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VII Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 950-1

Oral / Poster


950-1

Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica: Inovação de Procedimentos

Autores:
FREITAS, P. M.1, Siquara, G. M.2, Cardoso, T. S. G.3
1 UFBA - Universidade Federal da Bahia (Rua Rio de Contas, 58 - Quadra 17 - Lote 58 | Bairro Candeias - CEP: 45.029-094), 2 EBMSP - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (Av. Dom João VI, nº 275, Brotas. CEP: 40290-000), 3 UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (Rua Sena Madureira, 1500 - Vila Clementino, São Paulo - SP, 04021-001)

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Resumo:
Resumo Geral da Mesa

O contexto da atuação profissional em neuropsicologia se articula em dois importantes eixos: a avaliação e a reabilitação. O debate sobre o desenvolvimento de procedimentos e ferramentas para a atuação profissional se torna cada vez mais necessário, considerando a escassez de procedimento válidos. A avaliação neuropsicológica tem como carência o desenvolvimento de instrumentos com fundamentação teórica em modelos da neuropsicologia, permitindo a intepretação da correlação anátomo-clínica e a identificação de déficits específicos. No eixo da reabilitação a carência está nas evidências do efeito de recuperação e/ou desenvolvimento de funções cognitivas, permitindo o uso mais abrangente. Para discutir tais carências e o que pode ser feito para minimizar tais problemas serão apresentados três trabalhos nessa proposta de mesa redonda: 1) Avaliação do fenótipo Cognitivo do Transtornos do Espectro Autista: limitações dos testes de inteligência, que será apresentado pela Profª. Patrícia Martins de Freitas; 2) Viés Cognitivo de Estímulos Emocionais da Depressão, que será apresentado pelo Prof. Gustavo Marcelino Siquara 3) Uso da ETCC como Instrumento de Reabilitação nos Transtornos do Desenvolvimento, que será apresentado pelo Prof. Thiago da Silva Gusmão Cardoso. Esses estudos permitiram a identificação de algumas lacunas da avaliação e reabilitação, apresentando inovações que futuramente poderão suprir limitações dos procedimentos usuais.

Resumo Apresentador 1

Avaliação do Fenótipo Cognitivo do Transtornos do Espectro Autista: limitações dos testes de inteligência. Patrícia Martins de Freitas, Eliene Novais, Claudineia Constâncio Ana Patrícia Souza, Instituto Multidisciplinar em Saúde, Núcleo de Investigações Neuropsicológicas da Infância e da Adolescência, Universidade Federal da Bahia Milena Pereira Pondé Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Resumo: O transtorno do espectro autista (TEA) caracteriza-se por déficits na socialização, comunicação, e comportamento. Essa tríade sintomatológica tem manifestações muito variadas com diferentes níveis de gravidade. Os diferentes modelos sobre o perfil cognitivo demonstram essa variabilidade. As funções executivas são indicadas como alteradas porém para alguns estudos os maiores déficits são para memória de trabalho e flexibilidade cognitiva outros dizem que é o planejamento e resolução de problemas. Outro déficit comumente apontado é a teoria da mente, sendo a dificuldade de interações social e comunicação explicados pelas restrições na leitura de estados emocionais. Os estudos sobre o funcionamento cognitivo também têm focado na avaliação da inteligência, identificando que para o TEA os testes desenvolvidos e aplicados para crianças com desenvolvimento típico não possuem a mesma aderência para esse grupo clínico. Considerando a amplitude do fenótipo cognitivo e as especificidades clínicas do TEA o presente estudo tem como objetivo demonstrar como as características e dimensões dos instrumentos de avaliação da inteligência são limitados para a avaliação cognitiva de crianças com autismo. O método utilizado foi a revisão bibliográfica do período de 2002 a 2015 utilizando como descritores em português e inglês: inteligência e autismo; QI e autismo; funções executivas e autismo, WISC e autismo, Raven e autismo; Wasi e autismo. Foram identificados 286 sendo que 78 foram utilizados para o estudo. Os resultados mostraram que oito testes são frequentemente utilizados para avaliação da inteligência de crianças com autismo. Apenas três dos oito testes identificados apresentam nas suas descrições características favoráveis serem aplicados com crianças com autismo. Nenhum do instrumento apresenta susbtestes ou tarefas suficientes para avaliar a inteligência considerando as dimensões do modelo CHC. Os resultados desse estudo confirmam que existem uma lacuna importante sobre a quantidade e qualidade de instrumentos desenvolvidos para avaliar o fenótipo cognitivo de crianças com autismo.

Resumo Apresentador 2

Viés cognitivo de estímulos emocionais na Depressão Gustavo Marcelino Siquara Escola Bahiana de Medicina e Saúde Publica Resumo: A depressão é a mudança de como nós sentimos e percebemos o mundo. As pessoas com depressão podem apresentar pensamentos negativos incontrolados sobre si. Pesquisas apontam que existe viés no processamento cognitivo que aumenta a vulnerabilidade para a depressão. Novas investigações buscam o prejuízo cognitivo mais principalmente um viés no processamento da informação emocional. Alguns estudos têm investigado como indivíduos com depressão apresentam um viés da informação emocional em vários processos cognitivos como memória, atenção, controle inibitório e memória operacional que mantêm o sentimento negativo. Em relação a memória os indivíduos em geral lembram 10% mais de palavras negativas em comparação a positivas. Em tarefas de tempo de reação são mais lentas em reconhecer palavras neutras em comparação ao grupo controle, no entanto não diferem para reconhecer palavras negativas. Indivíduos com depressão também apresentam dificuldade de identificar faces com expressões emocionais positivas. Estudos encontraram que as pessoas com depressão apresentam dificuldades de inibir os pensamentos intrusivos negativos que interferem na resolução de problemas. Outro indicio aponta que parece existir uma dificuldade mais prevalente em inibir as informações emocionais. E que respondiam mais rápido quando o alvo era negativo. Tiveram mais dificuldades de manipular a informação negativa o que seria uma influencia para os pensamentos ruminativos. Como também esquecer intencionalmente o material negativo. A depressão não está necessariamente caracterizada com déficits cognitivos gerais maiores, mas para um nível de alerta maior para materiais negativos. Essas dificuldades específicas podem representar uma importante ligação entre cognição e desregulação emocional. Investir em estudos que consigam identificar esses vieses no processamento da informação pode contribuir para o desenvolvimento de marcadores cognitivos através de testes psicológicos estruturados e validos. Desenvolver esses marcadores cognitivos contribui com o diagnostico, a prevenção em saúde mental e identificação precoce daquelas pessoas que teriam uma maior vulnerabilidade de desenvolver certos transtornos.

Resumo Apresentador 3

Uso da ETCC como Instrumento de Reabilitação nos Transtornos do Neurodesenvolvimento Thiago da Silva Gusmão Cardoso Universidade Federal de São Paulo Resumo: São considerados transtornos do neurodesenvolvimento (TD) às condições de causa multifatorial que afetem seletivamente o desenvolvimento cognitivo, emocional e/ou neurológico da criança. Podem ser englobados nessa terminologia os transtornos específicos de aprendizagem (TAs), o transtorno do espectro do autismo (TEA), o transtorno do déficit de atenção/hiperatividade (TDAH), assim como uma variedade de doenças neurológicas e genéticas. O tratamento dos TDs envolve recursos de neurorreabilitação que visam o emprego de estímulos que possam promover maior ativação de redes neurais funcionalmente prejudicadas. Nesse sentido, tem crescido o interesse por técnicas de neuromodulação, como a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) aplicada aos TDs. O objetivo do presente trabalho é discutir sobre as possíveis aplicações da ETCC na reabilitação de pacientes com TDs a partir de uma perspectiva teórica. O emprego de recursos de neuromodulação pode ser considerado por alterar a excitabilidade cortical no cérebro de maneira seletiva e circunscrita às áreas de localização funcional hipo ou hiperativadas nos TDs. É possível que uma estimulação do tipo inibitória sobre o córtex pré-frontal possa reduzir a impulsividade e as estereotipias típicas do TEA ou mesmo diminuir a hiperatividade no TDAH. Uma estimulação do tipo excitatório pode facilitar as vias de processamento fonológico e numérico (córtex parietal posterior bilateralmente) nos TAs. Todavia, há uma escassez de estudos envolvendo os TDs na literatura, muitas das possíveis aplicações da ETCC na reabilitação desses pacientes é pensada a partir do estudo de quadros clínicos parecidos em adultos com lesão cerebral e outros transtornos psiquiátricos. Também não foram encontrados na literatura parâmetros quanto a localização dos eletrodos, a frequência dos estímulos e a duração do tratamento em crianças e adolescentes. Nesse contexto, conclui-se que o emprego de recursos de neuromodulação emerge como um campo de estudo ainda pouco explorado, mas com grande potencial para a reabilitação de pacientes com TDs.

Resumo Apresentador 4



Palavras-chave:
 Avaliação, Reabilitação, Neuropsicologia, Inovação