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8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 591-1

Mesa-Redonda


591-1

O construto atitudes: definição e medidas.

Autores:
VENDRAMINI, C. M. M.1, SILVA, C. B.2, CAMILO, C. C.1, VILELA, K. C.3
1 USF - Universidade São Francisco, 2 USJT - Universidade São Judas Tadeu, 3 FEPI - Centro Universitário de Itajubá

Resumo:
Resumo Geral da Mesa

O construto atitudes tem sido tema de interesse e pesquisa da área psicológica desde a inauguração da psicologia como ciência e campo de pesquisa. Embora, não apresente um consenso geral sobre a definição do construto, como é o caso de muitos outros construtos em psicologia, os estudos das atitudes demonstram sua importância para a compreensão das avaliações positivas ou negativas dos indivíduos investigados, bem como seu conhecimento, sentimento e comportamento frente a um determinado objeto. Nesse sentido, o Laboratório de Métodos Estatísticos em Psicologia e Educação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco tem desenvolvido pesquisas de construção e validação de escalas psicométricas para medir atitudes frente a diferentes objetos psicológicos. Serão apresentados nessa mesa os resultados de estudos de quatro dessas pesquisas, sendo duas em desenvolvimento e duas já concluídas. A professora Cláudia Borim da Silva apresentará os resultados da análise de validação de uma escala de atitudes de jovens universitários em relação à velhice, a professora Kamila Constanti Vilela apresentará o processo de construção e validação de uma Escala de Atitudes frente ao Trabalho, a psicológica Camila Cardoso Camilo fará a apresentação da construção e validação de uma Escala de Atitudes frente à Atuação do Psicológico e a Professora Claudette Maria Medeiros Vendramini apresentará os resultados das pesquisas realizadas desde 2005 referentes à construção e validação de uma escala de Atitudes frente ao Enade, assim como as relações entre atitudes e variáveis associadas à vida acadêmica de estudantes do ensino superior.

Resumo Apresentador 1

< b > Atitude em relação à velhice < /b > . Legalmente, uma pessoa é considerada idosa no Brasil a partir de 60 anos, quando ela passa a ter direitos assegurados pelo Estatuto do Idoso. Mas, o significado de velhice é construído a partir da percepção pessoal, por intermédio de seus valores e experiências, crenças e atitudes internalizadas ao longo da vida. Uma história de vida satisfatória pode proporcionar melhores condições de adaptação a esta etapa do desenvolvimento humano, que requer a redefinição da identidade pessoal frente às perdas e alterações nos domínios biológico, psicológico e social. Esta adaptação pode ser mais ajustada se as atitudes frente à velhice forem mais positivas do que negativas. Na Psicologia Social, as atitudes são respostas aprendidas ou reações emocionais condicionadas, efeitos de experiências passadas. Numa estrutura tripartida, as atitudes apresentam componentes de três dimensões: cognitivo, relacionados às crenças e opiniões; afetivo, que se refere às emoções em relação ao objeto; e, motor (comportamental), que diz respeito ao processo mental e físico, que prepara o indivíduo para agir de determinada maneira. Um conjunto de crenças forma a base das atitudes de um indivíduo. As crenças sobre o envelhecimento estão associadas aos conceitos, preconceitos e estereótipos acerca desta etapa da vida, que são aprendidos, compartilhados e transmitidos pela sociedade. Os estudos de atitudes em relação à velhice estão associados ao que se denomina < i > ageism < /i > , preconceitos associados a falsas crenças sobre os idosos, < i > new ageism < /i > , que não associa à idade, mas à visão do velho dependente, incapaz e sem poder político e < i > implicit ageism < /i > , pensamentos, sentimentos e comportamentos em relação aos idosos que existem e operam sem o conhecimento ou controle consciente das pessoas. Portanto, espera-se nesta mesa apresentar resultados sobre o estudo de validação de uma escala de atitudes de jovens universitários em relação à velhice.

Resumo Apresentador 2

< b > Atitude frente ao trabalho < /b > . A atitude é considerada um construto de investigação da Psicologia Social, é compreendido como predisposições aprendidas para responder de um modo consistentemente favorável ou desfavorável frente a um dado objeto. Um objeto psicológico é entendido como qualquer símbolo, pessoa, frase, lema, conceito ou ideia pelo qual as pessoas podem diferir no que diz respeito a sentimentos positivos ou negativos. Os componentes da atitude apontam sempre a um determinado objeto, a saber, componente cognitivo, se referindo ao conhecimento, abrange as percepções, informações, conceitos e crenças, componente afetivo, está associado às emoções do indivíduo, que pode ser um sentimento pró ou contra ao objeto, e componente comportamental, que é uma predisposição para reagir ou uma tendência de comportamento. Relacionar atitudes e trabalho trata-se de uma temática que deve ser ampliada na literatura, é grande o interesse das organizações em entender sobre fenômenos que envolvem a relação do indivíduo e o trabalho, conhecer as atitudes de um sujeito ou de um grupo de sujeitos podem auxiliar na compreensão e, provavelmente, na predição das ações perante o objeto, neste caso o trabalho. Nesse contexto, o estudo dos processos cognitivos, afetivos e comportamentais torna-se de grande relevância no âmbito das organizações, pois atitudes negativas dos trabalhadores com relação ao trabalho podem comprometer o seu desempenho, o que será apresentado e discutido nessa mesa redonda. Ainda que estudos do construto atitudes sejam muito difundidos na literatura, suas pesquisas de um modo geral indicam um viés maior com variáveis psicossociais. Pesquisas que associassem o trabalho às atitudes são escassas, assim, o entendimento destas variáveis promove a importância de construir instrumentos de mensuração que possam auxiliar no entendimento das atitudes do trabalhador frente ao seu trabalho, que devem atender a critérios e rigores propostos para sua formulação, construção e validação.

Resumo Apresentador 3

< b > Atitude frente à atuação do psicólogo < /b > . Com a proliferação dos cursos de psicologia e aumento do número de profissionais da área, a formação dos psicólogos passou a gerar preocupação e atenção. A avaliação da atitude permite obter informações da maneira como os universitários dessa área entendem e se relacionam com sua futura profissão. A atitude é composta por uma estrutura complexa, formada pela inter-relação de diferentes componentes que vêm sendo estudadas por diversos modelos teóricos. Neste estudo utiliza-se o modelo de Zanna e Rempel (1988), que consideram uma atitude como a categorização de um objeto por meio de uma dimensão avaliativa que pode ser baseada a partir de três classes ou fontes de informações: cognitiva, afetiva e relativa a comportamentos passados ou intenções comportamentais. As informações cognitivas abrangem os pensamentos, percepções, conceitos acerca do objeto, ou seja, aquilo que a pessoa sabe, ou acredita que sabe, sobre o objeto em questão. As informações afetivas, por sua vez, tratam das emoções e sentimentos que o indivíduo apresenta frente ao objeto. As informações comportamentais envolvem as ações ou mesmo as intenções para agir. Os componentes da atitude são inter-relacionados e dependem uns dos outros, podendo-se dizer que as reações emocionais influenciam as intenções de comportamento, bem como as crenças podem influenciar as emoções. O objetivo do estudo será construir uma escala de atitudes frente à atuação do Psicólogo para estudantes de Psicologia (EAAPsi), baseado nas atitudes descritas por Zanna e Rempel (1988) e buscar evidências de validade e fidedignidade para a escala, por meio da análise de juízes especialistas em Psicologia Social, Análise Fatorial Exploratória e por meio dos coeficientes de alfa de Cronbach. Nessa mesa, serão discutidas as etapas para a construção deste instrumento de atitudes, assim como os cuidados que se deve ter com a metodologia empregada para esta construção.

Resumo Apresentador 4

< b > Atitude frente ao Enade. < /b > O construto atitudes tem sido tema de interesse e pesquisa da área psicológica desde a inauguração da psicologia como ciência e campo de pesquisa. Embora, não apresente um consenso geral sobre a definição do construto, como é o caso de muitos outros construtos em psicologia, os estudos das atitudes demonstram sua importância para a compreensão das avaliações positivas ou negativas dos indivíduos investigados, bem como seu conhecimento, sentimento e comportamento frente a um determinado objeto. Tomando como um recorte a área acadêmica, muitos estudos foram desenvolvidos com o objetivo de investigar e conhecer as atitudes dos estudantes frente às disciplinas ou cursos por eles frequentados. Nesse contexto, a Psicologia e os métodos psicométricos contribuem com a área Educacional, tornando possível a verificação de evidências de validade e fidedignidade dos instrumentos utilizados para a avaliação de variáveis associadas ao processo de ensino e da aprendizagem. A intenção deste trabalho é averiguar questões que permeiam a postura do estudante universitário diante do Enade, a sua disposição frente a uma avaliação que pretende medir seu desempenho acadêmico e a eficiência da IES, por meio uma escala informatizada de atitudes frente ao Enade, a eEAEnade, vislumbrando um caminho ainda pouco percorrido. Serão apresentados nessa mesa os resultados gerados pelas pesquisas que objetivaram construir e validar a escala eEAEnade e sobre sua relação com outras variáveis psicológicas tais como competências em estudo, motivação acadêmica e desempenho.

Palavras-chave:
 psicometria, cognição, afetividade, comportamento, desempenho