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VII Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 780-2

Oral / Poster


780-2

Evidências de validade do SON-R 6-40 no Brasil

Autores:
J.A. Laros1, F. Valentini2, R.M.F de Lima1, T. A. Alves1
1 UNB - Universidade de Brasilia (Campus Darcy Ribeiro, Asa Norte, Brasília), 2 UNIVERSO - Universidade Salgado de Oliveira (Niterói, Rio de Janeiro, Brasil)

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Resumo:
Resumo Geral da Mesa

Vários testes de inteligência tradicionais tem sido alvo de críticas por utilizarem habilidades de linguagem específicas, tanto nos conteúdos quanto nas instruções, o que podem colocar as pessoas com problemas de linguagem, dificuldades auditivas e membros de minorias culturais em desvantagem. Os testes SON (Snijders-Oomen Não-verbal) foram desenvolvidos especificamente para reduzir a influência do fator verbal e da escolaridade na avaliação das habilidades cognitivas. Os testes SON buscam mensurar o potencial de aprendizagem das pessoas, ou seja, a inteligência fluida. Os testes são utilizados em vários países, tanto na Europa (Alemanha, França, Holanda, República Checa, República Eslovaca) como na Ásia (China e Tailândia). O SON-R 6-40 foi publicado em 2011 na Holanda é a última versão dos testes SON. No nome da bateria SON-R 6-40, a letra R indica que se trata de um teste revisado e os números fazem referência à faixa etária do público alvo do teste. O teste é de aplicação individual com duração média de 60 minutos e pode ser administrado com ou sem uso da linguagem falada. A bateria é composta de quatro subtestes: dois subtestes de múltipla escolha com 36 itens (Analogias e Categorias), e dois subtestes de execução com 26 itens (Mosaicos e Padrões). Uma vantagem fundamental do SON-R 6-40 é que seus subtestes não requerem tradução. Assim, o teste se caracteriza como uma ferramenta adequada para estudos transculturais e internacionais. A pesquisa de normatização e validação do SON-R 6-40 no Brasil está em andamento. Da amostra total planejada de 1.360 pessoas, foram testadas 711 pessoas das regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Os resultados preliminares da normatização e validação do SON-R 6-40 para o Brasil serão apresentados durante a mesa redonda.

Resumo Apresentador 1

A pesquisa de normatização e validação do teste SON-R 6-40 para o contexto brasileiro encontra-se em andamento. Diversos estudos para obter evidências de validade dos escores do SON-R 6-40 foram realizados. Um aspecto essencial da validade de construto de um instrumento é a verificação da sua estrutura fatorial. Assim, o objetivo desse estudo foi a verificação da dimensionalidade dos escores do SON-R 6-40. Foi realizada uma análise fatorial utilizando o software FACTOR versão 9.2 em uma amostra de 711 pessoas que fazem parte da amostra de normatização do SON-R 6-40 no Brasil. Para determinar o número de fatores a extrair utilizou-se um tipo de Análise Paralela - Optimal Implementation of Parallel Analysis. O método de estimação de parâmetros foi Minimum Rank Factor Analysis (MRFA) com base em correlações politômicas. Os itens muito fáceis (p > 0,90) e os itens muito difíceis (p < 0,10) não foram considerados na verificação da estrutura fatorial. Foram utilizadas parcelas de itens em vez de itens individuais para evitar o surgimento de fatores artificiais relacionados à dificuldade dos itens e não ao conteúdo dos itens. A Análise Paralela indicou um único fator. Consequentemente foi realizada uma análise fatorial extraindo um único fator. Os resultados da análise fatorial indicaram que o fator único explicou 69,2% da variância comum. A percentagem da variância comum explicada pode ser considerada uma medida de ajuste do modelo aos dados. Todas as cargas fatoriais estavam acima de 0,60. Conclusão: os resultados confirmam os achados da pesquisa da estrutura fatorial do SON-R 6-40 na amostra de normatização da Holanda e Alemanha.

Resumo Apresentador 2

O SON-R 6-40 é um teste não verbal de inteligência focado na mensuração da inteligência fluida. É composto por quatro subtestes (Mosaicos, Categorias, Situações e Padrões) e busca avaliar o raciocínio abstrato e espacial. Os examinandos não respondem todos os itens dos subtestes porque há um procedimento adaptativo da testagem, isto é, critérios de interrupção são utilizados evitando a apresentação de itens que são muito fáceis ou difíceis para o respondente. O objetivo da presente pesquisa é avaliar as propriedades psicométricas do SON-R 6-40 relacionadas aos parâmetros dos itens, curva de informação e parâmetros dos escores. A amostra é composta de 711 participantes entre 6 e 37 anos. Os dados foram analisados com base na Teoria Clássica dos Testes (TCT) e a Teoria de Resposta ao Item (TRI). Embasada na TCT, as análises dos valores p (proporção de acertos) dos itens indicou que praticamente todos os itens estavam na ordem crescente de dificuldade. Dos quatro subtestes do SON-R 6-40, o subteste Categorias mostrou a proporção de acertos mais baixa. As correlações bisseriais (discriminação) foram adequadas, à exceção dos itens muito fáceis e dos muito difíceis. Análise com a TRI indicou que os dados empíricos se ajustaram melhor ao modelo de 2 parâmetros. A maior parte dos parâmetros b (dificuldade) apresentou ordem crescente de dificuldade. Ademais, os itens apresentaram discriminação (parâmetro a) de moderada a muito alta. A curva de informação do SON-R que mostrou que a maior quantidade de informação é obtida entre os valores -2,5 e +2,5 do escore latente no teste. A comparação da média dos escores brutos indicou uma tendência de crescimento não-linear dos escores ao longo das faixas de idade, bem como um leve decréscimo a partir dos 30 anos de idade. Em geral, conclui-se que as propriedades dos itens do SON-R 60 são satisfatórias.

Resumo Apresentador 3

Vários estudos foram realizados no Brasil com a finalidade de obter evidências de validade convergente do SON-R 6-40. Esses estudos fazem parte da pesquisa de normatização e validação do teste SON-R 6-40 no Brasil. O teste avalia um espectro largo de habilidades cognitivas sem envolver o uso da linguagem verbal ou escrita. Isso o torna excepcionalmente adequado para pessoas que têm problemas ou necessidades especiais na linguagem, fala ou comunicação, por exemplo, pessoas com deficiências como surdez, autismo e com transtornos de desenvolvimento social. O objetivo desta apresentação é relatar as evidências de validade convergente dos escores no teste SON-R 6-40. Para conseguir as evidências de validade, o teste foi administrado junto com o WISC-IV (n = 120), a BPR-5 (n=68) e o SON-R 2½-7[a] (n=44). A faixa etária dos participantes dos estudos estava entre 6 e 16 anos. Os seguintes coeficientes de fidedignidade (λ2 de Guttman) dos escores foram encontrados: 0,95 para o SON-R 6-40; 0,83 para o SON-R 2½-7[a]; 0,95 para o WISC-IV e 0,98 para a BPR-5. A obtenção de coeficientes de fidedignidade foi necessária para poder corrigir as correlações para o erro de mensuração. A correlação corrigida encontrada entre os escores totais do SON-R 6-40 e do WISC-IV foi de 0,65. Como esperado, a correlação corrigida entre o SON-R 6-40 e o Índice de Organização Perceptual do WISC-IV (índice composto por subtestes que avaliam a inteligência fluida) foi mais alta (r = 0,73) em comparação com a correlação anteriormente mencionada. A correlação corrigida entre o SON-R 6-40 e a BPR-5 foi de 0,72 e entre o SON-R 6-40 e o SON-R 2½-7[a] foi de 0,75. Os resultados obtidos são muito similares aos resultados encontrados em estudos realizados em outros países e indicam adequada validade convergente dos escores dos testes SON-R 6-40 nas diferentes faixas etárias investigadas.

Resumo Apresentador 4

No Brasil, estima-se que há que há aproximadamente 2,5 milhões de pessoas com deficiência intelectual/mental (IBGE, 2010). O uso de testes de inteligência é essencial no processo diagnóstico da deficiência intelectual. Os testes de inteligência tradicionais são alvos de críticas por utilizarem linguagem falada ou escrita, o que pode resultar na subestimação do desempenho de pessoas com algum tipo de limitação. Vários aspectos tornam o SON-R 6-40 especialmente adequado para esse tipo de pessoas. O teste avalia as habilidades cognitivas sem envolver o uso da linguagem. Os materiais são atrativos, as tarefas são diversificadas, diversos exemplos são fornecidos e também é dada ao examinando a oportunidade de ser ativa. Além disso, é disponibilizada feedback e as regras para interromper o teste limitam a aplicação de itens que são difíceis demais para o examinando. O presente estudo tem por objetivo geral verificar a adequação do SON-R 6-40 para pessoas com deficiência intelectual. A pesquisa foi realizada no Distrito Federal com uma amostra de 50 pessoas com idades entre 15 e 39 anos (M= 26,5; DP= 7,9) em uma organização social que promove atenção as pessoas com deficiência, com prioridade para aquelas com deficiência intelectual e múltipla. Os instrumentos utilizados foram o SON-R 6-40 e um instrumento usando uma escala tipo Likert de 1 a 4 para avaliar a motivação, cooperação, concentração e compreensão das instruções do examinando durante a aplicação do teste. Foram encontrados coeficientes elevados dos escores nos subtestes do SON-R 6-40 variando entre 0,88 e 0,91. A escala Likert mostrou valores elevados da motivação, cooperação e concentração dos examinandos durante a aplicação do teste (respectivamente 3,53, 3,65 e 3,19). Esses resultados fornecem algumas evidências inicias da adequação do SON-R 6-40 para pessoas com deficiência intelectual.

Palavras-chave:
 Evidências de validade, Validade de construto, Teste não-verbal de inteligência