Imprimir Resumo


VII Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 1045-2

Oral / Poster


1045-2

Desenvolvimento de instrumentos de mensuração em Psicologia do Esporte

Autores:
Frischknecht, G.2,4,3, Silva, A. M. B.1, Frainer, J.2, Enumo, S. R. F.1, Pesca, A. D.5,3,4, Nunes, C. H. S.2, Bittencourt, I. G.2, Cruz, R. M.2, Carvalho, L. F.6, Afonso, R. M.1, Araújo, M. F.1
1 PUC-CAMPINAS - Pontifícia Universidade Católica de Campinas ( Parque dos Jacarandas, Campinas/SP), 2 UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (Campus Reitor João David Ferreira Lima, Florianópolis/SC), 3 CESUSC - Faculdade CESUSC (Rod. José Carlos Daux (SC401), Km 10, 9301, Florianópolis/SC), 4 AVANTIS - Faculdade Avantis (Av. Marginal Leste, n. 3600, Km 132. Balneário Camboriú/SC), 5 FMH ULISBOA - Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisoba (Estrada da Costa, 1499-002 Cruz Quebrada - Dafundo, Lisboa/Portugal), 6 USF - Universidade São Francisco (R. Alexandre R Barbosa, Itatiba/SP)

E-mail Apresentador:

Resumo:
Resumo Geral da Mesa

A Psicologia do Esporte e do Exercício é a disciplina científica que investiga e intervêm sobre os comportamentos, emoções e pensamentos verificados nos contextos do esporte e do exercício (Samulski, 2002; Weinberg & Gould, 2011). Diferentes métodos são empregados na avaliação psicológica em Psicologia do Esporte e do Exercício, a fim de conhecer as habilidades psicológicas dos atletas e praticantes e compreender as demandas a serem trabalhadas. Entre eles, estão a observação de comportamento, técnicas de entrevista, relatório de treinadores, testes psicológicos, instrumentos de mensuração, avaliação de gravações de jogos e competições, entre outros (Raalte & Brewer, 2011). Esta mesa redonda terá como objetivo apresentar estudos de desenvolvimento e validação de instrumentos de mensuração de processos psicológicos, específicos para uso na Psicologia do Esporte e do Exercício. Será composta por três apresentações. A primeira referirá o processo de validação do Inventário de Ansiedade-Estado Competitiva para bailarinos. A segunda, o processo de adaptação transcultural de um instrumento de mensuração da eficácia de treinamento, para treinadores. A última discutirá os resultados de investigação de validade pela estrutura interna de um instrumento resultante do processo de adaptação transcultural para mensurar a autoconfiança em atletas. Esses construtos são fundamentais na avaliação e intervenção em Psicologia do Esporte e do Exercício, especialmente pelo fato de que o trabalho pode ser realizado não só com atletas, mas com outros profissionais envolvidos, como, por exemplo, treinadores. Tem-se como expectativa que os resultados proporcionem inovação tecnológica na avaliação em Psicologia do Esporte e do Exercício, ampliando as possibilidades de atuação profissional na área e, consequentemente, contribuindo com a atuação esportiva e o bem-estar dos atletas e praticantes de exercícios.

Resumo Apresentador 1

A ansiedade é uma condição psicológica e de alerta do organismo caracterizada por sintomas corporais, incerteza e apreensão em relação ao futuro. Diferencia-se de outras, como o estresse, a percepção de ameaça e o medo, apesar de estarem relacionadas. A ansiedade pode aparecer como um “traço”, referente à personalidade, ou como um “estado”, associado a situações temporárias. Objetivou-se neste estudo adaptar para bailarinos a versão brasileira do Inventário de Ansiedade-Estado Competitiva [CSAI-2], e verificar as evidências de validade de conteúdo e a estrutura interna do instrumento. Participaram do estudo 261 bailarinos adolescentes de quatro regiões do país, com idade média de 14,73 anos (± 1,82), individualmente ou em grupo, em festivais de dança nacionais e internacionais, no Brasil. Esta versão adaptada julgada por juízes especialistas nos quesitos pertinência prática, pertinência teórica e linguagem. Realizou-se uma análise fatorial exploratória, por meio da análise paralela, com utilização do software R, versão 2.15.3. Após, foi gerado um banco de dados para o software MPlus, versão 6.12, para a análise fatorial exploratória, com variáveis policóricas e índices de ajuste (E-SEM), que indicam a adequação da estrutura encontrada na presente amostra. Ressalta-se que o ajustamento desses índices também indicou uma adequação da amostra para a realização das análises estatísticas. Verificou-se a fidedignidade por consistência interna (alfa de Cronbach). Após a análise fatorial, a versão para bailarinos (CSAI-2-Dance; α = 0,84) ficou com 26 itens, organizados em dois fatores: Ansiedade e Autoconfiança. O CSAI-2-Dance mostrou propriedades psicométricas semelhantes à versão para atletas, porém com fatores componentes distintos do modelo original devido às especificidades da dança. Isso indica a necessidade de adaptações e validações de instrumentos considerando as especificidades da modalidade esportiva ou de atividade física praticada.

Resumo Apresentador 2

O conceito eficácia de treinamento é baseado na abordagem social cognitiva de Bandura e, mais especificamente, na teoria da autoeficácia esportiva. Feltz (et. al 1999) propõem um modelo de eficácia de treinamento como sendo o desenvolvimento da confiança dos treinadores na capacidade de afetar o aprendizado e o desempenho de seus atletas. Esta pesquisa tem como objetivo identificar as correlações entre as variáveis do perfil do treinador e a Escala de Eficácia de Treinamento de treinadores Brasileiros de cinco modalidades esportivas. Essa pesquisa é de natureza exploratória, descritiva e correlacional com amostra de caráter não probabilístico. Foi realizada com 207 treinadores de cinco modalidades esportivas: futebol, basquete, vôlei, handebol e tênis de campo e dividida entre treinadores de categorias de base e da categoria profissional. Foram aplicados nos treinadores dois instrumentos, um questionário para identificar o perfil do treinador e em seguida a Escala de Eficácia de Treinamento validada para o contexto brasileiro neste mesmo estudo. Os resultados indicaram que a maioria dos treinadores é do sexo masculino e que treinam equipes femininas e de categorias de base. Verificou-se ainda que gastam em média até 3h semanais para planejamento dos treinos e de 5 a 10h semanais para execução dos treinos. A única característica de perfil de treinadores significativa para a Escala de Eficácia de Treinamento (EET) é o sexo. Os resultados indicam que a EET apresenta evidências de validade de construto adequadas ao modelo teórico e aos propósitos deste estudo com alpha de Cronbach 0.96 geral da escala, 0.91 para dimensão motivação, 0.90 para estratégia de jogo, 0.88 para técnica e 0.84 para a dimensão de construção de caráter. Por fim, analisou-se que a Escala de Eficácia de Treinamento torna-se adequada para ser utilizada em qualquer uma das cinco modalidades, pois todas apresentarem precisão e fidedignidade.

Resumo Apresentador 3

A autoconfiança esportiva pode ser definida como o grau de certeza do atleta de que obterá sucesso no contexto esportivo (Vealey, 1986; 2003; Vealey & Chase, 2008; Karageorghis & Terry, 2011; Weinberg & Gould, 2011). A literatura internacional apresenta alguns instrumentos de mensuração específica deste construto (Vealey, 1986; Manzo, Silva III & Mink, 2001; Vealey, 2003) enquanto que, na literatura nacional, não foram encontrados instrumentos que o avaliassem em atletas brasileiros. Esta apresentação abordará a adaptação transcultural do Sport-Confidence Inventory (Vealey, 2003) e discutirá os resultados oriundos da investigação de validade pela estrutura interna. O processo de adaptação transcultural foi realizado por back-translation, seguido de estudos-piloto com a população-alvo. Para investigar evidências de validade pela estrutura interna, dois grupos amostrais responderam ao Questionário de Autoconfiança no Esporte, resultante do processo de adaptação. A amostra contemplou 379 atletas de alto rendimento, com idades entre 12 e 22 anos, sendo 140 atletas de ginástica e 239 de futebol. Realizou-se análise de componentes principais, seguida de rotação varimax para os resultados de toda amostra e para os grupos de ginástica e futebol separadamente. As análises encontradas para o total da amostra e para o grupo de futebol corroboraram com a proposta de dimensionalidade original (Vealey, 2003), nas quais os itens apresentaram cargas fatoriais mínimas de 0,3, distribuídos em três componentes: autoconfiança em habilidades físicas e treinamento, autoconfiança em eficiência cognitiva e autoconfiança em resiliência. Para o grupo de ginástica, verificaram-se quatro componentes, havendo diferença de dois itens na comparação com a proposta original (Vealey, 2003). Hipóteses associadas às diferenças culturais das modalidades esportivas foram discutidas neste resultado, entretanto uma limitação do estudo foi a amostra reduzida desse grupo amostral. Estudos futuros poderiam ampliar o tamanho da amostra e continuar investigando os resultados de modo comparativo entre diferentes modalidades esportivas.

Resumo Apresentador 4



Palavras-chave:
 Avaliação psicológica, Mensuração, Parâmetros psicométricos, Psicologia do Esporte, Validação