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8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 633-1

Poster (Painel)


633-1

Autocompaixão: Explorando Diferenças Entre Budistas e Católicos

Autores:
INAJÁ1, Luciana Karine de Souza1, Caroline Tozzi Reppold2, Claudio Simon Hutz1
1 UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2 UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Resumo:
Resumo Geral

O presente trabalho dá continuidade aos procedimentos de validação da Escala de Autocompaixão para uso no Brasil. A Autocompaixão é uma atitude positiva dirigida a si mesmo. Ela envolve uma abertura ao sofrimento, sem tentativa de o evitar, curando-o com gentileza. Ter autocompaixão acarreta o perdão das falhas, respeitando a si mesmo como humano. No Brasil, a literatura científica sobre autocompaixão é escassa. Os poucos estudos disponíveis indicam a necessidade de pesquisas que articulem a autocompaixão com práticas religiosas, posto que a escala foi criada com base na filosofia budista. Assim, o presente trabalho busca explorar diferenças nos níveis de autocompaixão entre praticantes budistas e católicos. Participaram 128 adultos (89 mulheres; média de idade de 33,3), sendo 69 católicos (54%) e 59 budistas (46%). Os dados foram coletados a partir de dois instrumentos: um questionário sociodemográfico e a Escala de Autocompaixão. Esta possuí 26 itens, que representam o construto por meio de seis componentes: mindfulness, bondade consigo, senso de humanidade, autocrítica, sobre-identificação e isolamento. Foi realizado teste t para amostras independentes, e a média dos praticantes budistas foi significativamente maior (M = 4,45; DP = 0,51) que a dos praticantes católicos (M = 2,98; DP = 0,67): t = 13,63; gl = 126; p < 0,001. Conclui-se que o instrumento é capaz de diferenciar praticantes budistas de católicos e que, de fato, a autocompaixão é um construto teoricamente atrelado à filosofia budista. Práticas que contemplam princípios dessa filosofia vêm sendo adaptadas e aplicadas em intervenções em saúde, por exemplo, através de técnicas envolvendo mindfulness e autoaceitação em pacientes com doenças crônicas. A Escala de Autocompaixão segue sob análise, buscando mais evidências de sua validade no Brasil. Por fim, ao explorar relações entre autocompaixão e práticas religiosas distintas, contribui-se para a literatura de um construto que merece mais atenção.

Palavras-chave:
 Autocompaixão, Psicologia Positiva, Avaliação Psicológica, Budismo, Catolicismo


Agência de fomento:
CNPq