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VII Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 980-1

Oral / Poster


980-1

Avaliação da Capacidade de Identificar Emoções Expressas pela Face: Estudos comparativos e de validação

Autores:
Vasconcellos, S. J. L.1, Menezes, C. B.2, Joaquim, R. M.4,5, Arteche, A.3, Prates, P. F. P.1, Hertzberg, J.2, Miele, T. M. V.5, Dalpiaz, B.3, Silveira, J. F.1, Neves, F.2, Moraes, C.5, Grizon, A.3, Maia, C.3, Salvador-Silva, R.3, Sponchiado, A. R.3
1 UFSM - Universidade Federal de Santa Maria (Av. Roraima 1000 Santa Maria - RS), 2 UFPEL - Universidade Federal de Pelotas (Rua Almirante Barroso, 1734 Pelotas - RS), 3 PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Av. Ipiranga 6681 - Porto Alegre - RS), 4 USP - Universidade de São Paulo (Rua Sílvio Marchione, 3-20 - CEP: 17012-900 - Bauru-SP.), 5 IPEBJ - Instituto Paulista de Estudos Bioéticos e Jurídicos (Av. Sen. César Vergueiro, 505 - Santa Cruz do José Jacques, Subsetor Sul 2, Ribe)

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Resumo:
Resumo Geral da Mesa

A identificação das emoções expressas pela face desempenha uma função salutar nos processos de interação social. Avaliar adequadamente essa capacidade demanda a utilização de instrumentos específicos e devidamente validados para esses fins, capazes de subsidiar diferentes estudos nesse campo. A presente proposta reúne quatro trabalhos voltados para a elaboração, validação e utilização de instrumentos de avaliação da capacidade de identificar emoções básicas expressas pela face no Brasil. A construção e validação de uma tarefa específica elaborada para um estudo voltado para melhor compreender a capacidade de indivíduos com psicopatia identificarem sinais sutis relacionados às expressões faciais é contemplada na primeira apresentação. Um estudo comparativo entre homens e mulheres envolvendo a utilização de uma tarefa capaz de avaliar mecanismos mais automáticos de processamento da expressão facial fundamenta a segunda apresentação. A elaboração do DiscoveryFace, a primeira ferramenta construída no Brasil para avaliar e viabilizar treinamentos no que se refere ao reconhecimento de microexpressões faciais perfaz a terceira parte deste trabalho. Por último, a construção e validação de um amplo banco de imagens envolvendo expressões faciais de bebês e crianças finaliza a proposta desta mesa redonda. Entende-se que a complementaridade desses trabalhos pode gerar avanços na área, transmitido informações importantes para estudantes e pesquisadores sobre os avanços e as novas possibilidades da pesquisa sobre identificação de expressões faciais no contexto brasileiro.

Resumo Apresentador 1

Validação de uma tarefa para avaliar a identificação de expressões sutis de tristeza em psicopatas Silvio José Lemos Vasconcellos Priscila Prates Jaíne Foletto Silveira Estudos recentes sugerem a existência de uma dificuldade sutil por parte de indivíduos com psicopatia relacionada à identificação de emoções básicas expressas pela face. Esse desempenho alterado em psicopatas tem sido demonstrado principalmente no que se refere à identificação das emoções de medo e tristeza em tarefas que controlam o tempo de apresentação ou a intensidade dos estímulos. No entanto, verifica-se uma lacuna quanto ao controle de outras variáveis relacionadas à forma como a expressão facial é apresentada. Cita-se como exemplo a presença ou ausência de lágrimas na expressão de tristeza. O presente estudo objetivou a construção e validação de uma tarefa experimental voltada para a apresentação de expressões faciais de tristeza em maior ou menor intensidade, controlando ainda a presença e ausência de lágrimas nas imagens. A seleção das fotos foi realizada por dois pesquisadores com conhecimento do Facial Action Coding Sistem (FACS). Posteriormente, foram inseridas ou retiradas, por intermédio de recursos de fotoshop, lágrimas em pontos específicos da face, sinalizando diferentes graus de intensidade quanto à emoção. Será feito uma validação complementar de conteúdo com todas as 15 imagens resultantes envolvendo dez participantes, pesquisadores dessa mesma temática. A elaboração e validação dessa tarefa irá subsidiar um estudo posterior, comparando homens com e sem o diagnóstico de psicopatia no que se refere à identificação das emoções de tristeza, bem como à atribuição de escores relacionados à intensidade da emoção visualizada. Entende-se que a disponibilidade de uma nova tarefa voltada para avaliações específicas no que se refere à capacidade de identificar emoções expressas pela face pode fomentar avanços no campo da Psicopatologia Forense, permitindo ainda a utilização desse recurso para melhor compreender os correlatos cognitivos de outros transtornos mentais.

Resumo Apresentador 2

Gênero e a capacidade de reconhecer expressões emocionais faciais Carolina Baptista Menezes; Juliana Hertzberg; Franciele Neves; Jaíne Foletto Silveira; Silvio José Lemos Vasconcellos O reconhecimento de expressões emocionais faciais é um mecanismo cognitivo fundamental da vida social dos seres humanos. Apesar de existirem evidências apontando para uma superioridade das mulheres em reconhecerem expressões faciais, os resultados permanecem inconclusivos.O presente estudo comparou o desempenho de 114 mulheres e 104 homens adultos saudáveis na identificação das emoções de felicidade, medo, raiva, tristeza, nojo e surpresa, em uma tarefa de reconhecimento de emoções faciais, a qual utilizou imagens culturalmente adaptadas e validadas ao contexto Brasileiro. Também foi investigado se as diferenças de gênero apresentariam variações conforme diferentes manipulações experimentais dos tempos de exposição (200, 500, e 1000 milisegundos). As mulheres tiveram um desempenho geral significativamente melhor em reconhecer as expressões faciais, mas uma interação indicou que a superioridade das mulheres foi particularmente significativa para as emoções de raiva, nojo e surpresa. Estes resultados não mudaram conforme a idade ou o tempo de exposição das imagens. Além disso, independentemente do gênero e da idade, a acurácia total de reconhecimento aumentou de forma linear e significativa com o aumento do tempo de exposição das imagens, sendo que apenas o reconhecimento das emoções de medo e raiva diferiu significativamente entre os três tempos de exposição. Portanto, além de corroborar a hipótese evolutiva de que as mulheres apresentam uma superioridade no reconhecimento de expressões emocionais faciais, os dados também apoiam a ideia de que o reconhecimento depende do tempo disponível para identificar corretamente uma expressão facial. Conclui-se que treinos cognitivos que objetivem desenvolver um reconhecimento mais rápido e eficiente das emoções expressas pela face podem constituir uma alternativa para mulheres e homens cuja a habilidade de rapidamente detectar emoções está prejudicada.

Resumo Apresentador 3

Elaboraçao do DiscoveryFace: programa virtual didático para ensino do sistema de codificação da ação facial. Rui Mateus Joaquim; Tânia Volpe Miele; Cícero Moraes A análise objetiva das emoções através da análise de microexpressões faciais é possível por meio do Facial Action Coding Sistem. Conhecido pela sigla FACS, o sistema de codificação da ação facial configura-se como um dispositivo de classificação de expressões faciais humanas. O código compreende a musculatura facial em termos de seus movimentos categorizando-os em unidades de ação. Assim as expressões faciais podem ser reconhecidas com base nos movimentos faciais da musculatura da face. As unidades de ação consistem na observação da presença dinâmica do relaxamento ou contração de um ou mais músculos. Tais movimentos constituem ações oriundas do sistema nervoso central cuja funcionalidade caracteriza a natureza de sua expressividade. Recentemente, nós do Laboratório de Ciências Comportamentais do Instituto Paulista de Estudos Bioéticos e Jurídicos (IPEBJ), com base em parte do sistema de codificação da ação facial, desenvolvemos em parceria com o designer Cícero Moraes, uma ferramenta virtual de finalidade didática para ensino e treinamento visando a aprendizagem do reconhecimento de microexpressões faciais, o DiscoveryFace, cujo avatar pode ser manipulado tridimensionalmente favorecendo a compreensão e memorização das diversas unidades de ação musculares da face.

Resumo Apresentador 4

Construção e Validação de Bancos de Imagens de Faces de Bebês e Crianças Adriane Arteche; Bruno Dalpiaz; Angela Grizon; Cíntia Maia; Roberta Salvador Silva; Aline Romani Sponchiado O reconhecimento de expressões faciais de emoções é a principal estratégia de comunicação não-verbal. Tal habilidade é especialmente relevante na infância, uma vez que a linguagem ainda não está plenamente desenvolvida. Apesar disso, poucos estudos focam no reconhecimento de faces em bebês e crianças e a maior parte dos trabalhos utilizou estímulos adultos. Objetivo: Construção e validação de dois bancos de imagens: um com fotos de bebês e um com imagens de crianças. Método: As imagens dos bebês foram obtidas através da filmagem de 13 bebês brasileiros selecionados por conveniência, de ambos os sexos, com idades entre quatro e 12 meses de etnias diferentes. Todos os bebês foram filmados em um ambiente natural e nenhum estímulo ativo foi utilizado para provocar as emoções. As imagens de crianças foram obtidas através da filmagem de crianças com idades entre seis e nove anos de idade, de diferentes etnias. Resultados: Um total de 116 rostos de bebês contendo expressões espontâneas de alegria, tristeza ou neutralidade foram selecionados e validados através de uma amostra comunitária de 105 participantes leigos. A versão final do banco de imagens de crianças é composta por 225 fotos de 17 participantes, meninos e meninas, que posaram ou naturalmente expressaram as seis emoções básicas - alegria, medo, nojo, surpresa, tristeza e raiva - em três intensidades - fraca, média e forte - e neutralidade. Trinta psicólogos com experiência em desenvolvimento infantil e certificação em software Ekman SETT 3.0 (mínimo 80% de precisão) atuaram como juízes experts. Conclusão: Os bancos de imagens desenvolvidos tem potencial inovador e contribuem para o desenvolvimento de estudos futuros em diversos campos da Psicologia.

Palavras-chave:
 Expressões Faciais, Emoções, Processos Básicos, Microexpressões Faciais, Psicometria