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8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 143-2

Mesa-Redonda


143-2

Construção de instrumentos psicológicos para pessoas com deficiência visual: possibilidades e desafios

Autores:
OLIVEIRA, L.D.1, Lins, M. R. C.2, Oliveira, C. M.3
1 USF - Universidade São Francisco, 2 IESB - Instituto de Educação Superior de Brasília, 3 UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo:
Resumo Geral da Mesa

Construção de instrumentos psicológicos para pessoas com deficiência visual: possibilidades e desafios Leonardo de Oliveira Barros – Universidade São Francisco (USF) Manuela Ramos Caldas Lins – Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB) Cassandra Melo de Oliveira – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) A American Psychological Association (APA, 2011) orienta que a prática de avaliação psicológica de pessoas com deficiência deve pautar-se em uma abordagem de avaliação psicometricamente justa e que entenda a deficiência como dimensão da diversidade, garantindo a acessibilidade do serviço e dos instrumentos utilizados. Assim, esta mesa tem por objetivo apresentar e discutir processos de construção de instrumentos para pessoas com deficiência visual e os diversos formatos utilizados. Para a construção da Escala de Interesses Profissionais para Deficientes Visuais testou-se a aplicabilidade em formato tradicional e informatizado, havendo a participação de especialistas teóricos, profissionais da prática e do público alvo na etapa de construção. No Teste Tátil de Inteligência houve a necessidade de modificações nos materiais utilizados ao longo do estudo para superar as dificuldades encontradas pelos participantes cegos quando comparados com aqueles com baixa visão em relação ao formato e identificação de texturas. Na construção de um banco de itens de testagem universal e personalidade o desafio consistiu em possibilitar que tanto pessoas com deficiência quanto sem deficiência utilizem itens de alta qualidade. Assim, verifica-se a possibilidade de construção de instrumentos que respeitem a singularidade de públicos específicos e a necessidade de estudos que permitam tornar a área de avaliação psicológica acessível para todos que delas possam fazer uso.

Resumo Apresentador 1

Construção da Escala de Interesses Profissionais para Deficientes Visuais Leonardo de Oliveira Barros - USF Interesses profissionais são amplamente avaliados em práticas de Orientação de Carreira, todavia, há uma limitação na área em relação a instrumentos adequados para uso em populações com deficiência. Este trabalho teve como objetivo construir a Escala de Interesses Profissionais para Deficientes Visuais, embasada na teoria de Holland. Para a construção dos itens, realizou-se um levantamento de literatura cientifica e de instituições governamentais e de ensino a fim de localizar ocupações nas quais haviam pessoas com deficiência visual. Foram construídos 120 itens divididos igualmente entre as seis tipologias de Holland e submetidos à avaliação de pesquisadores com conhecimento da teoria havendo a sugestão de exclusão de 33 itens. Concomitantemente houve a avaliação por 3 psicólogas de instituições de apoio à pessoa com deficiência visual, para indicarem os itens que seriam adequados simultaneamente para pessoas com baixa visão e cegueira, sendo sugerido excluir 26 itens. Após cruzamentos das avaliações de juízes chegou-se a uma versão com 72 itens que foram utilizados para o Estudo Piloto. Nesta etapa participaram 7 adultos com baixa visão e cegueira adquirida para testar o formato tradicional e a versão informatizada. Os participantes avaliaram a funcionalidade dos modelos de aplicação e a possibilidade de execução das atividades propostas nos itens, sendo excluídos 4 itens julgados inadequados. O formato informatizado foi elaborado no Google Drive e considerado como acessível pelos usuários e mostrou-se adequado na coleta posterior com 137 pessoas, permitindo uso de leitores de tela. Assim, para a construção de instrumentos com essa população acredita-se na busca por evidências de validade de conteúdo, seja de grande importância considerar a visão de especialistas teóricos, profissionais da prática e do público alvo com intuito de ter um instrumento acessível e que assegure uma avaliação de qualidade.

Resumo Apresentador 2

Processo de construção do Teste Tátil de Inteligência Infantil: relato de experiência Manuela Ramos Caldas Lins - IESB Apesar do investimento de pesquisadores brasileiros, identifica-se poucos estudos nacionais que abordem a construção de instrumentos psicológicos para a avaliação de pessoas com deficiência. Diante disso, objetivou-se desenvolver um Teste Tátil de Inteligência para crianças com deficiência visual. Para tanto, foram realizados 5 estudos dos quais participaram indivíduos, de ambos os sexos e idades variadas, matriculados em instituições educacionais do Distrito Federal. O instrumento, composto por diversas questões, as quais visavam avaliar o raciocínio abstrato, foi construído com materiais que possibilitavam a percepção tátil: EVA liso, EVA rugoso, papel camurça e papel contato. Os resultados indicaram que os cegos tiveram mais dificuldade com o material do que os participantes com baixa visão. Por exemplo, tiveram problemas para identificar as figuras em papel contato, bem como as figuras pequenas de todos os tipos de textura. Tiveram dificuldade com a individuação dos itens grandes dada a proximidade com os demais e com as instruções, especialmente nos itens dispostos em matrizes. Dadas essas dificuldades, ao longo dos estudos, várias alterações precisaram ser feitas: retirou-se o papel contato, alterou-se as instruções, inseriu-se itens dispostos em linhas antes da apresentação das matrizes, alterou-se a ordem de apresentação dos itens, inseriu-se itens de exemplo, simplificou-se as figuras geométricas apresentadas, diminuiu-se a quantidade de itens, dentre outras. Apesar das mudanças, identifica-se que o instrumento ainda apresenta problemas e precisa de aperfeiçoamento. Sugere-se que novos estudos sejam realizados com amostras mais diversificadas, de outras regiões do país, para que seja possível melhorar o instrumento e assim contribuir com o crescimento da área.

Resumo Apresentador 3

Construção de um banco de itens de testagem adaptativa para testagem universal Cassandra Melo de Oliveira - UFSC A elaboração de um banco de itens em testagem adaptativa é uma tarefa de alta complexidade que demanda amplo conhecimento técnico e teórico. Soma-se a tal fato a elaboração do banco de itens segundo os princípios da Testagem Universal do construto personalidade, cinco grandes fatores. Assim, o objetivo geral deste estudo consistiu em desenvolver um banco de itens de personalidade e Testagem Universal e os específicos foram construir itens segundo os 7 princípios da Testagem Universal, propor um delineamento para análise de juízes e construir um instrumento para calibração dos itens. Aplicou-se os 7 princípios da testagem universal em seus desdobramentos no desenvolvimento de um número inicial de aproximadamente 800 itens. Destaca-se como aspectos da Testagem Universal aplicados aos itens: o conteúdo do item adequado para pessoas com e sem deficiência, a simplicidade do conteúdo do item para evitar ambiguidade, a equidade para pessoas com e sem deficiência, o texto curto (preocupação com o número de palavras) e, ainda, evitou-se linguajar técnico ou rebuscado e quaisquer ambiguidade. Realizou-se a análise da aplicação da Testagem Universal e os resultados das análises de juízes: reescritura, exclusão de itens, mudança de faceta. Ao final desta pesquisa obteve-se um banco de itens com 600 itens de Testagem Universal e personalidade prontos para o processo de calibração. Na presente pesquisa foram tomadas decisões qualitativas embasadas na literatura científica no que tange à construção de instrumentos de forma ampla e, mais especificamente, de instrumentos de testagem adaptativa e Testagem Universal.

Resumo Apresentador 4



Palavras-chave:
 deficiência visual, avaliação psicológica, psicometria, testagem universal, inclusão