Mesa-Redonda
158-1 | Estilos parentais, práticas educativas e a relação com o desenvolvimento de obesidade na infância | Autores: | NUNES, G.1, Janaína Pacheco2, Margareth Oliveira3
1 UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2 UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, 3 PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul |
Resumo: Resumo Geral da Mesa
Estilos parentais, práticas educativas e a relação com o desenvolvimento de obesidade na infância; Giovanna Nunes Cauduro (UFRGS), Janaína Thaís Barbosa Pacheco(UFCSPA), Margareth da Silva Oliveira (PUCRS)
Atualmente o sobrepeso e a obesidade afetam 43 milhões de crianças no mundo. Sabe-se que a etiologia da obesidade é composta por diversos fatores, entre eles considera-se os genéticos e ambientais os mais relevantes. Dentre os ambientais está o clima emocional estabelecido na díade pais criança, no qual ocorrem as práticas parentais. Esse clima é determinado pelos estilos parentais, entendidos como um conjunto de atitudes presentes na relação pais-filho que determinam o clima emocional no qual ocorrem as práticas parentais. No comportamento alimentar infantil cabe aos pais a função de proporcionar experiências encorajadoras, incentivando o contato com diferentes tipos de alimentos e com sentimentos físicos de saciedade, visto que a maior parte do desenvolvimento dos hábitos alimentares ocorre por meio da exposição e experiência repetida na infância. Devido à crescente importância atribuída ao papel dos pais no desenvolvimento de sobrepeso e obesidade, estratégias de intervenção vêm sendo estudadas para minimizar os fatores de risco para estas condições. Neste sentido, propõe-se o treinamento de pais, uma estratégia de intervenção baseada nos fundamentos das terapias cognitivas e comportamentais que possui evidencia de validade para alguns transtornos psicológicos com prevalência na infância, como Transtornos de desafio e oposição. Recentemente este modelo de intervenção vem sendo estudado para ocorrência de problemas alimentares na infância, como obesidade, sobrepeso e excessivas restrições alimentares. Este trabalho se propõe a 1) apresentar dados iniciais da adaptação e validação do Yale Food Addiction Scale Children (YFAS–C), na população infantil; 2) apresentar dados iniciais da adaptação e validação do Questionário de Estilos Parentais na Alimentação (QEPA) e 3) propor e discutir uma proposta de intervenção de orientação de pais com foco no comportamento alimentar dos filhos.
Resumo Apresentador 1
Adaptação transcultural do Questionário de Estilos Parentais na Alimentação (QEPA); Giovanna Nunes Cauduro - UFRGS
Estilo parental é um conjunto de atitudes presentes na relação pais-filhos que determinam o clima emocional no qual ocorrem as práticas parentais. Por determinar o clima emocional na díade, os estilos parentais exercem efeitos indiretos nos desfechos do desenvolvimento infantil ao facilitar ou dificultar a aceitação das práticas parentais pelos filhos. Associações entre estilos parentais e desfechos nos diferentes domínios do desenvolvimento da criança vem sendo estudadas, e os pais têm sido considerados favorecedores da autonomia dos filhos, uma vez que é deles o papel de encorajar as crianças em tarefas apropriadas à sua idade, o que resulta no aprimoramento de comportamentos infantis desejados e adaptativos. No comportamento alimentar infantil, cabe aos pais a função de proporcionar experiências encorajadoras, que visem o contato com diferentes tipos de alimentos e com os sentimentos físicos de saciedade, uma vez que a maior parte do desenvolvimento dos hábitos alimentares ocorre por meio da exposição e experiência repetida durante a infância. Além disso, a interação entre pais e filhos no momento da alimentação é um dos principais fatores que influenciam no desenvolvimento de comportamentos alimentares disfuncionais. O presente estudo buscou descrever os procedimentos de tradução e adaptação transcultural do Questionário de Estilos Parentais na Alimentação (QEPA) para o contexto brasileiro. Para isso, foram realizadas as seguintes etapas de adaptação de instrumento: 1) tradução do instrumento do idioma de origem para o idioma-alvo; 2) síntese das versões traduzidas; 3) avaliação por experts/público alvo; 4) tradução reversa e 5) estudo piloto. Foram realizados análise da consistência interna do questionário, que apontou a precisão do instrumento. Estudos iniciais de validade do instrumento demonstraram evidências de adequação do instrumento para avaliação dos estilos parentais presentes no momento da alimentação infantil no público alvo.
Resumo Apresentador 2
Treinamento de pais como estratégia de prevenção à obesidade infantil; Janaína Thais Barbosa Pacheco - UFCSPA
O Treinamento de pais é uma estratégia de intervenção baseada nos fundamentos das terapias cognitivas e comportamentais e que possui evidencia de validade para alguns transtornos psicológicos com prevalência na infância, tais como Transtornos de desafio e oposição e Transtorno de déficit de atenção. Recentemente, a literatura passou a descrever e a investigar fatores de risco para a ocorrência de problemas alimentares na infância, como obesidade, sobrepeso e excessivas restrições na ingestão de alimentos. Nessa perspectiva, as práticas educativas parentais tem sido objeto o dessas investigações. As práticas educativas são as estratégias que os pais utilizam para lidar com o comportamento dos filhos, podendo constituir um fator protetivo ou um fator de risco. A articulação entre os procedimentos de avaliação das práticas educativas parentais e a construção de intervenções que orientem os pais quanto ao comportamento alimentar dos filhos é necessária para a ampliação da área de conhecimento, bem como a prevenção de problemas na infância. O objetivo desse trabalho é apresentar e discutir uma proposta de intervenção de orientação de pais com foco no comportamento alimentar dos filhos. Essa intervenção foi organizada considerando as dimensões propostas pelo Questionário de Estilos Parentais na Alimentação (QEPA), que são a responsividade e a exigência parentais, e as técnicas disponibilizadas pelas terapias cognitivas e comportamentais.
Resumo Apresentador 3
Adaptação e validação do YFAS-CHILDREN (YFAS-C); Margareth da Silva Oliveira - PUCRS.
O excesso de peso afeta 43 milhões de crianças no mundo. O aumento das taxas de excesso de peso materno está implicando no maior risco de complicações na gravidez; maior peso ao nascer e obesidade infantil. A obesidade na infância está associada a consequências adversas na saúde, de curto e longo prazo, e muitas vezes acompanha a idade adulta. A maioria das consequências se tornam fatores de risco para doenças crônicas, incluindo doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e alguns tipos de câncer. Embora não haja uma medida validada de dependência alimentar em crianças, a Yale Food Addiction Scale é uma medida validada do comportamento alimentar aditivo como em adultos com base no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V). Pontuações mais altas no YFAS estão associadas a uma apresentação mais grave de transtorno de compulsão alimentar (TCAP) e dependência alimentar. Estas pontuações estão associadas a um padrão de resposta neural durante a exposição a sinais de alimentos e o consumo alimentar que é consistente com a ativação neuronal associada com outros comportamentos de dependência. O YFAS para crianças (YFAS-C) é projetado para medir o grau em que os critérios de dependência de substâncias descritas no DSM-V são relevantes para o consumo de alimentos altamente calóricos em crianças. O objetivo e apresentar dados iniciais da adaptação e validação do Yale Food Addiction Scale Children (YFAS–C), na população infantil. O instrumento e composto de 36 itens, em que a própria criança responde. A adaptação semântica foi realizada pelo grupo de pesquisa e alguns pontos serão apresentados da validação semântica. A amostra prevista é de 360 participantes com idade ente 8 e 12 anos.
Resumo Apresentador 4
Palavras-chave: estilos parentais, obesidade infantil, treino parental |