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VII Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 269-1

Oral / Poster


269-1

A avaliação psicológica na assistência de crianças e adolescentes vítimas de violência: desafios, impasses e propostas de intervenções.

Autores:
Cidiane Vaz1,2,3, Maria do Carmo Cintra de Almeida Prado3, Débora Sampaio1, Denise Tavares2
1 PUC - RIO - Pontifícia Universidade Católica do Rio ( Rua Marquês de São Vicente, 225 - Gávea, Rio de Janeiro RJ), 2 UVA - Universidade Veiga de Almeida (Estrada Perynas - São Cristovao Cabo Frio - RJ), 3 HUPE - Hospital Universitário Pedro Ernesto (Boulevard 28 de Setembro, 77 - Vila Isabel, Rio de Janeiro - RJ)

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Resumo:
Resumo Geral da Mesa

INTRODUÇÃO A assistência a crianças e adolescentes, especialmente aqueles que passaram por circunstâncias de violência, apresenta-se como situação complexa e que requer a participação de vários profissionais. No contexto da assistência, a avaliação psicológica tem se mostrado como grande aliada na compreensão da dinâmica envolvida e no estabelecimento de ações que possam favorecer o desenvolvimento dessas crianças e adolescentes. OBJETIVO Esta mesa tem como objetivo apresentar situações de avaliação psicológica que se deram no contexto da assistência de crianças e adolescentes com história de vitimização e que envolveram desafios ao examinador em termos dos intercâmbios institucionais, da avaliação de crianças extremamente violentas, da assistência às famílias adotantes e das dificuldades no estabelecimento da comunicação e escolha mais adequada dos instrumentos. MÉTODO A fim de ilustrar nossas considerações serão apresentadas situações de avaliação psicológica de crianças com histórico de vitimização, sendo enfatizados os desafios ao psicólogo e as possibilidades de intervenção. RESULTADOS A avaliação psicológica tem se mostrado como importante ferramenta na assistência de crianças vítimas, não apenas auxiliando na compreensão de situações marcadas por sofrimento, medo, insegurança, bem como na proposição de formas de intervenção que favoreçam os cuidados e evitem repetições de situações abusivas. CONSIDERAÇÕES FINAIS No campo da avaliação psicológica, frequentemente surgem situações, que por sua complexidade se apresentam como impasse e desafio ao examinador, exigindo, por parte deste, um manejo bastante delicado. Dentre tais situações encontram-se aquelas que envolvem a assistência à crianças vítimas, nas quais a avaliação psicológica tem sido capaz de oferecer subsídios que possam favorecer as intervenções que venham a ser realizadas.

Resumo Apresentador 1

INTRODUÇÃO Crianças extremamente violentas são bastante difíceis de serem avaliadas psicologicamente: desafiantes, não aceitam limites, têm reduzida tolerância à frustração, pouca disposição a seguir instruções e reagem com muita agressividade. Trata-se de crianças com histórias de vida terríveis e que representam problema sério para a escola, o meio social e a Justiça. Não se sabe como lidar ou o que fazer com elas. A solicitação de avaliação judicial pode se dar a fim de obterem-se subsídios para respaldar uma tomada de decisão junto a tais crianças e suas famílias. OBJETIVO Discutir condutas e técnicas em avaliação psicológica junto a crianças extremamente violentas. Abordar o meio familiar em suas articulações com o social, sobretudo a escola. Expor impasses relativos a recursos disponibilizados para a assistência a essas crianças e suas famílias. MÉTODO Estudo de caso relativo a um menino de 10 anos encaminhado para avaliação psicológica pelo Ministério Público. RESULTADOS Apresentar os desafios relacionais e situacionais no andamento da avaliação psicológica da criança, as conclusões a que se chegou e os novos impasses surgidos a partir da indicação terapêutica. Discutir soluções em termos institucionais e em assistência multiprofissional. CONSIDERAÇÕES FINAIS O prognóstico de crianças extremamente violentas se apresenta bastante restrito: suas histórias de vida envolvem repetidos maus tratos de toda sorte, contínua falta de empatia a suas necessidades afetivas e psíquicas, desassistência e desamparo social, o que se agrava com a pobreza. Desassistidas, têm futuro de risco, em termos de suas próprias vidas ou para a sociedade da qual fazem parte. Trabalhar com elas requer habilitação multiprofissional conjugada e a existência de núcleos assistenciais especializados que viabilizem capacitação continuada e pesquisas para o aprimoramento de técnicas e assistência efetiva a essas crianças e suas famílias.

Resumo Apresentador 2

INTRODUÇÃO As situações que envolvem abusos infantis sejam de cunho sexual, físico ou psíquico, se apresentam como desafio para os profissionais que realizam avaliações psicológicas. Nessas circunstâncias, o silêncio, medo e/ou culpa constituem um grande obstáculo para a comunicação entre a criança e o psicólogo. Diante desta dificuldade, saber que recursos o profissional pode lançar mão para viabilizar ou favorecer a comunicação é fundamental. OBJETIVO O presente trabalho objetiva apresentar reflexões acerca do uso de instrumentos objetivos na avaliação psicológica clínica, bem como seus efeitos, em casos onde há dificuldades de acesso às crianças vitimadas. A escolha e o uso destes instrumentos, não apenas por sua utilidade no levantamento de dados e informações, mas como parte estrutural da comunicação entre criança e psicólogo é essencial. MÉTODO A fim de ilustrar nossas considerações, será apresentada uma situação clínica envolvendo a avaliação Psicodiagnóstica de uma criança vítima, na qual a aplicação do Inventário de Frases de Violência Doméstica (IFVD), um instrumento altamente estruturado, possibilitou a reconfiguração da comunicação e o vínculo entre avaliada e avaliadora e o andamento do processo. RESULTADOS Apesar de os instrumentos projetivos serem tradicionalmente valorizados no psicodiagnóstico, existem situações onde a criança se vê tão prejudicada que o uso de instrumentos menos estruturados podem mobilizar ansiedade, produzindo bloqueios ou a quebra da comunicação entre o profissional e o examinando. Nestas situações, o uso de instrumentos objetivos têm se mostrado bastante apropriado, favorecendo tanto a comunicação, quanto o entendimento do caso. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estabelecimento da comunicação é fundamental no psicodiagnóstico. Contudo, em alguns casos envolvendo violência e abuso sexual pode ser muito difícil para o paciente se utilizar de recursos menos estruturados como própria entrevista lúdica ou os testes projetivos. Assim, a escolha dos instrumentos mais adequados coloca-se como desafio para o examinador.

Resumo Apresentador 3

INTRODUÇÃO A adoção é o ato jurídico pelo qual se recebe em uma família, na qualidade de filho, pessoa a ela estranha. Foi instituída, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, como recurso às situações nas quais ficam esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa. A adoção constitui-se como tarefa complexa que envolve muitas expectativas e idealizações por parte dos pais adotantes que, quando são confrontadas com a realidade, favorecem o surgimento de dificuldades e fantasias de cunho persecutório. Apesar de os impasses dizerem respeito à própria adoção, é muito frequente que a criança se torne a depositária daquilo que não vai bem, repetindo-se com a nova família situações de vitimização. OBJETIVO Neste trabalho pretendemos abordar as demandas de avaliação psicológica solicitadas após a adoção, enfatizando o papel do examinador, as expectativas dos pais sobre a avaliação e as possibilidades de intervenção. MÉTODO Serão apresentadas dois casos de avaliação psicológica solicitadas após adoção de criança e adolescente. RESULTADOS As demandas de avaliação envolvendo crianças e adolescentes, em períodos recentes após a adoção devem ser realizadas com especial cuidado. Sabe-se que a adoção constitui-se como tarefa árdua para toda a família, uma vez que envolve reatualizações, por parte da criança e dos pais adotantes, de situações vivenciadas nas respectivas famílias de origem mobilizando muitos afetos, por vezes negativos e contraditórios. Tais aspectos podem dificultar a inserção da criança na cadeia geracional familiar, impedindo que os lugares de pais e filhos venham a ser ocupados. CONCLUSÃO Haja vista a complexidade do processo de adoção cabe ao psicólogo na realização de avaliações sempre interrogar as demandas visando favorecer a compreensão das situações em pauta e oferecer perspectivas de intervenção.

Resumo Apresentador 4

INTRODUÇÃO O abrigamento é uma medida protetiva às crianças e adolescentes, excepcional e provisória, a qual se recorre em casos de abando, negligência e/ou violência física e sexual. Trata-se de momento particularmente delicado, marcado por muitas dificuldades e que requer atenção de todos os envolvidos na assistência. A avaliação psicológica de crianças em situação de abrigamento tem se mostrado fundamental no que diz respeito à compreensão das dificuldades das crianças e adolescentes e da própria dinâmica institucional, evitando-se a repetição de situações traumáticas e auxiliando no processo de adoção. OBJETIVO Este trabalho tem por objetivo trazer uma reflexão crítica a respeito da assistência às crianças abrigadas no Brasil, tendo a avaliação psicológica como um instrumento que potencializa o cuidado voltado para essas crianças e adolescentes. MÉTODO Será apresentado estudo de caso de uma menina abrigada de 7 anos, encaminhada para avaliação psicológica pela Justiça. RESULTADOS Com base na experiência clínica, pode se observar que a avaliação psicológica de criança em situação de abrigamento contribui para o entendimento da assistência necessária a elas, além de oferecer dados importantes que serão levados em consideração no momento da adoção, de modo que a passagem do abrigo à família possa se dar da melhor forma possível. CONCLUSÃO O período de transição que envolve desde a chegada à instituição de abrigamento até a adoção é, frequentemente, repleto de dificuldades que dizem respeito tanto à problemática institucional, quanto ao histórico de violência e abandono que a criança possa ter experienciado anteriormente. Desta forma, a avaliação psicológica aparece como um dos elementos da assistência que pode favorecer essa passagem.

Palavras-chave:
 assistência à crianças e adolescentes, avaliação psicológica com crianças, crianças vítimas de violência