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8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 524-1

Oral (Tema Livre)


524-1

MEDINDO A PROPENSÃO À INFIDELIDADE: UMA PROPOSTA DE INSTRUMENTO

Autores:
GONÇALVES, M.1, Walberto Santos 1, Leonardo Holanda1, Tafnes Martins1, Roger Sousa1
1 UFC - Universidade Federal do Ceará

Resumo:
Resumo Geral

Para a psicologia evolucionista, a infidelidade sinaliza a perda de recursos para a reprodução e pode ser sexual ou emocional. A primeira ocorre quando há relação sexual com outra pessoa além do parceiro, enquanto a segunda compreende a disposição de afeto e atenção. No Brasil, a maioria dos estudos utiliza perguntas diretas para mensurar a suscetibilidade à infidelidade e consideram apenas a sexual. Este estudo visa desenvolver e validar um instrumento para avaliar a propensão à infidelidade. Assim, contou-se com 320 participantes que responderam ao instrumento de infidelidade e às perguntas sociodemográficas. Essa escala corresponde à doze cenários, variando de acordo com a presença ou ausência de satisfação emocional e sexual; e do tipo de infidelidade emocional, sexual ou ambas. Primeiramente, realizou-se uma validação de conteúdo, em que sete juízes indicaram notas (0 a 10) para os cenários nos critérios de clareza e representatividade. Nos dois critérios, os cenários apresentaram Coeficientes de Validade de Conteúdo superiores a 0,80. Após confirmar a adequação da matriz de dados, realizou-se uma análise de componentes principais com rotação Oblimin. O critério de Kaiser indicou a possibilidade de se extrair até dois fatores, enquanto Cattell e Horn apontaram apenas um fator. Considerando a relevância teórica, optou-se por fixar a extração de dois fatores, constatando-se que os cenários, em sua maioria, se distribuíram de acordo com o tipo de infidelidade sexual ou emocional. Decidiu-se excluir os cenários que saturaram nos dois fatores. Os fatores Infidelidade Emocional e Infidelidade sexual obtiveram alfas de Cronbach de 0,83 e 0,85 e explicaram 61, 71% da variância. A estrutura bifatorial é coerente com a literatura que aponta a existência dos dois tipos de infidelidade. No entanto, a estrutura fatorial encontrada demanda a realização de análises fatoriais confirmatórias. Conclui-se que a medida possui bons parâmetros psicométricos para avaliar propensão à infidelidade.

Palavras-chave:
 Infidelidade emocional, Infidelidade sexual, Psicologia Evolucionista