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8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 271-1

Poster (Painel)


271-1

Co-leito: consequências de uma prática comum e complexa

Autores:
Heine, J. A.1, Silveira, L. B.1, Kroeff, C. R.1, Cauduro, G. N.1, Cattani, B. C.1
1 UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo:
Resumo Geral

O Brasil é um país que se destaca na alta prevalência de co-leito durante a infância. Apesar de comum, esta prática vem sendo criticada por oferecer riscos à segurança do bebê e da criança, além de afetar aspectos do desenvolvimento socioemocional. Dividir a cama com os responsáveis pode aparentar, inicialmente, maior cuidado e segurança à criança, e estreitamento dos laços com o cuidador. No entanto, acredita-se que tal costume pode ocasionar desfechos negativos no desenvolvimento infantil. Objetivou-se analisar a prática de co-leito em crianças e adolescentes, bem como investigar a presença de sintomas afetivos que demandem atenção clínica. Foram analisados todos os casos de psicodiagnóstico atendidos no Centro de Avaliação Psicológica (CAP) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) ao longo do ano de 2016. Selecionou-se aqueles que apresentaram co-leito envolvendo o paciente avaliado, excluindo-se para a análise qualitativa os casos de pacientes com diagnóstico de TEA. A análise deu-se a partir da leitura do laudo, utilizando-se os tópicos “Avaliação dos Aspectos Afetivos e de Personalidade” e “Conclusão”. Nos resultados foi identificada a presença de co-leito em 25 casos, o que representa 39,68% dos atendimentos do serviço em 2016. A amostra foi composta por 64% de meninos e os participantes tinham entre 3 e 15 anos de idade, com média de 9,08 (DP=2.87) anos. Houve uma predominância de pacientes que apresentavam características afetivas de ambivalência, impulsividade, ansiedade, baixo limiar à frustração e desejo de autonomia. Grande parte destes pacientes foram encaminhados para psicoterapia individual, além de outros encaminhamentos como Fonoaudiologia, Psicoterapia Familiar, Pedagogia, dentre outros. Os achados apontam para a necessidade de atentar para os possíveis efeitos nocivos dessa prática, visto que os pacientes apresentam sintomas prejudiciais ao desenvolvimento emocional. Ressalta-se a importância de novos estudos com esta temática, pois ela é pouco investigada.

Palavras-chave:
 co-leito, infância, desenvolvimento sócio emocional, psicodiagnóstico


Agência de fomento:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul