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8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 51-1

Mesa-Redonda


51-1

A Avaliação em Psicologia Positiva Organizacional e do Trabalho.

Autores:
VAZQUEZ, A.C.S.1, Maurício Pianezolla1, Clarissa Freitas3, Andressa Cyrre1, Larissa Farina2, Claudio Hutz2
1 UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, 2 UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 3 UNIVERSO - Universidade Salgado de Oliveira

Resumo:
Resumo Geral da Mesa

O movimento em Psicologia Positiva tem orientado abordagens inovadoras a partir do foco nas forças e potencialidades do comportamento humano, sem deixar de lado os avanços até aqui obtidos acerca dos aspectos negativos do funcionamento humano para diagnóstico e tratamento das patologias e a elucidação dos desvios e deficiências. Nas últimas duas décadas, há vários estudos acerca dos fenômenos positivos relacionados ao trabalho que trazem robustas contribuições em saúde do trabalhador e saúde ocupacional, bem como para elaboração de intervenções que tragam desfechos positivos para os trabalhadores e organizações. Tais achados são marcados pelo desenvolvimento de novas teorias para explicar tais fenômenos e pela introdução de novos construtos, o que tem gerado desdobramentos recentes na área. A presente mesa redonda tem como objetivo principal analisar a produção em avaliação psicológica no campo da Psicologia Positiva Organizacional e do Trabalho (PPOT) pela apresentação de três trabalhos. O primeiro detém-se na discussão de instrumentos que avaliam fatores psicossociais no trabalho e apresentará o estado da arte e os instrumentos adotados para mensuração deste construto, bem como achados preliminares no Brasil. O segundo trabalho apresente a validação de uma medida de adição ao trabalho, discutindo a aplicação de sua versão reduzida no contexto brasileiro. Finalmente, o terceiro trabalho enriquece o debate desta mesa com dados da literatura da área sobre mensuração do flow e do engajamento no trabalho, relatando como os achados recentes demonstram que profissionais e organizações podem criar rotas de realização e de desenvolvimento frente aos desafios postos no mundo de trabalho contemporâneo.

Resumo Apresentador 1

A avaliação de fatores psicossoais no trabalho: revisão sistemática da literatura. (Mauricio Pianezolla & Ana Claudia Souza Vazquez). Este estudo surge da emergência do tema dos Fatores psicossociais do trabalho (FPT) no cenário internacional, assim como a necessidade da avaliação desses fatores no ambiente de trabalho. Com o objetivo de identificar os processos de avaliação desses FPT na literatura da área, foi realizada uma revisão sistemática de 69 artigos sobre o tema. Foi possível identificar a predominância de dois modelos teóricos usados para definição dos FPT, cujos desdobramentos embasam as principais correntes de estudo em PPOT: o Job Demand-Control (JDC, 68,1%) e Effort-Reward Imbalance (ERI, 26%). O mesmo predomínio aparece nos instrumentos mais frequentes da amostra: o Job Content Questionnaire (43,5%), Effort-Reward Imbalance (21,7%), Copenhagen Psychosocial Questionnaire (10,1%) e o Demand-Control-Support Questionnaire (7,2%), sendo estes baseados em um ou ambos os modelos teóricos. Os instrumentos disponíveis no cenário brasileiro não apresentam as mesmas qualidades psicométricas de seus correlatos internacionais, sendo necessária parcimônia na sua utilização e interpretação. Questiona-se o papel da hegemonia dos modelos JDC e ERI na concepção atual de FPT, assim como as propostas integrativas desses modelos. Faz-se necessário maior investimento no levantamento de dados sobre FPT do contexto brasileiro, assim como o desenvolvimento de instrumentos adequados para nossa população. Aponta-se também a necessidade de pesquisa da associação entre FPT e desfechos positivos para a saúde do trabalhador.

Resumo Apresentador 2

Evidências de Validade da Versão Brasileira da Dutch Work Addiction Scale (DUWAS) (Clarissa Pinto Pizarro de Freitas, Andressa Cyrre & Ana Claudia Souza Vazquez). Workaholism caracteriza-se por um estado em que os profissionais trabalham de forma excessiva e compulsiva. Este estudo objetivou avaliar as propriedades psicométricas da Dutch Work Addiction Scale (DUWAS) para o contexto brasileiro. Foram avaliadas as propriedades da versão de 20 itens da DUWAS, da versão reduzida de 10 itens da DUWAS e da escala de Trabalho Excessivo (TE). Os participantes da pesquisa foram 530 trabalhadores (67,7% do sexo feminino) com idades entre 19 e 74 anos (M = 36,4 anos, DP = 10,8). A análise fatorial confirmatória (AFC) da DUWAS-20 evidenciou a estrutura de três fatores oblíquos (trabalhar excessivamente, trabalhar compulsivamente e trabalho excessivo) como a mais adequada aos dados ( & #61539;² (167) = 536,7*; CFI = 0,84; TLI = 0,82; RMSEA (IC 90%) = 0,09 (0,08 – 0,10)). A AFC da versão reduzida DUWAS-10 demonstrou que a estrutura de dois fatores oblíquos (trabalhar excessivamente e trabalhar compulsivamente) como a mais adequada aos dados ( & #61539;² (34) = 142,96*; CFI = 0,90; TLI = 0,87; RMSEA (IC 90%) = 0,09 (0,08 – 0,11)). Além disso, por meio de uma AFC, foi observada que a dimensão trabalho excessivo (TE) pode ser avaliada como uma dimensão independente e unifatorial ( & #61539;² (2) = 2,2*; CFI = 0,99; TLI = 0,99; RMSEA (IC 90%) = 0,01 (0,01 – 0,09)), tendo em vista que a DUWAS-10 não abrange esta dimensão. As AFC Multigrupo demonstraram que a DUWAS-20, a DUWAS-10 e a TE possuíam invariância para sexo (homens e mulheres), escolaridade (técnicos, graduados e pós-graduados) e situação de trabalho (colaboradores, gerentes e diretores). Foi observado que as versões reduzidas avaliam os traços latentes das dimensões trabalhar excessivamente, trabalhar compulsivamente e trabalho excessivo de forma superior a DUWAS-20. Os resultados indicaram a utilidade da DUWAS-20 e das versões reduzidas para avaliar as dimensões de workaholism no contexto brasileiro.

Resumo Apresentador 3

Avaliação do flow e do engajamento: como o prazer influencia o trabalho. (Larissa Sanford Ayres Farina & Claudio Simon Hutz). À luz do modelo de recursos e demandas da PPOT, engajamento e o flow são conceitos que trazem para o centro do debate os vínculos de bem estar no trabalho; os quais permitem entender como certos profissionais fazem para prosperar no trabalho, estando sob as mesmas condições que seus colegas. Esse é um processo complexo que se relaciona com recursos internos e externos às pessoas, que têm o potencial de motivar ações competentes ou gerar tensões excessivas potencialmente prejudiciais à saúde. Esse estudo examina os achados sobre flow e engajamento no trabalho e tem como propósito central apresentar as principais escalas validadas para a medição desses construtos no contexto laboral brasileiro. Foi realizada revisão de literatura sobre flow e engajamento no trabalho; o que resultou em 37 artigos, os quais foram lidos e classificados de acordo com informações sobre autoria, periódico, ano da publicação, objetivos e método e informações sobre os conceitos aqui estudados. Os resultados indicam que as relações entre empresa e colaborador podem ser essenciais, tanto para o sucesso da instituição, como para a qualidade de vida dos seus funcionários. Dentre os achados, o flow e o engajamento no trabalho são vistos como fenômenos que podem ser utilizadas pelas empresas para se criar excelentes condições de funcionamento e, consequentemente, gerar resultados superiores nos negócios, no desempenho individual do trabalhador e em sua satisfação de vida. Em conclusão, os estudos apontam para recomendações e uma ampla gama de aplicações e consequente desenvolvimento de um clima de funcionamento ótimo dos indivíduos e grupos nas organizações.

Resumo Apresentador 4



Palavras-chave:
 Engajamento no Trabalho, Adição ao trabalho, Fatores Psicossciais no Trabalho, Flow no trabalho