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8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 609-1

Mesa-Redonda


609-1

Avaliação de habilidades cognitivas em crianças e adolescentes - Memória, Inteligência e Funções Executivas

Autores:
PONTRELLI, T.1, Laros, J. A. 2, Malloy-Diniz, L. F. 3
1 UPM - Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2 UNB - Universidade de Brasília, 3 UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais – Instituto Lumina de N

Resumo:
Resumo Geral da Mesa

Titulo da mesa: Avaliação de habilidades cognitivas em crianças e adolescentes - Memória, Inteligência e Funções Executivas Autores: Tatiana Pontrelli Mecca, Jacob Arie Laros e Leandro F. Malloy-Diniz. A avaliação cognitiva de crianças e adolescentes pode ser conduzida com diferentes finalidades: auxílio em processos diagnósticos, identificação de perfis cognitivos para identificação de “forças e fraquezas” de modo a estabelecer um planejamento mais adequado para intervenções, avaliar a eficácia das intervenções realizadas, entre outros. Neste contexto, diferentes habilidades são investigadas, entre elas, a inteligência, a memória e as funções executivas. Para tal, é necessário que o profissional tenha a sua disposição, ferramentas adequadas, cujas qualidades psicométricas foram testadas e comprovadas. A presente mesa-redonda tem por objetivo apresentar os estudos que tratam do desenvolvimento ou adaptação brasileira de três instrumentos para avaliação cognitiva. Serão abordados os estudos de precisão, evidências de validade e normatização de três testes que avaliam as habilidades citadas anteriormente, a saber: o Teste Infantil de Memória para avaliação de aspectos verbais e visuo-espaciais da memória de curto prazo em crianças pré-escolares; o grupo de testes SON-R, para avaliação de inteligência (execução e raciocínio) em sua versão pré-escolar (SON-R 2½-7[a]) já normatizada para o Brasil e o SON-R 6-40 cujos estudos estão em andamento; e, por fim, o Teste do 5 Dígitos, também já disponível para uso, cujo objetivo é avaliar funções executivas, especificamente o controle inibitório e a flexibilidade a partir de processos automáticos e controlados.

Resumo Apresentador 1

O uso do Teste Infantil de Memória para avaliação de crianças pré-escolares. Autor: Tatiana Pontrelli Mecca Instituição: Centro Universitário Fieo – UniFIEO e Universidade Presbiteriana Mackenzie A memória de curto prazo é uma habilidade cognitiva referente à capacidade de retenção de uma quantidade limitada de informações durante um curto período de tempo, especificamente, alguns segundos. Ao sistema que é utilizado para a manutenção e manipulação temporária destas informações durante a realização de tarefas, denomina-se memória operacional. Há uma vasta literatura na área que aponta para o desenvolvimento precoce desta habilidade, que inicia por volta de um ano de vida e sua capacidade preditora de sucesso acadêmico, uma vez que o bom desempenho em testes ou tarefas de memória são capazes de predizer o desempenho em leitura, escrita e aritmética. Neste sentido, é de suma importância a avaliação da memória em fases iniciais do desenvolvimento, anterior ao período escolar. Por isso, foi desenvolvido o Teste Infantil de Memória (TIME) cujos estudos de validade e precisão foram realizados com crianças típicas dos 2 aos 6 anos de idade, e com um grupo com Síndrome de Down. A normatização do instrumento está em andamento, assim como estudos psicométricos com crianças dos 7 aos 8 anos de idade. O TIME é composto por 6 subprovas que variam em termos de instrução e resposta da criança (verbal e visuo-espacial), sendo cada prova composta por 8 itens. Nesta apresentação serão abordados os estudos de estrutura interna que culminaram na versão reduzida do instrumento, a qual foi normatizada para crianças dos 3 aos 6 anos. Também serão apresentados os estudos de precisão e evidências de validade baseada nas relações com outras variáveis e em critérios externos.

Resumo Apresentador 2

Título: Avaliação de habilidades cognitivas usando os testes não-verbais de inteligência SON-R. Autor: Jacob Arie Laros Instituição: Universidade de Brasília Os testes SON (Snijders Oomen Não-verbal) fornecem uma alternativa não-verbal para os testes tradicionais de inteligência como os testes Wechsler e Stanford-Binet na avaliação das habilidades cognitivas de crianças e adultos. Os testes SON-R avaliam as habilidades relacionadas ao raciocínio concreto e abstrato, as habilidades espaciais, viso-motor e de execução. Atualmente, existem três versões do teste SON: (1) o SON-R 2½-7, para crianças entre 2½ e 7 anos, (2) o SON-R 2½-7[a], a versão abreviada do SON-R 2½-7, e (3) o SON-R 6-40 para pessoas entre 6 e 40 anos. Existem normas atualizadas e evidências de validade do SON-R 2½-7[a] para o Brasil, enquanto o processo de validação e normatização para o Brasil está em andamento. Os testes SON-R diferem em vários aspectos de testes tradicionais de inteligência: não exigem habilidades especificas de linguagem; oferecem feedback depois de cada item e usam um procedimento de testagem adaptativo. Com esses três aspectos os testes SON-R mostram mais semelhanças com testes que medem o potencial de aprender (learning potential tests) do que com testes tradicionais de inteligência. Os testes SON foram desenvolvidos especificamente para reduzir a influência do fator verbal e da escolaridade na avaliação das habilidades cognitivas. Assim, os testes SON-R são especificamente adequados para: (1) pessoas com dificuldades auditivas; (2) pessoas com problemas de linguagem; (3) pessoas com problemas de comunicação; (4) pessoas analfabetas ou pessoas com analfabetismo funcional e (5) pessoas com Transtornos do Espectro do Autismo. Serão apresentados resultados da aplicação do SON-R 2½-7[a] e do SON-R 6-40 no Brasil com alguns desses grupos.

Resumo Apresentador 3

Título: Avaliação da flexibilidade cognitiva e do controle inibitório usando o Teste dos Cinco Dígitos Autor: Leandro Fernandes Malloy-Diniz Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais – Instituto Lumina de Neurociências aplicadas à Saúde Mental A avaliação das funções executivas é de fundamental importância na prática clínica do neuropsicólogo. Comprometimentos nesses processos cognitivos são frequentes em diversos transtornos neuropsiquiátricos predizendo prejuízos funcionais, dificuldades de adaptação à situações novas e de alta complexidade e até mesmo resposta às intervenções farmacológicas e não farmacológicas. O Teste dos 5 Dígitos foi desenvolvido por Manuel Sedó (Sedó & DeCristoforo, 2001) e tem como objetivo avaliar dois componentes das funções executivas: o controle inibitório e flexibilidade cognitiva. A tarefa envolve 4 etapas distintas. As duas primeiras envolvem processos cognitivos automáticos como a leitura de números variando de 1 até 5 (parte 1) e a contagem de asteriscos também variando de 1 até 5 em quantidade (parte 2). As duas últimas partes envolvem processos cognitivos controlados já que na parte 3 o sujeito deverá inibir tendências automatizadas (contar números ao invés de lê-los) e na parte 3 deverá alternar entre critérios de respostas (hora contar números, hora lê-los). O teste é de fácil aplicação, correção e interpretação. Por apresentar pouca demanda de background educacional e por não exigir respostas motoras finas, pode ser aplicado em diversas populações clínicas. O instrumento já está adaptado para o contexto de aplicação brasileiro e nessa apresentação serão expostos os estudos brasileiros de normatização, validade e precisão. Também serão apresentados resultados preliminares do instrumento quando usado para caracterização de populações clínicas e como recurso útil na comparação entre processos automáticos e processos cognitivos controlados.

Resumo Apresentador 4



Palavras-chave:
 Avaliação Cognitiva, Infância, Neuropsicologia, Adolescência