Mesa-Redonda
272-2 | Novas medidas de inteligência e atenção: desafios e evidências empíricas | Autores: | CRUZ, R. M.1, SANTANA, I.1, FRANZIM NETO, L.1
1 PPGP-UFSC - Laboratório Fator Humano - Univers. Federal Santa Catarina |
Resumo: Resumo Geral da Mesa
A cognição humana é um aspecto de grande complexidade, fundamental para a vida do indivíduo e da sociedade, atuando como parte integrante do complexo mecanismo que possibilita a orientação adequada do comportamento, para os requisitos necessários à execução de uma tarefa e também de todo processo de aprendizagem, de interação com o mundo, sobrevivência etc. Diante da importância da avaliação psicológica, como um processo integrado, que abrange várias etapas, uma delas podendo envolver a utilização de instrumentos psicológicos, os testes devem assegurar as características psicométricas para sua utilização, permitindo qualificar uma avaliação como cientificamente respaldada. No processo de escolha do instrumento, é possível encontrar testes que preencham apenas parcialmente os requisitos necessários, exigindo uma análise que busca investigar até que ponto o teste avalia aquele aspecto que se propõe medir. Entre as análises do instrumental a ser usado, deve-se atentar para os estudos sobre a validade, a precisão e a padronização do instrumento. Com esse objetivo, a referida mesa apresenta trabalhos relacionados ao desenvolvimento e construção de ferramentas de mensuração de distintos aspectos que compõe a cognição, com foco na inteligência e atenção. O primeiro trabalho objetiva apresentar dados referentes a construção e evidências de validade de um teste de inteligência verbal. Já o segundo estudo relaciona-se a uma pesquisa com uma bateria de testes de atenção, objetivando estudos de evidências de validade com variáveis externas. E por fim um trabalho no contexto da segurança pública, com instrumentos de mensuração de inteligência geral e atenção concentrada, dividida e alternada. Os resultados apresentados nas distintas pesquisas contribuem para evidências de validade e precisão dos respectivos instrumentos, corroborando para a promoção da qualificação e respaldo científico de ferramentas de mensuração da cognição.
Resumo Apresentador 1
Construção e evidências de validade do teste de inteligência verbal (TIV).
AUTORES: Luciano Franzim Neto; Roberto Moraes Cruz, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.
RESUMO: Investigações teóricas e empíricas relacionadas a inteligência ocupam uma posição de destaque na avaliação psicológica. O conceito de inteligência verbal pode ser definido como a capacidade de compreensão, abstração, generalização e reflexão diante da linguagem. O objetivo é de apresentar as etapas de construção e validação do teste de inteligência verbal (TIV). O primeiro passo foi a realização da revisão de literatura acerca da inteligência verbal, a partir dessa etapa foi elaborado os itens do teste. Para a verificação das qualidades psicométricas a amostra total foi composta por 376, das quais 37,2% eram do sexo feminino e 62,8% do masculino. As idades variaram entre 17 e 50 anos (M=29,14 anos e DP=4,86). Em relação à escolaridade, 169 (44,9%) pessoas possuíam o ensino médio completo ou incompleto e 207 (55,1%) o superior. Foi verificado o alinhamento dos itens a partir da correlação item-total, a análise mostrou correlações item-total superior a 0,300 (p < 0,01), parâmetro considerado satisfatório. Para verificar a fidedignidade foram feitos dois estudos, sendo o cálculo do alfa de cronbach e split-half para as variáveis sexo e escolaridade. O alfa de crombach variou entre 0,817 a 0,847. Já o split-half variou de 0,859 a 0,888, todos significantes a nível de p < 0,01. Posteriormente foram realizadas correlação com outros instrumentos que avaliem construtos semelhantes, sendo eles: BPR-5 (n= 31; r=0,758; p < 0,01), HTM (n=45; r = 0,611; p < 0,01) R-1 (n= 150; r= 0, 460; p < 0,01) e TECON-2 (n=97; r=0,310; p < 0,01). Tais resultados explicitam as adequadas propriedades psicométricas do instrumento, fornecendo ao profissional que vier a utilizá-lo mais uma opção de instrumento para avaliar e pesquisar a inteligência verbal.
Resumo Apresentador 2
Bateria ROTA de Testes de Atenção: Estudos de evidências de validade.
AUTORES: Ivan Sant´Ana Rabelo – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Nelimar Ribeiro de Castro – Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde (FACISA); Roberto Moraes Cruz – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
RESUMO: A Bateria ROTA de Testes de Atenção é composta por três testes de cancelamento, que objetivam avaliar atenção concentrada, alternada e dividida. Este trabalho tem por objetivo apresentar estudos psicométricos de evidências de validade para a bateria de atenção. A amostra foi de 1.251 pessoas, sendo 643 mulheres (51,3%) e 608 homens (48,6%). As idades variaram entre 18 e 65 anos, com média de 27,4 anos e desvio-padrão de 9,8 anos. A bateria foi relacionada com outros testes psicológicos, entre eles, a Escala de Atenção Seletiva - EASV, com a Bateria de Provas de Atenção – BPA, com o Teste das Figuras de Inteligência Geral Não-Verbal, com o Teste de Memória Visual de Trânsito e com o Teste de Memória de Reconhecimento – MEMO-RE. Foram realizados estudos de precisão por meio de teste-reteste, com bons índices de confiabilidade. As correlações entre os testes de atenção indicaram índices de moderados a altos, todos positivos e significativos estatisticamente. Em relação a memória, as correlações com o MVT indicaram valores moderados, positivos e significativos. Já com o teste MEMO-RE, as correlações foram de magnitudes baixas, positivas e estatisticamente significativas. Os resultados demonstram que as variáveis investigadas neste estudo associam-se de distintas maneiras com os resultados nos testes de atenção, corroborando para evidências de validade da bateria de atenção. Por fim, ressalta-se a necessidade de se planejar e elaborar pesquisas e investimentos na área de avaliação psicológica, com novas técnicas e instrumentos de medida que possibilitem avaliar indivíduos em diferentes contextos.
Resumo Apresentador 3
Estudos com testes cognitivos no contexto da avaliação psicológica em segurança pública.
AUTORES: Roberto Moraes Cruz – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Ivan Sant´Ana Rabelo – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Andrea da Silva Porfírio – Universidade Paulista (UNIP).
RESUMO: A segurança pública se mostra uma das grandes preocupações da sociedade. No Brasil, as desigualdades sociais favorecem o aumento da criminalidade e violência, de maneira que a expectativa das pessoas nos responsáveis por esta segurança é ainda maior, e espera-se que os policiais tenham competências básicas para garantir a segurança e promover a confiança na população. Nesse sentido, esta pesquisa objetivou apresentar estudos com métodos de mensuração de atenção e inteligência em policiais. Contribuíram para a pesquisa 105 policiais militares com porte de arma, entre 19 e 32 anos (M=25,37; DP=3,22) e escolaridade do Ensino Médio ao Superior. Outra coleta foi realizada em 113 universitários, entre 18 e 38 anos (M=23,1; DP=4,35), dos cursos de Administração, Agronomia, Direito, Economia, Educação Física, Engenharias, Psicologia, Química entre outros. Os índices de precisão foram satisfatórios, acima de 0,70. Foram realizados os testes estatísticos Test T, ANOVA, correlações e análises por grupos extremos. Observou-se que no teste de atenção alternada não verificou-se diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de policiais e universitários. Já na inteligência geral, atenção concentrada e dividida, o grupo de policiais apresentou resultados mais elevados. Constituindo-se em uma questão fundamental para a qualidade dos serviços de segurança pública e um dos desafios enfrentados pela área de avaliação psicológica no Brasil, a avaliação de aspectos cognitivos se mostra presente na maioria dos procedimentos de avaliação psicológica periciais. Assim, os resultados desta pesquisa contribuem para o entendimento do uso de testes de avaliação de aspectos cognitivos em diferentes grupos. Sugere-se outros estudos dada a relevância da seleção de profissionais para a segurança pública.
Resumo Apresentador 4
Palavras-chave: Avaliação Psicológica, Construção, Validade, Inteligência, Atenção |