorte de um estudo normativo com crianças no Brasil, utilizando a técnica do R-PAS. Participaram 120 crianças com idade de 07 a 10 anos, sexo feminino e masculino, estudantes de escolas públicas da cidade de São Paulo, sem patologias mentais ou atrasos no desenvolvimento cognitivo. Para critérios diagnósticos de seleção de amostragem utilizou-se o CBCL, Child Behavior Checklist e as Matrizes Progressivas de Raven. Em 100% dos casos as crianças apresentaram bom desempenho de tarefas em relação às instruções direcionadas ao número de respostas por protocolo, sem haver qualquer desconforto ou demonstração de queixa em relação às instruções do R-PAS. Os dados indicam que as instruções têm sido bem aceitas em crianças nesta faixa etária não havendo alteração no desempenho durante a aplicação do instrumento. O estudo continua em andamento de modo a abranger mais dados referentes aos aspectos mencionados.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
EVIDÊNCIAS DE VALIDADE PARA O TESTE WISC-IV BASEADAS NA RELAÇÃO COM O TESTE DE TRILHAS COLORIDAS INFANTIL
Os subtestes Cancelamento, Procurar Símbolos e Código do WISC IV compõem o Índice Fatorial Velocidade de Processamento (IVP) e o Teste de Trilhas Coloridas Infantil (TTC infantil), que objetiva a avaliação de habilidades consideradas subsidiárias ao funcionamento do lobo frontal, como rastreamento perceptual, velocidade no processamento de informação, sequenciação, habilidades grafomotoras, atenção sustentada e dividida. Ambos instrumentos foram aplicados em 500 sujeitos, sem queixas relacionadas ao desempenho escolar ou habilidades cognitivas, estudantes de escolas públicas e particulares dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. As correlações entre os instrumentos demonstraram que as variáveis caminham para um mesmo sentido, ou seja, quando altas as pontuações compostas IVP, altas também as pontuações no TTC infantil, conferindo ao fator referido do WISC IV evidências de que o mesmo avalia habilidades relacionadas a velocidade de processamento de informação e mecanismos atencionais.
RESUMO (2)
EVIDÊNCIAS DE VALIDADE PARA O TESTE WISC-IV BASEADAS NA RELAÇÃO COM OS TESTES DE RAVEN
Os testes Matrizes Progressivas Coloridas de Raven - Escala Especial e Matrizes Progressivas de Raven - Escala Geral foram aplicados em 200 crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos de idade, sendo que metade dessa amostra de participantes foi submetida à Escala Especial e a outra metade à Escala Geral, dependendo da idade. Tais testes foram utilizados como critério com o objetivo de buscar evidências de validade baseadas na relação com variáveis externas, sendo construtos relacionados, para o índice de Velocidade de Processamento (IVP) da Escala deInteligência Wechsler para Crianças 4ª Edição (WISC-IV). As análises de correlação de Pearson mostraram que os testes de Raven se correlacionam forte e positivamente com os subtestes do IVP do WISC-IV, demonstrando que quanto maiores as pontuações dos participantes nesses testes, maiores também as pontuações nos subtestes do WISC-IV. Esse dado corrobora os achados da literatura, conferindo evidência de validade convergente para o WISC-IV.
RESUMO (3)
EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE UMA FORMA REDUZIDA DO TESTE WISC-IV ADAPTADA PARA SURDOS
Atualmente, não constam na lista de instrumentos aceitos pelo Conselho Federal de Psicologia testes padronizados para avaliar aspectos cognitivos de indivíduos surdos. Assim, investigou-se a adequação de uma Forma Reduzida de oito subtestes do WISC-IV que permitisse uma avaliação rápida das habilidades envolvidas nos quatro Índices Fatoriais do instrumento, considerado padrão-ouro para a avaliação intelectual de crianças e adolescentes. Foi analisada uma amostra piloto de 66 sujeitos surdos, com idades entre oito e 16 anos, usuários da Libras, matriculados em três escolas (particulares e públicas) de Porto Alegre/RS. Os estudos de validade dos itens e do teste mostraram evidências de que os subtestes escolhidos, com exceção do Raciocínio Matricial, foram adequados para a avaliação de surdos. Também foi evidenciado que a Forma Reduzida sugerida neste estudo manteve a estrutura uni e quadrifatorial proposta pelo instrumento original, para o grupo de ouvintes.
RESUMO (4)
EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DO TESTE WISC-IV EM AMOSTRAS CLÍNICAS
Os quinze subtestes do WISC IV foram aplicados em um grupo composto por 40 crianças e adolescentes de ambos os sexos, com idades entre 6 e 16 anos e 11 meses. Este grupo foi composto por crianças e adolescentes com histórico de queixas relacionadas a condições psicológicas, psiquiátricas ou neurológicas que, de acordo com a literatura, apresentam alterações na atenção. Esses diagnósticos incluem dificuldades de aprendizagem (dislexia e discalculia), deficiência intelectual (Leve ou Moderado) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Esse grupo foi pareado com um grupo controle por idade, sexo e escolaridade, de forma que esse outro fosse composto por crianças e adolescentes com características semelhantes, sem diagnóstico ou histórico de nenhuma das alterações descritas no grupo clínico. Entre os resultados, foram encontradas diferenças de média entre os grupos por meio de análises de variância e testes t, evidenciando diferenças de desempenho entre o grupo clínico e o grupo controle, de modo que as pontuações foram sempre menores nos participantes do grupo clínico, conferindo evidência de validade para o instrumento, que foi capaz de diferenciar os grupos.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
O fator g e o rendimento acadêmico ao longo da escolaridade
Apesar de ser o tema mais investigado na Psicologia, a inteligência permanece atual pelos plurais e renovados interesses que desperta sobre o desenvolvimento humano e, em particular, no contexto educativo. Este estudo considera os desempenhos cognitivos de uma amostra representativa de alunos de escolas públicas portuguesas (n= 4899) dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário na Bateria de Provas de Raciocínio (BPR). Primeiro, são apresentadas as análises que reforçam a existência de um fator único que explica entre 50 a 60% da variância dos resultados cognitivos e a unidimensionalidade da bateria nas suas três versões. Segundo, é testado um modelo que releva o poder preditor do fator geral de inteligência no rendimento acadêmico, quer diretamente, quer de forma mediada através do sucesso académico prévio (existência ou não de reprovações no percurso académico) e das expetativas acadêmicas futuras (extensão de escolaridade pretendida). Por fim, é discutido o poder preditor do fator geral de inteligência e das variáveis acadêmicas ao longo da escolaridade.
RESUMO (2)
A avaliação da inteligência na infância: Contributos da ECCOs 4/10
Partindo da descrição da Escala de Competências Cognitivas (ECCos4/10) criada em Portugal, e hoje estudada no Brasil e em Moçambique, discutimos o conceito de inteligência na infância e a maior ou menor adequação das escalas compósitas de inteligência, propostas para a sua avaliação. Neste caso, a Escala de Competências Cognitivas, destinada a crianças entre os quatro e os 10 anos, concilia várias funções cognitivas (perceção, memória, compreensão, raciocínio, resolução de problemas e pensamento divergente), em tarefas de dois conteúdos dominantes (verbal e não verbal). Após alguns anos de estudos centrados na sua construção, uma amostra representativa do norte de Portugal serviu a sua validação e normalização. A amostra considerada foi composta por 539 crianças, equitativamente distribuídas face ao gênero e meio de residência (urbano/rural) e estratificada no que diz respeito a cada um dos distritos considerados. Os resultados ao nível da validade sugerem a possibilidade de uma nota global de QI poder reunir o desempenho das crianças nas 11 provas da escala, sugerindo ainda alguma especificidade das provas envolvendo o pensamento divergente. Cruzando os resultados na ECCOs, com a idade (desenvolvimento psicológico) e com as classificações escolares, os índices obtidos apontam para a validade de critério dos seus resultados, mantendo-se aqui também alguma especificidade relativamente ao pensamento divergente. Ilustra-se a rentabilização da informação obtida com a aplicação da ECCOs 4/10 na avaliação psicológica da inteligência em crianças.
RESUMO (3)
Identificação de dotação e talento: Modelo de Munique e a avaliação da autoeficácia.
O Modelo de Dotação de Munique busca unir características individuais e ambientais em uma proposta de identificação de talentos, evidenciando o papel de moderadores intrínsecos e extrínsecos ao indivíduo. Quando as variáveis moderadoras são identificadas e promovidas, podem facilitar o desenvolvimento de talentos. Dentre os moderadores intrínsecos, incluem-se estratégias de aprendizagem, motivação e crenças de autoeficácia, definidas pela Teoria Social Cognitiva como as crenças de um indivíduo em suas próprias capacidades. A autoeficácia não deve ser mensurada como uma variável única, pois são crenças voltadas a capacidades específicas; deve ser mensurada por instrumentos também específicos. A Childrens Self-EfficacyScale (CSES) converge com essa premissa. É composta originalmente por 55 itens e nove fatores. O objetivo desse trabalho é apresentar a versão brasileira da CSES como possibilidade de avaliação de uma variável moderadora intrínseca no Modelo de Dotação de Munique. Após tradução da escala original, a versão brasileira foi composta por 54 itens e as mesmas nove subescalas. As análises por juízes e semântica se mostraram satisfatórias. Aplicou-se a escala traduzida em 679 alunos. Efetuou-se uma análise de componentes principais, extraindo-se um fator de cada subescala. Utilizaram-se a prova Kaiser-Meyer-Olkin e o teste de esfericidade de Bartlett para averiguar a adequação da análise fatorial empregada, suprimindo-se os itens com carga fatorial menor que 0,30. A análise fatorial revelou que as subescalas conseguem explicar entre 37% e 57% da variância observada. A consistência interna dos fatores e dos itens foi calculada através do Alfa de Cronbach, variando de boa a excelente com resultados entre 0,7 e 0,9 para cada subescala. Todavia, são necessários estudos com outras amostras e outras formas de validação a fim de se obter um instrumento com evidências de validade suficientes para pesquisas sobre identificação de talentos e crenças de autoeficácia.
RESUMO (4)
O Efeito Flynn em adultos portugueses
O Efeito Flynn refere-se aos ganhos verificados nas medidas de inteligência ao longo do tempo. Este estudo analisa a ocorrência do Efeito Flynn considerando os resultados obtidos por candidatos à Guarda Nacional Republicana (GNR) de Portugal. Participaram do estudo duas amostras: a primeira formada por 429 candidatos à Guarda Nacional Republicana submetidos ao processo de seleção do ano de 2005 e a segunda composta por 3806 candidatos do ano de 2010. Nas duas amostras foram aplicadas três provas da bateria PMA Aptidões Mentais Primárias: Compreensão Verbal, Raciocínio Lógico e Cálculo Numérico. Os participantes foram avaliados por psicólogos especialistas, sendo que o acesso aos seus dados foi autorizado pelo Comando Geral da GNR, mediante garantia do anonimato e sigilo dos protocolos consultados. Os resultados indicaram que os candidatos à guarda que participaram do processo seletivo de 2005 obtiveram melhores médias nas três provas da PMA, quando comparados aos de 2010. Essa diferença no Teste R (Raciocínio Lógico) não é estatisticamente significativa, sendo já estatisticamente significativa no Teste V (Compreensão Verbal) e no Teste N (Cálculo Numérico). Assim, o Efeito Flynn não foi observado neste estudo, considerando o intervalo de tempo de cinco anos.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Análise de replicabilidade em Análise Fatorial Explicatória
Análise Fatorial Explicatória (AFE) é uma técnica amplamente utilizada para investigar a estrutura subjacente dos instrumentos psicológicos. Entretanto, existem muitas controvérsias em relação à estabilidade das soluções fatoriais. Estudos mostram que, mesmo com amostras grandes e uma estrutura fatorial bem definida, os resultados nem sempre são replicáveis. Para resolver o problema, a literatura indica um método simples para investigar a replicabilidade de soluções fatoriais. Nesse método é possível utilizar replicação interna ou externa. Na replicação interna o pesquisador precisa dividir a amostra randomicamente em duas amostras, e na replicação externa deve-se aplicar o instrumento em uma amostra nova. Existem dois critérios para replicabilidade: (1) devem existir o mesmo número de fatores e os mesmos itens atribuídos para cada fator nas duas amostras; (2) as cargas dos itens devem ser semelhantes nas duas amostras. O primeiro critério avalia a replicabilidade estrutural e a o segundo avalia replicabilidade forte. Para esse último tipo de replicabilidade a diferença entre as cargas fatoriais das duas amostras não pode exceder o valor de 0,20. Acima desse valor as cargas podem ser consideradas como instáveis. Para ilustrar esse método foi utilizado um banco de dados com 384 respondentes de um questionário aplicado para avaliar um programa de residência multiprofissional. Pesquisa anterior indicou a presença de três fatores no referido questionário. O banco foi aleatoriamente divido em duas amostras (N1 = 199 e N2 = 185). Foi realizada uma análise fatorial PAF com extração de três fatores e rotação Promax. Os resultados da análise de replicabilidade indicam que a solução fatorial apresentou replicabilidade estrutural e replicabilidade forte. Em apenas um dos 22 itens a diferença entre as cargas fatoriais foi maior que 0,20. Sugere-se que todos os pesquisadores façam uma análise da estabilidade da sua solução fatorial para adquirir conhecimento sobre a robustez da solução fatorial obtida.
RESUMO (2)
Análise fatorial para itens dicotômicos
A análise fatorial é uma das ferramentas estatísticas mais utilizadas nos estudos de validade de construto. Muitos pesquisadores analisam os seus dados por meio de componentes principais (PC), eixos principais (PAF), máxima verossimilhança (ML). Todavia, esses dois últimos métodos não podem ser utilizados quando a matriz de correlações não é positivamente definida. Diversas causas podem ser explicar a ocorrência de uma matriz não positiva, a mais comum refere-se ao caso Heywood. Neste caso, uma das variáveis tem toda a sua variância explicada por um ou mais itens. Muitos dos casos Heywood são consequência da pequena variabilidade dos itens. Itens dicotômicos tendem a apresentar variabilidade limitada e, muitas vezes, matrizes não positivas. Além disso, as análises fatoriais tradicionais, quando aplicadas aos itens dicotômicos frequentemente extraem fatores de dificuldade em vez de fatores relacionados ao conteúdo dos itens. Nesses casos, uma das possibilidades é analisar os dados por meio de métodos robustos às matrizes não positivas, tais como análise fatorial full information (FIFA) e análise fatorial não linear. Este estudo teve como objetivo apresentar um exemplo desses dois métodos por meio da análise de um teste de avaliação de habilidades cognitivas. Participaram do estudo 1069 alunos do ensino fundamental da rede pública de uma grande cidade brasileira. Os alunos responderam a 12 questões de raciocínio abstrato e 12 questões de raciocínio espacial do Teste de Raciocínio Abstrato e Espacial (TRAE). A análise FIFA, assim como o não-linear, indicou que um modelo unifatorial é plausível, assim como um modelo de dois fatores. Todos os itens apresentaram saturação fatorial adequada. Para o modelo de dois fatores, os itens organizaram-se, exatamente, nos fatores de raciocínio abstrato e raciocínio espacial. Ou seja, a análise foi capaz de extrair fatores relacionados ao conteúdo dos itens e não à dificuldade.
RESUMO (3)
Contribuições da Teoria de Resposta ao Item para a Elaboração e Validação de Instrumentos Psicológicos
Os modelos da Teoria de Resposta ao Item (TRI) para itens politômicos são modelos matemáticos que ajudam a compreender a interação entre examinandos e itens de instrumentos que possuem várias categorias de respostas. Itens politômicos têm tido grande utilização na testagem psicológica e educacional porque, além de oferecer uma experiência mais rica em testagem para os examinandos, proporcionam uma maior quantidade de informações psicométricas sobre o construto avaliado. O presente estudo teve como objetivos discutir as contribuições da TRI na elaboração e validação de instrumentos psicológicos, bem como apresentar um exemplo de estimação dos parâmetros dos itens do Questionário de Vivências Acadêmicas (QVA) a partir da TRI. Para o estudo empírico, contou-se com a participação de 518 estudantes universitários da cidade de João Pessoa (PB), sendo 66% do sexo feminino, com média de idade de 21,6 (DP = 4,4), a maioria com renda familiar entre 5 e 10 salários mínimos (29,1%). Os participantes responderam a um questionário sociodemográfico e ao QVA. Este último é composto por 60 itens, respondidos em uma escala Likert de 5 pontos, que vai de Discordo Totalmente a Concordo Totalmente. A versão original do instrumento avalia cinco dimensões: pessoal, institucional, carreira, estudocurso e interpessoal. A análise dos parâmetros dos itens por meio da TRI, utilizando-se do Modelo de Resposta Gradual de Samejima, foi realizada a partir dos fatores individuais, levando em consideração os parâmetros de dificuldade e discriminação dos itens. Verificou-se, de forma geral, que os itens apresentaram parâmetros de dificuldade e discriminação adequados. No entanto, as análises das curvas de informação da TRI, de forma geral, indicaram lacunas no continuum dos cinco fatores. Discute-se a variedade de caminhos em que os modelos de TRI para itens politômicos podem ser utilizados incluindo a técnica da equalização e a testagem adaptativa por computador (CAT).
RESUMO (4)
Progressão no uso da Testagem Adaptativa por Computador no contexto nacional e internacional
Os testes adaptativos por computador (CAT) têm apresentado vantagens sobre os testes convencionais, tanto no que se refere a uma maior eficiência quanto a sua qualidade. Foi realizado um levantamento empírico através de bases nacionais e internacionais nos últimos 10 anos. Os descritores utilizados foram Avaliação assistida por computador, Testes psicológicos computadorizados, Teste adaptativo computadorizado, Instrumentos psicológicos computadorizados, Computer-Adaptive Testing e Computerized Adaptive Test, respectivamente. Os resultados mostram que os estudos internacionais superam em número os nacionais, sendo os Estados Unidos o país que mais tem aplicado este método de testagem. Por disciplina, a Psicologia é a que mais utiliza este procedimento, seguida pela Medicina, Educação e Nutrição. Por área, a Avaliação Psicológica é a que mais a emprega, seguida pela Testagem de Saúde, Neuropsicologia, Saúde Mental etc. Percebe-se que a utilização do CAT tem crescido e se expandido por diversos países e em inúmeros contextos. Isso se explica pelas notáveis vantagens de sua utilização, possivelmente relacionadas com a dispensa do uso do papel e lápis e em ocasiões; obtenção das pontuações de forma imediata, com a redução do tempo de aplicação, administração e correção do teste; aumento da amostragem de forma rápida; emprego de uma avaliação personalizada, construída mediante as respostas anteriores; redução na quantidade de questões utilizadas nas avaliações, entre outras. Não obstante, a literatura aponta para algumas desvantagens que devem ser superadas, tais como: o seu desenvolvimento requer uma grande equipe, composta por profissionais de várias áreas; inevitável dependência do computador; problemas de segurança e, finalmente, a necessidade de contar com um vasto banco de itens diferenciados por níveis de dificuldade. Contudo, é inquestionável a importância do CAT, visto que é crescente a utilização de testes computadorizados por diversos países. Nesse sentido, o estudo desse método é fundamental para a ampliação do conhecimento cientifico.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Testagem adaptativa informatizada: perspectivas para a avaliação de habilidades cognitivas preditoras da leitura
A geração computadorizada de instrumentos para avaliação vem se tornando um campo fértil para as pesquisas na área, além de oferecer uma gama de ferramentas avaliativas atrativas e de excelente qualidade em diversas áreas da psicologia. Em relação aos modelos tradicionais de testes, que envolvem a aplicação do mesmo conjunto de itens para todas as pessoas, os instrumentos com testagem adaptativa informatizada apresentam algumas vantagens, como a possibilidade de maior precisão, são mais breves, podem ser atualizados com facilidade e são menos sujeitos à divulgação de seu gabarito ou sistema de pontuação. Neste sentido destaca-se a construção de instrumentos para a avaliação de habilidades preditoras da leitura, vários são os pesquisadores (e.g. Roazzi, Dias, Salles, Parente, Capovilla, Ciasca) que vêm apresentando aspectos relevantes sobre a competência leitora e as habilidades necessárias para a sua aquisição, a saber: decodificação, consciência fonológica entre outros; os dados revelam a correlação entre essas habilidades e o pronto estabelecimento da leitura, a testagem adaptativa informatiza ajuda na análise precoce de tais habilidades. Nesta mesa pretendemos apresentar dados sobre a construção de um instrumento de testagem adaptativa informatizada para a avaliação de habilidades preditoras da leitura. Como também apresentar a percepção dos utilizadores dos instrumentos informatizados e das versões lápis-papel.
RESUMO (2)
ECCOs 4/10: avaliação de competências cognitivas em crianças
A Escala de Avaliação de Competências Cognitivas para Crianças dos 4 aos 10 anos de Idade ECCOs 4/10, desenvolvida e validada em Portugal, destina-se à avaliar diferentes processos cognitivos em crianças nesta faixa etária, entre eles, a habilidade de compreensão. Neste trabalho, apresenta-se a adaptação das tarefas de compreensão da ECCOs 4/10 para a população brasileira. Entende-se que compreender se caracteriza por uma construção ativa de sentidos, o que requer do indivíduo identificar e interpretar as informações disponíveis, conectando conhecimentos relevantes de modo a gerar uma representação coerente. Para isso, é necessário não só o resgate de esquemas de conhecimento armazenados na memória, como também o estabelecimento de inferências e a avaliação dos elementos e ações envolvidos na situação. É, portanto, uma habilidade complexa que articula elementos cognitivos, linguísticos e conhecimentos sociais. A ECCOs 4/10 propõe avaliar a compreensão de forma contextualizada e significativa para a criança, através de duas tarefas, sendo uma verbal (Frases Absurdas) e uma não verbal, de conteúdos predominantemente figurativos (Desenhos Absurdos). Será apresentada a adaptação destas tarefas para o Brasil e os resultados da validação das mesmas em uma amostra de 606 crianças brasileiras, de ambos os sexos, frequentando escolas públicas e particulares do Recife, e distribuídas em 14 faixas etárias entre os 4 e os 10 anos de idade.
RESUMO (3)
Análise da nomeação seriada rápida em crianças da pré-escola, primeiro e terceiro ano do ensino fundamental
A aquisição da leitura é um processo complexo que necessita de uma série de habilidades cognitivas preditoras desta competência. Dentre essas habilidades destaca-se a nomeação seriada rápida, que se refere à capacidade de processar diferentes estímulos visuais rapidamente, uma vez que a rapidez é um fator importante para uma leitura fluente. Dados recentes sobre o desempenho das crianças brasileiras nas avaliações nacionais e internacionais têm evidenciado o baixo rendimento em leitura, dificuldades na compreensão literal e inferencial e em associar informações ao texto, entre outras. No último censo escolar observa-se que o aumento do número de alunos matriculados nas escolas públicas brasileiras é inversamente proporcional ao número de alunos que terminam a primeira etapa do ensino fundamental (5o. ano) com bom desempenho em leitura e escrita, é portanto, crescente a incidência de dificuldades de leitura no ensino fundamental. O cenário atual do desempenho em leitura por parte das crianças no ensino fundamental viabiliza e justifica a realização de pesquisas que visem analisar auxiliar na análise do processo cognitivo envolvido na leitura preconizando práticas de intervenção eficazes. Considerando o exposto, nesta mesa apresentaremos a análise do desempenho intragrupo em tarefas de nomeação seriada rápida (cores, figuras, letras, dígitos, palavras e não-palavras) em crianças com queixas de dificuldade de leitura, evidenciando a variabilidade do desempenho nas tarefas de nomeação seriada rápida em crianças de 5º ano com dificuldades de leitura, comparando-o ao de crianças de mesma idade, mas competentes em leitura (5º ano), e ao de crianças mais jovens (2º ano), também leitores fluentes. Destaca-se a apresentação das etapas de construção e dados de validade do instrumento utilizado para a análise: a tarefas de nomeação seriada rápida, com seis subtestes, a saber: cores, letras, dígitos, figuras, palavras e não-palavras.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Compreensão de leitura e estratégias de aprendizagem
Este estudo teve por objetivos buscar a relação existente entre as estratégias de aprendizagem e o desempenho na compreensão da leitura, assim como averiguar possíveis diferenças entre as variáveis sexo, tipo de escola e ano escolar. Participaram da pesquisa 352 crianças de ambos os sexos e com idades variando entre 7 e 12 anos, matriculadas do 3º ao 5º ano do ensino fundamental de uma escola particular e outra escola pública do interior estado de São Paulo. Os instrumentos utilizados foram a Escala de Estratégias de Aprendizagem e dois textos preparados de acordo com a técnica de Cloze. Os resultados indicaram diferenças estatisticamente significativas para os sexos nos fatores estratégias cognitivas e estratégias metacognitivas favorecendo as meninas, o mesmo foi encontrado para os textos em Cloze. Também foram encontradas diferenças significativas quando comparadas as escolas para todos os fatores da Escala de Estratégias de Aprendizagem e nos textos em Cloze, em que os alunos da escola particular obtiveram as maiores médias. Quanto à diferença entre os anos escolares, esta também foi estatisticamente significativa, sendo o quinto ano obteve a menor e o quarto a maior média no fator ausência de estratégias metacognitivas disfuncionais. Enquanto que para o fator estratégias cognitivas, o terceiro ano apresentou a menor e o quarto a maior média. Ainda, no fator estratégias metacognitivas, o terceiro ano obteve a menor e o quinto a maior média. Já nos textos em Cloze, houve diferenças significativas para os dois textos, sendo que os estudantes do terceiro ano obtiveram a menor média e os do quinto a maior. Por fim, houve correlações positivas e significativas, de magnitude fraca, entre todas as dimensões da Escala de Estratégia de Aprendizagem e os textos de Cloze. Os resultados estão de acordo com o encontrado na literatura.
RESUMO (2)
Compreensão leitora e desempenho escrita: estudo com alunos do ensino fundamental
O presente estudo teve por objetivo verificar evidências de validade para instrumentos que avaliam a compreensão leitora e as habilidades de escrita. Participaram deste estudo 202 crianças com idades entre 8 e 10 anos (M=8,91; DP=0,873). Eles eram provenientes de duas escolas públicas de uma cidade do interior do estado de São Paulo, uma central (n=111; 55%) e outra periférica (n=91; 45%). Dentre elas, 93 (46%) eram meninos e 109 (54%) meninas, sendo 87 (43,1%) do 3º ano, 47 (23,3%) do 4º ano e 68 (33,7%) do 5º ano. Os instrumentos utilizados foram um teste de compreensão de leitura e outro de avaliação da escrita, aplicados de forma coletiva em situação de sala aula. Os resultados permitiram identificar evidências de validade de critério, visto que nas duas medidas as crianças foram separadas por ano escolar e evidência de validade convergente, pela identificação de índice de correlação de magnitude forte entre elas. Diferenças relativas ao sexo e à idade foram encontradas para as medidas.
RESUMO (3)
A consciência metatextual e a compreensão de leitura
A consciência metatextual diz respeito ao controle intencional da ordenação de enunciados em unidades linguísticas maiores para a construção de textos. O contato com os textos na vida cotidiana, como anúncios, avisos, artigos de jornais, catálogos, receitas médicas, prospectos, folhetos etc. exercita a nossa capacidade metatextual para a construção e compreensão de textos. Considerando a escassez de estudos com consciência metatextual no Brasil, elaborou-se um instrumento para medi-la. Neste estudo, o objetivo estabelecido foi o de derivar evidências de validade para o Questionário de Avaliação da Consciência Metatextual (QACM) baseadas na relação com outras variáveis. Participaram 315 alunos do 3º ao 5º ano do ensino fundamental, de escolas públicas do interior do Estado de São Paulo, sendo 169 meninos e 149 meninas, cujas idades variaram de 8 a 13 anos. Foram utilizados o QACM e dois textos em Cloze validados como medidas de compreensão de leitura. Em estudo anterior, foram identificadas evidências de validade de conteúdo do QACM, demonstradas com base em dados sobre a congruência e abrangência dos itens relacionados ao construto, por meio de painel de juízes, no qual houve concordância de 100%. O instrumento foi também aplicado individualmente em 30 crianças, para as quais se pediam justificativas de suas escolhas. Foram alterados alguns textos, mantendo-se aqueles que podiam ser reconhecidos, que eram compreendidos por elas e aqueles cuja linguagem era adequada. Os escores obtidos com a medida de avaliação da consciência metatextual foram convergentes com a pontuação em compreensão de leitura. O QACM também se mostrou sensível para captar o progresso das crianças em identificar os gêneros textuais com o avanço da escolaridade. Dessa forma, o estudo forneceu evidências de validade tanto no que se refere à convergência de construtos, identificada com base nas medidas relacionadas, como de critério, distinguindo os alunos pelo seu nível de escolaridade.
RESUMO (4)
Sintomas depressivos e compreensão de leitura
A depressão tem sido considerada um dos transtornos emocionais mais prevalentes entre crianças e adolescentes na sociedade atual. Alguns sintomas costumam se manifestar no contexto escolar, por ser este o ambiente em que as crianças passam maior parte do seu tempo. A literatura científica evidencia que a depressão parece aumentar entre as crianças que apresentam problemas escolares. Dessa forma, o objetivo do estudo foi investigar a associação entre a sintomatologia depressiva e a compreensão de leitura, tanto pela correlação entre esses construtos, como pela comparação entre os grupos que foram formados com base nas pontuações. Ao lado disso, explorou-se as eventuais diferenças entre as crianças avaliadas, em relação ao gênero, idade e ano escolar. Participaram dessa pesquisa 293 estudantes, sendo 164 meninos e 129 meninas, com idades variando entre 7 e 11 anos, do terceiro, quarto e quinto anos do Ensino Fundamental de duas escolas públicas do interior de São Paulo. As crianças foram divididas em dois grupos, baseados no ponto de corte do instrumento (G1 - escores até 16; G2 - escores acima de 17). Os instrumentos utilizados foram o Inventário de Depressão Infantil (CDI), versão com 27 itens e dois textos estruturados segundo os padrões tradicionais da técnica de Cloze. A análise dos dados permitiu observar que houve uma correlação negativa e significativa entre os construtos. Assim, as crianças que tiveram maior pontuação no CDI tiveram pior desempenho na compreensão de leitura. Em relação ao CDI, não foram encontradas diferenças para as variáveis gênero e idade. Para o Cloze confirmou-se as diferenças por ano escolar.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Processo de Avaliação Psicológica do Aluno Talentoso
A tarefa de avaliar alunos talentosos tem sido um desafio para o psicólogo, dada a diversidade de caraterísticas apresentadas por esse grupo e os mitos veiculados a seu respeito. O desenvolvimento do indivíduo talentoso não ocorre necessariamente mais rapidamente ou precocemente do que o de outros sujeitos; ele ocorre de forma diferenciada. É importante que o psicólogo, ao identificar alunos talentosos, ao elaborar um diagnóstico ou propor uma intervenção, tenha claro que eles não representam um grupo homogêneo. Também é necessário ressaltar que em um processo de encaminhamento de uma criança ou adolescente talentoso a um programa e/ou serviço, o psicólogo deve levar em consideração as necessidades cognitivas, emocionais e sociais do aluno a fim de que o seu potencial seja otimizado. Os procedimentos usados na identificação do indivíduo talentoso devem estar intimamente relacionados à natureza dos serviços e programas disponíveis. É importante, portanto, que o psicólogo busque informações sobre o aluno recorrendo a múltiplas fontes. Outro aspecto a ser considerado é a possibilidade de que o processo de diagnóstico ocorra paralelamente ao processo de atendimento, uma vez que muitas características associadas ao talento podem se manifestar somente quando os alunos estão engajados em alguma atividade ou área de interesse. Observa-se que a maioria dos programas e serviços oferecidos a esses alunos tem privilegiado o desenvolvimento de habilidades cognitivas. É urgente a inclusão de serviços que ofereçam a eles oportunidades de crescimento emocional e social. A proposta desta apresentação é discutir procedimentos e instrumentos que possibilitam ao psicólogo avaliar de forma sistêmica, global e fidedigna o indivíduo talentoso. Vale lembrar que o processo de avaliação psicológica deve ser dinâmico e flexível, empregar procedimentos que incluam etapas bem definidas e instrumentos apropriados, bem como considerar o papel das interações e dos ambientes escolar e familiar no desenvolvimento do potencial do sujeito.
RESUMO (2)
Avaliação do potencial intelectual e criativo em jovens
A identificação das múltiplas habilidades cognitivas que compõem o conceito de inteligência é essencial quando existe a preocupação com a identificação de talentos, que podem ser expressos na mais diferentes áreas. O modelo de Carroll-Horn-Catell (CHC) apresenta várias possibilidades de se investigar habilidades intelectuais, não tradicionalmente medidas em baterias de inteligência. Porém falha ao não tratar da identificação da criatividade, apesar de sabermos que a criatividade faz parte do processo cognitivo, como já havia ressaltado Guilford. Neste sentido, a proposta da criação da Bateria de Avaliação Intelectual e Criativa (BAICA) foi elaborada para preencher esta lacuna, trazendo também uma proposta de um instrumento brasileiro, criado e validado na nossa realidade, que possa ser administrado em forma coletiva. As pesquisas iniciais com a BAICA, comparando jovens de diferentes regiões do país já foram iniciadas, tendo por finalidade selecionar os melhores itens para a sua composição. Por sua vez, a validade de critério da BAICA está sendo investigada por meio da comparação dos seus resultados com outros instrumentos já validados no país. Os resultados preliminares têm demonstrado a relação da BAICA com algumas dimensões do BPR-5, Teste Pictórico de Memória e os testes de Pensamento Criativo verbal e figural de Torrance. Por sua vez, alunos de escola pública têm demonstrado desempenho inferior em testes que avaliam a inteligência cristalizada, por meio da compreensão verbal. Estes resultados serão ainda confirmados em amostras maiores de diferentes regiões. Pretende-se assim, obter uma bateria válida, que permita avaliar várias dimensões intelectuais e criativas, permitindo assim a melhoria do processo de identificação de talentos em diferentes áreas.
RESUMO (3)
Bateria de avaliação das altas habilidades: construção e primeiros estudos psicométricos
Embora uma temática bastante importante e prevista em lei, a identificação de indivíduos com altas habilidades tem se mostrado uma área ainda carente de estudos em nosso país. Diante dessa lacuna, a construção de uma bateria para avaliação das altas habilidades / superdotação foi iniciada, composta por subtestes que avaliam os construtos inteligência (por meio de provas de raciocínio: verbal, numérico, lógico e abstrato) e criatividade (figurativa e verbal), além de uma escala para professores (de identificação de comportamentos relacionados às cinco áreas que compõem o fenômeno: capacidade intelectual geral, habilidades acadêmicas específicas, liderança, criatividade, talento artístico). Estudos exploratórios de investigação dos critérios psicométricos do instrumento já foram iniciados, a partir da coleta de dados em 473 estudantes regulares de duas regiões do país (Nordeste e Sudeste) e seus respectivos professores (em um total de 76 escalas respondidas), bem como 117 participantes de um programa de atendimento ao aluno com altas habilidades, desenvolvido no Distrito Federal. Os resultados foram analisados buscando-se evidências de validade da estrutura fatorial da bateria e de validade de critério, cujos resultados mostraram-se favoráveis à condução de estudos complementares com o instrumento. Espera-se que esse seja o primeiro passo para a construção de um instrumento específico para uso nessa população, dado o fato de que muitas crianças talentosas no Brasil acabam por passar despercebidas pelo sistema escolar, ou ainda tem seu potencial ignorado ou mesmo reprimido devido às dificuldades de identificação desse construto que, até o momento, é realizada fazendo-se uso de instrumentos não específicos para essa população, dada a inexistência dos mesmos no Brasil.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
PREVALÊNCIA DE COMPORTAMENTOS AGRESSIVOS EM CRIANÇAS BRASILEIRAS E ITALIANAS
Os comportamentos agressivos são caracterizados por condutas intencionais que visam a prejudicar ou causar dano físico ou psicológico a outra pessoa. Devido à alta prevalência e ao impacto negativo no desenvolvimento, o comportamento agressivo tem sido foco de pesquisas e de intervenções. O presente trabalho apresenta os resultados de diferentes estudos que avaliaram a prevalência de comportamentos agressivos em crianças brasileiras e italianas. Foi utilizada a versão em italiano e em português do Questionário de Comportamentos Agressivos e Reativos entre Pares (Q-CARP), instrumento de autorrelato composto por duas escalas. A Escala de Comportamentos Agressivos (ECA) avalia diferentes manifestações agressivas físicas e verbais e a Escala de Reação à Agressão (ERA) avalia diferentes reações frente à agressão entre pares: reação agressiva (RA), busca de apoio (BA) e reação internalizada (RI). Participaram do estudo 727 crianças brasileiras de 8 a 13 anos (52% meninos) e 587 crianças italianas de 7-10 anos (51,5% meninas). No estudo brasileiro, uma MANCOVA (tendo a idade como co-variável) foi realizada para avaliar diferenças em meninos e meninas brasileiros para cada uma das escalas do Q-CARP. Meninos apresentaram maiores escores que as meninas na ECA e RA e meninas apresentaram maiores escores para BA e RI. No estudo italiano, uma ANOVA foi conduzida para avalia diferenças entre sexo e idade. Meninos apresentaram maiores escores para ECA e RA e meninas apresentaram maiores escores em BA e RI. Ao comparar os resultados de Brasil e Itália, verificou-se que crianças italianas apresentaram maiores níveis para PA e para RI. Já em relação a RA e BA não houve diferença entre as duas amostras. Os resultados apontam semelhanças quanto aos padrões de comportamento agressivo em crianças brasileiras e italianas, sobretudo no que se refere ao sexo. Quando comparadas, as duas amostras apresentam diferenças que podem estar relacionadas às características culturais.
RESUMO (2)
Comportamento externalizante, autoestima e maus tratos: um estudo com adolescentes
A externalização na adolescência tem sido associada ao histórico de maus tratos na infância, bem como a relação negativa entre autoestima e maus tratos. O objetivo dessa apresentação é expor os resultados de um estudo transversal investigou a relação entre as variáveis maus tratos, autoestima e comportamento externalizante. Além disso, pretende-se discutir algumas especificidades no uso de instrumentos de autorrelato para a avaliação em adolescentes. Os instrumentos utilizados foram o Questionário de Traumas na Infância, Youth Self-Report, Inventário de Depressão Infantil, Escala de Autoestima de Rosenberg. Participaram deste estudo 84 adolescentes de escolas públicas, divididos em grupo caso e controle conforme a presença de comportamento externalizante. Os resultados revelaram que os adolescentes com comportamento externalizante apresentaram prejuízos na autoestima e estiveram mais expostos a maus tratos na infância. Além disso, uma análise de correlação verificou que a externalização e os maus tratos estiveram positivamente correlacionados entre si, bem como a sintomatologia de ansiedade, retraimento e depressão e outros problemas de comportamento. A autoestima esteve correlacionada negativamente com maus tratos e com problemas de comportamento. Os achados deste estudo podem auxiliar profissionais a desenvolverem fatores que protejam crianças do sofrimento dos maus tratos, assim como da externalização e da baixa autoestima, evitando problemas no desenvolvimento psicológico e comportamental.
RESUMO (3)
Sobre a pertinência da utilização de autorrelato para a avaliação de conduta antissocial
O conceito de comportamento antissocial abrange um amplo espectro de desafio e violação das normas sociais, cuja expressão pode ser restrita a determinadas etapas do desenvolvimento do indivíduo ou persistente ao longo do tempo. Em uma perspectiva desenvolvimental, diversos estudos relacionam o comportamento antissocial na fase adulta à externalização, oposição, agressão e hiperatividade na infância e na adolescência. Em virtude desses resultados, há cada vez mais demanda por avaliações psicológicas em grupos populacionais de jovens que apresentam padrões recorrentes de comportamentos antissociais. Essas avaliações podem fornecer subsídios a intervenções preventivas, que são capazes de reduzir drasticamente os custos desses comportamentos para a família dos indivíduos e para o Estado em longo prazo. No entanto, uma das questões que tem sido levantadas pelos pesquisadores da área é a pertinência da utilização de instrumentos de autorrelato para avaliação de conduta antissocial. O presente trabalho discute a questão a partir resultados de pesquisas empíricas. Dentre estas, uma realizada pela proponente da discussão, na qual são comparados os escores de uma escala de conduta antissocial para adolescentes em diferentes grupos critérios (grupo indicado pelos professores como antissocial, grupo clínico com indicadores de transtorno da conduta ou transtorno desafiador opositivo e grupo judicial, autor de ato infracional).
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Práticas Docentes para Criatividade na Educação Superior Brasileira
Apesar de ser inquestionável a necessidade de se promover melhores condições ao desenvolvimento da criatividade nos cursos universitários, observa-se escassez de estudos empíricos avaliando a extensão em que comportamentos docentes, que favorecem a expressão da criatividade, têm sido apresentados por professores universitários e em que frequência. Nota-se também uma carência de instrumentos padronizados que visam avaliar a extensão em que professores vêm apresentando comportamentos e práticas docentes que favorecem o desenvolvimento e expressão das habilidades criativas de seus estudantes. O objetivo deste trabalho é apresentar o estudo de construção e validação do Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade na Educação Superior, que visa avaliar a percepção de estudantes universitários quanto à extensão em que seus professores apresentam comportamentos e implementam práticas docentes que favorecem o desenvolvimento e a expressão da criatividade do aluno. O instrumento composto de 37 itens foi aplicado em 1068 estudantes brasileiros de universidades pública e privada. Cada um dos itens foi respondido em uma escala de 5 pontos, que variava de discordo plenamente até concordo plenamente. Foi efetuada uma análise fatorial e quatro fatores foram gerados: Incentivo a Novas Ideias, Clima para Expressão de Ideias, Avaliação e Metodologia de Ensino e Interesse pela Aprendizagem do Aluno. Os coeficientes alfa de fidedignidade obtidos foram muito satisfatórios. O fator melhor avaliado pelos estudantes foi Clima para Expressão de Ideias e o com média mais baixa foi Avaliação e Metodologia de Ensino. Os resultados indicam que o inventário discrimina distintas dimensões do comportamento docente que são relevantes para o desenvolvimento da criatividade, constituindo-se em um instrumento útil para fins de pesquisa e diagnóstico de práticas docentes. Vale destacar que investimento em condições de aprendizagem criativa contribui não apenas para uma formação professional sintonizada com as necessidades da sociedade, mas também para o bem estar emocional do estudante.
RESUMO (2)
Identificação de Barreiras à Criatividade Pessoal por Estudantes Universitários
Este trabalho visa apresentar e discutir o Inventário de Barreiras à Criatividade Pessoal, que focaliza distintos fatores que dificultam ao indivíduo expressar seu potencial criador. Na sua versão original, o instrumento incluía 70 itens que foram construídos com base em estudos teóricos e empíricos, em especial em pesquisas nas quais se aplicou uma técnica aberta que consistia em solicitar ao indivíduo para completar de forma o mais sincera possível, a sentença indutora Eu seria mais criativo se.... Para fins de validação, o inventário foi aplicado em uma amostra de 388 estudantes da educação superior, após ter sido submetido à análise semântica. Procedeu-se a análise fatorial pelo processo de extração Análise dos Eixos Principais com rotação oblíqua. Esta resultou nos fatores denominados Inibição/Timidez; Falta de Tempo/Oportunidade; Repressão Social; e Falta de Motivação, tendo quatro itens sido eliminados. O índice alfa de consistência interna dos distintos fatores foram bastante satisfatórios. O instrumento é composto de 66 itens a serem respondidos em uma escala de 5 pontos (discordo totalmente a concordo totalmente). Análises realizadas indicam que o inventário discrimina distintos tipos de fatores que inibem a expressão da criatividade pessoal, constituindo-se em instrumento útil para fins de pesquisa e diagnóstico, inclusive no contexto da educação superior. Muitas das barreiras que podem ser identificadas pelo uso do Inventário de Barreiras à Criatividade Pessoal refletem práticas, presentes no ambiente familiar ou educacional, que limitam as possibilidades do indivíduo de expressar sua criatividade. É relevante que os agentes socializadores estejam atentos à promoção de ambientes nos quais a criatividade tenha mais chances de florescer. É também necessário ajudar os indivíduos a serem menos susceptíveis aos obstáculos que bloqueiam sua criatividade. Isto concorrerá para reduzir a perda de talento criativo que resulta de um ambiente pouco propício à emergência e desenvolvimento da criatividade.
RESUMO (3)
Práticas Docentes para Criatividade na Educação Superior Portuguesa
Na última década, tem sido discutido o papel da universidade na formação de profissionais preparados para aliar conhecimento à criatividade de forma a enfrentar os desafios que o mundo contemporâneo lhes impõe. As práticas docentes no contexto da educação superior são um alvo a pesquisar, embora se verifique escassez de instrumentos de avaliação, especialmente considerando-se a percepção dos estudantes. O objetivo desta proposta é apresentar o Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade na Educação Superior, desenvolvido no Brasil e adaptado e validado para o contexto português. Participaram do estudo de validação 582 universitários de três áreas - Artes e Humanidades, Ciências e Tecnologias e Ciências Sociais e Humanas. O instrumento, em sua versão final, consiste de 22 itens a serem respondidos em uma escala likert de 5 pontos, cuja versão brasileira avalia quatro fatores (Incentivo a Novas Ideias, Clima de Expressão de Ideias, Interesse pela Aprendizagem do Aluno e Avaliação e Metodologia de Ensino). As características psicométricas do instrumento, em termos de precisão e de validade, revelaram-se adequadas considerando os itens isoladamente e as quatro dimensões. O fator avaliado mais negativamente pelos estudantes foi Avaliação e Metodologia de Ensino, ao passo que Interesse pela Aprendizagem do Aluno obteve a média mais alta. Os resultados obtidos neste estudo de validação sugerem que o Inventário de Práticas Docentes para a Criatividade na Educação Superior pode ser aplicado à população de estudantes universitários em Portugal como uma ferramenta útil para iniciar pesquisas sobre a percepção desses indivíduos sobre práticas incentivadoras à criatividade por parte dos docentes.
RESUMO (4)
Barreiras à Criatividade Pessoal: Validação de um Inventário em Estudantes Universitários Portugueses
A criatividade, um dos elementos essenciais para a inovação, tem sido alvo de uma atenção crescente. No Ensino Superior, potencializar o desenvolvimento da capacidade de criar é indispensável, dada a necessidade de se preparar o estudante para responder criativamente aos desafios e dificuldade em sua vida pessoal e profissional. Porém, obstáculos à facilitação da expressão criativa têm sido objeto de alerta, nomeadamente no contexto universitário. Pretende-se com este estudo a adaptação e validação do Inventário de Barreiras à Criatividade Pessoal, desenvolvido originalmente no Brasil, para Portugal. A amostra foi de 582 alunos universitários de uma universidade pública portuguesa de três áreas disciplinares: Artes e Humanidades, Ciências e Tecnologias e Ciências Sociais e Humanas. Foi obtido um instrumento com 44 itens cuja resposta é pedida em uma escala likert de 5 pontos e mantém-se organizado nos quatro fatores da versão original (Inibição/Timidez, Falta de Motivação, Falta de Tempo e Oportunidades, Repressão Social). As características psicométricas do instrumento, em termos de precisão e de validade, revelaram-se adequadas, tomando os itens isoladamente e as quatro dimensões. Sendo necessário um maior investimento na investigação sobre criatividade na educação superior, e quase nada existindo em Portugal sobre o tema, espera-se que este instrumento de avaliação possa estimular pesquisas variadas, quer acerca do inventário estudado (com amostras mais alargadas e diversificadas, por exemplo), quer cruzando os resultados por ele obtidos com outras variáveis. Ademais, identificar barreiras à expressão da criatividade, sobretudo em estudantes da Educação Superior, tem diversas implicações práticas, especialmente se levarmos em conta a necessidade de o estudante universitário (ou o futuro profissional) estar apto a fazer uso mais pleno de seu potencial para criar frente às demandas do atual mercado de trabalho e da sociedade. A identificação dessas barreiras é o primeiro passo para organizar estratégias de intervenção que permitam ampliar as oportunidades de expressão criativa, possibilitando a superação dos elementos bloqueadores.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Comprometimento organizacional de policiais militares de Sergipe
Uma perspectiva amplamente divulgada considera a multidimensionalidade do comprometimento organizacional: 1) Afetivo: afeto/apego à organização resultando em experiência laboral agradável; 2) Instrumental: avaliação dos custos de seu desligamento, magnitude de investimentos feitos e ausência de perspectivas no mercado; 3) Normativo: adesão às normas e objetivos organizacionais como se fosse uma obrigação perante a organização. Esta pesquisa objetivou identificar a magnitude e preponderância das três dimensões do comprometimento organizacional para servidores da Polícia Militar de Sergipe. Utilizou-se a Escala de Comprometimento Organizacional, administrada a 270 policiais de quatro unidades especializadas de policiamento. A amostra compôs-se, em sua maioria, de respondentes do sexo masculino, média de 37 anos, com ensino superior incompleto ou completo, casados, dois filhos, renda individual média de R$4.020,40, desempenhando função operacional. As patentes preponderantes foram Soldado e Cabo, com tempo médio de organização de 15,22 anos. A escala alcançou excelente índice de confiabilidade. Quanto aos escores médios da amostra em cada base de comprometimento, indicaram comprometimento afetivo e instrumental pouco acima da neutralidade, e discordância quanto ao comprometimento normativo. Os níveis de escolaridade apresentaram diferença significativa nos 3 fatores de comprometimento organizacional, sugerindo maior comprometimento de policiais de nível médio de instrução. Entre batalhões, a percepção de comprometimento normativo apresentou-se baixa em geral, embora o Batalhão da Polícia de Choque tenha se aproximado mais de um posicionamento neutro. As correlações indicaram que quanto mais tempo na organização, na função, idade mais avançada e maior poder aquisitivo, maiores os escores nas dimensões do fenômeno. O comprometimento é um vínculo organizacional perseguido pelos gestores, fomentado por meio de estratégias de convencimento e envolvimento dos trabalhadores. Contudo, os policiais investigados não apresentaram níveis expressivos nesta variável, o que concluímos estar relacionado com a inexistência de práticas de envolvimento e convencimento de funcionários, cenário típico de instituições regidas por princípios militares.
RESUMO (2)
Qualidade de vida em profissionais de saúde mental
A qualidade de vida no trabalho objetiva o bem-estar e a satisfação das necessidades das pessoas no meio laboral, apoiando-se na ideia de que quanto mais estiverem satisfeitas com o trabalho, mais produzirão. Focaliza a humanização dos ambientes organizacionais, levando em consideração o cargo, as relações humanas e a política da empresa. Este estudo investigou a percepção e magnitude da qualidade de vida no trabalho de profissionais da Saúde Mental. Para tal, utilizou-se o instrumento QVP-35 (dimensões Desconforto relacionado ao trabalho; Apoio organizacional; Carga de trabalho; Recursos relacionados ao trabalho; Apoio social; Motivação intrínseca; Capacitação para o trabalho; Percepção sobre a qualidade de vida no trabalho) e questionário sociodemográfico e ocupacional. Participaram 72 profissionais (técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e psicopedagogos) de duas instituições psiquiátricas de Aracaju/SE, com modalidade de internamento. Os participantes relataram uma jornada de até 90 horas por semana e tempo de profissão entre 1 e 38 anos. No que tange à qualidade de vida profissional, os participantes afirmaram ter bastante Apoio social, Recursos relacionados ao trabalho, Capacitação para o trabalho, Motivação intrínseca, Carga de trabalho e Desconforto relacionado ao trabalho. Além disso, afirmaram ter pouco Apoio organizacional e Qualidade de vida no trabalho. As correlações indicaram que quanto mais jovem o profissional, maiores os níveis de Desconforto relacionado ao trabalho e a Carga de trabalho e menores os níveis de Capacitação para o trabalho e Motivação intrínseca. Apesar de os participantes avaliarem muitos fatores positivamente, a relação entre variáveis sugere que, a médio e longo prazo, poderá haver frustração e grande insatisfação profissional, influenciando a qualidade de vida profissional da categoria investigada. Faz-se necessárias novas pesquisas objetivando maior visibilidade entre os processos de saúde mental do trabalhador e seu ambiente de atuação, de forma a viabilizar intervenções preventivas e/ou reparadoras.
RESUMO (3)
Cultura organizacional: estudo de caso de uma organização pública do poder judiciário
Valores, crenças, rituais, cerimônias, sagas, heróis, tabus e normas, elementos da cultura organizacional, materializam-na e facilitam o seu reconhecimento. Organizações públicas caracterizam-se por intensa interferência política, forte apego às regras e rotinas, supervalorização da hierarquia e paternalismo nas relações socioprofissionais. Tais características manifestam a cultura organizacional e influenciam na definição dos processos internos e políticas de recursos humanos, na relação com inovações e mudança, entre outros. Este estudo objetivou caracterizar a cultura organizacional de uma instituição pública judiciária, enfatizando as práticas e os valores organizacionais. Participaram 50 sujeitos lotados na mesma Vara, na cidade de Aracaju-SE, maioria do sexo feminino e com ensino superior, média de 13 anos na instituição. Utilizou-se o instrumento IBACO, composto pelos parâmetros Valores e Práticas. O parâmetro Valores agrega os fatores Profissionalismo cooperativo; Profissionalismo competitivo; Satisfação e bem-estar dos funcionários e o parâmetro Práticas, os fatores Integração externa; Recompensa e treinamento; Promoção do relacionamento interpessoal. Adicionalmente, coletaram-se dados sociodemográficos e ocupacionais. Os escores nos fatores ficaram abaixo do ponto médio da escala, significando que as práticas e os valores organizacionais pouco ou nada se aplicam à realidade de trabalho estudada, exceto pelo fator Integração externa, o qual se aplica razoavelmente. Existe uma percepção de que a organização empreende práticas voltadas ao planejamento estratégico e ao atendimento do cliente externo, referentes à promoção da cidadania, efetividade no cumprimento das decisões e acessibilidade à justiça. A ANOVA acusou diferença significativa entre os cargos quanto ao Profissionalismo competitivo e à Recompensa e treinamento. Participantes em cargos de chefia diferem em relação aos demais ao considerar que a criatividade, o crescimento profissional e a competição para obter bons resultados, as práticas da organização quanto ao oferecimento de recompensas, premiações e implementação de treinamentos aplicam-se razoavelmente à instituição. Conclui-se que a cultura organizacional do ambiente investigado carece de maior consistência.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Medida psicológica: o debate entre as perspectivas conceituais representacionista e realista
A medida dos fenômenos psicológicos é um tópico que, desde os primórdios da Psicologia científica, suscita controvérsias conceituais e metodológicas. Afinal, o que é medir? Que condições definem a mensurabilidade de um atributo? Como investigar quais atributos se conformam aos axiomas da mensurabilidade? O objetivo do presente trabalho é apresentar, criticamente, duas perspectivas teóricas a partir das quais a Psicometria tem se embasado na busca para resolver o problema da medida na área: o representacionismo e o realismo. A Teoria Representacionista da Medida (TRM) propõe que o problema da mensuração é resolvido mediante a construção de representações numéricas homomórficas de sistemas relacionais empíricos, de acordo com os teoremas da representação e da unicidade. Para a Perspectiva Realista da Medida (PRM), são mensuráveis aqueles atributos que apresentam uma verdadeira estrutura quantitativa, de acordo com axiomas que definem as quantidades contínuas. Assim, apresenta-se uma discussão crítica sobre quão bem ambas as perspectivas abordam o problema da medida psicológica. Ao final, faz-se uma distinção entre medida psicológica e avaliação psicológica, argumentando-se que a segunda não depende da primeira. Uma revisão mostrará que ordinalidade não implica mensurabilidade, e que existem diversas técnicas estatísticas adequadas para abordar o nível ordinal dos dados tipicamente utilizados em Psicologia.
RESUMO (2)
A teoria matemática da medida e os modelos Rasch
A definição de medida mais influente nas ciências sociais e humanas (modelo de Stevens) é a de que medir é atribuir número a coisas ou processos, de acordo com certas regras específicas. Esse modelo é amplamente utilizado, sendo que os livros didáticos de estatística e alguns softwares ainda trazem consigo as definições dos níveis de medida, do categorial ao de razão. Esse modelo surge em um período chave na história da medida, fazendo frente ao chamado modelo representacional clássico, que considerava que a medida só era possível nas ciências exatas. Apesar de ter sido um movimento importante contra o representacionalismo clássico, o modelo de Stevens leva a contradições lógicas cuja consequência é a deturpação do processo de medida. Na década de 1960, um grupo de psicólogos matemáticos apresentou as bases axiomáticas da medida, para todas as áreas científicas. Dentre os modelos sistematizados, o denominado Modelo de Medidas Conjuntas fundamenta a base para medidas verdadeiras em áreas como a Psicologia. Também na década de 1960, é apresentado à comunidade científica o Modelo Logístico Simples de Georg Rasch, que se torna o primeiro modelo estatístico de medida conjunta. A relação entre o modelo de medidas conjuntas e os modelos Rasch serão apresentadas. Será, também, apresentada uma extensão do modelo matemático de medida, denominado Modelo da Complexidade Hierárquica, que possibilita a criação da primeira unidade de medida em psicologia. A apresentação será finalizada com um exemplo empírico de aplicação do modelo da complexidade hierárquica.
RESUMO (3)
Concepções de construto, sistemas de mensuração e modelos estatísticos
Em Psicometria, existem atualmente três concepções básicas sobre os construtos psicológicos: como a causa de um conjunto de indicadores empíricos, como consequência dos mesmos, e como um sistema dinâmico de relações causais entre esses indicadores. Dessas concepções, são derivados, igualmente, três modelos psicométricos: o modelo reflexivo, o formativo e o de redes. O objetivo do presente trabalho é apresentar e discutir as principais características desses sistemas de mensuração e suas implicações teóricas e práticas na avaliação de medidas em psicologia. Também serão expostos os modelos estatísticos adequados para a condução de análises de instrumentos psicométricos em cada um desses sistemas. Por fim, serão sistematizados alguns critérios que visam a orientar a tomada de decisão do pesquisador em Psicometria frente à escolha de concepções e sistemas de mensuração adequados ao seu objeto de estudo.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
O efeito da aplicação de metodologias ativas de aprendizagem no ensino da avaliação psicológica
As metodologias ativas de aprendizagem pressupõem uma reconfiguração conceitual e das práticas pedagógicas. Essas modificações tendem a promover uma série de aprimoramentos para os discentes, não apenas do ponto de vista conceitual, mas também em termos de suas habilidades e atitudes. O presente estudo teve como objetivo central a investigação das crenças dos alunos de psicologia de uma Instituição privada de ensino sobre elementos da testagem e da avaliação psicológica, sendo investigada em paralelo a implicação das disciplinas relacionadas à tais temas, bem como o efeito do avanço do curso sobre essas crenças. Foi conduzido um survey, em corte transversal, utilizando um questionário composto de 16 itens (escala Likert, cinco pontos). Os participantes foram predominantemente do sexo feminino com idades variantes entre 18 e 53 anos, sendo distribuídos de forma proporcional ao longo dos diferentes semestres. Os resultados indicam uma atitude positiva por parte dos alunos acerca da testagem e avaliação psicológica, sendo notória a capacidade de distinção entre estas e a consideração dos testes como ferramenta confiável, podendo ou não fazer parte da avaliação. A avaliação psicológica foi reconhecida enquanto atividade inerente à atuação do psicólogo. O estudo realizado evidencia o debate em torno da avaliação e da testagem psicológica, embora os conceitos compartilhem similitudes, apresentam definições delimitadas e distintas, ainda que não raro confundidas e mistificadas até mesmo entre estudantes de Psicologia. Ademais, os resultados apontam para um processo de amadurecimento dos alunos dentro do curso e o contato com as disciplinas especificas (i.e. Medidas em Psicologia; Avaliação Psicológica) exercem efeito positivo na aquisição de conhecimento e superação de mitos. Por se caracterizar como um estudo exploratório sugere-se uma ampliação do mesmo para que se possa corroborar ou não aos achados aqui apresentados de que o avanço no curso possibilita aquisição de maior conhecimento sobre tais temas.
RESUMO (2)
Metodologias Ativas de Aprendizagem: uma alternativa para o ensino da avaliação psicológica.
No curso de Psicologia de uma IES de Salvador/BA, o eixo de avaliação psicológica foi organizado com base nos contextos de seu uso profissional. Esta organização permite ao estudante conhecer o processo de avaliação como um todo - objetivos, objeto, campo teórico e técnicas -em cada macro área de atuação profissional, estando mais apto a escolher os instrumentos mais adequados ao processo. O eixo é formado por 5 disciplinas: Medidas em Psicologia e Avaliação Psicológica I a IV. No presente trabalho, discutiremos o uso de metodologias ativas de aprendizagem nas disciplinas Medidas em Psicologia e Avaliação Psicológica I e II. Medidas em Psicologia enfatiza a criação de um instrumento; os estudantes, após conhecerem os fundamentos da testagem psicológica, são orientados a produzir um instrumento. Aqui, os estudantes aprendem a criar escalas e avaliar suas propriedades psicométricas. Em Avaliação Psicológica I, ofertada no período seguinte, os estudantes aprendem os fundamentos gerais do processo de avaliação psicológica: aspectos éticos e procedimentais. É utilizada a estratégia de role-playing na aplicação de entrevistas e testes psicológicos nos diversos contextos profissionais. Assim, através de simulação, o estudante pode vivenciar os desafios da avaliação. Em Avaliação Psicológica II, o estudante tem a oportunidade de conhecer e a usar a avaliação em contextos específicos. Aqui, estuda-se a avaliação psicológica aplicada ao campo da Orientação Profissional. Tendo como objeto de avaliação o fenômeno da escolha profissional, os estudantes aprendem a planejar e conduzir um processo de avaliação neste campo. Após a realização de simulações em sala de aula, o estudante aplica 3 instrumentos em sujeitos reais. Em seguida, o estudante deve elaborar um relatório, analisado à luz da teoria psicológica. Esta abordagem permite ao estudante vivenciar a prática do uso de instrumentos de avaliação, de maneira a fortalecer o aprendizado dos aspectos técnicos e éticos desta prática profissional.
RESUMO (3)
Contribuições das Metodologias Ativas de Aprendizagem para a formação em avaliação psicológica
Os novos contextos sociais e profissionais vêm exigindo profundas mudanças nos modelos educacionais das profissões. Entendidas como aspecto central nesse novo contexto, as metodologias ativas de aprendizagem são metodologias educacionais centradas no estudante, envolvendo técnicas que estimulam a interação: estudantes-professor; estudantes-estudantes; estudantes-material didático e demais recursos de aprendizagem. Dessa maneira, contrapõem-se a métodos e técnicas mais tradicionais, que enfatizam a mera transmissão do conhecimento. Os novos cenários de atuação profissional trazem uma série de novas demandas, incluindo: articulação saber e prática; visualização coletiva e sistêmica dos problemas; atuação em equipes; compreensão dos indivíduos nos contextos em que se inserem; consideração dos múltiplos sistemas em que atua o profissional de psicologia; avaliação e seleção das intervenções mais efetivas. Nesse sentido, as metodologias ativas de aprendizagem oferecem programas educacionais inovadores, enfatizando uma série de atributos, como: educação baseada em evidências; programas centrados no estudante (em contraposição aos programas centrados no professor); baseiam-se na construção sobre conhecimentos e experiências prévias; valorização da aprendizagem auto-dirigida; aprendizagem aplicável de imediato à prática; articulação de ciclos de ação-reflexão (reflexão sobre a prática); ênfase em competências (e não apenas em conhecimentos); Baseados em problemas, ao invés de baseados em disciplinas; centrados em unidades de aprendizagem. Os benefícios dessas metodologias são diversos: maior motivação; aproveitamento de conhecimentos e experiências prévios; estímulo à reflexão crítica (quer pela adoção de novas perspectivas, opiniões e posições, quer pela contestação de valores e pressupostos). Com isso, as metodologias ativas e os novos modelos educacionais geram estudantes ativos, auto-dirigidos, com maior autonomia e capacidade de articulação transversal entre unidades de saber. Assim, seu uso no contexto do ensino da psicologia em geral, e da avaliação psicológica, em especial, aponta uma série de vantagens óbvias. As estratégias para sua implementação, no entanto, passam por uma série de desafios conceituais e práticos.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Matrizes de correlação em análises fatoriais exploratórias e confirmatórias: Pearson ou tetracóricas/policóricas?
Análises fatoriais exploratórias e confirmatórias são ferramentas amplamente utilizadas no desenvolvimento e refinamento de instrumentos psicométricos. Embora os dados provenientes desses instrumentos constituam, em geral, categorias ordenadas politômicas (e.g. escalas Likert) ou dicotômicas (e.g., acerto e erro), as análises fatoriais são comumente conduzidas utilizando-se a matriz de correlação de Pearson, técnica desenvolvida para dados contínuos e com distribuição normal. Assim, o uso da correlação de Pearson de dados ordinais e dicotômicos tende a fornecer uma estimativa enviesada da associação linear entre variáveis. Alternativamente, as correlações policóricas e tetracóricas estimam a associação linear entre variáveis latentes com distribuição normal, considerando a distribuição ordinal ou binomial de seus indicadores, respectivamente. Alguns estudos apresentam de forma descritiva o incremento na magnitude das associações entre as variáveis por meio das correlações policóricas/tetracóricas em relação à correlação de Pearson. Neste trabalho serão apresentados resultados de estudos de simulação de dados com o objetivo de comparar o desempenho de diversos índices de ajuste utilizados em análises fatoriais exploratórias e confirmatórias entre as matrizes de correlações policóricas/tetracóricas e de Pearson. Foram simulados duzentos modelos unidimensionais com dez variáveis, com o escore theta dos sujeitos (N = 1.000) com distribuição normal para ambos os dados politômicos e dicotômicos. As matrizes de resposta foram geradas por meio dos modelos de crédito parcial generalizado e logístico de dois parâmetros para os dados politômicos e dicotômicos, respectivamente. Foram então conduzidas análises fatoriais exploratórias e confirmatórias e comparados os índices de ajuste dos dados por meio de testes t de Student e U de Mann-Whitney. Os achados indicam uma superioridade geral de ajuste dos dados analisados por meio das matrizes de correlação policórica/tetracórica. Implicações teóricas e práticas no desenvolvimento e refinamento de instrumentos psicométricos serão apontadas. Da mesma forma, novas hipóteses de pesquisa e reflexões em relação aos estudos de simulação de dados serão expostas.
RESUMO (2)
Análise de dimensionalidade de instrumentos psicométricos: que método usar?
A avaliação da dimensionalidade de um conjunto de indicadores (por exemplo, itens de autorrelato) é um aspecto central nas pesquisas quantitativas em Psicologia. Determinar, com precisão, o número dos fatores a serem retidos em determinado instrumento psicométrico é imprescindível, pois caso haja superestimação ou subestimação do número de fatores, o pesquisador poderá incorrer em sérios erros de interpretação dos resultados obtidos - e, subsequentemente, decisões inadequadas podem ser tomadas a partir desses resultados em situações de aplicação prática. Com vistas a auxiliar o pesquisador na tarefa da retenção fatorial, uma série de métodos foram desenvolvidos e diversos estudos de simulação foram conduzidos para avaliar a sua pertinência. Dentre esses, aqueles que são mais difundidos entre os pesquisadores são o método de Kaiser (autovalor > 1,0) e o critério do screeplot (gráfico da curva de declividade dos autovalores). Todavia, apesar da popularidade, estudos têm sugerido, cada vez mais, que esses métodos são altamente suscetíveis a vieses, frequentemente indicando um número incorreto de fatores como a solução ideal. Como alternativa, existem métodos que, embora menos populares, têm se mostrado superiores aos tradicionais critérios de Kaiser e screeplot. O objetivo do presente trabalho é empreender uma ampla revisão crítica dos métodos disponíveis atualmente para retenção fatorial. Serão apresentadas evidências que apontam para os procedimentos Hull, Comparison Data, análise paralela e Minimum Average Partial (MAP) como os métodos de retenção fatorial mais confiáveis, tal como evidenciado pela sua maior capacidade de identificar a solução fatorial verdadeira em estudos de simulação. Serão discutidos aspectos que podem influenciar na estimação do número necessário e suficiente de fatores para explicar as respostas a um conjunto de indicadores, com especial atenção à variabilidade no nível de dificuldade dos itens. Os resultados deste trabalho poderão oferecer novas diretrizes a pesquisadores interessados em conduzir suas análises com métodos adequados, baseados em evidências empíricas.
RESUMO (3)
O escalonamento multidimensional como complemento à análise fatorial
As análises fatoriais referem-se a um conjunto de técnicas para determinar quais elementos compõem um modelo teórico. No entanto, no caso de modelos circumplexos, elas podem ser complementadas com outros tipos de análises que tendem a colaborar com a localização dos fatores no espaço. Um modelo circumplexo é aquele no qual se pode distribuir as variáveis (fatores, itens) em um círculo. As variáveis mais próximas, nesse círculo, devem possuir uma correlação alta, as variáveis mais distantes devem possuir uma correlação baixa, e as variáveis em lados opostos no círculo devem apresentar uma correlação negativa. No entanto, esse tipo de modelo trabalha com proximidades e distâncias, ao invés de correlações. Alguns dos modelos circumplexos mais conhecidos na Psicologia são a Teoria das Cores do Amor de Lee, a Teoria dos Valores de Schwartz e a Teoria hexagonal dos estilos vocacionais de Holland. O objetivo desta apresentação é mostrar como os modelos circumplexos podem melhorar a compreensão de uma análise fatorial e vice-versa. Serão apresentados dados empíricos com a Love Attitudes Scale, que avalia estilos de amar. A escala foi analisada por meio de Escalonamento Multidimensional (Multidimensional Scaling MDS). A análise fatorial deu evidências bastante claras de que o instrumento possui seis fatores previstos pela teoria. No entanto, os resultados do escalonamento multidimensional mostraram a necessidade de revisão da Teoria das Cores do Amor tal qual apresentada em 1973 e do próprio instrumento de medida dos estilos de amar, que vem sendo utilizado desde 1986. Como é consonante na ciência contemporânea, os dados empíricos e a observação da realidade devem ter maior importância do que elucubrações teóricas. A análise de Escalonamento Multidimensional e avaliações da circularidade do modelo são um excelente complemento à análise fatorial na verificação empírica de uma teoria. Enquanto as análises fatoriais resumem-se a apresentar fatores, o Escalonamento Multidimensional mostra a localização dos fatores no espaço. Recomenda-se uma maior utilização da técnica por pesquisadores brasileiros.
RESUMO (4)
Os parâmetros das pessoas: comparação de modelos para estimar escores latentes
Um escore latente designa a localização estimada de um indivíduo em uma variável latente contínua. É comum que pesquisadores utilizem escores brutos (por exemplo, uma soma simples dos escores em um conjunto de itens) como uma aproximação à verdadeira posição de um indivíduo em uma variável latente. Entretanto, escores brutos assumem que todos os itens ou indicadores possuem propriedades psicométricas idênticas, um pressuposto altamente improvável e facilmente violável em situações práticas. Como alternativa, existem diversos procedimentos de estimação de escores latentes disponíveis a pesquisadores. Exemplos são os escores latentes derivados de modelos da análise fatorial e de modelos da Teoria de Resposta ao Item. Uma lacuna na literatura, até o momento, tem sido uma comparação sistemática que possibilite revelar os benefícios e prejuízos de usar um modelo em detrimento de outros. Em virtude disso, o objetivo do presente trabalho é revisar uma série de métodos de estimação de escores latentes, e apresentar uma avaliação crítica de sua capacidade de aproximação ao escore latente verdadeiro. O foco da apresentação recairá nos seguintes métodos: teoria clássica dos testes (escores brutos), análise fatorial (métodos de estimação Maximum Likelihood, Minimum Rank e Weighted Least Squares Mean- and Variance-adjusted), Teoria de Resposta ao Item (modelos Rating Scale e Graded Response) e análise de componentes principais. Serão apresentadas evidências de estudos de simulação que sugerem que métodos que levam em consideração a variabilidade no nível de dificuldade dos itens apresentam um desempenho superior àqueles que desconsideram esse aspecto psicométrico fundamental.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Avaliações objetiva e dinâmica de personalidade: interfaces possíveis
Poucos construtos refletem a diversidade de modelos teóricos em Psicologia como Personalidade. De forma sumária, tal diversidade pode ser resumida em dois polos paradigmáticos, a saber, um polo aqui denominado objetivo e outro dinâmico. Nesses polos, pressupostos sobre esse construto e formas de acesso ao mesmo informam tradições filosóficas e epistemológicas em última instância relacionadas ao contexto maior das diferenças entre os paradigmas de ciência positivista e pós-moderno. Mais recentemente, trabalhos metodológicos sobre o Modelo Misto de Pesquisa (Mixed Methods Research) sugerem uma terceira via para a práxis científica em Psicologia, a partir da distinção entre métodos e pressupostos de pesquisa, possibilitando a superação de algumas das incongruências dos polos objetivo e dinâmico em avaliação de personalidade. Como exemplo nessa direção, são apresentadas pesquisas recentes em avaliação de personalidade utilizando medidas derivadas do Teste de Apercepção Temática (TAT), a saber, o Defense Mechanisms Manual (DMM), a Social Cognition and Object Relation Scales (SCORS) e, no Brasil, a revisão em curso do sistema proposto por Monique Morval para o TAT. Tais pesquisas apontam para a integração entre modelos teóricos de diferentes tradições, permitindo o avanço da pesquisa em personalidade, bem como o desenvolvimento de medidas válidas e fidedignas de aspectos desse construto.
RESUMO (2)
Avaliação da personalidade: TAT segundo a Escola de Paris
O interesse e a necessidade em compreender como uma pessoa humana funciona são o foco de muitos estudiosos e praticantes clínicos, sobretudo no momento de tomada de decisão. Dentre os métodos projetivos, um bastante utilizado para auxiliar nessa avaliação é o Teste de Apercepção Temático (TAT). A Escola de Paris do TAT propõe uma teoria a partir da definição do Processo-TAT, que é entendido como o conjunto dos mecanismos mentais investidos nessa situação singular em que é pedido ao sujeito para imaginar uma história a partir do cartão. A compreensão do funcionamento psíquico é realizada através da análise formal das histórias com a ajuda da folha de cotação destinada em relacionar os modos particulares de funcionamento mental e contribuir eventualmente à formulação de um diagnóstico diferencial. Os conflitos psíquicos são, assim, norteados com precisão na sua complexidade, sendo possível diferenciar claramente as organizações neuróticas, psicóticas e novas entidades: funcionamento limites, depressões, perturbações graves do narcisismo. Aqui, pretende-se demonstrar o manejo da folha de cotação segundo a Escola de Paris e como os conflitos psíquicos podem nela ser identificados.
RESUMO (3)
O Psicodiagnóstico Compreensivo: Proposta E Especificidades
Essa apresentação aborda o Psicodiagnóstico de tipo "compreensivo" que foi definido por Trinca como uma processo que visa encontrar um sentido para o conjunto das informações disponíveis pela pessoa que se avalia tomando o que é relevante e significativo na personalidade, a partir do contato com essa pessoa, buscando ainda conhecer os motivos profundos da vida emocional dessa pessoa. Para a realização desse processo, a influência da Psicanálise no estudo da personalidade por meio de observações e Técnicas Projetivas, Procedimentos clínicos como o Desenho-Estória, Horas de jogo, entrevistas semidirigidas. Há convergências com outras formas de se realizar a avaliação psicológica, uma vez que o sintoma apresentado deve ser considerado e compreendido, em seus aspectos: fenomenológicos e dinâmicos, considerando ainda que possui um potencial de comunicação. Também se consideram os aspectos relativos à vida biológica, intrapsíquica e social, não sendo possível excluir nenhum desses. Serão discutidos esses problemas, a complementariedade com diagnóstico descritivos e nosológicos, bem como as especificidades do Psicodiagnóstico compreensivo Serão, assim, apresentados procedimentos que norteiam essa forma de avaliar, com ilustrações clínicas que mostram as possibilidades de integração na forma de se aproximar e compreender a pessoa, em especial, a que apresenta sofrimento psíquico.
RESUMO (4)
Modelos contemporâneos para avaliação da personalidade em psiquiatria
As características da personalidade podem se desenvolver de modo a facilitar o indivíduo nas demandas do cotidiano. Contudo, em alguns casos essas características se desenvolvem de tal modo a prejudicar o indivíduo na execução das tarefas do dia a dia, podendo se configurar como um transtorno da personalidade. Os transtornos da personalidade são caracterizados por dificuldades em lidar com si próprio e com os outros de maneira significativa, implicando prejuízos severos na vida do indivíduo, e também por uma evidente rigidez no funcionamento desadaptativo, bem como a manutenção do mesmo. Faz-se, então, de grande importância a avaliação das características patológicas dos indivíduos na tentativa de verificar funcionamentos que se configuram como transtornos da personalidade. Contudo, a avaliação dessas características depende intrinsecamente do modelo diagnóstico subjacente. Esta apresentação tem como objetivo debater os modelos diagnósticos subjacentes às formas avaliativas dos transtornos da personalidade. Especificamente, serão abordados os modelos categórico, dimensional, híbrido e prototípico. Espera-se que a discussão fomentada pela apresentação incentive pesquisadores e profissionais da área clínica na busca pelo entendimento das modalidades diagnósticas e seus modos avaliativos derivados, bem como espera-se que a pesquisa nessa área seja estimulada.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Normas para aplicação do WCST em adultos: estudos em andamento
O Teste Wisconsin de Classificação de Cartas (WCST-128) é considerado um instrumento padrão-ouro para a avaliação das funções executivas entre todas as faixas etárias. Em conjunto a uma avaliação global, seus resultados apontam diferenças de funcionamento executivo entre a população normal e a população clínica. No Brasil, há uma lacuna nas normas de adultos, estando a faixa etária de 18 a 59 anos descoberta de estudos que contemplem normas e estudos de validade e fidedignidade. Esta apresentação tem como propósito apresentar parte dos estudos realizados com a população brasileira adulta.
RESUMO (2) O WCST-64 é uma versão abreviada do WCST-128, que foi publicada em 2002 nos Estados Unidos. Embora o WCST-64 apresente vantagens, especialmente na redução do tempo necessário para sua aplicação, o que gera um menor custo e evita a fadiga do testando, ele ainda não foi difundido entre a comunidade científica brasileira. O objetivo dessa apresentação é mostrar o WCST-64, expondo alguns resultados preliminares de pesquisas com amostras brasileiras. O WCST-64 é bastante semelhante à versão standard de 128 cartas em relação à composição, à aplicação e ao levantamento, com a vantagem da redução do tempo necessário para a avaliação. No entanto, diferentemente do WCST-128, ela: (a) possui 64 cartas-resposta, (b) a regra de finalização do teste é a mesma para todos, ou seja, quando o baralho de cartas-resposta termina, e, por isso, (c) não há o escore referente aos ensaios para completar a primeira categoria. Evidências de validade do WCST-64 estão sendo investigadas em amostras brasileiras de seis até 89 anos de idade. Já foi possível observar que o desempenho de pessoas de diferentes faixas etárias segue o mesmo perfil de desenvolvimento das Funções Executivas relatado na literatura científica. Sendo assim, as crianças e idosos apresentam um desempenho semelhante, enquanto que os adultos jovens possuem as melhores respostas. Espera-se que o WCST-64 possa contribuir tanto para a clínica neuropsicológica quanto para a pesquisa, uma vez que, necessitando de menos tempo, seu uso se torne mais viável.
RESUMO (3)
Acessório para aplicação do WCST
A forma adequada de aplicação do teste exige do avaliador três tarefas simultâneas: 1) manter o testando no enquadramento da tarefa e controlar o ritmo de resposta conforme seu próprio ritmo de registro dos dados; 2) oferecer um feedback ao testando de certo-errado, uma por uma, após cada carta classificada; 3) fazer registro adequado no protocolo, de cada uma das respostas do testando, assinalando o critério por ele adotado. Os autores do teste recomendam um adequado treinamento dos avaliadores. A prática demonstra que, sem treinamento, é impossível uma adequada aplicação do teste sem erros em uma das três tarefas do avaliador. Os erros mais comuns são: dar feedback errado e fazer registro de forma inadequada no protocolo. Estes erros comprometem imediatamente o protocolo do teste, inutilizando-o para o uso em pesquisas. Por parte do testando, os incidentes comuns durante a aplicação do teste são: esbarrar nas cartas-estímulos, tirando-as da posição; esbarrar nas cartas-respostas que vão se acumulando; confundir cartas-estímulo com cartas-resposta, exigindo do aplicador a retomada do enquadramento na tarefa. A partir da observação da significativa frequência destes incidentes ocorridos na prática da aplicação do WCST, um acessório visa auxiliar a tarefa do aplicador e facilitar o enquadramento do testando na tarefa proposta pelo teste. Trata-se de um dispositivo de acrílico transparente, na forma de uma caixa de 38cm de largura, 10cm de cumprimento e 3cm de altura. Na parte interna da tampa da caixa, quando aberta, encontram-se expostas as quatro cartas-estímulo e logo abaixo delas, quatro cômodos correspondentes onde serão depositadas as cartas-resposta. O dispositivo se mantém com a tampa aberta durante a aplicação do teste, enquanto o testando executa a tarefa. Pesquisas em andamento sugerem demonstram não ser necessário qualquer modificação nas instruções e na forma padronizada de aplicação do teste. Ao mesmo tempo, tem demonstrado também uma melhor adequação do testando na tarefa e maior conforto ao aplicador, facilitando significativamente o processo de correção do protocolo quando necessário. Este dispositivo também tem se mostrando extremamente útil na aplicação do WCST assistida por computador. Sendo esta ultima talvez, uma das suas mais importantes finalidades.
RESUMO (4)
E-WCST/BR Versão Brasileira Web do WCST Para Pesquisadores
Devido ao nível de exigência do WCST imposta ao aplicador e buscando-se desenvolver um maior controle para pesquisas com este instrumento, foi desenvolvida em 2005 o primeiro protótipo da versão eletrônica brasileira do WCST a exemplo das versões americana e espanhola. O objetivo foi automatizar e padronizar o feedback oferecido durante a execução do teste, bem como o registro do desempenho, sua apuração e geração do banco de dados. Desta forma, a interação do avaliando com o aplicador, durante a execução do teste, se direciona para instruções, esclarecimentos e acompanhamento do avaliando, liberando-o para outras observações comportamentais. Em 2011 o protótipo de 2005 passou por um aperfeiçoamento com o apoio do CNPq com objetivo de desenvolver o sistema propriamente dito, com todas as funções disponíveis (aplicação, registro, apuração dos dados, produção do protocolo individual, produção do banco de dados de grupos). Em 2012 houve mais um aperfeiçoamento: a versão WEB do teste (E-WCST/BR). Esta ultima versão tem o objetivo favorecer a aplicação remota via Web de forma controlada, resguardando assim as propriedades técnicas do próprio software. O E-WCST/BR não tem fins lucrativos, tendo como finalidade exclusiva alavancar no Brasil as pesquisas com este instrumento em diferentes universidades brasileiras. O E-WCST/BR é disponibilizado de forma controlada pelo LAP/FAPSI/UFAM, restrito apenas a psicólogos pesquisadores previamente identificados. Sua disponibilização aos pesquisadores é feita somente na forma cooperativa. Ou seja, esta plataforma fornece ao pesquisador-usuário a possibilidade de: 1) aplicação eletrônica do WCST; 2) aplicação convencional assistida pelo computador; 3) Ou ainda a reprodução de testes previamente aplicados manualmente para obter-se a apuração eletrônica dos resultados; 4) receber cada protocolo individual do WCST com o registro do desempenho e apuração dos escores em todos os indicadores avaliativos do teste; 5) receber respostas ao inquérito de avaliação qualitativa do desempenho no WCST; 6) receber o banco de dados em planilha eletrônica (Excel) de todos os respondentes da pesquisa. Em contrapartida, o pesquisador-usuário compartilha com o Laboratório de Avaliação Psicológica (LAP/FAPSI/UFAM) os dados da sua amostra para composição de uma amostra de maior amplitude nacional.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
O Método Funcional: uma nova maneira de construir provas subjetivas
O Método Funcional é uma nova maneira de elaborar provas de avaliação subjetiva, tais como testes de personalidade, competências, atitudes e preferências profissionais. Consiste em determinar um espaço de medição constituído por todos os itens possíveis de um construto, no qual são representados os itens, as escalas (conjunto de itens) e as respostas do sujeito coletadas na forma de uma escala Likert, geralmente com cinco categorias. Inicialmente, o Método Funcional foi desenvolvido para a orientação profissional, onde o sujeito tende a responder de maneira sincera a fim de beneficiar-se da ajuda que solicita. Em situação de seleção ou avaliação profissional, em contrapartida, o sujeito que deseja ser contratado ou promovido vai influenciar suas respostas para mostrar-se sob um aspecto favorável no intento de aproximar-se do modelo que o selecionador está procurando. Desde 2001, as provas de Método Funcional são desenvolvidas em parceria entres os países Suíça e Brasil, por Capel e Oswald. Na prática, o Método Funcional permite: a aplicação on-line (facilitada pelos Índices de Controle), a mensuração do entendimento do respondente frente à prova (determinando a pertinência de interpretar os resultados), além de evidenciar e medir a manipulação das respostas (controle da desejabilidade e índice de falsificação). Outros aspectos a serem considerados são a criação de escores absolutos (imagem intrapessoal, indispensável para o desenvolvimento) e de escores padronizados (úteis em caso de seleção), oportunizando a visualização das características de uma norma e a noção de objetividade no campo das avaliações subjetivas. Também se deve considerar que o sistema proporciona maior agilidade, acerto e, principalmente, contribuição aos resultados da empresa e ao bem-estar dos colaboradores.
RESUMO (2)
Utilização do L.A.B.E.L. no Planejamento de Carreira de Futuros Acionistas de Empresas Familiares
O planejamento de carreira de herdeiros é uma etapa essencial no trabalho com empresas familiares que representam em torno de 80% do universo empresarial do mundo, e suas operações respondem por quase metade do PIB mundial. O processo facilita o autoconhecimento, a definição de metas e o desenvolvimento do comportamento empreendedor, oportunizando um espaço para escolhas profissionais maduras que facilitam o processo de sucessão. Inicia-se o processo de Planejamento de Carreira com uma Avaliação de Potencial, constituída de entrevista comportamental por competências e por testes psicológicos. O L.A.B.E.L. (Lista de Adjetivos Bipolares em Escala Likert), instrumento baseado no Método Funcional, aceito pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), no Brasil, desde 2004, tem se mostrado muito interessante para essa finalidade. Esse instrumento mensura, a partir de um questionário, a maioria dos traços de personalidade considerados normais, através de uma análise complexa de autodescrição exprimida com adjetivos. Uma grande particularidade do instrumento é possuir, entre outras, sete Índices de Controle que permitem verificar a real oportunidade de interpretar os resultados. Após a devolução da Avaliação Psicológica, são realizadas as próximas etapas do processo de Planejamento de Carreira: inventário do passado, exploração do presente e planejamento do futuro. O objetivo final é construir um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI), composto por um quadro de metas com prazos específicos. O tema empreendedorismo surge no sentido de que é necessário formar Futuros Acionistas proprietários de seus sonhos, com a necessidade de realizar e colocar na prática as ideias próprias, buscando transformar as metas em realidade. Nesse contexto, a utilização do L.A.B.E.L. com Herdeiros/ Futuros Acionistas de empresas familiares do Rio Grande do Sul, no Brasil, tem demonstrado resultados muito significativos em relação ao processo de sucessão, fase bastante crítica para a continuidade de uma empresa familiar.
RESUMO (3)
A Avaliação Psicológica no contexto empresarial
Com o advento da criação do SATEPSI, pelo CFP, a exigência do rigor científico na Avaliação Psicológica nas Organizações ficou mais evidente. Nesse período, iniciou, no Brasil, a utilização do L.A.B.E.L. Desde então, utiliza-se esse teste psicológico nos processos de avaliação para candidatos a cargos de Nível Superior de modo geral. Várias vantagens da utilização desse Método continuam a ser comprovadas na prática do dia-a-dia. Esta ferramenta reduziu o tempo de aplicação e de permanência do examinando no local da Avaliação. O tempo para a correção também diminuiu sensivelmente. Outra grande vantagem do instrumento é a transformação de dados subjetivos em dados objetivos e quantitativos o que possibilita uma maior assertividade na análise das respostas do sujeito. Além disso, é possível, de forma inédita, verificar os chamados Índices de Controle que possibilitam identificar o valor das respostas, ou seja, se o teste é interpretável ou não. Com isso, pode-se saber o nível de motivação do sujeito para responder o teste, se houve entendimento na realização do instrumento e se a pessoa tentou se mascarar ou vender uma imagem que não é realmente fidedigna. O curso e a prova de Certificação resultam em uma maior qualidade nas Avaliações Psicológicas realizadas com o L.A.B.E.L.. Nas organizações, o mais importante é o quanto assertiva é a avaliação para que se possa predizer o comportamento do avaliado nas empresas. Sabe-se que muitos critérios influenciam em uma seleção, mas os traços de personalidade vêm se comprovando como uma das facetas mais válidas na prática. Além disso, nas inúmeras avaliações realizadas na Selecta (Consultoria de RH, no ES) percebe-se a importância do Psicólogo em entrevistar os candidatos tendo analisado previamente os resultados do L.A.B.E.L., sendo que nenhuma das devolutivas foi rejeitada pelos avaliados.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
O Desenho da Figura Humana na avaliação cognitiva de crianças de Cuiabá - MT
O Desenho da Figura Humana - DFH tem sido utilizado para entender o desenvolvimento cognitivo infantil. É um dos instrumentos mais utilizados por profissionais, cujos resultados consistentes de validade e precisão lhe garantem aceitação pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos - SATEPSI para uso na avaliação psicológica. Esta pesquisa teve como objetivo comparar o desenvolvimento cognitivo de crianças, de ambos os sexos, matriculadas em escola particular e escola pública de Cuiabá-MT. Como instrumento foi utilizado o DFH de acordo com o sistema proposto por Wechsler , em 2003. A amostra contou com 270 crianças, de ambos os sexos, sendo 144 crianças da escola pública (73 meninas e 71 meninos) e 126 da escola particular (71 meninas e 55 meninos), de idade entre 5 anos a 11 anos e 11 meses. Como resultados, a Análise da Variância demonstrou diferenças estatisticamente significativas para sexo da criança, idade e tipo de escola no desempenho total do desenho. As médias foram superiores nas meninas, que denota a necessidade de tabelas específicas de correção de acordo com o sexo da criança. O desempenho maior por crianças de escolas particulares demonstra o impacto socioeconômico sobre o desenvolvimento cognitivo sugerindo que tabelas específicas representem esta realidade. Houve evolução dos pontos até 10-11 anos de idade, onde a figura humana não pode mais distinguir o desenvolvimento cognitivo, pois atinge um plateau ou teto, demonstrando ser utilizado como medida de desenvolvimento cognitivo até estas idades. Conclui-se que esses resultados confirmam os estudos de Wechsler (2003), indicando que o desenho da figura humana é uma medida válida para avaliação cognitiva. Entretanto, novas pesquisas ainda serão importantes para melhor conhecer o desempenho no DFH de crianças de diferentes regiões do país, a fim de permitir avaliar as qualidades psicométricas e padrões de correção para o DFH em crianças brasileiras
RESUMO (2)
Avaliação da fidedignidade entre juízes na análise do
A busca por indicadores emocionais em desenhos existe, sistematicamente, desde os estudos de Machover, nos anos 1940, porque a pessoa desenhada poderia ser compreendida como projeção do sujeito sobre si mesmo e seu entorno. Mesmo com vários sistemas que se propõem a avaliar o desenho da figura humana de forma projetiva, permanece crítica sobre a validade de tais tentativas. Dentre os sistemas de correção para avaliação projetiva, encontra-se o sistema de correção para o DFH projetivo denominado Draw-a-Person: Screening Procedure For Emotional Disturbance Test (DAP:SPED) - técnica projetiva cujo objetivo é diferenciar crianças e adolescentes com problemas emocionais em relação àqueles que não apresentam tais problemas. Esse sistema vem sendo adaptado por Solange Muglia Wechsler para o Brasil. Para avaliar o DFH, há uma escala, contendo 55 itens a serem pontuados, divididos em dois conjuntos: o primeiro inclui as dimensões, localização e inclinação da figura na folha, e o segundo, com 46 itens, avalia o conteúdo dos desenhos. O objetivo do presente estudo foi o de investigar a fidedignidade entre juízes na avaliação de itens que compõem o segundo conjunto tanto no desenho da figura masculina, como no desenho da figura feminina. Foram avaliados 200 desenhos de meninos e meninas, com idades entre 6 e 12 anos, por quatro juízes, psicólogas com experiências no DFH, de forma independente. Estas avaliações foram transferidas para o banco de dados e submetidas à análise estatística, a fim de verificar o coeficiente de fidedignidade entre juízes, através do cálculo estatístico Kappa. Dentre os itens dos DFH do homem o Kappa variou entre 0,66 e 1. Para os DFH da mulher o índice Kappa variou entre 0,63 e 1. Neste sentido, para todos os itens o coeficiente de fidedignidade entre juízes variou entre substancial e quase perfeito. Os resultados apresentaram índices aceitáveis de fidedignidade, apontando que os itens atingem a objetividade e facilidade de pontuação a que se propõem , demonstrando a clareza e a objetividade da descrição de itens deste instrumento
RESUMO (3)
Estudos sobre aspectos emocionais do Desenho da Figura Humana em crianças
O Desenho da Figura Humana (DFH) pode ser avaliado a partir de diversos sistemas e com diferentes objetivos. Este trabalho visa a apresentar as pesquisas desenvolvidas no Grupo de Estudo, Aplicação e Pesquisa em Avaliação Psicológica utilizando o DFH como uma medida de aspectos emocionais em crianças. Uma delas objetivou construir uma escala de indicadores emocionais destinada a meninos e meninas em duas faixas etárias: 6 a 8 anos e 9 a 12 anos. Em outra, foram construídas duas escalas globais de análise do DFH para a avaliação de aspectos emocionais e psicopatológicos em crianças: uma que avalia a questão da normalidade do desenho e outra a diferenciação sexual. Ainda, serão apresentados os resultados de pesquisas do DFH com crianças em situação de vulnerabilidade social (vítimas de abuso sexual ou físico e abrigadas, a espera de adoção). Como conclusão, pretende-se discutir a validade do DFH como instrumento de triagem para diversas situações, com novas análises sobre os dados já coletados
RESUMO (4)
Identificando criatividade e inteligência pelo desenho da figura humana
O desenho da figura humana é um dos instrumentos mais importantes na avaliação psicológica infantil. Ao considerarmos que a criança, quando desenha, expressa não só o seu conceito sobre o corpo humano, mas também o seu mundo imaginário e emocional, entendemos que o desenho pode trazer informações preciosas não só sobre o seu desenvolvimento cognitivo, problemática emocional, como também do seu potencial criativo. A validade do desenho da figura humana como medida cognitiva, utilizando nosso sistema de correção tem sido confirmada, pois existem avanços significativos da pontuação da criança até 11 anos de idade. Por sua vez, diferenças do sexo da criança que desenha sobre o sexo de figura desenhada foram encontradas como impactantes no desenho, sendo então construídas tabelas específicas que permitam a sua avaliação. Outros pesquisadores brasileiros confirmaram a validade deste sistema de correção, comparando o desenho da figura humana com outros testes que medem construtos correlatos. Entretanto, pouco ainda tem sido discutido sobre a importância do desenho da figura humana na avaliação da criatividade. O que ocorre, infelizmente, é a associação dentre muitos dos elementos diferentes que aparecem no desenho da figura humana como sendo indicadores de problemática emocional e não de criatividade. Tal fato, possivelmente, pode ser explicado, pelo pouco conhecimento da criatividade e suas características, que podem ser expressas por meio de desenhos. Nossas pesquisas demonstram que várias características ou indicadores criativos podem ser detectados no desenho. Conclui-se, portanto, que o desenho da figura humana é uma técnica altamente relevante não só pela diversidade de informações que permite obter como também pela facilidade de aquisição das mesmas, pode então ser considerado como um instrumento essencial na avaliação psicológica infantil.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Ensino da avaliação projetiva em Londrina-PR
A avaliação psicológica, desenvolvida por meio de técnicas próprias, constitui-se em atividade privativa do psicólogo, assegurada por lei. Diversas formas existem para que o profissional possa realizar seu diagnóstico, sendo que os testes se encontram entre as ferramentas passíveis de serem utilizadas. Quando se trata da avaliação de características de personalidade, costuma-se dividir os testes em dois grandes grupos: psicométricos e projetivos, sendo os primeiros representados por escalas de autorrelato, e os segundos representados por atividades de resolução de problema (fazer um desenho, contar uma história, dizer com o que manchas de tinta se parecem, etc). Uma das características diferencias das técnicas projetivas é que estas não se baseiam apenas na produção final do testando, mas colocam ênfase na avaliação do desempenho ao longo de todo o processo. Por causa disso, são técnicas que requerem maior interação do psicólogo e, portanto, um referencial clínico maior, normalmente ensinadas nos últimos anos da graduação. Esta comunicação pretende apresentar os desafios do ensino dessas técnicas em uma universidade estadual do Paraná, focando em três temas: 1) Um ambiente acadêmico com forte distinção entre psicanálise e behaviorismo, e os recursos para apresentar técnicas de avaliação que tradicionalmente estão associadas à linha psicanalítica ou semelhante; 2) A ausência de uma disciplina curricular de psicodiagnóstico, fazendo com que os estudantes tenham pouco contato com a avaliação ao longo da graduação; 3) A necessidade de atualização dos recursos de ensino para acompanhar as tecnologias e utilização de multimídia para maior conhecimento das técnicas e situações de avaliação.
RESUMO (2)
Ensino da avaliação psicológica na PUC Goiás
A avaliação psicológica é um processo de construção técnico-científica de conhecimentos acerca de fenômenos psicológicos, com o intuito de criar, nortear, orientar e acompanhar ações e intervenções sobre a pessoa avaliada, e, portanto, exige cuidados especiais no ensino desse processo, que consiste no planejamento, na análise, na síntese e na devolução dos resultados obtidos. Para se realizar uma avaliação psicológica adequada, além dos conhecimentos essenciais de psicologia tais como teorias da personalidade, psicopatologia, psicologia social e do desenvolvimento, é necessário dispor do conhecimento básico em psicometria e domínio de instrumentos de investigação psicológica. Esses instrumentos de avaliação consistem em: testes, observações, entrevistas, dinâmicas de grupo, escuta ou intervenções verbais. Os objetivos dessa apresentação consistem em: a) apresentar quais são os subsídios disponíveis na PUC Goiás, considerando as disciplinas curriculares obrigatórias e optativas, os cursos de pós-graduação latoe stricto sensu, de professores e suas formações, de instrumentos de desempenho/projetivos e autorrelato/psicométricos e de espaço físico; b) apontar os pontos positivos e deficientes na formação do psicólogo na PUC Goiás no que tange a área de avaliação psicológica. De uma forma geral, o curso de psicologia da universidade conta com um núcleo de cinco disciplinas comuns, que devem ser cursadas por todos os alunos e oferece duas disciplinas optativas que estão relacionadas a esta área. Apesar do curso ter disponível subsídios considerados satisfatórios para formação em avaliação psicológica, nota-se que nem sempre são designados professores com formação e prática na área, bem como a necessidade de acompanhar as tecnologias e utilização de multimídia no ensino dos testes psicológicos.
RESUMO (3)
A articulação entre ensino, pesquisa e extensão nas disciplinas de Avaliação Psicológica do curso de Psicologia da UFMT
O curso de Psicologia da UFMT foi criado no ano de 2008, buscando atender às novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Graduação em Psicologia. Na proposta pedagógica do curso o tema da avaliação psicológica é organizado em três disciplinas assim intituladas: Técnicas de Exame Psicológico I e II e Avaliação Psicológica em Diferentes Contextos. Com base nessas considerações este trabalho tem por objetivo contextualizar a avaliação psicológica no curso de Psicologia considerando os seguintes aspectos: ensino, pesquisa e extensão. Em relação ao ensino busca-se desenvolver: a) reflexão a respeito da função da disciplina na estrutura curricular do curso e na formação do aluno; b) articulação com outras disciplinas do curso como a estatística e os estágios básicos e de ênfase; c) participação da monitoria nas disciplinas e seu impacto na formação do aluno-monitor, proporcionando a este uma aproximação com as atividades desenvolvidas na docência e, com os demais alunos a contribuição da monitoria no processo de aprendizagem dos colegas e; d) no interior das próprias disciplinas em relação ao desenvolvimento de prática didática, a qual permite ao aluno vivenciar diferentes momentos da Avaliação Psicológica. A avaliação psicológica no contexto da pesquisa visa apresentar a articulação dessas disciplinas com a área de pesquisa do curso através dos projetos de pesquisa interinstituicionais em diferentes área da Psicologia. No contexto da extensão discute-se a repercussão que o ensino e a pesquisa na avaliação psicológica têm sobre a atividade de extensão universitária na sua interação com a comunidade, principalmente, na modalidade de projetos de cunho interventivo. Embora se observe a dimensão da avaliação psicológica na formação acadêmica no curso da UFMT, algumas tensões se fazem presentes nesse âmbito que dizem respeito às características macro (inserção da avaliação psicológica na formação e prática profissional) e micro (condições estruturais do curso), que se vinculam às questões teórico-metodológicas, éticas, políticas e sociais. e-mail: rosangelaksm@uol.com.br; t.lebre@uol.com.br
RESUMO (4)
O Ensino em Avaliação Psicológica na Universidade Presbiteriana Mackenzie/SP
Este trabalho tem como proposta a descrição e análise das atividades desenvolvidas com estudantes do Curso de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. O eixo da Avaliação Psicológica é um dos pilares do curso de Psicologia e compreende disciplinas que iniciam na segunda etapa e se estendem até o ultimo ano de formação. O conteúdo programático desenvolvido na disciplina inicial segunda etapa focaliza os antecedentes históricos, origem dos testes psicológicos, os tipos de testes, métodos de investigação e condições de aplicação, em diferentes contextos da atuação profissional. As técnicas de Entrevista e Observação também são apresentadas. A legislação é ponto central das discussões em sala de aula, levando o aluno a conhecer o Código de Ética Profissional do Psicólogo e as Resoluções CFP 002 e 007 de 2003. Em se tratando de uma disciplina inicial, são apresentados aspectos introdutórios e gerais. Na terceira etapa o enfoque é dado à avaliação da personalidade e são apresentados aos alunos testes psicométricos para auto-aplicação, correção e análise. Posteriormente são feitas aplicações em colaboradores mediante o consentimento livre e esclarecido e tem o objetivo de ensino e aprendizagem Para finalização deste processo, são elaborados relatórios com as correções devidas e análise dos resultados, supervisionados pelos professores responsáveis pela disciplina. As etapas seguintes são compostas por instrumentos de avaliação da inteligência e métodos projetivos gráficos e temáticos e seguem a mesma metodologia. A experiência tem mostrado a importância do ensino de forma teórica e prática e, propicia uma melhor adequação na formação do aluno no Curso de Psicologia.
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Palavras-chave:
TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
ENSINO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: VIVENCIA DIDÁTICA COM O PROCEDIMENTO DESENHOS-ESTÓRIAS COM TEMA
Este trabalho relata experiência de ensino do componente curricular Avaliação Psicológica. Aplicou-se nos alunos o Procedimento Desenhos Estórias com tema, com duplo objetivo: avaliar sua concepção sobre Avaliação Psicológica; propiciar-lhes vivência didática com o procedimento. Metodologicamente utilizaram-se o procedimento, na abordagem coletiva, em classe de oito alunas e a vivência didática como uma modalidade de ensino. A vivência didática caracteriza-se como método de ensino centrado na experiência reunindo aspectos objetivos e subjetivos, aprendizado e utilidade do aprendido bem como teoria e prática. Trata-se de oportunidade para o aluno experimentar o lugar de usuário do procedimento, expressar sua subjetividade e verbalizar duvidas sobre o aprendizado. Além disso, o aluno observa o professor que também desempenha o papel de aplicador do procedimento. A sobreposição de papeis: professor-psicólogo e, aluno-cliente, é defendida como possível e desejável, apoiada na noção de encontro didático ou encontro pedagógico, onde o referencial pedagógico considera singularidades da personalidade e do contexto do aluno. Constitui-se enquadre duplo de aprendizagem e autoconhecimento, que promove posturas intercambiáveis e flexíveis, conforme defendido por correntes atuais da Pedagogia, ao considerarem a fusão de sujeito e objeto e razão e emoção. O material obtido foi analisado qualitativamente pela professora, autora deste estudo, através das representações, verbalizações e afetos fornecidos pelos desenhos e suas estórias. Constatou-se que as concepções dos alunos sobre Avaliação Psicológica estão coerentes com os objetivos do componente curricular e que a vivência didática favoreceu o desenvolvimento das competências que se deseja atingir: conhecimento (aprendizagem prática do procedimento), habilidades (escutar distintas expressões da subjetividade individual e grupal), e atitudes (comunicar-se e aprender a lidar com seus próprios sentimentos, desenvolvendo relações interpessoais e intergrupais adequadas ao papel profissional). Ou seja: aprendizagem com autoconhecimento, tão desejável na graduação em Psicologia.
RESUMO (2)
O DESENHO TEMÁTICO E A CONCEPÇÃO DE DOENÇA MENTAL EM ESTUDANTES DE PSICOLOGIA
No cenário atual das novas concepções de doença mental propostas pela reforma psiquiátrica brasileira e das Novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Psicologia, o presente trabalho analisar e compreender a concepção do doente mental por estudantes de graduação de psicologia da Universidade de São Paulo, que não tiveram contato anterior com a disciplina Introdução à Psicopatologia. Trata-se de pesquisa de caráter qualitativo, utilizando como instrumento de coleta de dados o procedimento Desenho Estória com Tema. A aplicação se deu em um grupo de 72 alunos, com duração de cerca de 5 minutos, tendo como material lápis e papel A4 branco. Foi solicitado o desenho individual de um doente mental e uma estória sobre essa pessoa. Em seguida os trabalhos foram expostos para observação da produção no grupo com o objetivo de suscitar a discussão sobre o que é a doença mental. Para este trabalho foi selecionada uma amostra por conveniência de 12 produções. Optou-se pela análise através da livre expressão do material, fazendo uma leitura inicial dos desenhos e textos produzidos elaborando categorias de análise dos principais conteúdos e significados atribuídos à doença mental. Foram elas: agressividade; solidão e isolamento; normalidade; esquizofrenia como representante da doença mental; causas da doença e cabeça como localização da doença mental. Como conclusão, observou-se que estes estudantes contextualizam a doença mental em seu meio, seja familiar ou social mais amplo. Destaca-se a predominância de desenhos de jovens do sexo masculino, vestidos, nesta representação e da cabeça como local da doença que recebe atributos tanto orgânicos quanto ambientais como causa. Violência e irrupções agressivas ou surtos também estiveram muito presentes bem como isolamento e solidão, sendo muito comum localizar este indivíduo em uma sala ou espaço vazio ou mesmo internados em hospital psiquiátrico.
RESUMO (3)
DESENHO TEMÁTICO E PAR EDUCATIVO: O EMPREGO DO INSTRUMENTO (IN)DEPENDENTE DO OBJETIVO
OBJETIVO. O presente trabalho teve como objetivo investigar o vínculo de aprendizagem em graduandos de Pedagogia. MÉTODO. Participaram do estudo 26 alunos do Curso de Pedagogia de um Centro Universitário Particular da grande São Paulo Brasil. Foi empregado como o procedimento o Desenho Estória com Tema, derivado do Procedimento de Desenhos Estórias de Walter Trinca, com base nos trabalhos de Aiello-Vaisberg e Tardivo. No entanto, como o objetivo do trabalho era investigar o vínculo de aprendizagem optou-se pela consigna Desenhe alguém aprendendo e alguém ensinando, mesma instrução dada na aplicação do teste Par Educativo de Oris e Ocampo. Utilizou-se como base teórica a teoria das Representações Sociais de Moscovici e o aporte de demais autores. RESULTADOS. Os resultados apontam que a maioria dos participantes (21 graduandos) compreende o aprendizado como sistemático: professor x aluno, entretanto 5 participantes apresentaram representações em âmbitos não escolares, mas trazem em suas histórias sempre a relação de um único adulto (nomeado como professor) embora em situações diversas como time de futebol ou autoescola. CONCLUSÃO. Dessa forma, a partir dos desenhos e histórias apresentados pelos graduandos de pedagogia, foi possível perceber que os procedimentos Desenho Temático e Par Educativo, ainda que diferentes em seu modo de análise são próximos em sua aplicação, e quando possuem o mesmo objetivo podem proporcionar discussões enriquecedoras para o campo científico.
RESUMO (4)
O PROCEDIMENTO DE DESENHOS TEMÁTICOS NO CAMPO SOCIAL O EMPREGO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ABRIGADOS
O presente trabalho teve como objetivo compreender o impacto do acolhimento institucional na vida de crianças e adolescentes em situação de medida de proteção - Abrigo. O método utilizado no presente trabalho foi uma abordagem qualitativa e estudos de casos múltiplos. Participaram do estudo 10 crianças/adolescentes acolhidos em um abrigo em uma cidade da grande São Paulo Brasil. A amostra é caracterizada por idades diversas compreendendo a faixa etária de 10 a 17 anos de ambos o sexos, 5 meninas e 5 meninos. Foi empregado como procedimento o Desenho Estória com Tema, derivado do Procedimento de Desenhos Estórias de Walter Trinca, com base nos trabalhos de Vaisberg e Tardivo. Os temas dos desenhos aplicados foram: 1. Eu antes do abrigo 2. Eu hoje no abrigo e 3. Eu depois, fora do abrigo. Osresultados alcançados através da aplicação dos Desenhos com Tema apontam que o processo de acolhimento institucional (o abrigo) marca profundamente a subjetividade humana, ao qual está diretamente ligada ao rompimento com figuras parentais e de referência, como também a violência institucional muitas vezes promovida dentro da própria Instituição. Por outro lado, os resultados mostram também que o abrigo pode favorecer uma experiência integradora e significante do ponto de vista do desenvolvimento emocional e da concretização de projetos de vida para as crianças e os adolescentes acolhidos. Dessa forma, chegou-se a conclusão de que o abrigo pode também ofertar um desenvolvimento humano exercendo, dentro de suas limitações e particularidades, o papel de um ambiente facilitador e de um substituto provisório da família.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
O PROCEDIMENTO DE DESENHOS ESTÓRIAS E DERIVADOS: QUARENTA ANOS DE CONTRIBUIÇÕES À PSICOLOGIA BRASILEIRA
Nessa apresentação serão discutidos, de forma resumida, os desenvolvimento que foram ocorrendo desde que o Procedimento de Desenhos Estórias (D-E) foi proposto por Trinca em 1972,(Trinca, 1987) numa , o qual, ao lado de outras técnicas de investigação psicanaliticamente fundamentadas, como a Hora de Jogo Diagnóstica o Jogo de Rabiscos trouxe contribuição para o Psicodiagnóstico, concebido em seu aspecto compreensivo. Nessas décadas ainda continuou sendo usado com essa finalidade , ou seja favorecer a compreensão dos aspectos nodais da personalidade , a partir de desenhos livres associados a histórias. A partir do D-E, procedimento compostos por dois processos básicos: a forma gráfica de expressão e a verbal, ou seja, como uma técnica baseada no conceito de Apercepção Temática, foram desenvolvidos Procedimentos derivados, como o Desenhos de Famílias com Estórias e o Procedimento de desenho com Tema. Nessa apresentação serão discutidas pesquisa e estudos e os usos além da proposta diagnóstica , que ainda perdura, e também o emprego em enquadres diferenciados como intervenções clínicas. Dessa forma, serão feitas ilustrações do emprego do Procedimento de Desenhos Estórias, do Desenho de Famílias com Estórias como extremamente úteis para compreender e captar o sentido de manifestações clínicas, de sintomas, em adolescentes abrigados vitimas de violência e em adolescentes infratores. Também serão apresentadas ilustrações do emprego desses procedimentos em propostas terapêuticas, como base nas consultas terapêuticas individuais , também com adolescentes . e oficinas terapêuticas com Desenhos temáticos como principal elemento mediador. Serão ainda apresentadas de forma breve os principais trabalhos desenvolvidos no âmbito da graduação e pós graduação com o procedimento e seus derivados ao longo dessas décadas.
RESUMO (2)
ESTUDO PSICODINÂMICO DE PACIENTES ONCOLÓGICOS: CONTRIBUIÇÕES DO DESENHO-ESTÓRIA COM TEMA
Um quadro progressivo como o câncer produz grande impacto emocional no paciente, relacionado à possibilidade de sua morte. O objetivo do presente trabalho é realizar estudo psicodinâmico em um grupo de pacientes oncológicos, decorrente da vivência do câncer. A pesquisa foi realizada com treze pacientes oncológicos que freqüentem uma casa de apoio na cidade de Taubaté, adultos e sem discriminação de sexo, escolaridade e nível sócio-econômico. Para coleta de dados, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e aplicação única do procedimento Desenho-Estória com Tema. A amostra utilizada foi constituída, em sua maioria, por indivíduos do sexo feminino, com faixa etária entre 51 e 60 anos, casadas e morando apenas com o cônjuge e acometidas por câncer de mama. Quanto à análise das narrativas do D-E, foi identificado, na maior parte dos indivíduos, tendências e impulsos construtivos, com objetivo de manutenção da vida, seguindo, assim, sentimentos derivados do instinto de vida. A principal defesa observada foi a sublimação, ou seja, capacidade de reverter as dificuldades vividas em relação ao câncer em conteúdos e ações produtivas, fortalecendo as condições de enfrentamento da doença. Quanto aos desenhos realizados, foram analisados na maioria da amostra sentimentos de retraimento, preocupação consigo, regressão, insegurança, tristeza e interiorização. Foi concluído que a maior parte da amostra mostrou uma percepção ambígua do câncer; vendo-o como o rompimento da rotina, mas também como a chance do crescimento pessoal e mudança de valores. Apesar destas características opostas, os pacientes apresentaram boa capacidade em conseguir integrá-las em um processo contínuo. Para generalizações mais amplas, faz-se necessário a ampliação do estudo.
RESUMO (3)
CRIANÇAS EM ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL: EXPECTATIVAS, SENTIMENTOS E FANTASIAS
A indefinida espera da decisão judicial orientando a reintegração familiar ou inserção em família adotiva causa grande impacto emocional, em crianças institucionalizadas. Objetivou-se neste estudo investigar as expectativas de tais crianças acerca de seu futuro, identificar o desejo do retorno à família de origem, da permanência no abrigo ou da inserção em família adotiva. Seis crianças, acolhidas há pelo menos seis meses, entre seis e doze anos, aceitaram participar do estudo. Entrevistou-se uma Educadora Social e consultou-se o Livro de Registro da Instituição. Com as crianças coletaram-se três unidades do Desenho-Estória Temático (DE-T). A análise de conteúdo e a simples inspeção do material dentro do marco teórico psicanalítico ajudaram as compreender as entrevistas e o DE-T. Os resultados apontaram sentimentos de insegurança, submissão e necessidade de êxito em relação ao mundo, porém observou-se boa identidade pessoal e percepção positiva do crescimento como atitude básica em relação a si próprio. As figuras significativas foram em ordem decrescente de importância: a materna, a paterna, irmãos e tia. Predominaram sentimentos expressos de tristeza no contato, porém de alegria e esperança de realização no futuro. As tendências e desejos apontados indicaram a necessidade de cuidado. Predominaram impulsos amorosos e ansiedades paranóides, enquanto que os mecanismos de defesa mais identificados foram da repressão e idealização. Verificaram-se sentimentos e fantasias ora positivos, ora negativos quanto ao acolhimento institucional, porém a maioria das crianças manifestou desejo e esperança de estar, no futuro, junto à família biológica. Embora uma criança tenha apontado querer continuar convivendo com duas cuidadoras da Casa de Proteção, não se observou, em geral, o desejo pela adoção diretamente. Destaca-se que os participantes demonstraram o desejo de constituir suas próprias famílias no futuro, o que pode indicar a esperança de uma reparação ao exercerem uma função materna/paterna, de serem pais que não puderam ter.
RESUMO (4)
HISTÓRIA E ESTÓRIAS ADOTIVAS: ERA UMA VEZ UM GAROTINHO DE SEIS ANOS...
Antes de ser adotada, a criança de adoção maior, geralmente foi institucionalizada. Devido à descontinuidade dos vínculos vividos durante os anos iniciais da vida, manifestações de angústias podem ser observadas ao longo do processo adotivo, pois o medo de um novo abandono, dentre outros, faz com que continuamente entre em contato com vivências anteriores de aniquilamento. Por meio de uma pesquisa-intervenção, objetivou-se verificar a percepção da família adotiva em uma criança de seis anos utilizando-se do Desenho-Estória Temático (DE-T), antes e após a contação de histórias infantis com temática adotiva, que tiveram a função de mediar a nova constituição familiar. Primeiramente entrevistaram-se os adotantes e solicitou-se o primeiro DE-T à criança tendo como instrução: Desenhe a sua família. Posteriormente, durante cinco semanas, narrou-se histórias infantis com a temática adotiva para o participante. Ao final, para verificar se houve percepção de mudanças significativas no relacionamento paterno-filial, realizou-se com os pais uma nova entrevista e solicitou-se ao garoto o segundo DE-T com a mesma instrução do primeiro. Os resultados revelaram a importância da narração oral para a criança, como possibilitadora de reflexões e elaborações sobre o processo de adoção. Auxiliaram-na entrar em contato com angústias aniquiladoras, propiciando o início da compreensão do significado de sua adoção e a inserção na nova família, evidenciado a partir da comparação entre os DE-T. Contudo, angústias relacionadas à vinculação, ao medo do abandono e à ambiguidade de sentimentos frente à nova constituição familiar ainda se fazem presentes no imaginário da criança mesmo tendo sido observado o processo de inserção familiar. O estudo não esgota o tema, mas aponta que apesar dos benefícios proporcionados pelas histórias, tanto a criança de adoção maior quanto os pais adotantes necessitam de amparo psicológico ao longo da constituição do vínculo familiar de forma a estreitar mais os laços dessa nova filiação.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Avaliação Multidimensional da Ansiedade através do Inventário de Situações e Respostas de Ansiedade - ISRA
A ansiedade é provavelmente a emoção mais comum e universalmente conhecida, estando presente ao longo da vida das pessoas. Quando se empregam termos como nervosismo, inquietação, inseguridade, angustia, tensão, medo ou temor, na realidade se está fazendo referencia a ansiedade. A ansiedade hoje em dia tende a ser concebida como uma reação emocional ante a percepção de um perigo ou ameaça, que se manifesta mediante um conjunto de respostas agrupadas em três sistemas [cognitivo, fisiológico e motor] que podem atuar com certa independência entre si. As reações de ansiedade podem ser provocadas tanto por estímulos externos [situações concretas] como internos [ideias, pensamentos e imagens mentais] que são percebidos como ameaçadores pela pessoa. Portanto, à hora de avaliar a ansiedade e traçar um perfil coerente para uma adequada intervenção, deve-se levar em consideração tanto sua expressão como sua interação com o meio. O Inventario de Situações e Respostas de Ansiedade [ISRA] é um instrumento com formato S-R (Situações e Respostas), constituído por 224 itens, distribuídos em 22 situações concretas e 24 comportamentos de ansiedade. Com sua aplicação se obtém um perfil completo da ansiedade, isto é, o Traço geral (T) e a ansiedade nos sistemas Cognitivo (C), Fisiológico (F) e Motor (M), além da obtenção dos índices de ansiedade de Avaliação (FI), Interpessoal (FII), Fóbica (FIII) e Cotidiana (FIV). A versão brasileira do ISRA mostra uma estrutura fatorial e características psicométricas semelhantes à da versão original espanhola, revelando um alto poder de discriminação entre diferentes grupos, elevada confiabilidade de medida e notáveis índices de validade. Análises psicométricas recentes do ISRA brasileiro, mediante o uso do software PASW-18, indicam a permanência das características psicométricas dos estudos de validação, mesmo que se tenha empregado inicialmente uma amostra reduzida. Estes resultados fortalecem a sua validade e confiabilidade para o propósito da avaliação da ansiedade.
RESUMO (2)
Avaliação Psicológica no Contexto Organizacional
Considerando a avaliação psicológica como um processo amplo, composto não apenas por testes psicológicos como também por outras técnicas que podem ser utilizadas pelo psicólogo em sua atuação no contexto organizacional, esse trabalho pretende traçar uma discussão acerca do papel desse profissional nas organizações. A premissa para essa discussão é a possibilidade de uma atuação diferenciada que considere a avaliação dos aspectos micro, meso e macro organizacional. Por micro organizacional compreende-se uma atuação que englobe apenas as questões relacionadas ao próprio individuo, como motivação, percepção, habilidades ou estresse, dentre outros. Já a avaliação meso organizacional contemplaria também os aspectos plausíveis de avaliação e que abordam o relacionamento desse indivíduo com outros, tais como cooperação, competição e relacionamento interpessoal. Por fim, entende-se por comportamento macro organizacional as dimensões a serem avaliadas que estão relacionadas às organizações de forma mais global, ainda que possam ser obtidas por dados individuais. Nesse caso, podem ser citados estudos de clima organizacional, fusão de culturas organizacionais distintas ou mesmo da alocação das pessoas em atividades ou ambientes compatíveis às suas habilidades. Frente aos aspectos levantados, essa discussão propõe uma ampliação da visão acerca da atuação do psicólogo organizacional, levando em consideração não apenas as características de personalidade da pessoa avaliada, mas também o contexto no qual esta pessoa será inserida e as variáveis presentes nesse ambiente. Em outras palavras, cabe ao profissional identificar e, quando possível, inferir os efeitos das motivações e características individuais, alinhadas ao relacionamento com as demais pessoas e a integração com o ambiente organizacional, fugindo do estigma da avaliação focada apenas em um indivíduo e pautada na indicação ou não deste a uma determinada função. Não se tem a pretensão de encerrar, mas sim de levantar possibilidades relativas ao potencial campo de atuação do psicólogo, para além do mercado conquistado atualmente.
RESUMO (3)
A Orientação Profissional de Jovens em Situação de Risco: a Maturidade para Escolha em Questão
O presente estudo tem como objetivos apresentar um programa de Orientação Profissional (OP) destinado a jovens em situação de risco, bem como investigar em que medida os traços de personalidade e as lembranças parentais explicam a maturidade para escolha profissional. Estudos demonstram que a OP, até a década de 1980, permaneceu resumida à aplicação de testes vocacionais realizados antes das provas de vestibular, sendo mais presente no contexto de escolas particulares e de classe média. A partir desta década, o campo de atuação da OP conseguiu abranger variadas demandas, não se restringindo apenas a uma classe social. O programa de OP em questão objetiva contemplar o desenvolvimento global dos jovens. Tal programa é desenvolvido a partir de dez sessões nas quais são trabalhadas informações sobre o mercado de trabalho e determinantes da escolha profissional, bem como a aplicação de técnicas como entrevista e autobiografia e instrumentos psicológicos tais como o AIP e a BFP. A EMEP é aplicada no início e no final do processo para avaliar se o programa efetivou mudanças significativas em termos de maturidade para escolha profissional. Em relação à pesquisa, participaram 144 estudantes do Ensino Médio de escolas públicas da cidade de João Pessoa, sendo a maioria do sexo feminino (61,1%), com idades variando de 14 a 20 anos (M = 16,9; DP = 1,0). Os participantes responderam ao Inventário dos Cinco Grandes Fatores, Escala de Maturidade para a Escolha Profissional, Escala de Lembranças Parentais e a perguntas sociodemográficas. Além de estatísticas descritivas, utilizou-se análise de regressão múltipla com método Stepwise. Os resultados apontaram para a importância da personalidade, principalmente do fator abertura, na compreensão dos aspectos que envolvem a maturidade para a escolha profissional. Discute-se que a OP, enquanto avaliação psicológica, não pode ser operacionalizada de forma descontextualizada, devendo favorecer o desenvolvimento global dos envolvidos.
RESUMO (4)
Avaliação Psicológica no Contexto de Segurança Pública: Contribuições para a Seleção de Pessoal
A segurança é um dos principais aspectos na gestão da administração pública no âmbito de qualquer cidade. Nesse contexto, torna-se imprescindível a seleção de agentes de segurança cada vez mais capacitados à complexidade de sua função. Identificar as particularidades que cada contexto de aplicação da Avaliação Psicológica requer, tem sido uma prática cada vez mais necessária no Brasil. No contexto de Segurança Pública, foco do presente trabalho, tal fator tem sido campo de estudos e novos investimentos dos profissionais atuantes na área, já que tem sido alvo de constantes controvérsias e desafios, no que tange a questionamentos do âmbito jurídico e que vão além da aplicação teórico-técnica da avaliação. O processo seletivo da área de segurança pública está implicado na área de concursos públicos e requer uma série de procedimentos específicos que devem ser analisados pelo psicólogo responsável. Neste estudo apresentam-se as principais técnicas utilizadas nesse processo para, em seguida, deter-se nos aspectos mais específicos da avaliação psicológica em seleção de pessoal na área da segurança pública. Ressalta-se que a contextualização em tais processos torna-se imprescindível, já que nos dias atuais esse tipo de avaliação, realizado por meio de concurso público, detém um dos maiores processos de avaliação psicológica no Brasil, configurado de particularidades e práticas que merecem ser discutidas.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
AVALIAÇÃO DE SOBRE-EXCITABILIDADE DE ESTUDANTES TALENTOSOS: CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA DA DESINTEGRAÇÃO POSITIVA
A Teoria da Desintegração Positiva (TDP) proposta inicialmente por Dabrowski tem sido considerada uma importante ferramenta para compreender as características de pessoas com dotação e talento (D&T) e para o desenvolver métodos e medidas que possam identificá-las. Trata-se de uma teoria do desenvolvimento da personalidade que enfatiza o papel das emoções no potencial de desenvolvimento humano. Um dos pressupostos da TDP é de que indivíduos com características de D&T tendem a possuir níveis mais altos de potencial desenvolvimental que os pares que não possuem tais características. A sobre-excitabilidade psíquica (SE), uma das formas de avaliar esse potencial de desenvolvimento, diz respeito à tendência do ser humano reagir com extrema intensidade e sensibilidade a diversos estímulos. São propostos cinco padrões de SE: Psicomotora (caracterizada por agitação motora, impulsividade e inquietação); Sensorial (diz respeito à elevada diferenciação e vivacidade de experiências sensoriais percebidas pelos cinco sentidos); Imaginativa (referente à criatividade elevada, à facilidade para fantasiar, inventar, sonhar etc.); Intelectual (caracterizada pela curiosidade, análises teóricas, reflexões filosóficas e questionamentos); e Emocional (expressa por uma gama de sentimentos, apegos, senso de responsabilidade e empatia). Diversos estudos têm demonstrado que indivíduos com D&T tendem a possuir níveis mais altos de SE, evidenciando que esta pode ser um indicador de D&T. Em âmbito internacional, o Overexcitability Questionnaire Two (OEQ-II) é a medida mais utilizada e a que mais possui evidências de validade para mensurar as SEs. Atualmente, foram conduzidos alguns estudos para analisar as propriedades psicométricas da versão brasileira do OEQ-II. Os resultados revelaram que o instrumento possui boa consistência interna e boas evidências de validade de conteúdo e de construto. Além disso, alguns indicadores da validade de critério também foram evidenciados por meio da associação de áreas de SE aos domínios de talento relacionados.
RESUMO (2)
AVALIAÇÃO ASSISTIDA: CONCEITO, TIPOS E USO PARA IDENTIFICAR POTENCIAL INTELECTUAL
A avaliação assistida é uma abordagem inovadora para avaliar as capacidades humanas, mais especificamente o potencial de aprendizagem. Ela possibilita remover as barreiras não intelectuais à expressão da inteligência porque combina avaliação e intervenção de uma forma mais dinâmica. Para essa perspectiva, o potencial de aprendizagem é considerado um indicador mais consistente para estimar capacidade cognitiva que resultados isolados de testes. Dentre outros, baseia-se no conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal de Vigotski e inclui uma diversidade de métodos, funções e objetivos. Além da obtenção de indicadores do nível de desenvolvimento cognitivo, utilizar essa estratégia possibilita detectar a sensibilidade e a responsividade dos avaliados à informação recebida. A avaliação assistida pode, por exemplo, auxiliar crianças com dificuldades de aprendizagem alcançarem índices mais elevados de desempenho ou contribuir para a identificação de um aprendiz eficiente e capaz de realizar a transferência do aprendizado de maneira mais flexível. Devido a essas características e à diversidade de aplicações dessa tecnologia, seu uso pode ser verificado em diversos contextos, como, por exemplo, na educação de estudantes com característica de dotação e talento. Nesse contexto, a avaliação assistida tem sido considerada uma estratégia mais efetiva para identificar estudantes provenientes de grupos minoritários que a abordagem psicométrica tradicional. Isso se deve, principalmente, ao fato de ela enfatizar o que o indivíduo avaliado pode produzir quando adequadamente orientado em detrimento do conhecimento verificado no momento da avaliação. Os subsídios obtidos a partir com sua aplicação possibilitam, ademais, planejar estratégias pedagógicas necessárias ao desenvolvimento do potencial dos alunos avaliados. Dessa forma, a principal contribuição da avaliação assistida é a possibilidade de obter informações que podem ser usadas para implantar programas para otimizar o desenvolvimento de estudantes com e sem dotação intelectual.
RESUMO (3)
ANÁLISE DE MEDIDAS BRASILEIRAS DE LEITURA E DO SEU USO PARA IDENTIFICAR LEITORES TALENTOSOS
Leitores talentosos leem mais cedo que seus pares e, pelo menos, dois níveis acima do grau de escolaridade esperado para a idade cronológica. São apaixonados pela leitura, gastam mais tempo lendo que seus pares, leem uma maior variedade de textos para adultos e apresentam maior compreensão do que é lido. Identificá-los é indispensável para atender suas necessidades educacionais especiais. Para que essa identificação ocorra, é preciso ter disponíveis medidas com evidências de validade, que sejam capazes de abarcar as várias séries do sistema educacional brasileiro e que avaliem as múltiplas faces desse comportamento complexo. Além de analisar alguns instrumentos disponíveis para avaliação da leitura no País, esta apresentação descreverá um estudo que identificou estudantes talentosos (GT), médios (GM) e inferiores (GI) em leitura. Foram avaliados 528 estudantes de quatro escolas de uma cidade interiorana do estado de Minas Gerais. A avaliação foi feita com o subteste de leitura do TDE (Teste do Desempenho Escolar), um teste de Cloze e a Escala de Característica de Leitura (ECL). Utilizando o TDE, foram identificados 315 estudantes, dos quais 45,1% foram classificados no GM, 40,6% no GT e 14,3% no GI. Com o teste de Cloze, extraiu-se um total de 195 alunos, sendo que 49,2% deles compuseram o GM, 29,7% o GI e 21% o GT; com a ECL foram incluídos 215 discentes, sendo o GM composto por 47,9%, o GT por 32,1% e o GI por 20%. Esses resultados denotam a necessidade de desenvolver novos instrumentos que sejam mais adequados para a identificação do leitor talentoso, uma vez que todos apresentaram sobrenomeação, evidenciando que, apesar de serem adequados às características dos estudantes médios e inferiores, eles podem apresentar efeito teto quando se tratam de leitores talentosos. Lamentavelmente, outros instrumentos disponíveis no Brasil parecem não ser muito diferentes dos utilizados para este estudo.
RESUMO (4)
IDENTIFICAÇÃO DE DOTAÇÃO MOTORA E TALENTO PARA O ESPORTE
O Differentiated Model of Giftedness and Talent é um modelo teórico que explica como as capacidades naturais apresentadas pelos indivíduos nos domínios intelectual , criatividade, social, perceptivo e físico (muscular e controle motor) podem ser transformadas em talentos, ou seja, em habilidades sistematicamente desenvolvidas nos diversos campos de conhecimento humano, como, por exemplo, acadêmico, artístico, social, tecnológico e esportivo. Para que a dotação sensório-motora seja desenvolvida e, portanto, observável como excelência na prática esportiva, é necessária uma complexa interação entre catalisadores pessoais (fatores físicos, de personalidade, motivacionais etc.) e ambientais (pais, escola, programas de desenvolvimento, etc). Nesse modelo há, também, um terceiro catalisador: o acaso. Trata-se da probabilidade de uma criança nascer em determinada região, em determinada família ou, ainda, a probabilidade de que as suas capacidades naturais sejam valorizadas em seu contexto social específico. Compreender esse processo e os fatores que o compõem é fundamental para desenvolver talentos esportivos. Com base nesses pressupostos, propõe-se um protocolo para identificar dotação motora e talento para o esporte. Ele é composto por medidas antropométricas (peso, altura, envergadura), avaliações da aptidão física relacionada à saúde (força, flexibilidade, resistência) e da aptidão física relacionada às habilidades (agilidade, coordenação, equilíbrio, velocidade), de testes motores, de um instrumento de nomeação por pares e questionários sobre a motivação para a prática e não prática de atividades esportivas. Abrange, ademais, uma medida de sobre-excitabilidade psicomotora, sendo esta definida como uma característica de pessoas intensamente ativas, agitadas, muito falantes e com dificuldade em se manter paradas. Enfatiza-se a importância na definição de instrumentos de avaliação do domínio motor que considerem fatores genéticos e ambientais na identificação de dotação motora e talento para o esporte.
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Palavras-chave:
TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
ESTUDO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE PERCEPÇÃO DE JUSTIÇA DISTRIBUTIVA, SATISFAÇÃO E COMPORTAMENTOS CONTRAPRODUCENTES NO TRABALH
A apresentação contemplará um estudo sobre a relação entre variáveis situacionais (Percepção de Justiça Distributiva e Satisfação no Trabalho) e Comportamentos Contraproducentes no Trabalho (CCTs). CCTs são atos voluntários que prejudicam o bem-estar da organização e de seus membros. Variáveis situacionais podem provocar CCTs, quando são motivadoras desses comportamentos em resposta a uma situação desfavorável no trabalho. O estudo contou com a participação de 380 adultos, residentes na região metropolitana de Belo Horizonte/MG e em cidades do interior da Bahia, de empresas públicas e privadas, todos com vínculo empregatício formal há mais de um ano e em diferentes setores de trabalho e nível hierárquico e socioeconômico, com formação acadêmica mínima correspondente ao ensino médio completo. Para coleta de dados optamos pela aplicação coletiva, no próprio ambiente de trabalho do participante das seguintes escalas, a saber: uma escala de Percepção de Justiça Distributiva, uma escala de Satisfação no Trabalho, uma escala de Desejabilidade Social e duas escalas de que avaliam Comportamento Contraproducente, de maneira direta e indireta. As análises dos resultados revelaram associações entre as variáveis situacionais e CCTs.
RESUMO (2)
INVESTIGAÇÃO PSICOMÉTRICA DA VERSÃO ADAPTADA PARA O BRASIL DO GERMAN SELF-REPORT QUESTIONNAIRE
O German Self-Report Questionnaire (GSQ) é um instrumento de autorrelato criado para avaliar os comportamentos contraprodutivos no trabalho (CCT). Na literatura sobre CCT esse questionário é avaliado positivamente em razão do rigor metodológico utilizado na sua elaboração e da abrangência de comportamentos contemplados. O GSQ é composto por 74 itens que mensuram os CCTs de forma explícita por meio de uma escala de frequência de ocorrência do tipo likert. A pesquisa de adaptação desse questionário para o contexto brasileiro envolveu as etapas de tradução, retrotradução, análises de juízes e semântica, bem como a aplicação em uma amostra heterogênea de adultos trabalhadores. Como parte do processo de adaptação, as propriedades psicométricas foram analisadas. Além da análise psicométrica dos itens, foi levantada evidência de validade da estrutura interna (Análise Fatorial Exploratória). Os resultados dessas análises serão apresentados e comparados com os obtidos com a versão original. Implicações para a proposição do construto contraprodutividade serão discutidas.
RESUMO (3)
ANÁLISE PSICOMÉTRICA DA VERSÃO ADAPTADA DA WORKPLACE DEVIANCE SCALE WDS
Os comportamentos contraprodutivos no trabalho (CCTs) constituem sério problema para as organizações. Seus efeitos produzem graves consequências, que podem ser estimadas pelos altos custos financeiros que geram para as empresas e, em termos humanos, pela capacidade que possuem em afetar a saúde e o bem-estar dos empregados. Diante do impacto negativo que provocam e no propósito de compreender tais comportamentos, estudos têm focado na investigação de atos como roubo, fraude, vandalismo, bullying, assédio sexual, sabotagem, entre outros, e também instrumentos de medida têm sido desenvolvidos com a finalidade de avaliá-los. Face à inexistência desse tipo de instrumento em nosso contexto, o processo de adaptação e validação da Workplace Deviance Scale WDS, uma das escalas mais citadas na literatura para avaliação de CCTs, está sendo conduzido pelo LADI- Laboratório de Avaliação das Diferenças Individuais, da UFMG. A WDS pretende mensurar com que frequência uma pessoa se envolveu em CCTs, no último ano. A escala é composta de 19 itens, respondidos em uma escala Likert de cinco pontos, que avaliam duas dimensões de desvios: os organizacionais (atos que prejudicam diretamente a organização) e os desvios interpessoais (atos que causam danos diretamente aos seus membros). Em prosseguimento ao processo de adaptação, o presente estudo tem por objetivo apresentar os resultados encontrados na etapa de levantamento dos parâmetros psicométricos validade e precisão. A validade foi investigada por meio de Análise Fatorial Exploratória, para se verificar a estrutura interna da escala. Para a precisão foi empregado o método da consistência interna. Os achados indicaram índices psicométricos satisfatórios. Contudo, levam à reflexão sobre o modelo bidimensional proposto pelas autoras da WDS quando do desenvolvimento do instrumento original.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
CONDIÇÕES EMOCIONAIS E DE ENFRETAMENTO DO CUIDADOR DE CRIANÇAS COM MALFORMAÇÕES CONGENITAS
A prevalência de nascimentos com malformações congênitas no Brasil é de 5% dos bebês nascidos vivos, com problemas de causalidade multifatorial, tais como mielomeningocele e hidrocefalia. Tal condição exige da família intenso processo de adaptação à situação a ser enfrentada, já que a condição de nascimento da criança afeta os familiares, tanto quanto a criança é afetada pela forma como a família lida com as exigências da situação. O objetivo deste estudo foi avaliar as condições emocionais envolvidos no processo de enfrentamento de cuidadores de crianças com malformações congênitas. Participaram seis mães de crianças com mielomeningocele (n=04) e hidrocefalia (n=02), submetidas à cirurgia após nascimento e acompanhas na Maternidade-escola da UFRJ. Para maioria das mães (n=04) tratava-se da primeira gestação e todas contavam com suporte familiar, ainda que somente duas trabalhassem fora. Todas declararam praticar uma religião, sendo três protestantes, duas católicas e uma espírita. Foram aplicados os seguintes instrumentos, individualmente: 1) Protocolo de dados gerais, para identificação das variáveis psicossociais pessoais e familiares; 2) Escalas EMEP Escala Modos de Enfretamento de Problemas, para avaliação psicológica das estratégias de enfrentamento (coping) frente a malformação fetal; e 3) Inventário Zarit Burden Interview, versão brasileira da escala para avaliação da sobrecarga emocional de cuidadores. Todas as mães apresentaram sinais de sobrecarga emocional de leve a moderada. Em contrapartida, os dados da avaliação do enfrentamento destas mães frente a malformação congênita revelaram que elas utilizavam um estilo de coping baseado na busca de práticas religiosas, o que corrobora com a informação declarada de que praticavam uma religião. Ainda que a amostra seja pequena para generalização dos dados, pode-se afirmar que a sobrecarga emocional de situações de risco ao desenvolvimento, como a malformação congênita, pode ser minimizada quando o cuidador enfrenta o problema com base em estratégias em acordo com seu estilo de coping.
RESUMO (2)
STRESS E SOBRECARGA EMOCIONAL EM CUIDADORES DE CRIANÇAS COM TRANSTORNOS AUTISTICOS
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do desenvolvimento que compartilha sintomas centrais no comprometimento em três áreas específicas do desenvolvimento: déficits de habilidades sociais, déficits de habilidades comunicativas (verbais e não-verbais) e presença de comportamentos, interesses e/ou atividades restritos, repetitivos e/ou estereotipados. A literatura discute a importância do diagnóstico precoce e de compreender e analisar o impacto do TEA nos pais-família/cuidadores. Estes, por sua vez, enfrentam o desafio de ajustar seus planos e expectativas às limitações dessa condição, o que propicia o aparecimento de problemas de saúde resultantes do stress e da sobrecarga emocional. O presente estudo tem por objetivo avaliar nos cuidadores de crianças com TEA: a) indicadores de estresse; b) o nível de sobrecarga emocional. Participaram do estudo 26 cuidadores de crianças com diagnóstico clínico de TEA atendidas no Ambulatório de Autismo do Serviço Caminhar no HUBFS-UFPA. Na coleta de dados utilizou-se o Inventário de Sintomas de Stress para adultos de Lipp (ISSL), a Escala de Sobrecarga (Burden Interview) e o Inventário de Depressão de Beck (BDI). A coleta de dados ocorreu em uma sessão para aplicação dos instrumentos. Os resultados parciais apontam à predominância do que gênero feminino (86%) entre os cuidadores. A média de idade dos participantes foi de 36 anos (±6,9), a mediana dos anos de escolaridade foi 11 anos (6-17). A maioria dos cuidadores desenvolve atividade do lar (60%). Quanto aos indicadores de stress 66% apresentaram stress, predominando a fase de resistência (0,83), o tipo de sintoma psicológico (0,91). Com relação a sobrecarga emocional, todos os participantes apresentaram algum nível de sobrecarga, predominando nível leve (54%). Conclui-se que se faz necessário a implementação de suporte psicológico aos cuidadores de crianças com TEA a fim de auxiliá-los frente a instabilidade emocional.
RESUMO (3)
O PAPEL DA SOBRECARGA MATERNA NA QUALIDADE DE VIDA DE CRIANÇAS PORTADORAS DE EPILEPSIA
A epilepsia é um dos transtornos crônicos mais comuns da infância, com incidência global de aproximadamente 4/100.000 crianças/ano. O tratamento consiste, basicamente, de medicação e cirurgia. Avalia-se a eficácia do tratamento tanto pela redução do número de crises como pela melhoria da qualidade de vida da criança e sua família, cuja rotina muda com o diagnóstico e atinge, primordialmente, a mãe. Frequentemente, ela renuncia à sua profissão e lazer, com alto grau de sobrecarga e prejuízo para sua qualidade de vida e da criança. Neste estudo procurou-se avaliar o índice de sobrecarga materna de crianças com epilepsia e seu possível papel como fator de risco para a qualidade de vida da criança epiléptica. No ambulatório de Neuropediatria do município de Maringá-PR, foram selecionadas 52 crianças com diagnóstico de epilepsia há mais de um ano, com idade entre quatro e 12 anos, que,assim como os pais, pudessem responder aos instrumentos. Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a escala AUQUEI,respondida pelos pais e pelas crianças. Para avaliar a sobrecarga do cuidador, as mães reponderam à versão brasileira do Zarit Burden Interview.Os dados foram submetidos a tratamento estatístico. Tanto as mães como as crianças consideraram ruim a qualidade de vida da criança, com maior prejuízo nos domínios autonomia e lazer. As mães avaliaram sua sobrecarga como moderada (Md 29,0). A sobrecarga teve um efeito altamente significativo (p<0,001) sobre a qualidade de vida. Crianças com epilepsia, cujas mães referiram maior sobrecarga, tinham 24% mais chance de ter pior qualidade de vida que crianças cujas mães referiram baixa sobrecarga. Os resultados alertam para a necessidade de compartilhar a desgastante tarefa de cuidar de uma criança com doença crônica, com objetivo de prevenir a sobrecarga materna, que pode afetar sua qualidade de vida assim como da criança.
RESUMO (4)
SOBRECARGA E QUALIDADE DE VIDA DE MÃES DE CRIANÇAS COM ERRO INATO DE METABOLISMO (EIM).
Diversos estudos têm descrito o caráter impactante da doença crônica de uma criança na dinâmica familiar, sobretudo com relação à figura materna. O sofrimento da mãe cuidadora toma proporções vultosas, já que nesta situação estão envolvidas, não apenas a rotina estressante de cuidados, mas, sobretudo, a relação, que instintiva ou socialmente construída, liga uma mãe a seu filho. O presente estudo teve como objetivo geral avaliar a sobrecarga emocional vivenciada e a qualidade de vida das mães/cuidadoras. Para tanto este estudo contou com 21 mães de crianças portadoras de EIMs, com envolvimento neurológico grave, acompanhados no Ambulatório de EIM do HCFMRP-USP, de ambos os sexos, com idade até 10 anos, cuja manifestação da doença se deu até os 3 anos de idade da criança e, há, pelo menos, 2 anos. A coleta de dados foi realizada em um encontro com cada participante, na seguinte seqüência: entrevista, aplicação do WHOQOL-Bref e a seguir da Burden Interview. Os dados foram analisados de acordo com as normas dos instrumentos. Constatou-se intenso sofrimento, vivenciado pelas mães, em decorrência do adoecimento da criança e de sua dependência, da possibilidade de morte, incerteza quanto ao desenvolvimento do filho e preconceito das outras pessoas. A satisfação com relação à própria qualidade de vida, mostrou-se baixa em todos os domínios avaliados pelo instrumento (físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente), sobretudo no âmbito dos relacionamentos sociais. Os índices de sobrecarga encontram-se na faixa entre leve e moderada.Pode-se concluir quão dinâmica e conflitiva se faz a vivência de maternidade no contexto de adoecimento da criança por EIM, remetendo a importância do desenvolvimento de intervenções terapêuticas sensíveis às características e necessidades específicas desta população, bem como a colaboração para o desenvolvimento de serviços de saúde mais preparados para lidar com as famílias destas crianças e, mais especificamente, com suas mães.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Validação e Normatização de Instrumentos para Avaliação em Psicologia Positiva no Brasil
A Psicologia moderna inicia sua trajetória como uma ciência que visava estudar a mente, sua estrutura ou funcionamento, mas rapidamente se tornou uma ciência voltada para lidar com transtornos, dificuldades e sofrimento mental. Em conseqüência, os modelos que surgem para explicar o funcionamento humano foram modelos de doença. A fraqueza tem prioridade sobre a força e a capacidade humana de viver uma vida plena e feliz. A Psicologia Positiva surge como uma alternativa, propondo que o foco deve mudar da ênfase em consertar as piores coisas da vida para construir as melhores qualidades da vida (Seligman, 2005). Essa nova perspectiva começa a se desenvolver em 1980 e, na última década teve grande impacto na prática psicológica. O presente trabalho fará uma apresentação dos avanços na adaptação, validação e normatização de instrumentos para a avaliação em psicologia positiva, com aplicações nas mais variadas áreas. São instrumentos para avaliar Bem-estar subjetivo (satisfação de vida e afetos positivos e negativos), esperança cognitiva e disposicional, otimismo, autoestima e autoeficácia.
RESUMO (2)
Otimismo e criatividade: Elementos facilitadores do sentido de destino positivo
A criatividade pode ser definida como um processo de solução de problemas, sejam estes de cunho pessoal ou profissional. Neste sentido, a criatividade sempre supõe uma atitude otimista ao propor que todo problema tem uma solução, ou melhor, várias soluções, que podem ser encontradas ao se estimular o pensamento divergente. A pessoa criativa pode ser caracterizada, portanto, como estando aberta às novas ideias, denotando o seu otimismo, ao buscar soluções novas ou originais para as situações que se apresentam, expressando assim sua esperança na superação dos obstáculos encontrados ao invés de da resignação. As comparações entre os resultados da escala de Estilos de Pensar e Criar de Wechsler com os fatores da Bateria Fatorial de Personalidade de Nunes, Hutz e Nunes, têm demonstrado relações significativas e positivas entre os elementos que indicam criatividade e os fatores relacionados com o bem estar subjetivo. O estilo de pensar Inconformista-Inovador tem estado relacionado (p≤0,05) com a Busca por Novidades, o estilo Emocional-Intuitivo e o Relacional-Divergente com o fator de Competência, além deste último também se encontrar relacionado com Abertura às Novas Idéias (p≤0,02) Um estudo de caso exemplificando a relação entre criatividade verbal e bem estar subjetivo será apresentado. Assim sendo, os resultados indicam que a criatividade facilita a saúde mental e permite conseguir realizações que contribuem para o sentido de destino positivo.
RESUMO (3)
Criatividade e Motivação: Uma Relação Necessária
Estudos sobre criatividade realizados nas últimas duas décadas têm analisado a influência da motivação no processo criativo. Evidências empíricas e relatos autobiográficos sugerem que o trabalho criativo requer um alto nível de motivação. Para muitos pesquisadores, é a mola mestra que leva o indivíduo a se dedicar e a se envolver no trabalho com prazer e dedicação. Dois tipos de motivação - intrínseca (o indivíduo que se engaja em uma determinada atividade por vontade própria porque ele a percebe como interessante e desafiadora) e extrínseca (o envolvimento do indivíduo em uma atividade se deve a uma recompensa ou reconhecimento externo a ser recebido ao final do cumprimento da tarefa) - estão frequentemente em interação, combinando-se mutuamente para fortalecer a criatividade. As pessoas criativas são apaixonadas pelo trabalho, mas são também extremamente objetivas em relação a ele. Sem a paixão, o indivíduo logo perde o interesse pela tarefa. Sem objetividade, o trabalho pode perder a credibilidade. O desafio está em encontrar um ponto de equilíbrio entre esses extremos. Alguns estudiosos associam ainda motivação ao conceito de flow, fluir em português, que diz respeito a um estado de concentração profundo e prazer pleno em estar envolvido na atividade em execução. É importante destacar, contudo, que um ambiente social estimulador é vital para o desenvolvimento não só de atitudes e habilidades, como também de motivações. Um ambiente desfavorável não oferece o suporte adequado para que o indivíduo encontre um estado de flow necessário para a realização criativa. Nesta apresentação serão discutidos modelos teóricos e resultados de estudos acerca da relação entre criatividade e motivação.
RESUMO (4)
Medindo Gratidão como Dimensão Positiva do Bem-estar Subjetivo: Evidências de Validade de Construto do QG-6
A gratidão é um elemento central no conceito de bem-estar subjetivo, porém este construto tem recebido pouca atenção no Brasil. Esta comunicação tem como objetivo apresentar uma medida abreviada de gratidão, reunindo evidências de sua validade de construto (validades fatorial e critério e consistência interna). Dois estudos foram realizados. O Estudo 1 teve lugar em João Pessoa (PB), contando com a participação de 314 estudantes universitários de sete cursos, com idade média de 21 anos, a maioria do sexo feminino (74,5%), os quais responderam o Questionário de Gratidão (QG-6) e perguntas demográficas (e.g., sexo, idade). Os resultados de uma análise de componentes principais indicou uma estrutura unifatorial, explicando 38% da variância total (alfa de Cronbach, α = 0,63). O Estudo 2 contou com a participação de 1007 estudantes universitário de seis capitais (Goiânia, João Pessoa, Macapá, Porto Alegre, Teresina e Vitória), apresentando idade média de 23 anos, sendo a maioria do sexo masculino. Estes responderam, além do QG-6 (α = 0,74), medidas de sentido de vida (vazio, realização e desespero existenciais) e ideação suicida (atração e repulsa pela vida). Coerentemente, pessoas que pontuaram alto em gratidão o fizeram também em realização existencial (r = 0,51, p < 0,001) e atração pela vida (r = 0,49, p < 0,001), padrão que foi contrário ao observado para o vazio e o desespero existenciais (r = -0,51 e -0,48, respectivamente p < 0,001 para ambos), assim como em relação à repulsa pela vida (r = -0,48, p < 0,001). Concluiu-se que os achados apoiaram as evidências psicométricas de validades (fatorial e critério) e precisão (consistência interna) do QG-6 no contexto brasileiro, podendo ser empregado em pesquisas futuras. Além disso, ficou evidente a importância do construto gratidão para compreender dimensões do bem-estar subjetivo, a exemplo de sentido de vida e, em oposição, a ideação suicida.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
AVALIANDO A PSICOPATIA: ESTUDO PRELIMINAR DE ADAPTAÇÃO DAS ESCALAS HARE P-SCAN E PSYCHOPATHY CHECKLIST SCREENING VERSION
O presente estudo teve como propósito a avaliação de duas das medidas de triagem da psicopatia mais utilizadas em todo o mundo: Hare PsychopathySCAN Research Version (PScan) e Psychopathy Checklist: Sreening Version (PCL:SV). Especificamente, buscou-se realizar tradução da P-Scan e adaptação dos dois instrumentos, verificar o poder discriminativo de seus itens, bem como sua consistência interna, além da correlação existente entre os dois instrumentos e a concordância entre a reposta dos dois avaliadores (ICC), no caso da PCL-SV. Participaram 50 estudantes universitários, a maioria do sexo feminino (70%), solteira (96%), distribuída entre os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Biblioteconomia, Ciências Sociais, Direito, Economia, Enfermagem, Engenharia de Pesca, Engenharia Mecânica, Estatística, Finanças, Letras, Medicina, Pedagogia, Psicologia e Secretariado. Estes apresentaram idade média de 21,4 anos (dp = 3,56, amplitude de 18 a 36) e responderam a uma entrevista semiestruturada, realizada por dois avaliadores, que foi utilizada para a pontuação da PCL-SV. A entrevista foi desenvolvida tendo como base os procedimentos utilizados para pontuação da Psychopathy Checklist Revised PCL-R, uma vez que a literatura acerca da temática aponta as duas como altamente correlacionadas. Além da entrevista, os participantes responderam à adaptação da Hare PsychopathySCAN Research Version, à Escala de Desejabilidade Social de Marlowe-Crowne, e ainda a perguntas sociobiodemográficas. Os resultados do estudo apoiaram parcialmente a adequação psicométrica das medidas. Além disso, verificou-se correlação positiva entre os dois instrumentos estudados. Considera-se que os objetivos da pesquisa foram atingidos, configurando-se como um passo importante para o estudo da psicopatia no Brasil. Em relação à adaptação dos instrumentos, confia-se, embora não seja definitiva, foi satisfatoriamente alcançada. Os resultados foram discutidos à luz da literatura e pesquisas futuras foram sugeridas.
RESUMO (2)
MEDIDA IMPLÍCITA DE PSICOPATIA: ELABORAÇÃO E EVIDÊNCIAS DE VALIDADE CONVERGENTE
A presente comunicação tem como objetivo apresentar a Medida Implícita de Psicopatia (MIP), que pode ser respondida em ambiente virtual (online) ou diretamente no computador. Compreende um conjunto de dez imagens, igualmente distribuídas em cenas de amor (carinho, afeto) e catástrofe (acidente, assassinato), e palavras positivas (lindo, apaixonante, empolgante, estimulante e sensacional) e negativas (lamentável, patético, deplorável, repugnante e nojento). Procura-se avaliar o tempo de reação com que as pessoas associam as palavras positivas e negativas com as imagens, computando para isso medidas de tempos de congruência e incongruência, escores convencional e D. Um grupo de 225 pessoas participaram do estudo, sendo a maioria do sexo feminino (76,4%), com idades variando de 18 a 61 anos (m = 27,1, dp = 8,87). Estes responderam a MIP, a Medida Triárquica de Psicopatia (TriMP) e perguntas demográficas, que foram disponibilizadas na internet durante um mês. Os resultados sugerem que esta pode ser uma medida adequada de psicopatia, apresentando evidências de validade convergente com a TriMP. Destaca-se sua natureza implícita, que a faz menos influenciada pela desejabilidade social do que as medidas explícitas, tipo lápis e papel, e assegura, presumivelmente, acessar conteúdos inconscientes ou não intencionais, favorecendo medir este traço de personalidade de forma menos evidente. Conclui-se, portanto, que a MIP é uma medida promissora, podendo ser empregada juntamente com instrumentos de autorrelato para ter uma avaliação mais completa e mapear pessoas que possam mostrar traços de psicopatia. Entretanto, reconhece-se a necessidade de ampliar a amostra, procurando incluir mais indivíduos do sexo masculino e aqueles envolvidos em condutas socialmente desviantes, que são mais propensos a apresentar comportamentos reveladores de psicopatia.
RESUMO (3)
PSICOPATIA: TAXON OU DIMENSÃO?
Carolus Linnaeus inventou, no Século XVIII, um sistema taxonômico que permitiu a classificação de todos os seres vivos de acordo com a presença ou ausência de determinadas características constitutivas. Em uma extensão a esse sistema, diversos autores buscaram descrever a psicopatologia e a saúde mental em termos de categorias às quais seria possível alocar todos os indivíduos da população. Em muitas perspectivas teóricas, a psicopatia tem sido considerada, explícita ou implicitamente, como uma taxon, ou seja, uma categoria não-arbitrária de indivíduos qualitativamente distintos dos demais. No entanto, nem sempre concepções taxônicas da psicopatia têm sido embasadas em resultados empíricos - em parte, em função da crença de que a questão é apenas filosófica e envolve premissas não diretamente testáveis. Em contraste, Paul Meehl desenvolveu um método estatístico, a análise taxométrica, capaz de viabilizar o teste empírico de se uma variável psicológica se ajusta mais a um modelo taxônico (diferenças qualitativas entre os indivíduos dentro e fora da taxon) ou dimensional (diferenças quantitativas entre todos os indivíduos). Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é revisar estudos prévios, bem como apresentar novas evidências taxométricas que sugerem ser a psicopatia uma variável dimensional e não taxônica ou categórica. Em conjunto, os resultados empíricos, até o momento, não autorizam o uso do termo psicopata como denotando a pertença a uma categoria não-arbitrariamente definida de indivíduos.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
PRÁTICAS E DISCUSSÕES SOBRE TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA INFORMATIZADA NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL.
O contexto organizacional, dentre outros relacionados às práticas em psicologia, tem se mostrado com uma dinamicidade típica dos dias atuais, tanto pela sua velocidade de mudanças, quanto pelos avanços em recursos tecnológicos. Avaliações de diferentes fenômenos psicológicos em variadas áreas de intervenção no trabalho (cultura e clima, desempenho, satisfação, qualidade de vida, percepções diversas, etc) estão sendo rediscutidas, movidas por uma demanda sem precedente na sociedade. Alinhada a esse momento, as técnicas de mensuração informatizadas tornam-se imperiosa. Processos seletivos, por exemplo, necessitam de maior agilidade, praticidade e confiabilidade. Fundamentalmente atrelados ao paradigma presencial das entrevistas e dinâmicas de grupo, as práticas em seleção de pessoas têm negligenciado os recursos conquistados com a informática. Muito mais do que velocidade e automatização dos sistemas, os instrumentos ganharam, com as linguagens computadorizadas e sobretudo a internet, um aliado estratégico na gestão de pessoas. Com modelos estatísticos altamente complexos para verificação dos parâmetros psicométricos de validade e fidedignidade, os chamados testes on-line ou off-line despontam no mercado internacional com grande força. Esse trabalho visa expor os próximos desafios, avanços conquistados, as atuais ferramentas disponíveis para os psicólogos e reflexões sobre vantagens e desvantagens desse modelo. Serão apresentados dados quantitativos sobre uso das ferramentas no Brasil, preferências, além de tendências mundiais percebidas nas empresas e nos últimos congressos internacionais de avaliação psicológicas. Propõe-se ainda uma discussão sobre os perigos éticos e legais que envolvem, em grande escala, o uso empresarial de instrumentos on-line não avaliados ou mesmo já avaliados e não aprovados pelo Conselho Federal de Psicologia. Serão apresentados dados sobre o uso de técnicas não autorizadas para a categoria, já constantes na lista de testes do SATEPSI. Por fim, pretende-se com o trabalho um avanço qualitativo nas práticas psicológicas em organizações, gerando confiabilidade e cientificidade na relação da psicologia com a sociedade.
RESUMO (2)
HUMANGUIDE: AVALIAÇÃO DO PERFIL MOTIVACIONAL EM CONTEXTO ORGANIZACIONAL.
O HumanGuide® é um instrumento de avaliação psicológica on-line desenvolvido para contexto organizacional na Suécia. Baseado na teoria de Leopold Szondi e no Teste de Fotos de Profissões (BBT), o teste é composto por 72 itens distribuídos em nove páginas eletrônicas, com aplicação não presencial, no formato de escolha forçada das respostas. Disposto em oito fatores de necessidades pulsionais: Sensibilidade (princípio feminino, diplomático, receptivo, compreensivo); Força (princípio masculino, competitivo, determinado, motriz); Qualidade (princípio ético, compromisso com a vida, consciencioso, perseverante); Exposição (preocupação com a imagem de uma maneira geral, carismático, sagaz); Estrutura (princípio da realidade, necessidade de ter controle, disciplinado, prudente); Imaginação (princípio subjetivo, versátil, flexível, criativo); Estabilidade (necessidade de conservar, dar continuidade e de manter a segurança do que é conhecido, cauteloso); e Contatos (oralidade, sociabilidade, comunicativo, espontâneo). O resultado é obtido também por meio de um sistema de avaliação totalmente informatizado e apresentado sob a forma de gráfico de barras e um texto, editável, descritivo das principais tendências do avaliado. O gráfico de barras identifica visualmente o jogo de força das tendências do indivíduo, ou seja, o dinamismo intrapessoal das necessidades pulsionais. A plataforma on-line do HumanGuide®, cuja base de dados ultrapassou a marca de 20.000 respondentes, com idade entre 18 e 69, configura-se como um recurso útil no recrutamento de seleção, desenvolvimento de equipes, coaching e gestão estratégica de pessoas, atendendo a necessidade do mercado de dispor de uma ferramenta que proporcione uma resposta rápida, inovadora e econômica para dar suporte aos processos organizacionais. O banco de dados, no estudo de validade foi composto de 826 participantes com 15 a 60 anos (51,8% homens). Em 2011, com 2.142, de 15 a 85 anos (44,9% mulheres). Já 2013, 19.690, destes 15.000 candidatos ao processo seletivo de uma empresa de grande porte (61% homens), de 18 a 60 anos.
RESUMO (3)
APLICABILIDADE DE ANÁLISES ESTATÍSTICAS EM RECRUTAMENTO, SELEÇÃO E PLANEJAMENTO DE CARREIRA.
Em período de praticamente pleno emprego e escassez de mão de obra qualificada, a retenção de talentos nas empresas adquiriu relevância estratégica. Um dos aspectos valorizados pelos jovens profissionais da `Geração Y` diz respeito à possibilidade de obter realização pessoal e satisfação no exercício da atividade profissional, muitas vezes atribuída à sintonia da demanda ocupacional com o seu perfil motivacional. Os profissionais que atuam em Recursos Humanos, tanto na esfera pública, como no setor privado, buscam aferir o perfil dos profissionais e, também, traçar um perfil geral por grupo, visando a subsidiar a alocação deles em funções e projetos mais adequados às suas tendências e preferências comportamentais. Trata-se da introdução da prática de alocação inteligente de pessoal, a partir do levantamento do perfil profissional de candidatos e funcionários, e das competências e do nível de complexidade requeridos. A correlação de características de personalidade com outras medidas e indicadores de desempenho visa não só aumentar a validade preditiva dos processos de recrutamento e seleção, mas, também, fornecer subsídios para o planejamento da carreira dentro da organização. Este trabalho pretende apresentar a aplicabilidade de análises estatísticas e estudos de correlação no processo de recrutamento e seleção, por meio de um projeto realizado em uma empresa de grande porte do setor de bebidas. Nele o teste HumanGuide foi utilizado como medida da personalidade, associado a um teste de nível mental, dados biográficos e indicadores de desempenho de 280 funcionários. O ponto de partida foi a realização de uma modelagem estatística dos perfis HumanGuide, com o objetivo de definir categorias comportamentais mais abrangentes por meio do método de extração dos componentes principais. O resultado obtido corroborou estudos conduzidos sobre a validade preditiva de métodos de avaliação usados em seleção.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
COR E QUALIDADE FORMAL NO RORSCHACH
O estudo de normas do Rorschach com crianças portuguesas dos 6 aos 10 anos revelou que a frequência mais elevada de FQ ocorria, por ordem decrescente, nos Cartões II, III, VIII, VII, X, IX. O facto de estes cartões, exceptuado o Cartão VII, serem abertos e terem cor suscitou a pergunta sobre se a cor poderia ser causa da menor Qualidade Formal das respostas. Aplicaram-se os Cartões II, III, VIII, IX e X, na versão padrão e numa versão acromática, a dois grupos de 40 crianças de ambos os sexos de 11/12 anos. A garantia intercotadores referente à Qualidade Formal foi expressa em termos de percentagem de acordo e atingiu 91,1%. Os resultados do estudo destes grupos de crianças portuguesas indicam que a cor não pode ser considerada a única ou principal variável responsável pela maior frequência das respostas FQ no Rorschach. Apenas na versão cromática do Cartão III ocorreu uma média de respostas FQ significativamente mais alta do que a obtida com a versão acromática. Os resultados obtidos são analisados e discutidos e formulam-se hipóteses sobre que outro ou outros factores poderão ser responsáveis pela maior frequência de respostas de fraca Qualidade Formal.
RESUMO (2)
PERCEPÇÃO DA COR E PRODUÇÃO DE RESPOSTAS AO RORSCHACH
Estudos anteriores revelaram que a cor constitui um determinante do aumento do número de respostas nos protocolos de adultos, mas não nos de crianças. Neste trabalho, pretende-se mostrar, por um lado, em que período do desenvolvimento ocorre a aquisição daquele efeito e, por outro, postular que a sua ausência nos protocolos de crianças se deve ao facto de o desenvolvimento da percepção, designadamente da integração da cor na percepção ainda se não encontrar concluída. Com este objectivo apresentam-se os resultados obtidos com a aplicação dos cartões VIII, IX e X, nas suas versões cromática e acromática, a dois grupos: um de crianças de 11/12 anos e outro de adolescentes de 15/16 anos. Os resultados obtidos mostram que, no primeiro grupo, não ocorrem diferenças significativas entre as médias de respostas obtidas nas duas versões, o que se verifica no segundo grupo. Este dado permite afirmar que, aos 15/16 anos, a cor adquire o efeito de aumentar a produção de respostas, dado que não se observa no grupo de 11/12 anos. A partir da análise da natureza do estímulo cor, numa perspectiva desenvolvimental, o autor procura mostrar como a insuficiência do processo perceptivo cromático pode ser responsável por tal ausência.
RESUMO (3)
ARTICULAÇÃO DAS PROBLEMÁTICAS SOLICITADAS PELO RORSCHACH E TAT
A compreensão do modo de funcionamento psíquico de um sujeito deve passar pela articulação dos dados obtidos por meio das diversas técnicas utilizadas pelo psicólogo clínico. Durante e após a coleta de informações, o psicólogo deve estar atento às possíveis articulações dos dados. A complexidade dessa tarefa exige adequado conhecimento e contínuo aprimoramento técnico-científico do profissional de Psicologia, bem como carrega, indubitavelmente, a experiência e a personalidade do clínico, constituindo-se em condições inerentes aos processos de avaliação psicológica, sobretudo no tocante à avaliação da personalidade. O presente trabalho objetiva apresentar algumas articulações teóricas e técnicas que devem ser empreendidas para compreensão da dinâmica e do modo de funcionamento psíquico de um sujeito face às diferentes características de dois métodos projetivos de avaliação da personalidade, a saber: o Rorschach e o TAT, a partir do referencial da Escola de Paris. Nesse trabalho pretende-se expor como podem ser pensadas as problemáticas estimuladas pelas duas provas projetivas Rorschach e TAT, assim como a confrontação das duas provas permite uma relação sutil e harmônica entre seus indicadores técnicos, de um lado apoiando o diagnóstico por uma dupla argumentação, de outro, estimulando uma dinâmica amplamente oferecida por seus materiais, os quais desencadeiam experiências e condutas psíquicas variadas, naturalmente exploradas pelos indivíduos ao responder aos instrumentos, permitindo a projeção e a expressão de suas características pessoais e marcadores de sua personalidade.
RESUMO (4)
ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE NO MÉTODO DE RORSCHACH EM ADULTOS REAVALIADOS APÓS 15 ANOS
Investigações que buscam examinar a estabilidade de indicadores advindos de métodos projetivos de avaliação psicológica são associadas a sinais relativos à estrutura da personalidade, sobretudo no tocante ao Método de Rorschach. Trata-se de premissa técnica, no entanto, pouco demonstrada empiricamente. O exame da estabilidade de resultados, com longos intervalos de tempo, promove a confiança nos próprios indicadores, apontando evidências de validade e de precisão sobre o próprio construto em exame. Nesse contexto, o presente trabalho verificou a estabilidade de índices de produtividade (número total de respostas, número de respostas adicionais, número de recusas e número de denegações) ao Método de Rorschach (Escola Francesa) de adultos não-pacientes, reavaliados após 15 anos. Compuseram a presente amostra 70 indivíduos de 34 a 67 anos (idade na segunda avaliação), do interior do Estado de São Paulo, de ambos os sexos, com vários níveis de escolaridade e origem sociocultural, avaliados pelo Método de Rorschach em 1997 e reavaliados em 2012. Os resultados apontaram expressiva estabilidade nos indicadores de produtividade da Escola Francesa do Rorschach, mesmo após grande intervalo de tempo (aproximadamente de 15 anos) e diferentes examinadores. Pode-se compreender que as proporções de diferentes tipos de respostas dadas a esse método projetivo, na Escola Francesa, tendem a apontar sinais bastante estáveis ao longo do tempo, informando sobre características estruturais desses indivíduos avaliados, provavelmente relacionadas a sua capacidade produtiva e interpretativa da realidade, segundo o referencial teórico adotado. Dessa forma, apresentam-se evidências empíricas de validade da Escola Francesa do Rorschach no contexto do Brasil, fortalecendo possibilidades de seu adequado uso em processos de avaliação psicológica (FAPESP).
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Contribuições da Avaliação Psicológica para o diagnóstico do TDAH: Uma revisão na Literatura Nacional
O DSM-IV apresenta o TDAH sendo passível de ser encontrado em crianças, adolescentes e adultos, em três manifestações: pouca atenção; alta hiperatividade/impulsividade; ou combinação de ambos. Sua prevalência pode chegar a 20%, mais comum no sexo masculino. Os sintomas podem comprometer a vida acadêmica, social e familiar do sujeito. O TDAH se popularizou nos últimos anos, mas seu diagnóstico exige cuidado. Sabe-se que a avaliação psicológica, aliada à experiência clínica, dados do exame clínico, entrevistas e questionários para pais e professores, contribuem para facilitação do diagnóstico. É importante conhecer a literatura científica nacional acerca da avaliação psicológica no TDAH. Esse estudo objetiva realizar uma revisão sistemática na literatura, utilizando para isso artigos nacionais disponíveis virtualmente nos bancos de dados PePSIC, SciELO e LILACS, consultados através da BVS-Psi, publicados entre 2001 e 2012. Utilizou-se o descritor fixo TDAH combinado com os descritores psicologia, neuropsicologia, avaliação psicológica e avaliação neuropsicológica. Ao final, analisou-se 21 artigos, quanto ao número de estudos que utilizaram testes psicológicos para auxiliar no diagnóstico; quais testes foram mais utilizados; e a quantidade, gênero e idade das amostras utilizadas nos estudos. Os resultados mostraram que os testes psicológicos, associados com outras técnicas, são instrumentos úteis e eficazes para o diagnóstico de TDAH. Além disso, os testes mais citados foram o WISC-III, Wisconsin e Figuras Complexas de Rey. Percebeu-se que não há muitos estudos sobre a personalidade de sujeitos com TDAH. A maior parte dos estudos utilizaram amostras com menos de 50 participantes, sendo a maioria do sexo masculino e com idade até 15 anos. Ao traçar um perfil da produção científica, foi possível analisar aspectos, dimensões e contextos que vêm sendo destacados nas pesquisas, permitindo ampliação do conhecimento e fornecendo subsídios para delinear novos estudos sobre TDAH.
RESUMO (2)
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: Discrepâncias entre o falar e o fazer
Conhecer algumas características de portadores de TDAH em testes psicológicos é importante para que se tenha subsídios contribuintes para um diagnóstico mais rápido e eficaz. Habilidades práxicas referem-se à capacidade de se realizar atividades articuladas, e habilidades verbais à capacidade de compreender instruções e expressar ideias. O potencial de falar e de fazer pode ser aferido pela Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC-III), pelo resultado dos QI Verbal e QI de Execução. O teste é indicado para avaliar capacidade intelectual de crianças entre 6 anos e 16 anos e 11 meses. Discute-se na literatura sobre as habilidades do sujeito com TDAH: alguns dados se referem à maiores habilidades práxicas, outros à maiores habilidades verbais. Considerando a compreensão do TDAH para delinear a intervenção, este trabalho busca dados que norteiem um possível perfil neuropsicológico de uma amostra diagnosticada com este transtorno, de acordo com o resultado dos QIs verbal e práxico no WISC-III. Trata-se um estudo de metanálise de prontuários do banco de dados do serviço especializado em avaliação neuropsicológica (n=250) do Centro de Pesquisas e Práticas Psicológicas (CEPSI) e da Clínica Escola Vida (CEV) da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO); selecionou-se protocolos com Impressão Diagnóstica de TDAH, analisou-se o WISC-III desses sujeitos. Procedeu-se uma análise estatística dos resultados dos QIs Verbal e de Execução. A média do QIV se mostrou significativamente superior a do QIE (QIV = 105,5; QIE = 94,7). Este desempenho pode ser atribuído a maior facilidade em lidar com atividades com instruções auditivas e respostas verbais (provas verbais). Dificuldades no planejamento e no controle da motricidade podem explicar o resultado no QI de execução. Os resultados podem ser explicados pela clínica do TDAH. A despeito da hiperatividade presente nos casos, a efetividade de ação não acompanha a velocidade do pensamento.
RESUMO (3)
Análise do Teste de Rorschach (SC) em pacientes com TDAH
São raras as pesquisas que utilizam testes projetivos para avaliação do TDAH, buscando encontrar características comuns. Informações sobre essas características podem contribuir tanto para o diagnóstico quanto para o delineamento do tratamento mais adequado para os sujeitos. O objetivo desse estudo foi analisar o desempenho no teste de Rorschach (Sistema Compreensivo) de três sujeitos do sexo masculino com diagnóstico de TDAH, sendo que apenas um estava sob efeito de medicação quando realizou o teste. Foi possível realizar as seguintes análises sobre os casos: a) o número de respostas inferior a 15, demonstrando menor potencial produtivo dos sujeitos; b) quantidade elevada de respostas globais (W) e diminuída de detalhes comuns (D), o que sugere dificuldades de objetividade e praticidade na realização das atividades; c) quantidade reduzida de respostas com qualidade evolutiva sintetizada (DQ+), mostrando boa capacidade intelectual; d) presença de mais de três determinantes de movimento animal (FM), que estão ligados à ideações não deliberadas; e) conteúdos mórbidos (MOR), podendo apontar para ideações mais pessimistas; f) quantidade de até 2 conteúdos que envolvem figuras humanas inteiras (H) e números elevados de detalhes humanos e para humanos (Hd, (Hd)), apontando para dificuldades na percepção adequada de si mesmo e do outro; g) o tempo de realização do teste foi de até 60 minutos, podendo demonstrar ansiedade ou dificuldade de se manter atento em uma tarefa. Além disso, foi observado que durante a aplicação do teste, os sujeitos demonstraram facilidade na expressão verbal tanto na fase de respostas quanto na fase do inquérito. Entretanto, apresentavam dificuldades em se manter concentrados na tarefa, mexendo-se muito na cadeira, conversando sobre outros assuntos, pedindo para sair da sala e perguntando recorrentemente se estava próximo o término da tarefa. Percebeu-se que, apesar das peculiaridades de cada caso, há características semelhantes aos três.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Aplicação da TRI em um instrumento para avaliação de características patológicas da personalidade
É crescente o uso dos modelos matemáticos com base na Teoria de Resposta ao Item para o desenvolvimento, verificação das propriedades psicométricas e revisão de instrumentos psicológicos. Apesar disso, somente nos últimos anos esses modelos começaram a ser sistematicamente aplicados para os casos de testes avaliando construtos que não implicam habilidades cognitivas. Exemplo disso é aplicação da TRI para instrumentos que avaliam características da personalidade. Este trabalho tem como objetivo apresentar as vantagens e possibilidades de uso de um modelo específico com base na TRI, o modelo de Rasch, para o desenvolvimento e verificação das propriedades de instrumentos que avaliam a personalidade. Para tanto, serão utilizadas análises realizadas com o Inventário Dimensional Clínico da Personalidade (IDCP). Espera-se que a apresentação contribua para o conhecimento das possibilidades de uso da TRI em instrumento de personalidade, além de fomentar a discussão na área da avaliação de características patológicas da personalidade e análises utilizadas para esse fim.
RESUMO (2)
Revisão psicométrica do Inventário Fatorial de Personalidade utilizando Modelo de Rasch
Este trabalho teve como objetivo realizar uma revisão psicométrica do Inventário Fatorial de Personalidade (IFP) visando a verificação, com base no modelo de Rasch e também em análises clássicas, da estabilidade dos fatores originais. Foram participantes deste estudo 3.889 pessoas, selecionadas aleatoriamente a partir de um banco de dados formado pelas correções informatizadas do IFP realizadas entre 2010 e 2012. Somente entraram na seleção pessoas que autorizaram ou que tiveram a autorização por parte de um responsável para uso de seus dados mediante concordância com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Do total, 46,6% eram homens e 53,4%, mulheres. As idades variaram entre 14 e 86 anos, com média de 31,29 anos. Havia representantes de todos os estados brasileiros, sendo que procurou-se organizar tal distribuição de acordo com a porcentagem de habitantes brasileiros em cada uma das cinco regiões. Assim, os dados foram submetidos à análise de Rasch por fator, de acordo com a configuração original do IFP, exceto as escalas de validade e desejabilidade social. Inicialmente, foram realizadas análises de dimensionalidade de cada fator pelo modelo de Rasch, bem como a verificação de índices de infit e outfit de cada item e de correlação item-total. Adicionalmente, também foi verificada a consistência interna de cada fator, por meio de Alfa de Cronbach. O fator Heterossexualidade foi retirado a priori, por aspectos legais. Os resultados indicaram a retirada de alguns itens e até mesmo de um fator completo, qual seja, Denegação, cujos itens ficaram aquém dos critérios previamente estabelecidos. Em todos os fatores foi observada a unidimensionalidade. Dentre os fatores que permaneceram, em cinco não se observou necessidade de exclusões, sendo que Agressão foi o que conservou a menor quantidade de itens, com cinco no total. Com essas alterações, foi sugerida uma nova versão do IFP, com 13 fatores e 100 itens, com impactos na interpretação dos instrumento mas conservando-se boas características psicométricas.
RESUMO (3)
Utilização da TRI para criação da versão adaptativa de um teste de inteligência emocional
Uma nova área na construção de testes vem se desenvolvendo nos últimos anos, que é a testagem adaptativa informatizada. Tal procedimento utiliza certos parâmetros psicométricos para a composição de testes que se adequam de acordo com a capacidade da pessoa sendo avaliada. Esses parâmetros tratam-se principalmente das dificuldades dos itens e seus erros de medida, avaliados por meio da Teoria de Resposta ao Item (TRI). Os parâmetros de diversos itens são armazenados em um banco de dados em quantidade suficiente para que haja vários itens com dificuldades próximas, percorrendo uma extensa faixa do construto. Uma vez que a capacidade da pessoa avaliada está diretamente relacionada com a dificuldade dos itens que ela responde, a cada acerto ou erro o computador pode calcular qual o próximo item a ser apresentado, até que se atinja um critério estabelecido de término do teste. Entre os benefícios que esse procedimento apresenta estão: diminuição da quantidade total de itens que um indivíduo responde; adaptação da prova à capacidade da pessoa, fazendo com que seja mais adequada ao seu nível no construto; rotatividade de itens, evitando a divulgação ilegal do teste ou memorização de respostas. Esta apresentação pretende utilizar o Teste Informatizado de Percepção de Emoções (PEP) como exemplo das etapas desse processo. O construto avaliado por esse instrumento é a capacidade de reconhecer oito tipos de expressões emocionais em rostos, e está subdividido em três fatores: emoções positivas, negativas e apreciativas. Os estudos com o instrumento utilizando TRI permitiram conhecimento dos parâmetros psicométricos e ampliação do banco de dados, com finalidade de desenvolver a versão adaptativa. Serão mostrados os procedimentos e etapas necessárias para atingir esse fim.
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TRABALHOS DA MESA REDONDA RESUMO (1)
Análise da subescala Neuroticimo da BFP em atletas do Programa Rumo ao Pódio Olímpico
Este estudo objetivou investigar a aplicação da subescala Neuroticismo, da Bateria Fatorial de Personalidade (BFP), na identificação de traços de personalidade de jovens atletas. Participaram 237 jovens integrantes de um processo seletivo para compor a equipe de atletas do Programa Rumo ao Pódio Olímpico (PRPO), voltado ao desenvolvimento de atletas de alto rendimento do atletismo. A aplicação do teste ocorreu na penúltima fase da seletiva, da qual formou-se também um grupo de 50 atletas. Após um mês de treinamento e avaliações, a equipe técnica selecionou 30 atletas que efetivamente integram a equipe do PRPO. No que se refere à precisão da subescala Neuroticismo, verificou-se um coeficiente alfa de Cronbach satisfatório, assim como nas facetas. Em relação às respostas dos participantes, os resultados apontaram que o grupo de atletas apresentou médias menores em Neuroticismo em comparação ao grupo geral de padronização do manual da BFP, assim como também em relação às facetas: Vulnerabilidade ao sofrimento, Instabilidade e Passividade. Já em relação à faceta Depressão, os resultados dos atletas foi mais elevado comparado com a amostra geral do manual. Em relação às diferenças entre os grupos de atletas, realizou-se o teste t de Student, e observou-se que as respostas do grupo de 50 atletas remanescentes na penúltima fase da seletiva foram significativamente menores em relação às respostas dos demais jovens. Quando comparadas as respostas do grupo de 30 atletas do Programa com os outros jovens participantes da seletiva, os resultados apontaram que o grupo do PRPO apresenta médias significativamente menores em relação ao fator Neuroticismo e também em relação às facetas Instabilidade Emocional e Depressão. A continuidade da aplicação desse instrumento a outros atletas de alto rendimento do atletismo permitirá identificar o perfil psicológico de atletas dessa modalidade, indicando aos profissionais que trabalham com esses jovens aspectos que precisam ser desenvolvidos.
RESUMO (2)
Investigação da Bateria Fatorial de Personalidade (BFP) em uma modalidade de atletas olímpicos brasileiros
Entre os temas de amplo interesse no contexto esportivo de alto rendimento está a busca pela avaliação da personalidade dos atletas. No esporte são escassos os instrumentos adaptados para esta realidade na população brasileira, no entanto medidas específicas à situação do esporte podem auxiliar com maior especificidade as medidas de personalidade no contexto esportivo. Esta pesquisa objetivou analisar a aplicação da Bateria Fatorial de Personalidade (BFP) em atletas da seleção brasileira de tênis de mesa. Em relação à fidedignidade da escala verificou-se coeficientes satisfatórios nos fatores e facetas. Foi observado que o grupo de atletas apresentou uma pontuação média próxima a da amostra do manual de padronização da BFP na maior parte dos dados, com exceção da faceta Vulnerabilidade ao sofrimento que apresentou um aumento estatisticamente significativo na média de pontuação do grupo de atletas em relação à amostra geral do manual. O fator Abertura e suas facetas também apresentaram alterações de classificação quando comparados com a amostra do manual, apresentando-se de maneira mais rebaixada neste grupo de atletas. Foram observadas também correlações significativas moderadas e altas entre as facetas, tanto correlações positivas quanto negativas. Tais resultados podem indicar relações entre as facetas e fatores no grupo investigado, e se analisadas com cautela, somadas aos demais dados que compõem o processo de avaliação psicológica dos atletas, podem vir a permitir uma análise inicial do perfil psicológico do esportista desta modalidade específica. Por fim, tais achados indicam a necessidade de mais estudos comparativos entre amostras de normatização em grupos característicos do contexto esportivo, considerando a existência de facetas que apresentam particularidades quando se altera o contexto. Ressalta-se que a avaliação psicológica é um processo dinâmico, no qual a utilização de testes psicológicos é apenas uma parte de todo o processo avaliativo.
RESUMO (3)
Estudos iniciais de construção de uma escala de educação e valores olímpicos
Os Jogos Olímpicos representam uma das atividades de maior visibilidade do contexto esportivo e está contido na história sociocultural da humanidade. Os valores olímpicos funcionam como um código de conduta do Movimento Olímpico e buscam nortear as ações dos envolvidos nas atividades olímpicas, sejam competitivas, administrativas ou voluntárias. Com o objetivo de iniciar estudos para mensurar estas características, foi utilizada a Escala de Valores Olímpicos (EVO), configurada no formato Likert de cinco pontos e composta por 104 itens elaborados com auto-descritores relacionados ao tema educação e valores olímpicos, com base nos escritos teóricos a respeito do tema por Rubio (2009). O instrumento se propõe a medir alguns destes valores, objetivando contribuir para a avaliação da percepção que o sujeito tem a respeito da prática esportiva, cooperando consequentemente para a educação e melhor vivência no ambiente esportivo. A aplicação da escala foi coletiva em 100 sujeitos de modalidades variadas, de ambos os sexos, durante o treino esportivo. O objetivo desta fase da pesquisa foi realizar uma analise fatorial inicial e sugerir o agrupamento fatorial, seleção e exclusão de itens, também objetivando a determinação dos itens que irão compor novos estudos de construção, validação e normatização com o referido instrumento. A partir da análise fatorial conduzida por meio do método dos componentes principais e rotação varimax, evidenciou-se que os itens se agruparam em um número elevado de fatores, porém verificou-se uma organização aceitável inicial de sete fatores. Foram excluídos 34 itens com cargas fatoriais menores que 0,30 a partir dos resultados da analise fatorial, e também os itens que apresentaram melhora na precisão da escala após exclusão de tais itens. A escala final contou com 70 itens. Ressalta-se que se tratam de estudos iniciais e tais achados indicam a necessidade de mais pesquisas com a escala para avaliação do respectivo construto.
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