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VII Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 519-1

Oral (Tema Livre)


519-1

Desafios na Identificação da Dupla-Excepcionalidade: Um Estudo de Caso

Autores:
Daniela Vilarinho-Rezende1, Denise de Souza Fleith1, Clarissa Nogueira Borges2
1 UNB - Universidade de Brasília (Campus Universitário Darcy Ribeiro, Brasília/DF - CEP 70910-900), 2 SEDF - Secretaria de Educação do Distrito Federal (SBN Quadra 02 Bloco C - Edifício Phenícia, Brasília/DF - CEP: 70.040-020)

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Resumo:
Resumo Geral da Mesa

Observa-se aumento na identificação de crianças superdotadas que também apresentam desordens como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e síndrome de Asperger, além de dificuldade de aprendizagem específica. Entretanto, há escassez de pesquisas empíricas sobre o fenômeno, denominado dupla-excepcionalidade, bem como equívocos no processo de avaliação e identificação que podem trazer prejuízos para o desenvolvimento cognitivo, socioemocional e educacional do indivíduo. O objetivo do presente trabalho é apresentar um estudo de caso de uma criança superdotada, encaminhada para avaliação, com indicação de apresentar características associadas à Síndrome de Asperger, ou seja, um caso de possível dupla-excepcionalidade. A criança do sexo masculino, com 8 anos de idade, cursava o quarto ano do ensino fundamental e frequentava há um ano um programa de atendimento ao aluno com superdotação. Entrevistou-se a criança, sua mãe e profissionais que o acompanhavam, como sua terapeuta de psicomotricidade, seu professor e a psicóloga do programa, e sua psicoterapeuta. Foram também analisadas avaliações feitas pelos profissionais que atenderam a criança. Na fala da mãe ficou clara a dificuldade da família em perceber em seu filho as características da síndrome. Entre os profissionais não houve consenso. A maioria não conseguiu identificar claramente a desordem e levantou outras possibilidades para os sintomas apresentados como dificuldade de aprendizagem, assincronismo no desenvolvimento, dificuldades auditivas e até mesmo a possibilidade dessas características serem consequências da dinâmica do ambiente familiar. A psicoterapeuta identificou nível leve da síndrome. Percebe-se a dificuldade enfrentada pelos profissionais no processo de identificação, uma vez que não há um perfil único de superdotados, tampouco de indivíduos com dupla-excepcionalidade. Os profissionais devem ter conhecimento aprofundado sobre a superdotação e o transtorno associado, bem como de características que os diferenciam. A avaliação deve abranger diversos aspectos do desenvolvimento humano como cognitivo, socioemocional e acadêmico, além de envolver especialistas de diferentes áreas.

Palavras-chave:
 avaliação, dupla-excepcionalidade, estudo de caso, Síndrome de Asperger, superdotação