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8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 343-1

Mesa-Redonda


343-1

A Prática do Psicodiagnóstico em uma Instituição de Ensino Psicanalítica

Autores:
Boff, C.1, Ávila, C. M. C. K. T.1, Remião, R. F.1, Cossio, M.1, Lacerda, B. C.1
1 CIPT - Contemporâneo

Resumo:
Resumo Geral da Mesa

Introdução: O psicodiagnóstico é um tipo de avaliação psicológica, realizada com propósitos clínicos, com foco na existência ou não de psicopatologia. Auxilia os psicólogos e fontes de encaminhamento a compreenderem melhor os sintomas apresentados pelo sujeito. Contribuindo no diagnóstico, prognóstico e encaminhamentos mais adequados, através de uma compreensão psicodinâmica do caso. É realizado sempre com o objetivo de obter um entendimento profundo e completo da personalidade do sujeito, incluindo elementos constitutivos, patológicos e adaptativos. Objetivo: Descrever o processo de psicodiagnóstico realizado no ambulatório de uma instituição de ensino psicanalítica na cidade de Porto Alegre/RS. Método: Refere-se a uma pesquisa exploratória, realizada através de estudos de caso múltiplos. Resultados: A entrevista de triagem da instituição determina qual o melhor atendimento para cada paciente. No período de 2010 a 2016, 617 pacientes foram encaminhados para psicodiagnóstico. As principais fontes de encaminhamento de crianças e adolescentes foram escolas/universidades (43,9%), médicos (21,8%) e psicólogos (13,7%). Em relação aos adultos, a maioria foi encaminhado por médicos (34,6%), psicólogos (17,9%) ou buscaram atendimento por conta própria (16,7%). Conclusão: O processo psicodiagnóstico realizado por meio de entrevistas iniciais, utilização de técnicas e instrumentos e devolução dos resultados, proporciona uma maior adesão dos pacientes aos encaminhamentos feitos, assim como auxilia no esclarecimento do motivo da consulta.

Resumo Apresentador 1

Introdução: No período de 2010 a 2016, 537 crianças e adolescentes e 80 adultos foram encaminhados para psicodiagnóstico na instituição. Entre as crianças e adolescentes, os principais motivos de consulta foram problemas de aprendizagem (34,2%), problemas de atenção (26%) e ansiedade/depressão (11,9%). Em relação aos adultos, foram problemas de atenção (35,1%), problemas de ansiedade (27,3%) e problemas depressivos (20,8%). Objetivo: Descrever o processo de psicodiagnóstico realizado no ambulatório de uma instituição de ensino psicanalítica na cidade de Porto Alegre/RS. Método: Refere-se a uma pesquisa exploratória, realizada através de estudos de caso múltiplos. Resultados: O paciente que busca atendimento na instituição, entra em contato para marcar uma entrevista de triagem. Nessa etapa, ele preenche uma ficha de contato inicial, de acordo com a sua faixa etária. Essa ficha contém dados sociodemográficos. Os informantes de crianças e adolescentes são seus pais ou cuidadores. Atualmente, o protocolo de crianças e adolescentes inclui também o Inventário dos Comportamentos de Crianças entre 1½ e 5 anos e de Crianças e Adolescentes entre 6 e 18 anos – CBCL e a Escala de Avaliação, Adaptabilidade e Coesão Familiar – Faces III. Os pacientes adultos devem responder a Outcome Questionnaire – OQ-45.2, a Escala de Avaliação de Sintomas – SCL 90-R e a Defensive Style Questionnaire – DSQ-40. Depois disso, o profissional que o acolheu, preenche a ficha de avaliação, onde determina a fonte de encaminhamento, o motivo da consulta e formula hipóteses diagnósticas nosológica e psicanalítica para o caso, o encaminhando para a modalidade que melhor julgar necessária naquele momento, dentre elas, o psicodiagnóstico. Conclusão: A realização do psicodiagnóstico permite maior adesão as indicações feitas, prolongando o período em que o paciente permanece em psicoterapia de orientação psicanalítica.

Resumo Apresentador 2

Introdução: A entrevista psicológica como técnica possui seus próprios procedimentos ou regras empíricas. A entrevista de investigação, além de avaliar o normal ou patológico, também ordena a possibilidade terapêutica. Objetivo: Descrever o processo de psicodiagnóstico realizado no ambulatório de uma instituição de ensino psicanalítica na cidade de Porto Alegre/RS. Método: Refere-se a uma pesquisa exploratória, realizada através de estudos de caso múltiplos. Resultados: A entrevista é a técnica de avaliação psicológica que melhor se adapta às variações individuais e de contexto, para atender às necessidades diversificadas de situações clínicas e tornar explícitas determinadas particularidades. Mostra-se uma importante estratégia técnica para a coleta e organização de dados, os quais necessita-se para a avaliação das funções psíquicas do entrevistado. Na entrevista psicanalítica com fins de avaliação, alguns passos permitem a avaliação das ansiedades, das defesas e a qualidade das relações de objeto, além de seus conflitos. O entrevistador deve organizar e modelar suas observações embasado em um referencial teórico que sustente sua hipótese. A fundamentação teórica permite uma entrevista em condições metodológicas mais restritas, convertendo-a em um instrumento científico com resultados confiáveis. A entrevista com vários entrevistados é proposta para avaliar casais, famílias, crianças e adolescentes. Conclusão: A entrevista, como contato inicial, é fundamental para o desenvolvimento de uma relação de ajuda. A aceitação das indicações ou a permanência no tratamento dependerão do primeiro contato.

Resumo Apresentador 3

Introdução: A escolha dos instrumentos utilizados no psicodiagnóstico está baseada no motivo do encaminhamento, fio condutor da avaliação, bem como, nas entrevistas iniciais. Assim que se inicia o psicodiagnóstico, é elaborado um projeto em que se definem as técnicas e instrumentos que serão utilizados durante todo o processo investigativo, a fim de responder as hipóteses diagnósticas iniciais elaboradas. Objetivo: Descrever o processo de psicodiagnóstico realizado no ambulatório de uma instituição de ensino psicanalítica na cidade de Porto Alegre/RS. Método: Refere-se a uma pesquisa exploratória, realizada através de estudos de caso múltiplos. Resultados: Observou-se que o projeto, que define os instrumentos e técnicas selecionados a serem usados no psicodiagnóstico, pode passar por alterações a qualquer momento da avaliação. Tais alterações tendem a estar relacionadas com o motivo do encaminhamento e/ou com questões que não estão relacionadas com o objetivo da avaliação, mas com demandas que surgem durante o próprio processo, como por exemplo, o momento de vida do sujeito, demanda clínica ainda não observada pelo paciente e/ou família, resposta do sujeito a determinado instrumento, ritmo do paciente, entre outros, e que exigem flexibilidade do psicólogo que está conduzindo o processo, a fim de realizar as alterações necessárias para que o psicodiagnóstico não perca seu objetivo. Conclusão: É necessário realizar um planejamento dos instrumentos a serem utilizados no psicodiagnóstico para que a avaliação seja conduzida de forma a responder estritamente o motivo de encaminhamento. Entretanto, o psicólogo deve estar atento as possíveis interferências que exigem reformulação do mesmo, mostrando-se flexível e ágil, sempre conectado com as limitações do processo, dos instrumentos e do sujeito avaliado.

Resumo Apresentador 4

Introdução: A devolução das informações caracteriza-se como uma comunicação verbal, discriminada e dosificada, entre o psicólogo e o paciente, seja ele criança, adolescente, adulto independente ou dependente, seus pais ou responsáveis e outros demandantes sobre os resultados obtidos no psicodiagnóstico. O momento da devolução das informações é fundamental para o processo psicodiagnóstico, pois deve englobar, de forma sintetizada, todas as etapas anteriores, e, além disso, deve produzir a integração desses momentos, conduzir a um fechamento e abrir portas para novos direcionamentos. Objetivo: Descrever o processo de psicodiagnóstico realizado no ambulatório de uma instituição de ensino psicanalítica na cidade de Porto Alegre/RS. Método: Refere-se a uma pesquisa exploratória, realizada através de estudos de caso múltiplos. Resultados: A entrevista de devolução das informações será o palco de novos esclarecimentos, tendo um papel fundamental no processo psicodiagnóstico no sentido de perceber, estruturar e elucidar a complexidade do que veio à tona a partir da demanda inicial. É recomendado que o profissional responsável pelo caso retome as etapas anteriores da avaliação, relembrando o motivo da consulta, a entrevista inicial, os testes aplicados e seus resultados, para, enfim, conduzir ao fechamento do processo. Conclusão: O psicodiagnóstico não tem um fim em si mesmo, devendo auxiliar no esclarecimento das perguntas iniciais e definir quais os melhores caminhos a serem seguidos pelo paciente e/ou sua família.

Palavras-chave:
 Psicodiagnóstico, Avaliação Psicológica, Ensino, Psicanálise