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VII Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 582-1

Oral / Poster


582-1

INSTRUMENTOS BRASILEIROS NO ÂMBITO DA PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL POSITIVA: POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS

Autores:
Ferreira, M.C.1, Mendonça, H.2, Gomide Jr., S.3, Oliveira, A. F.3, Valentini, F.1, Pereira, M. M.1
1 UNIVERSO - Universidade Salgado de Oliveira (Rua Marechal Deodoro, 211- Bloco C- 2 º andar-Centro-Niterói, RJ, 24030-060), 2 PUC-GOIÁS - Pontifícia Universidade Católica de Goiás (Avenida Universitária, 1440 - Setor Universitário, Goiânia - GO, 74605-010), 3 UFU - Universidade Federal de Uberlândia (Rua João Naves de Avila, 2121 - Santa Mônica, Uberlândia - MG, 38408-100)

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Resumo:
Resumo Geral da Mesa

INSTRUMENTOS BRASILEIROS NO ÂMBITO DA PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL POSITIVA: POSSIBILIDADES E PERSPECTIVAS. Maria Cristina Ferreira. O advento da Psicologia Organizacional Positiva contribuiu para acelerar o desenvolvimento de instrumentos destinados a avaliar as experiências subjetivas, atitudes e comportamentos positivos dos indivíduos no contexto organizacional. Inicialmente, o foco de tais estudos concentrou-se na avaliação e diagnóstico do bem-estar laboral. O avanço da teoria e pesquisa na área propiciou, porém, o surgimento de vários outros construtos organizacionais positivos. No Brasil, de modo consoante com a literatura internacional, o desenvolvimento e a adaptação de instrumentos voltados à avaliação de construtos positivos vem crescendo nos últimos anos. A presente mesa-redonda pretende discutir as possibilidades e perspectivas de diversos instrumentos brasileiros destinados à mensuração de construtos positivos, apresentando estudos de construção, adaptação e/ou comparação de medidas de construtos organizacionais positivos, quais sejam o suporte organizacional, a confiança organizacional, a felicidade subjetiva, o engajamento no trabalho, a paixão pelo trabalho e os afetos positivos dirigidos ao trabalho. Na conclusão, serão discutidos os modos pelos quais os conhecimentos provenientes de tais estudos poderão contribuir para o incremento das pesquisas e intervenções voltadas à promoção do funcionamento positivo de indivíduos, grupos e instituições no contexto brasileiro.

Resumo Apresentador 1

Satisfação com os suportes em ambientações organizacionais: Proposta de novas conceituações e medidas. Sinésio Gomide Júnior & Áurea de Fátima Oliveira. Suporte Social é um conceito multidimensional que inclui os recursos que as pessoas têm acesso através de suas redes sociais sendo conceituado como processo interativo no qual ajudas são fornecidas ao indivíduo pelos integrantes destas redes. Em função de suas múltiplas fontes, o emprego do conceito em investigações em âmbitos organizacionais ganhou visibilidade por permitir que estudos ganhassem novos enfoques de investigação. Nestes ambientes, a ideia de suporte social ganhou dois contornos distintos. O primeiro diz respeito ao suporte oriundo de redes pessoais do empregado, como colegas, chefes e familiares (suporte social no trabalho). O segundo diz respeito, especificamente, ao apoio recebido da própria organização (suporte organizacional). Em 2014, um novo trabalho propôs uma extensão dos conceitos, hipotetizando que um indivíduo pode perceber que é suportado socialmente no trabalho ou pela própria organização e pode, ainda, estar satisfeito ou não com os suportes percebidos. Neste trabalho, os autores, construíram e validaram dois instrumentos(válidos e fidedignos) de satisfação com os suportes recebidos no ambiente de trabalho que se mostraram constituídos de três fatores e um fator, respectivamente, análogos aos instrumentos originais. Em pesquisa recente, os construtos se mostraram bons preditores de bem estar e resiliência no trabalho. Tais resultados levaram à conclusão de que se confrontem os novos construtos com critérios organizacionais em investigações de seus preditores ou consequentes.

Resumo Apresentador 2

Evidências de validade do instrumento de Confiança Organizacional. Áurea de Fátima Oliveira. Os estudos relativos à confiança no âmbito organizacional têm proliferado na literatura nacional e internacional. Contudo, no que se refere à mensuração da confiança do empregado na organização somente um instrumento foi identificado na literatura.Na literatura brasileira encontra-se divulgada a Escala de Confiança do Empregado na Organização (ECEO). O presente trabalho objetivou revalidar esse instrumento, buscando oferecer maior abrangência em relação ao construto. Para tanto, utilizou-se das dimensões empíricas já identificadas bem como as dimensões apontadas na literatura da última década. Portanto, o conteúdo da escala constituiu-se de itens da escala original e outros elaborados com respaldo da literatura. Os itens foram submetidos à validação semântica com o objetivo de garantir a compreensão de cada item por parte dos respondentes. A versão final da escala compôs-se de 61 afirmativas em formato Likert, a qual foi respondida por 554 trabalhadores de diversas organizações. Os dados obtidos foram submetidos a análises fatoriais utilizando-se o método dos eixos principais com rotação oblíqua. Os resultados indicaram três fatores, que juntos explicam 49,63 por cento de variância, a saber: componentes éticos, competência organizacional e oportunismo, com Alfas de Cronbach de 0,96, 0,92 e 0,84, respectivamente. A estrutura fatorial identificada difere da escala anterior em número de fatores, embora o conteúdo, em sua maior parte, esteja presente na atual composição. O conteúdo do instrumento mostra-se em consonância com a literatura no que se refere à sustentação da confiança em bases éticas e relativas à competência. Conclui-se que as características psicométricas do instrumento recomendam sua utilização em pesquisa e diagnóstico no contexto organizacional.

Resumo Apresentador 3

Evidências adicionais de validade da Escala de Felicidade Subjetiva. Helenides Mendonça. Nas últimas três décadas, o interesse pelos aspectos positivos da vida levou a uma proliferação de definições e medidas sobre bem-estar e felicidade. Os estudos nessa perspectiva têm utilizado desde medidas que estabelecem um balanço entre os afetos positivos e negativos a medidas de bem-estar, de satisfação e de florescimento. A medida geral de felicidade subjetiva, por sua vez, focaliza o quanto as pessoas se consideram felizes ou infelizes. Três objetivos nortearam este estudo: 1) discutir os aspectos conceituais da felicidade; 2) Analisar a invariância da medida de Felicidade Subjetiva por sexo (homens e mulheres) e por tipo de universidade (pública e privada); 3) Testar as associações da felicidade na vida com a satisfação e o florescimento no trabalho. Para tal, foi realizado um estudo com professores universitários (N=514). A análise de invariância da medida por sexo e tipo de universidade demonstra índices de ajuste que indicam equivalência configural entre homens e mulheres e universidades públicas e privadas. Os resultados apresentam ainda evidências de que a satisfação e florescimento no trabalho aumentam quando o trabalhador é mais feliz. Conclui-se que os resultados aumentam as evidencias de validade da medida de felicidade subjetiva em amostras brasileiras.

Resumo Apresentador 4

Engajamento, paixão e afetos no trabalho: Construtos empiricamente distintos? Maria Cristina Ferreira, Felipe Valentini & Michelle Morelo Pereira. Inúmeros construtos que expressam algum tipo de relação psicológica entre o indivíduo e seu trabalho vêm surgindo na área do comportamento organizacional positivo. Tais construtos devem, entretanto, ser empiricamente distintos, isto é, devem apresentar capacidade discriminante, de modo a contribuírem para o avanço do conhecimento científico. No que tange ao bem-estar no trabalho, diversos indicadores vêm sendo adotados como manifestações de tal construto, o que evidencia a necessidade de se investigar se eles são empiricamente distintos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade discriminante de instrumentos destinados a mensurar o engajamento no trabalho, a paixão harmoniosa pelo trabalho e os afetos positivos dirigidos ao trabalho. O engajamento no trabalho refere-se a um estado afetivo-motivacional de bem-estar, manifesto em sentimentos de vigor, de dedicação e absorção pelo trabalho. A paixão harmoniosa caracteriza-se por um forte desejo controlado de se engajar nas atividades laborais, que leva à vivencia de sentimentos positivos em relação a seu trabalho. Os afetos positivos relacionam-se a reações emocionais positivas dirigidas ao trabalho. A amostra foi composta por 504 trabalhadores, que responderam a instrumentos de avaliação dos três construtos mencionados. As análises fatoriais confirmatórias evidenciaram que o modelo de três fatores distintos porém correlacionados apresentou índices razoáveis de ajuste. Contudo, as cargas fatoriais de cada fator apresentaram também boa saturação em um fator geral. Ademais, as variâncias médias extraídas de cada dimensão foram menores do que os coeficientes de determinação (correlações entre os fatores ao quadrado). Os resultados apontam para a ausência de discriminação entre os instrumentos e para a existência de uma dimensão latente comum entre eles, o que inviabiliza o uso conjunto dessas medidas, devido a problemas de colinearidade.

Palavras-chave:
 Construção de instrumentos, Adaptação de instrumentos, Evidências de validade, Psicologia Organizacional Positiva, Psicometria