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8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 638-2

Mesa-Redonda


638-2

Aspectos metodológicos e teóricos da normatização e validação do teste SON-R 6-40 no Brasil

Autores:
ARIE, J.1, Borges, L.2, Mecca, T. P. 3, Lima, R. M. F.1
1 UNB - Universidade de Brasília, 2 USF - Universidade São Francisco , 3 UNIFIEO - Centro Universitário UNIFIEO

Resumo:
Resumo Geral da Mesa

O SON-R 6-40 para indivíduos entre 6 e 40 anos de idade foi publicado em 2011 na Holanda e Alemanha. Para o contexto brasileiro, a pesquisa de normatização e validação do SON-R 6-40 está em fase de conclusão. O objetivo desta mesa redonda é apresentar o processo de normatização do teste, bem como estudos de validação e de aplicação do teste. Os resultados dos estudos indicam que a versão SON-R 6-40 é um instrumento que pode ser utilizado na avaliação psicológica de crianças, adolescentes e adultos, incluindo aqueles indivíduos com alguma deficiência, por exemplo, dificuldade na linguagem, desenvolvimento ou deficiência auditiva.

Resumo Apresentador 1

A amostra nacional de normatização no Brasil do SON-R 6-40 englobou as cinco regiões totalizando 1.360 participantes divididos em 17 faixas etárias. Cada faixa etária foi representada por uma amostra de 80 participantes, que foi estratificada segundo o sexo, nível socioeconômico e variáveis demográficas. Para obter os escores normatizados no SON-R 6-40 será utilizado um modelo de normatização que se distingue do modelo tradicional usado na maioria dos testes inteligência. No modelo tradicional a transformação dos escores brutos em escores distribuídos normalmente com média e desvio fixos é efetuada separadamente para cada grupo de idade. Para o SON-R 6-40 será utilizado o modelo de normatização contínua, onde um modelo matemático permite as distribuições dos escores para todos os grupos de idade sejam ajustadas simultaneamente como uma função contínua. As vantagens desse método são: (a) o uso da informação de todos os grupos simultaneamente tornam as normas mais precisas; (b) em comparação com o método tradicional podem ser obtidas normas precisas com amostras menores e (c) a possibilidade de calcular escores normatizados para cada idade exata e não por grupo de idade de 6 meses ou 12 meses como é feita comumente.

Resumo Apresentador 2

O teste foi aplicado em crianças com deficiência auditiva de duas instituições paulistas. A avaliação não-verbal realizada com o SON-R 6-40 permitiu a investigação do impacto sobre as funções cognitivas gerais decorridos de déficits, por exemplo, déficits específicos de linguagem ou de processamento auditivo. É importante observar que os testes tradicionais de inteligência são criticados por utilizarem a linguagem tanto nas instruções quanto na execução. Essa característica pode levar a subestimação sistemática do escore do respondente com deficiência. Diferentes aspectos e vantagens serão apresentados para tornar claro a adequação do teste à grupos com algum transtorno no desenvolvimento.

Resumo Apresentador 3

A literatura na área da avaliação cognitiva de indivíduos com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) reporta as vantagens do uso de instrumentos não-verbais em função das dificuldades de linguagem e comunicação presentes nesta condição. O objetivo do presente estudo foi investigar a correlação entre o desempenho de indivíduos com TEA em dois testes não-verbais. Participaram do estudo 21 sujeitos com diagnóstico de TEA, entre 6 e 19 anos. Foram utilizados os testes de inteligência SON-R 6-40 e Leiter-R. Avaliação de sintomas foi realizada com o responsável pelo participante a partir do Autism Behavior Checklist (ABC). Tanto os subtestes de Execução como de Raciocínio do SON-R 6-40 se correlacionaram de forma positiva e significativa com os subtestes de processamento visual (Gv) e inteligência fluida (Gf) da Leiter-R, corroborando achados prévios que mostram que apesar das tarefas demandarem algumas habilidades específicas, há uma parte significativa da variância no desempenho que é compartilhada. & #8195;

Resumo Apresentador 4

Estudos ressaltam a capacidade dos escores de QI em predizer um conjunto de resultados, por exemplo, desempenho acadêmico. No Brasil, há 37 testes de inteligência e algumas características limitam a utilização destas medidas: amostra, faixa etária do público alvo, quantidade de subtestes e itens, entre outros. Além das vantagens no processo de normatização e amostragem, o SON-R 6-40 apresenta outras vantagens, por exemplo, o fato que é oferecido feedback aos respondentes durante a aplicação. O feedback é fornecido sempre após a resposta de cada item e visa melhorar o rapport entre aplicador e respondente e também permite que o respondente reveja o raciocínio utilizado, caso a resposta seja incorreta. Tal fato torna o procedimento de testagem mais amigável e agradável e é especialmente útil para aquelas indivíduos que apresentam resistências ou dificuldades com exames. O tempo reduzido de aplicação do teste (a duração média do teste é de aproximadamente 50 minutos) facilita a aplicação de outros testes em combinação com o SON-R 6-40. Uma vantagem essential do SON-R 6-40 é que ele não requer habilidades linguísticas específicas que permite que o teste seja aplicado também em pessoas com necessidades especiais na área de comunicação e crianças que são difíceis de testar ou que possuem dificuldades de aprendizagem ou atraso no desenvolvimento. O procedimento adaptativo foi desenvolvido com base na dificuldade dos itens, pareando os itens em diferentes séries. Este procedimento limita a aplicação de todos os itens, isto é, o respondente não precisa responder itens que ele já demonstrou conhecimento. Outras características, como possibilidade de aplicação verbal ou não-verbal e atividades propostas nos subtestes serão apresentadas para destacar as vantagens na utilização do teste SON-R 6-40 em pessoas com desenvolvimento típico ou em pessoas com alguma deficiência.

Palavras-chave:
 Instrumentos psicológicos, Habilidades cognitvas, Estudos de validade , Grupos especiais, Testes não-verbais de inteligência


Agência de fomento:
CNPq