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8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 225-1

Oral (Tema Livre)


225-1

Aplicação de um questionário ASEBA em crianças abrigadas e não abrigadas em um serviço-escola

Autores:
KRÁS, É.P.1, Vitória Freitas1, Chrystian Kroeff1, Euclides Mendonça1, Denise Yates1
1 UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo:
Resumo Geral

O Centro de Avaliação Psicológica (CAP-UFRGS) é um serviço-escola que realiza psicodiagnósticos. A maior parte do público atendido são crianças do sexo masculino em idade escolar. Durante as triagens, normalmente é solicitado o preenchimento de questionários do Sistema ASEBA, sendo o mais utilizado o CBCL 6-18. Como parte de um estudo o processo de avaliação psicológica realizado com crianças abrigadas, buscou-se verificar se os resultados deste grupo no CBCL diferem dos resultados das crianças com vínculo familiar. O delineamento utilizado foi um estudo retrospectivo quantitativo. Todas as crianças abrigadas atendidas que utilizaram o CBCL 6-18 foram comparadas com um grupo randomizado de crianças não abrigadas avaliadas no serviço, sem diferença significativas em relação a idade e sexo. As médias dos escores brutos dos CBCL 6-18 dos dois grupos foram comparadas pelo teste T de Student. A amostra de casos abrigados foi composta por 9 casos de crianças de 7 a 18 anos (M=13,56; DP=3,68), maioria do sexo masculino (66,7%). As crianças abrigadas apresentaram resultados brutos significativamente menores nas escalas de Ansiedade e Depressão, Problemas Internalizantes, sintomas de Transtornos de Ansiedade e sintomas de TEPT, com tamanhos de efeito moderado das diferenças. A menor pontuação de crianças abrigadas nas escalas clínicas pode refletir a sensibilidade do instrumento baseado em hétero relato. Isto é, a escala necessita atenção e contato elevados do respondente em relação à criança (e.g. questões sobre problemas internalizantes). É possível que o preenchimento dos pais seja diferente dos cuidadores, e que sintomas em crianças de abrigo sejam subnotados por uma habituação dos responsáveis ao contexto vulnerável e ao sofrimento infantil. Por fim, é possível que a diferença tenha ocorrido devido a outras características não consideradas no estudo, como a gravidade do quadro clínico das crianças não abrigadas.

Palavras-chave:
 CBCL, crianças abrigadas, processo psicodiagnóstico