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VII Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 1055-1

Oral / Poster


1055-1

O MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA E OS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DOS MECANISMOS DE MUDANÇA DE COMPORTAMENTOS PROBLEMA EM SAÚDE

Autores:
Boff, R. M.1, Szupszynski, K. P. D2, Andressa Celente Ávila1, Dhiordan Cardoso da Silva1, Margareth da Silva Oliveira1
1 PUCRS - Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Av Ipiranga, 6681 Partenon Porto Alegre/RS CEP: 90619-900), 2 UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados (Dourados), 3 UNIVATES - Centro Universitário UNIVATES (Lajeado - RS)

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Resumo:
Resumo Geral da Mesa

O MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA E OS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DOS MECANISMOS DE MUDANÇA DE COMPORTAMENTOS PROBLEMA EM SAÚDE O Modelo Transteórico de mudança de comportamento (MTT), desenvolvido por Prochascka e DiClemente está fundamentado na premissa de que a mudança comportamental acontece ao longo de um processo que envolve 5 estágios (pré-contemplação, contemplação, preparação, ação e manutenção) e 10 processos de mudança, 5 experienciais e 5 comportamentais. Enquanto os estágios representam a dimensão temporal do MTT e permitem o entendimento de quando as mudanças particulares, intenções reais e comportamentos podem acontecer, os processos de mudança habilitam a pessoa a mover-se de um estágio para outro. Além dos estágios e dos processos, moderadores como a auto-eficácia e a balança decisional, tem um papel fundamental na manutenção da aquisição de novos hábitos em saúde. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é apresentar as evidências psicométricas dos instrumentos que medem as principais variáveis envolvidas na mudança do comportamento alimentar e exercício físico, bem como em relação a abstinência de substâncias psicoativas ilícitas. Para tanto, serão apresentadas evidências psicométricas das University of Rhode Island Change Assessment (URICA) que avaliam a prontidão para mudança para comportamento alimentar e para substâncias psicoativas ilícitas; as escalas de Bandura de autoeficácia para regular hábitos alimentares e exercício físico; a Escala de Autoeficácia para Abstinência de Drogas (EAAD) e a Escala de Situações Tentadoras para Uso de Drogas (ESTUD) e por fim a Escala de Processos de Mudança para Uso de substâncias psicoativas ilícitas (EPM). Todos os instrumentos do modelo demonstram boas evidências de precisão e validade podendo ser utilizados em adultos, com características semelhantes às da amostra dos estudos, bem como variáveis dependentes em programas de intervenção com o MTT.

Resumo Apresentador 1

EVIDÊNCIAS PSICOMÉTRICAS DAS UNIVERSITY OF RHODE ISLAND CHANGE ASSESSMENT (URICA) PARA AVALIAR PRONTIDÃO PARA MUDANÇA DE HÁBITO ALIMENTAR E ABSTINÊNCIA DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS ILÍCITAS Margareth da Silva Oliveira, Karen Priscila Del Rio Szupszynski, Simone Armentano Bittencourt O MTT propõe que a mudança de comportamento problema em saúde demanda a passagem por diferentes estágios de motivação que implicam em quanto o sujeito está motivado para efetivamente mudar, sendo essa avaliação decisiva no processo de escolha de estratégias terapêuticas mais adequadas e eficazes para o aumento e manutenção da motivação, favorecendo a mudança efetiva de comportamento. Estes estágios são caracterizados como: pré-contremplação, contemplação, preparação, ação e manutenção. O presente estudo apresenta evidencias psicométricas da University of Rhode Island Change Assessment (URICA), para mudança de comportamento alimentar e para uso de substâncias psicoativas ilícitas. O processo de adaptação da URICA para avaliação da motivação para a mudança de hábitos teve redução da versão de 32 para 24 itens, mediante análise fatorial exploratória e de índices de fidedignidade. Este estudo foi realizado com 175 participantes de programas de redução de peso do sul do Brasil. A análise fatorial apontou uma solução de 4 fatores, referentes aos 4 estágios de motivação para a mudança e apresentou um alpha de Cronbach total de 0,842, que variou de 0,813 a 0,940 entre os 4 domínios. Em relação a URICA para usuários de substâncias psicoativas a amostra foi de 214 sujeitos dos sexos masculino (n=194) e feminino (n=20), com faixa etária entre 13 e 44 anos de idade (M=22,93; DP=7,94) e a coleta ocorreu em Porto Alegre (RS), em ambulatórios para tratamento da dependência química (n=89) e locais de internação (n=125). As análises estatísticas evidenciaram uma boa consistência interna da escala de 24 itens (α=0,657). A URICA tanto para avaliar estágio de prontidão para mudança de hábito alimentar quanto para abstinência de drogas psicoativas ilícitas são instrumentos válidos são instrumentos confiáveis que podem ser utilizados em sujeitos com características semelhantes à da amostra deste estudo.

Resumo Apresentador 2

AVALIAÇÃO DA AUTOEFICÁCIA E TENTAÇÃO EM USUÁRIOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS. Andressa Celente de Ávila; Dhiordan Cardoso da Silva ; Margareth da Silva Oliveira A avaliação da autoeficácia para abstinência e tentação para uso de drogas vem apresentando papel importante no processo de mudança dos comportamentos aditivos. O objetivo do presente estudo é apresentar uma avaliação da autoeficácia para abstinência e tentação para o uso de substâncias psicoativas. Foi utilizada a Escala de Autoeficácia para Abstinência de Drogas (EAAD) e a Escala de Situações Tentadoras para Uso de Drogas (ESTUD), ambas com 24 itens. A amostra utilizada foi de 199 usuários de crack e/ou cocaína, internados em clínicas de tratamento para dependência química ou que frequentavam ambulatórios, sendo 168 do sexo masculino e 31 do sexo feminino e média de idade de 29,32 (DP=8,173). Viu-se que 28,1% tinham o ensino fundamental incompleto, 61,3% eram solteiros, 49,7 % eram católicos e 44,2% eram da classe B de acordo com os Critérios de Classificação Econômica do Brasil. De acordo com o teste de Correlação de Pearson entre a EAAD e a ESTUD, viu-se que a correlação foi semelhante (r= 1,000; p<0,01), sendo as correlações de todos os fatores também significativas (p<0,01). A consistência interna foi boa, conforme os valores do coeficiente alpha de Cronbach. As escalas totais obtiveram excelente fidedignidade: EAAD (α=0,941) e ESTUD (α=0,932). Observamos quanto aos fatores que, por exemplo, quanto mais elevados os escores do Fator 1 (emoções negativas) na ESTUD, menor os resultados de auto eficácia do Fator 4 (abstinência/fissura) na EAAD. Conclui-se que os construtos de autoeficácia e tentação no uso de drogas são essenciais para o tratamento da dependência química, tendo em vista que, quanto mais confiante o sujeito estiver na resistência ao uso, menor a tentação frente à droga.

Resumo Apresentador 3

EVIDÊNCIAS PSICOMÉTRICAS DAS ESCALAS DE AUTOEFICÁCIA PARA REGULAR HÁBITO ALIMENTAR E AUTOEFICÁCIA PARA REGULAR EXERCÍCIO FÍSICO Raquel de Melo Boff, Margareth da Silva Oliveira A adesão ao exercício físico e a uma dieta saudável depende de moderadores como a autoeficacia, para isso Bandura desenvolveu escalas que avaliam o grau de confiança em manter uma dieta e rotina de exercício mesmo diante de situações que podem dificultar a manutenção destes hábitos. Este estudo se propôs a traduzir, realizar adaptação semântica e buscar evidências psicométricas das escalas Self-efficacy to Regulate Exercise e Self-efficacy to Regulate Eating Habits. Participaram 303 sujeitos, 113 do sexo masculino e 190 do sexo feminino que foram diagnosticados com no mínimo um dos fatores para o desenvolvimento de um evento cardiovascular: obesidade, colesterol e triglicerídeos alterados, hipertensão, diabetes mellitus e síndrome metabólica. O teste Kappa da Self-efficacy to regulate exercise revelou uma boa concordância entre os juízes avaliadores (k=0.500) e a análise fatorial exploratória apresentou um único fator. A escala apresentou uma boa precisão constatada através do coeficiente de consistência interna alpha de Cronbach (α=0.97). Para análise de validade preditiva, a regressão linear múltipla demonstrou o poder preditivo do escore total sobre o aumento do Consumo Máximo de Oxigênio (p>0.05; β=1.47). A validade quase experimental feita através da variabilidade dos escores da escala durante o programa, demonstrou correlação entre os escores iniciais e finais (p>0.05). A concordância entre juízes no processo de adaptação da Self-efficacy to regulate Eating Habits foi de k=0.492. A análise fatorial exploratória agrupou os itens em 3 fatores: situações sociais; sentimentos e estados físicos e situações que provocam fissura. Uma boa precisão foi encontrada através do coeficiente de consistência interna alpha de Cronbach (α=0.96). Foi constatado evidência de validade quase experimental, utilizando a mesma amostra e técnica estatística da primeira escala (p>0.05). Os instrumentos de Bandura são medidas válidas para avaliar autoeficácia para regular hábito alimentar e exercício físico em brasileiros com risco cardiovascular.

Resumo Apresentador 4

ADAPTAÇÃO BRASILEIRA DA ESCALA DE PROCESSOS DE MUDANÇA (EPM) PARA USUÁRIOS DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS ILÍCITAS Karen Priscila Del Rio Szupszynski, Margareth da Silva Oliveira O Modelo Transteórico enfatiza a mudança intencional, formulado a partir de dois construtos: os Estágios de Mudança e os Mecanismos de Mudança. Dentre os Mecanismos de Mudança, estão os Processos de Mudança que são variáveis independentes do Modelo Transteórico e podem ser acessadas e manipuladas quando a pessoa inicia uma mudança de comportamento. De forma mais conceitual, os Processos de Mudança são atividades encobertas e ostensivas que os indivíduos usam para modificar seu comportamento problema. O objetivo do estudo foi realizar a adaptação e avaliar as propriedades psicométricas da Escala de Processos de Mudança (EPM)-20 itens para usuários de substâncias psicoativas ilícitas. A amostra foi formada por usuários de Crack, com histórico de internações anteriores, mostrando uma dificuldade de adesão aos tratamentos convencionais. Dados como a escolaridade, estado civil e classificação econômica, mostraram os prejuízos trazidos pelo uso de drogas. Em relação às propriedades psicométricas pôde-se constatar que a versão brasileira da Escala de Processos de Mudança para usuários de drogas é um instrumento com valores de fidedignidade e validade satisfatórios. A subescala de Processos Cognitivos apresentou resultado próximo ao esperado (=0,600) com Alpha igual a =0,535. Já a de Processos Comportamentais apresentaram valores dentro do esperado, com Alpha de = 0,721. A escala total apresentou um bom valor de confiabilidade, obtendo-se como resultado um alpha de = 0,775, mostrando que todos os itens juntos avaliam adequadamente o construto a que se relacionam. Os resultados de fidedignidade apresentam valores semelhantes aos encontrados em outros estudos, bem como os estudos de validade.

Palavras-chave:
 Modelo transteórico de Mudança, mudança de comportamento, mudança de estilo de vida, abstinência, instrumentos de avaliação clínica