Mesa-Redonda
380-1 | ANÁLISE DE REDES EM DIFERENTES CONTEXTOS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA | Autores: | A.M.B.S.2, W.L.M.1, S.R.F.E.1, R.P.D.1, C.M.D.B.2, I. P. C.1, M.C.B.M.3, S.M.W.1
1 PUC-CAMPINAS - Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 2 UNISO - Universidade de Sorocaba, 3 ANHANGUERA - Faculdade Anhanguera |
Resumo: Resumo Geral da Mesa
A Análise de Rede é uma metodologia estatística diferenciada por apresentar a ideia de sistemas de relações, atentando-se assim para a complexidade do fenômeno. Redes são modelos matemáticos, baseados em dados empíricos, que combinam diferentes algoritmos e técnicas gráficas, consistindo na representação, em geral gráfica, de um sistema constituinte de variáveis ou objetos (nodos) e as relações entre esses elementos (caminhos, linhas, setas). A Análise de Rede pode ser utilizada com diferentes objetivos, sendo um deles a geração de modelos indutivos penalizados. No primeiro estudo a ser apresentado, esta metodologia foi empregada como suporte psicométrico, através de uma rede nomológica. Isso significa que, após estudos psicométricos tradicionais, como Análise Fatorial e Teoria de Resposta ao Item, utilizou-se a Análise de Rede como um suporte maior para as evidências de validade, bem como para verificar a relação entre fatores de diferentes instrumentos para possível criação de uma bateria de avaliação psicológica para bailarinos. No segundo estudo, o enfoque não era psicométrico, e sim, de avaliação psicológica. Nesse estudo foi possível avaliar características presentes em um ambiente empresarial do setor de serviços, ou seja, como os colaboradores percebiam o ambiente de trabalho. Por fim, o terceiro estudo, também com caráter de avaliação psicológica, buscou comparar os resultados do Desenho da Figura Humana (DFH) considerando o tipo de escola e gênero. Com esses estudos é possível perceber a potencialidade de utilização da Análise de Rede como uma ferramenta para a Avaliação Psicológica e estudos Psicométricos, com as mais diversas amostras.
Resumo Apresentador 1
EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE INSTRUMENTOS PSICOLÓGICOS PARA BAILARINOS PELA ANÁLISE DE REDE
Andressa Melina Becker da Silva1
Wagner de Lara Machado2
Sônia Regina Fiorim Enumo2,3
1- Professora Dra. do Curso de Graduação em Psicologia da Universidade de Sorocaba, Sorocaba, São Paulo.
2- Professor(a) Dr(a). do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, São Paulo.
3- Professora Dra. do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, São Paulo.
Introdução: Bailarinos têm intensa carga de treinamento, aumentando a dor e a dependência de exercício. Esta condição também agrava quadros de estresse e ansiedade frente a competições, reduz a percepção de autoeficácia e a qualidade de vida, aumentando respostas mal adaptativas. Para avaliar esses indicadores, é preciso elaborar e adaptar instrumentos específicos para essa população, condição pouco frequente nessa área. Objetivo: Verificar as relações entre indicadores de instrumentos psicológicos para bailarinos, como parte da busca de evidências de validade, através de rede nomológica. Método: Foram avaliados 410 bailarinos (93,42% mulheres), entre 10-19 anos de idade (M = 15,35; DP = 3,36), competidores de festivais nacionais. Os 8 instrumentos em processo de validação foram: Escala de Autoeficácia para Bailarinos, Athletic Coping Skills Inventory para Bailarinos, Inventário de Coping da Dor para Bailarinos, Inventário de Ansiedade-Estado Competitiva para Bailarinos, Exercise Dependence Scale, Lista de Sintomas de Stress Pré-Competitivo Infanto-Juvenil, Questionário sobre Qualidade de Vida para Bailarinos e Recovery-Stress Questionnaire for Dancers. Para análise de dados, utilizou-se a Análise de Redes processada no software R, pacote qgraph. Resultados: Houve forte relação positiva entre estresse geral e estresse específico, ansiedade e os estressores (intrínseco cognitivo/emocional, fisiológico e extrínseco social), dependência de exercício físico, coping da dança, autoconfiança, recuperação e autoeficácia psicológica, e entre variáveis promotoras e não promotoras da qualidade de vida. Houve correlação negativa significativa entre estratégias de enfrentamento mal adaptativas da dor e autoeficácia física. Observou-se uma ligação complexa entre as variáveis, presumindo-se que, se uma das variáveis for alterada por alguma intervenção psicológica, o sistema como um todo se alterará, já que existem fortes associações entre as variáveis. Conclusões: A Análise de Rede mostrou ser um método psicométrico informativo para análise de relações entre fatores de diversos instrumentos, facilitando a composição de uma bateria de avaliação psicológica específica para essa população.
Palavras-chave: Avaliação psicológica; dança; psicometria; psicologia do esporte; análise de rede.
Resumo Apresentador 2
APLICAÇÃO DA ANÁLISE DE REDE NA AVALIAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO DE UMA MICROEMPRESA
Rita Pimenta de Devotto
Mestranda do Programa de Pós Graduação em Psicologia – Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, São Paulo
Prof. Dr. Wagner de Lara Machado
Professor do Programa de Pós Graduação em Psicologia – Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, São Paulo
INTRODUCÃO: A complexidade é uma propriedade intrínseca do comportamento humano nas organizações. Desta forma, a avaliação do ambiente de trabalho nas empresas requer o uso conjunto de métodos qualitativos (e.g., grupos focais) e quantitativos (e.g., escalas). A análise de rede é uma técnica exploratória e indutiva para investigar a estrutura e dinâmica de relações entre as variáveis de um sistema, podendo ser também útil para realizar diagnósticos e auxiliar na tomada de decisões no contexto de gestão organizacional. A partir dos padrões de relações revelados na rede (e.g., ambiente de trabalho), os profissionais podem planejar intervenções focando naqueles elementos que mais influenciam o sistema (força) ou ainda que façam a ligação entre distintos sistemas (conectividade). OBJETIVO: Relatar o uso de diferentes estratégias, em especial da análise de rede, na avaliação do ambiente de trabalho de uma microempresa para apoiar ações de melhoria futuras. MÉTODO: Realizou-se grupos focais e entrevistas individuais com os colaboradores da empresa (N = 46) com base em um roteiro semiestruturado. Adicionalmente, os colaboradores (N = 40) responderam um questionário para aferir as condições de trabalho, as emoções no trabalho, o engajamento e o tédio no trabalho. Os dados qualitativos foram submetidos à análise de conteúdo e os dados quantitativos submetidos à análise de rede. RESULTADOS: A análise qualitativa revelou três pontos positivos e sete pontos recorrentes de melhoria. A análise de rede, corroborou, ampliou e especificou estes achados: o apoio do supervisor foi o fator mais influente no engajamento no trabalho, na ocorrência de emoções negativas e na gestão e comunicação da mudança organizacional. CONCLUSÕES: O desenvolvimento da variável apoio do supervisor é chave e prioritário para melhoria do ambiente de trabalho. A análise de redes corroborou os achados advindos de métodos qualitativos, fornecendo desta forma, um diagnóstico mais preciso, informativo e intuitivo aos gestores.
Palavras-chave: Ambiente de trabalho; avaliação; análise de rede.
Resumo Apresentador 3
ANÁLISE DE REDE: DESENHO DA FIGURA HUMANA - DIFERENÇAS DE GÊNERO E TIPO DE ESCOLA
Cristina Maria D’Antona Bachert - Universidade de Sorocaba, Sorocaba, São Paulo,
Ingrid Piccollo Comparini - Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, São Paulo,
Maria Celia Bruno Mundim - Faculdades Anhanguera, Sumaré, São Paulo,
Wagner de Lara Machado - Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, São Paulo,
Solange Muglia Wechsler - Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, São Paulo.
Os estudos acerca dos aspectos cognitivos do desenho são remotos e datam do séc. XIX. O Desenho da Figura Humana (DFH) enquanto forma de avaliação é analisado como expressão de aspectos desenvolvimentais que a criança apresenta e expressa por meio do desenho. O presente estudo teve como objetivo verificar a influência do tipo de escola nos resultados do DFH enquanto medida de aspectos cognitivos. A amostra foi composta por 3071 crianças de diferentes cidades do Brasil, com idade entre 5 e 13 anos (média= 8,46 anos, DP =1,98) sendo 1588 do sexo feminino e 1483 do masculino. Destas, 1796 crianças estudavam em escola particular e 1272 em escola pública. Foram comparadas as médias na pontuação do DFH (Figura Total) controlando-se os efeitos de idade e sexo. Para tanto foram realizadas ANCOVA e Regressões Regularizadas via Análise de Rede. Na análise dos resultados foram observadas diferenças significativas quanto ao tipo de escola F(1, 3067) = 231,40, p < 0,001 p & #951;² = 0,07. A análise de rede pelo Método Graphical LASSO demonstrou um efeito de rp = -0,33, indicando uma correlação parcial de grande magnitude entre tipo de escola e DFH Total. Os resultados foram os mesmos quando analisada a Figura do Mesmo Sexo. Conclui-se que o desenvolvimento cognitivo é afetado, além da idade, pelo tipo de escola.
Palavras-Chave: Desenho da Figura Humana, Indicadores Cognitivos, Avaliação Psicológica, Análise de Rede.
Resumo Apresentador 4
Palavras-chave: Análise de rede, avaliação psicológica, psicometria
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