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8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 345-1

Mesa-Redonda


345-1

MEDIDAS DE COMPORTAMENTOS ANTISSOCIAIS E ASSOCIADOS

Autores:
Carlos Eduardo Pimentel1, Thiago Gomes Nascimento2, Ana Karla Silva Soares3 e Renan Pereira Monteiro4
1 UFPB - Universidade Federal da Paraíba, 2 ISCP - Instituto Superior de Ciências Policiais , 3 UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul , 4 UFPI - Universidade Federal do Piauí

Resumo:
Resumo Geral da Mesa

O objetivo principal desta mesa é apresentar medidas de comportamentos antissociais e associados, focando nos seus parâmetros psicométricos, seja tendo em conta a teoria clássica dos testes, como a teoria de resposta aos itens. Neste sentido, são apresentados estudos empíricos sobre medidas da tríade sombria da personalidade, bullying, atitudes frente a armas e medo do crime. Todas estas medidas são úteis para se melhor entender comportamentos antissociais ou comportamentos correlatos. Deste modo, é de importância central na psicologia de modo amplo e de forma específica na psicologia forense. Do ponto de vista prática, essas medidas são importantes para se avaliar comportamentos antissociais na escola, na universidade e na sociedade como um todo, possibilitando que futuramente possa ser controlado, minimizado.

Resumo Apresentador 1

TRÍADE SOMBRIA DA PERSONALIDADE: EXPLORANDO OS PARÂMETROS PSICOMÉTRICOS DE DUAS MEDIDAS CONCISAS Renan Pereira Monteiro (Universidade Federal do Piauí), Carlos Eduardo Pimentel (Universidade Federal da Paraíba), Rildesia Silva Veloso Gouveia (Centro Universitário de João Pessoa), Maria Gabriela Costa Ribeiro, Italo de Oliveira Guedes (Universidade Federal da Paraíba) RESUMO: Ao se tratar de personalidade, o modelo dominante para a sua compreensão pauta-se nos Cinco Grandes Fatores. Contudo, este modelo não cobre adequadamente traços de natureza desviante da personalidade que podem fazer parte de uma faixa normal de funcionamento. Tais limitações abriram espaço para a Tríade Sombria da Personalidade, propondo que três traços formariam este lado obscuro da personalidade humana: Maquiavelismo e as variações subclínicas de psicopatia e narcisismo. Apesar da rápida profusão de estudos utilizando-se da Tríade Sombria, no Brasil ainda são escassos os estudos que a discutem ou utilizam tais fatores para o entendimento de fenômenos. Portanto, este estudo objetivou verificar a adequação de instrumentos concisos que mensuram a Tríade Sombria. Para tanto, participaram 243 universitários (média de idade = 22,5; DP =5,72; 61,3% mulheres). A Análise dos Componentes Principais (rotação oblíqua) indicou que todos os itens da Dark Triad Dirty Dozen (DTDD) saturam adequadamente em seus respectivos fatores, que mostraram-se fidedignos (alfa > 0,70). Os itens da DTDD tiveram discriminação elevada, cobrindo um amplo intervalo de traço latente. Para a Short Dark Triad (SD-3) teve-se que fixar a extração de 3 fatores, sendo que a versão resultante foi formada por 16 itens, tendo os fatores coeficientes de alfa variando entre 0,53 a 0,68. Os itens da SD-3 tiveram discriminação variando entre baixa, moderada e alta, onde os fatores avaliaram um amplo intervalo de traço latente. No que tange a validade convergente, as correlações com medidas independentes de cada traço sombrio foram mais consistentes em favor dos fatores da DTDD, que, no conjunto das análises, mostrou-se um instrumento mais adequado quando comparado a SD-3. Os resultados representam evidências iniciais de adequação de instrumentos de medida que estimam traços desviantes da personalidade em contexto brasileiro. Palavras-chave: Maquiavelismo; psicopatia; narcisismo; mensuração.

Resumo Apresentador 2

ESCALA CALIFÓRNIA DE VITIMIZAÇÃO DO BULLYING (ECVB): TESTANDO SUA ESTRUTURA E INVARIÂNCIA FATORIAL Ana Karla Silva Soares (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – UFMS), Alessandro Teixeira Rezende, Maria Gabriela Costa Ribeiro, Thiago Medeiros Cavalcanti, Valdiney Veloso Gouveia (Universidade Federal da Paraíba – UFPB). RESUMO: Bullying é o fenômeno por meio do qual a pessoa é exposta de forma sistemática a um conjunto de atos agressivos, desprovidos de motivação aparente, de maneira intencional e realizados por um ou mais indivíduos. Este estudo teve como objetivo verificar a estrutura da Escala Califórnia de Vitimização do Bullying (ECVB) e a invariância fatorial dessa medida em relação ao sexo dos participantes. No Estudo 1, participaram 396 estudantes, com idade média de 14 anos (DP = 1,32; variando de 11 a 16 anos), a maioria do sexo feminino (55,1%). Estes responderam a ECVB constituída por 7 itens, respondidos em uma escala de 5 pontos (variando de 0 nunca a 4 várias vezes durante a semana) e a perguntas demográficas. Os resultados de uma análise de componentes principais indicaram uma estrutura unifatorial ( & #945; = 0,70; omega = 0,71; valor próprio de 2,78 e explicando 40% da variância total) determinado por uma combinação de diferentes critérios: Cattell, Horn, Optimal Coordinates e Acceleration Factor, cujos indicadores corroboraram esta solução. Ademais, a análise de escalabilidade Mokken também corrobora estes achados apresentando resultados, satisfatórios [H = 0,32 e Rho = 0,71; Hs variando de 0,42 (Item 5) a 0,27 (Item 2)]. No Estudo 2, participaram 225 estudantes com idade média de 11 anos (DP = 1,19, variando de 9 a 13 anos), a maioria do sexo masculino (50,9%), os quais responderam a referida escala e perguntas demográficas. Procedeu-se a invariância fatorial do modelo original da ECVB (um fator), que reuniu as propriedades de invariância métrica e estrutural, a partir do valor dos indicadores do delta RMSEA. Estes achados apoiam a adequação psicométrica da ECVB, indicando sua utilização em estudos futuros para conhecer os correlatos do bullying, visto que pesquisas desta natureza são importantes, porque este fenômeno pode influenciar diversas esferas da vida de um indivíduo. Palavras-chave: Bullying, validade fatorial, invariância fatorial, escala.

Resumo Apresentador 3

ESCALA DE ATITUDES FRENTE À ARMA DE FOGO: VERIFICANDO SUAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS Thiago Gomes Nascimento (Instituto Superior de Ciências Policiais – ISCP), Carlos Eduardo Pimentel (Universidade Federal da Paraíba – UFPB), Breno Giovanni Adaid-Castro (Universidade de Brasília – UnB) RESUMO: A violência no Brasil tem apresentado, nos últimos anos, um crescimento vertiginoso. Parte relevante da explicação desse fenômeno está relacionada ao porte de armas de fogo. Diante disso, as atitudes frente à arma de fogo podem ser importantes para predizer se um indivíduo vai portar armas, para o chamado efeito de armas, bem como para se entender a violência de forma geral. Este artigo objetivou verificar a validade de construto da Escala de Atitudes Frente à Arma de Fogo (EAFAF). No Estudo 1, participaram 200 policiais militares do Distrito Federal, com idade média de 27,75 anos (DP=2,98), dos quais 88,8 % eram homens. Eles responderam a EAFAF e perguntas demográficas. A análise dos componentes principais indicou uma estrutura tri-fatorial, cujos alfas de Cronbach foram 0,81 (direito), 0,76 (proteção) e 0,65 (crime). No Estudo 2, participaram 220 estudantes universitários, com idade média de 24,37 anos (DP=7,58), dos quais 53,0% eram mulheres. Testou-se a estrutura tri-fatorial por meio de análise fatorial confirmatória. Os indicadores de ajuste foram satisfatórios ( qui-quadrado2 (99) = 142,43, p = 0,003; qui-quadrado 2 / g.l. = 1,44; GFI = 0,93; CFI = 0,97; RMSEA = 0,045 (IC90%=0,027-0,060) e SRMR = 0,054). Os alfas de Cronbach foram 0,81, 0,76, 0,75.Por fim, Considerando a amostra de estudantes (n=220), realizou-se uma MANCOVA com os fatores da EAFAF como variáveis dependentes, o sexo como variável antecedente e a idade como covariável. Constatou-se um efeito multivariado do sexo do participante [lambda de Wilks = 0,89, F (3, 196)=8,085, p=0,000, eta parcial=0,11, poder=0,99] sobre cada um das dimensões do construto. Observou-se que os homens apresentaram maior média para os fatores proteção e direito, enquanto as mulheres apresentaram a média mais elevada para o fator crime. Para os três fatores estudados, a idade não apresentou efeito significativo. Palavras-chave: Armas de fogo, atitudes, medidas de atitude, validade do teste.

Resumo Apresentador 4

ESCALA DO MEDO DO CRIME: EVIDÊNCIAS DE SUA ADEQUAÇÃO PSICOMÉTRICA Carlos Eduardo Pimentel (Universidade Federal da Paraíba – UFPB), Hartmut Gunther (Universidade de Brasília - UnB), Renan Pereira Monteiro (Universidade Federal do Piauí - UFPI), Peter Ulrich Vieth Black (Universidade de Brasília - UnB) RESUMO: O medo do crime é um construto fundamental para se entender fatores psicológicos ligados ao crime e ao sentimento de insegurança, assim como se avaliar o efeito de políticas públicas de segurança para a população. Em pesquisa prévia realizada no contexto brasiliense foi utilizada uma medida válida e breve, intitulada a Escala de Medo do Crime que conta com dois fatores com índices de consistência satisfatórios. A despeito da utilidade desta medida, são necessárias pesquisas baseadas na Teoria de Resposta ao Item para melhor avaliar esta medida. Para tanto, contou-se com a participação de 150 participantes, sendo a maioria do sexo feminino (54%), com média de idade de 32 anos (DP = 11,31) principalmente residentes em Brasília (52%) que responderam pela Internet a escala em análise. Inicialmente a Análise Fatorial Confirmatória deu suporte para a estrutura bifatorial: & #967;²/gl = 1,45; CFI = 0,97; GFI = 0,99; TLI = 0,98; RMSEA (IC90%) = 0,055 (0,010 – 0,087). Em seguida, os parâmetros dos itens foram calculados por meio da Teoria de Resposta ao Item para cada fator. Para o primeiro fator foi utilizado o Modelo de Resposta Graduada, pois os seus itens são politômicos, e, para o segundo fator, utilizou-se o modelo de dois parâmetros de Rasch, considerando a natureza dicotômica dos itens que o compõe. O fator Medo do Crime mostrou-se adequado, com alfa de Cronbach de 0,82. Já o fator Enfrentar o Medo também mostrou consistência interna aceitável (KR = 0,65). Estas sub-escalas são discutidas com base nos índices de discriminação e dificuldade que apresentaram. Palavras-chave: Medo do crime; discriminação, dificuldade.

Palavras-chave:
 tríade sombria, bullying, atitudes frente às armas, medo do crime


Agência de fomento:
CNPq