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8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 375-1

Mesa-Redonda


375-1

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: O QUE MOSTRAM OS ESTUDOS E IMPACTOS NA VIDA

Autores:
Sabrina Barroso3, Raphaela Campos de Sousa3, Deise Coelho de Souza 3, CÁSSIA ALVES1,2
1 UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul , 2 FSG - Centro Universitário da Serra Gaúcha , 3 UFTM - Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Resumo:
Resumo Geral da Mesa

Uma parcela significativa dos estudantes universitários se encontra na faixa dos jovens adultos, momento em que muitas decisões com consequências duradouras precisam ser tomadas. Apesar disso, e embora frequentemente componham a amostra de trabalhos para validação de instrumentos, os jovens adultos raramente são foco de investigações sobre seu bem-estar ou que avaliem as consequências de suas condições para sua vida universitária ou futura.Visando contribuir para suprir essa lacuna, a presente mesa-redonda tem como objetivo apresentar e discutir os resultados de investigações feitas sobre as condições cognitivas e emocionais de estudantes universitários, bem como seus impactos sobre a escolha de sua carreira e a qualidade de vida dos universitários. Em um primeiro momento serão apresentados os resultados da avaliação cognitiva dos estudantes de uma universidade pública do interior de Minas Gerais. Em seguida serão discutidos os resultados sobre os sintomas de ansiedade, stress e depressão dos estudantes dessa mesma universidade e suas relações com hábitos de vida dos estudantes.Por fim,será discutido o impacto das condições dos estudantes para suas carreiras a partir de uma intervenção com o objetivo de auxiliar no gerenciamento de carreira. A integração de tais resultados e percepções poderão ajudar a pensar nos universitários sob uma nova ótica e problematizar a importância da avaliação psicológica como forma de embasar intervenções para essa população.

Resumo Apresentador 1

Os estudantes que ingressam no ensino superior entram em contato com uma nova realidade, diferente daquela vivenciada no ensino médio. Essa nova realidade exige uma adaptação que depende de uma série de fatores, tais como hábitos de vida, nível de suporte social, comprometimento com objetivos educacionais, acadêmicos, sociais, entre outros. A cognição é um aspecto que pode afetar diretamente a forma como o indivíduo interage, o que influencia na capacidade de adaptação ao meio. Considerando essa influência, este estudo teve como objetivo verificar as características de atenção, memória e inteligência geral nos estudantes da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), observando relações entre tais construtos. Tratou-se de um estudo empírico, de corte transversal, apoiado na metodologia quantitativa de pesquisa.Foram avaliados 216 estudantes de graduação da UFTM, maiores de 18 anos, sem restrições por sexo ou curso. Os testes utilizados na avaliação foram o teste de inteligência geral G-36, os subtestes de memória e atenção da bateria Neupsilin, o teste Figuras Complexas de Rey e a Bateria Psicológica para a Avaliação da Atenção. Foram realizadas análises descritivas de porcentagem, tendência central e dispersão, bem como de correlação de Spearman, considerando significância de 5%. Os resultados apontaram que quase a totalidade dos participantes apresentou desempenho dentro do esperado para sua idade e escolaridade para as funções investigadas. Entretanto, apesar dos déficits serem observados em uma parcela reduzida da amostra, foram encontrados déficits na atenção, percepção, memória e nível cognitivo nos avaliados. Alguns déficits se associaram com hábitos de vida dos estudantes e com sua satisfação com o curso. Esses dados geram preocupações, pois podem prejudicar os processos de aprendizagem e aumentar o risco de abandonar a universidade. Atentar para as condições cognitivas dos estudantes pode ser importante para pensar em futuras intervenções.

Resumo Apresentador 2

A fase de vida do jovem adulto, associada ao período de educação superior, exige adaptações dos universitários quanto às demandas socioculturais, o que pode refletir diretamente na saúde mental desta população.Apesar da possibilidade de consequências negativas importantes para a vivência universitária e vida pessoal e profissional posterior, a saúde emocional dos universitários não tem recebido muita atenção por parte dos pesquisadores e da administração das universidades. Visando mostrar as condições emocionais dos estudantes da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), o presente estudo teve como objetivo avaliar a presença de sintomas de depressão, ansiedade e stress em graduandos desta instituição. Foram avaliados 212 graduandos de ambos os sexos, com idade média de 22 anos. O instrumento utilizado para coleta de dados foi a Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS-21), aplicada online por meio da plataforma Survey Monkey. Foi utilizada análise estatística descritiva (média, desvio-padrão e porcentagem) para caracterização da amostra e identificação dos níveis de depressão, ansiedade e stress. Em relação ao stress, 43,4% dos universitários apresentaram sintomas de stress, sendo o nível moderado o mais significativo (14,6%). Sintomas ansiosos foram observados em 34,4% e 49,1% dos estudantes mostrou sinais significativos de depressão, sendo que 9,9% apresentavam nível de sofrimento psicológico extremamente grave. A partir dos resultados apontados salienta-se a presença de sintomas de sofrimento emocional nos estudantes universitários, o que aumenta a vulnerabilidade desse público e mostram a relevância de pensar em intervenções focadas nessa temática para a população universitária.

Resumo Apresentador 3

As constantes mudanças no mercado de trabalho e a presença de transições de carreira mais frequentes requerem que os indivíduos estejam atentos e preparados para lidar com tais transições. Nesse sentido, o contexto universitário contém diversas oportunidades, proporcionando ao jovem explorar seu papel profissional. O construto adaptabilidade de carreira, expresso através das dimensões consideração, curiosidade, controle e confiança, refere-se à prontidão e aos recursos que o indivíduo dispõe em lidar com as tarefas esperadas para o desenvolvimento vocacional, além de novos desafios e transições de carreira. Este estudo tem por objetivo apresentar os resultados de uma intervenção-piloto realizada com universitários a fim de auxiliar no autoconhecimento, estabelecimento de metas e planos profissionais. Participaram, somando os participantes de quatro grupos, 20 estudantes (50% mulheres), com idade média de 23,20 anos (DP ± 2,67), matriculados a partir do 4º semestre de uma universidade pública do interior do Rio Grande do Sul.Os universitários responderam aos instrumentos Escala de Adaptabilidade de Carreira (EAC) e Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS-21) antes e após a intervenção. A intervenção foi realizada em três encontros com duas horas de duração, uma vez por semana. Observaram-se somente diferenças estatisticamente significativas (teste de Wilcoxon: p < 0,05) nas subescalas consideração com o futuro, confiança e curiosidade da EAC. Os resultados sugerem que a intervenção produz efeitos positivos no desenvolvimento de carreira. Contudo, mesmo que o foco da intervenção não tenha sido voltado para sintomas de depressão, ansiedade e estresse, estes podem influenciar na percepção de responsabilidade e no comprometimento com o futuro, na confiança para a resolução dos desafios e transições de carreira, e no envolvimento em comportamentos proativos relacionados às metas e planos profissionais. Dessa forma, a construção de intervenções articuladas com sintomas psicológicos e desenvolvimento de carreira poderá beneficiar universitários no gerenciamento de suas carreiras.

Resumo Apresentador 4



Palavras-chave:
 Avaliação Psicológica, Carreira, Cognição, Emoções, Universitários