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VII Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 12-1

Oral / Poster


12-1

Avaliação de Funções Executivas em pré-escolares

Autores:
Bruna Tonietti Trevisan1, Natália Martins Dias2, Talita de Cassia Batista Pazeto1, Camila Barbosa Riccardi León1, Gabriela Lamarca Luxo Martins1, Alessandra Gotuzo Seabra1
1 UPM - Universidade Presbiteriana Mackenzie (Rua da Consolação, 930 - Consolação, São Paulo - SP, 01302-907), 2 UNIFIEO - Centro Universitário Fundação Instituto de Ensino para Osasc (Av. Franz Voegeli, 300 - Vila Yara, Osasco - SP, 06020-190)

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Resumo:
Resumo Geral da Mesa

A avaliação cognitiva e comportamental em pré-escolares tem aumentado nos últimos anos, ressaltando a importância dessa fase escolar para o desenvolvimento infantil. Diversas habilidades têm sido destacadas pela literatura como relevantes ao desempenho escolar e ao sucesso em diversos contextos da vida, dentre as quais a mesa destacará o papel das Funções Executivas (FE). Estas habilidades se relacionam a comportamentos orientados a objetivos que permitem ao indivíduo agir de forma adaptativa no mundo. Recentemente, um estudo relevante à área mostrou que crianças com melhores habilidades de controlar seu comportamento possuem melhores índices de saúde física e mental, ocupam melhores cargos e envolvem-se menos em crimes, mesmo três décadas depois. Além, há crescente ênfase na literatura internacional sobre intervenções para promoção destas habilidades já em idade pré-escolar. No Brasil, essa ênfase é incipiente e pesquisadores e clínicos ainda se deparam com a dificuldade em avaliar FE em crianças pré-escolares, dada a carência de instrumentos específicos para essa população. Assim, a mesa apresentará três estudos com o objetivo de apresentar alguns instrumentos disponíveis para avaliação de FE em pré-escolares e abordar a relação entre estas habilidades e outras variáveis relevantes ao desenvolvimento infantil, entre elas o ambiente familiar e outras habilidades, como a linguagem, oral e escrita. Especificamente, o primeiro estudo investigou o desenvolvimento da linguagem oral e escrita e a relação destas habilidades com as FE. O segundo enfocou a avaliação das FE por meio de testes de desempenho e de relato, respondido por pais e professores. O último investigou as relações entre FE, ambiente familiar e estilos parentais, também por meio de questionários. Os objetivos, o método e os resultados obtidos a partir dessas investigações serão apresentados e discutidos com a finalidade de difundir a importância das pesquisas acerca das FE em pré-escolares.

Resumo Apresentador 1

Funções Executivas e suas relações com linguagem oral e escrita: A avaliação cognitiva de crianças pré-escolares permite mapear o desenvolvendo de habilidades relacionadas à aprendizagem, além de contribuir para a detecção precoce de possíveis dificuldades e auxiliar no planejamento de intervenções e políticas públicas. Essa pesquisa avaliou as FE, linguagem oral (LO) e escrita (LE) com o objetivo de investigar o desenvolvimento e a relação destas habilidades em pré-escolares. Participaram 90 crianças, idades entre 4 e 6 anos (Jardim I e Jardim II), de uma escola particular de SP. Utilizou-se o Teste de Stroop Semântico, Teste de Trilhas para Pré-escolares e Teste de Atenção por Cancelamento, para avaliação de FE; a LO foi avaliada por meio da Prova de Consciência Fonológica por produção Oral, Teste de Vocabulário por Imagem Peabody, Teste de Nomeação de Figuras Infantil e Teste de Repetição de Palavras e Pseudopalavras; e a LE foi avaliada pelo reconhecimento das letras e seus sons, escrita do nome e Teste de leitura e escrita. Test t de Student revelou efeito de série em pelo menos uma medida de todos os testes aplicados, revelando melhor desempenho do Jardim II. Considerando os testes de LO, houve correlações significativas entre todas as medidas, ocorrendo o mesmo em relação aos testes de LE. Observou-se correlações mais altas entre LE e reconhecimento de sons do que com reconhecimento de letras, reforçando a importância dessa habilidade para a alfabetização. Relações entre testes de LO e de LE tenderam a ser elevadas, sobretudo se considerada a medida de consciência fonológica. Na relação entre FE e as demais habilidades, não foram encontradas correlações altas, mas houve várias correlações significativas, o que sugere que as FE estão relacionadas às demais habilidades, ainda que de forma modesta. A pesquisa corroborou os pressupostos teóricos de efeito de série sobre as habilidades avaliadas, assim como revelou as correlações entre elas.

Resumo Apresentador 2

Avaliação de Funções Executivas por meio de testes de desempenho e de relato: Dentre as habilidades cognitivas avaliadas em pré-escolares, destacam-se as FE e algumas características comportamentais, como capacidades e dificuldades emocionais, sociais e de relacionamento, as quais podem influenciar a aprendizagem escolar. Tais habilidades podem ser avaliadas por meio de instrumentos específicos de desempenho ou de relato. Este estudo teve como objetivo investigar o desenvolvimento das FE e sua relação com comportamento em pré-escolares. Participaram 32 crianças do Maternal e Níveis 1 e 2, de uma escola particular de Educação Infantil de SP, idade entre 3 e 6 anos. Para avaliar as FE foram utilizados: Teste de Trilhas para Pré-escolares (TTP), Teste de Stroop Semântico, o Teste de Atenção por Cancelamento (TAC) e o Inventário de FE e Regulação Infantil (IFERI). O comportamento infantil foi avaliado pelo Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ). Tanto IFERI quanto SDQ foram respondidos por pais e professores. Os desempenhos das crianças nos testes de FE aumentaram com a progressão escolar. As correlações entre os desempenhos nos testes (TTP e TAC) e no IFERI foram de moderadas e altas. As correlações entre os desempenhos nos testes de FE e o SDQ foram de baixas a moderadas. O estudo permitiu verificar o desenvolvimento das FE ao longo das faixas etárias avaliadas. Cabe destacar que apesar de os instrumentos de desempenho e de relato avaliarem habilidades semelhantes, as correlações no geral foram moderadas, o que sugere influência da percepção dos pais/professores, como também do contexto de avaliação. Esta informação é relevante quanto à escolha do tipo de instrumento a ser utilizado no procedimento de avaliação das FE, demonstrando que ambas podem ser complementares. Além, o estudo corrobora a literatura demonstrando que crianças com piores desempenhos nas medidas de FE tendem a ter mais dificuldades de comportamento, conforme relato de pais e professores, corroborando o exame destas habilidades na pré-escola.

Resumo Apresentador 3

Funções Executivas e suas relações com o ambiente familiar e estilos parentais: A família e o convívio entre pais e filhos contemplam a principal estrutura do ambiente da criança, especialmente nos primeiros anos de vida. Tal constituição está fortemente relacionada com o desenvolvimento das funções executivas (FE), as quais incluem competências fundamentais para planejar, iniciar, realizar e monitorar comportamentos intencionais. Estudos demonstram que as práticas educativas dos pais relacionam-se com o nível de FE das crianças e que os mesmos podem, por meio de características específicas, permitir que a criança atinja um nível de FE além do que ela poderia conseguir sozinha. Este estudo verificou a relação entre o estilo parental, ambiente familiar e as FE em pré-escolares. Participaram 30 crianças, de 3 a 6 anos, e seus responsáveis legais. Foi utilizado com os pais o Inventário de Estilos Parentais (IEP) e o Home Observation for Measurement of the Environment (HOME) adaptado para o formato de questionário com o objetivo de avaliar o ambiente familiar e, com as crianças, o Teste de Atenção por Cancelamento, o Teste de Stroop Semântico e o Teste de Trilhas para pré-escolares para avaliar as FE. As correlações entre os escores do IEP e do HOME (ambos com magnitude baixa a moderada) com as medidas de FE evidenciaram, de modo geral, que quanto mais apropriado o estilo parental, melhor o controle de interferência dos filhos e quanto mais satisfatória a responsividade emocional e verbal do cuidador para a criança, menor a sua capacidade de atenção alternada. Tais dados sugerem que os pais devem ser orientados a se relacionar com os filhos de forma equilibrada; ou seja, deve-se estabelecer uma relação pautada em regras e limites, porém na qual a presença emocional e verbal dos pais não se torne excessiva, de forma a prejudicar o desenvolvimento das habilidades executivas da criança, neste caso com menor desempenho atencional.

Resumo Apresentador 4



Palavras-chave:
 funções executivas, neuropsicologia, pré-escolares