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Inventário de Depressão de Beck II: Análises pela Teoria do Traço Latente

27/05/2019

Os inventários que investigam os sintomas depressivos avaliam, em geral, a redução do prazer, o humor deprimido, a falta de disposição/energia, perturbações no sono e apetite, entre outros. Há uma estimativa da prevalência populacional que, dependendo dos critérios e do método de pesquisa, pode chegar a 17%. Assim, torna-se importante a construção de instrumentos cada vez mais confiáveis para a triagem e/ou diagnósticos clínicos.

As escalas de depressão de Beck (BDI-II) pretendem avaliar os sintomas depressivos de acordo com o Manual Estatístico de Transtornos Mentais (DSM). As pesquisas que investigaram sua estrutura fatorial obtiveram resultados diferentes. Portanto, o objetivo deste estudo é avaliar as propriedades psicométricas da BDI-II a partir das técnicas da Teoria do Traço Latente (TTL) apesar de utilizarem apenas parte do arcabouço metodológico desta teoria.

 

Highlights

 

  • Uma parte considerável da amostra foi composta pelo grupo não-clínico.
  • Os resultados encontrados sugerem que a BDI-II se constitui como uma escala unidimensional, sendo os sintomas avaliados uma espécie de rede de interações que constituem apenas um construto (Depressão).
  • Quanto aos pontos de corte, há a indicação de que há três classes latentes distintas em termos da gravidade dos sintomas depressivos (mínimos, leves e moderados/graves) em vez de quatro classes presente em outros estudos (mínimo, leve, moderado e grave).
  • Considerando que a BDI-II é uma escala de autorrelato, a utilização de técnicas da TTL tem a vantagem de ser centrada na pessoa e não na relação entre variáveis. Contudo, outros estudos devem utilizar mais técnicas da teoria, visto que este empregou poucas técnicas, o que dificulta justificar a utilização clínica dos pontos de corte sugeridos.
  • Estudos futuros devem ainda utilizar uma amostra mais ampla e representativa de outros contextos para ser utilizada em contextos clínicos com uma evidência mais robusta.

 

Referência:

Silva, M. A. D., Wendt, G. W., & Argimon, I. I. D. L. (2018). Inventário de depressão de beck II: análises pela teoria do traço latente. Avaliação Psicológica, 17(3), 339-350.

Acessar em:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1677-04712018000300008&script=sci_abstract&tlng=es