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8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 658-1

Mesa-Redonda


658-1

Ensino de avaliação psicológica: desafios e possibilidades

Autores:
MEDEIROS, V.D.1, Schneider, A. M. A3, Silveira, L. B.2, Teixeira, L. P.4
1 UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2 UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 3 PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 4 FISMA - Faculdade Integrada de Santa Maria

Resumo:
Resumo Geral da Mesa

A presente mesa redonda propõe a apresentação e discussão de quatro temas sobre o ensino da Avaliação Psicológica. A primeira trata sobre os recursos avaliativos de aprendizagem a partir de um relato de experiência. Apresenta o método de avaliação da aprendizagem por meio da simulação de aplicação de testes e posterior discussão dos pontos positivos e negativos observados na situação, conforme orientações técnicas estabelecidas em aulas teóricas que antecederam a prática. O segundo tema abordado será o uso do material dos testes para fins pedagógicos e os ambientes virtuais de aprendizagem. A exemplo disto, serão trazidas questões como a disponibilização de slides e materiais dos testes, bem como questionamentos sobre a coerência destas ações com o Código de Ética do Psicólogo. O terceiro tema a ser abordado será a multiplicidade de conhecimentos exigidos na prática da avaliação psicológica. Nesse aspecto, será refletido sobre a importância da integração de informações acerca do desenvolvimento humano, psicopatologia, processos psicológicos básicos, personalidade, entre outros, para a adequada atuação na área, além da utilização de testes e técnicas como recursos que auxiliam, porém não definem isoladamente a prática. Por fim, o último tema da mesa problematiza a formação do aluno e os espaços educativos que possam proporcionar o desenvolvimento de habilidades e competências coerentes com o que lhe é exigido para a atuação profissional nesta área, bem como o papel do ensino na formação de uma conduta ética que irá embasar a atuação do futuro profissional psicólogo.

Resumo Apresentador 1

A experiência das atividades de simulação como um recurso avaliativo em disciplinas de avaliação psicológica Vivian de Medeiros Lago (Universidade do Vale do Rio dos Sinos) O aprendizado do processo de avaliação psicológica usualmente engloba o ensino de testes e técnicas psicológicas. O professor, nesses casos, se depara com o desafio de buscar formas inovadoras de avaliar seu aluno, tendo em vista o caráter prático dos instrumentos. O presente trabalho tem como objetivo apresentar o relato da experiência com as Atividades de Simulação, utilizadas como recurso avaliativo em duas disciplinas do curso de graduação em Psicologia de uma universidade da região metropolitana de Porto Alegre. Na disciplina intitulada Processos de Avaliação Psicológica III, os alunos inicialmente têm cerca de seis a oito encontros de aulas teóricas e, logo após, realizam um psicodiagnóstico, com supervisão coletiva. Nessa turma a Atividade de Simulação consistiu em a professora e o monitor simularem três situações de aplicação de testes: CAT-A, HTP e WAIS/WISC-IV. Os alunos observavam a simulação e respondem a alguns questionamentos previamente preparados, que envolviam a existência ou não de falhas técnicas e apontamentos sobre atitudes que chamaram a atenção (positiva ou negativamente). A outra disciplina em que as Atividades de Simulação foram aplicadas foi “Oficina: avaliações em Psicologia”. Nessa, os alunos deveriam reunir-se em pequenos grupos (três ou quatro), escolher um contexto de avaliação psicológica e simular uma situação, com duração entre 15 e 20 minutos. A simulação deveria abranger, necessariamente, uma falha técnica e algo elogiável. Os colegas que estavam observando a aplicação deveriam identificar esses pontos na atividade, e também foram avaliados por isso. Os resultados revelaram falhas importantes na compreensão dos alunos sobre a aplicação dos testes, implicando a necessidade de retomada de vários aspectos, especialmente das técnicas projetivas. A simulação em grupos foi bastante produtiva, com feedback positivo por parte dos alunos.

Resumo Apresentador 2

Uso do material dos testes para fins pedagógicos e das ferramentas de ambientes virtuais: uma prática ética possível? Andréia Mello de Almeida Schneider (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) O ensino da avaliação psicológica nos cursos de graduação parece permeado de desejos contraditórios entre os alunos. Alguns têm enorme curiosidade e necessidade prática, outros gostariam que as disciplinas de avaliação psicológica fossem extintas do currículo. Assim, uma parte dos alunos investe na aquisição de livros, manuais de testes e de aplicação, enquanto outros não têm esse mesmo desejo e, muitas vezes, acabam preferindo fazer cópia dos materiais adquiridos pelos colegas, quando o professor não os disponibiliza. Há também a questão dos custos do material. Muitos solicitam que o professor disponibilize material como slides usados em sala de aula para fins didáticos no ambiente virtual da Universidade para posterior estudo ou uso nas disciplinas práticas. No entanto, deixar qualquer material para fotocópia ou disponibilizar na internet, pode ser considerada uma falta ética. Sabe-se que a internet não é um ambiente 100% seguro e, além disso, não há controle quanto ao que acontece com o material, uma vez baixado em um computador, que pode ser de uso público. No caso da fotocópia também não se tem controle de quem pode acessar o material. O professor, psicólogo que ministra as aulas de avaliação psicológica, deve seguir o Código de Ética profissional, assim como leis e resoluções que regem sua profissão. Neste sentido, o § 1° do Art. 13 da Lei n.° 4.119/62 afirma que os Testes Psicológicos são de uso privativo do psicólogo, portanto, não podem ser compartilhados com leigos. Além disso, o Código de Ética determina, em seu Art 1o. alínea i, que é dever do psicólogo prezar a forma de divulgação do material privativo do psicólogo para que sejam feitas considerando cuidados éticos. Assim, questiona-se qual a melhor prática a ser adotada em sala de aula, principalmente na graduação.

Resumo Apresentador 3

Ensino de Avaliação Psicológica: O desafio da formação na especialidade que abrange múltiplos conhecimentos Liége Barbieri Silveira (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) A atuação qualificada em avaliação psicológica demanda do profissional a capacidade de integrar conhecimentos de diferentes áreas para a compreensão dos sujeitos e dos processos de estudo. Para tal, torna-se necessária uma formação em avaliação psicológica que seja, ao mesmo tempo, específica e múltipla. O presente trabalho tem como objetivo relatar experiências no ensino de avaliação psicológica em disciplinas de graduação, cursos de aperfeiçoamento para psicólogos e supervisão de estagiários em serviços-escola. Serão apresentados alguns desafios que o professor encontra para lidar com as lacunas na formação dos alunos e a importância de estes buscarem desenvolver conhecimentos mais sólidos em áreas como fundamentos de estatística, psicopatologia, desenvolvimento humano, processos psicológicos básicos e personalidade. Nesse sentido, se discutirá, por exemplo, a dificuldade de ensinar a interpretação de escores de um teste psicométrico sem que o aluno conheça conceitos básicos de estatística, como percentil e desvio padrão. Também será abordada a importância de os alunos entenderem a supremacia do raciocínio clínico em detrimento de qualquer resultado isolado de um teste, a relevância de sempre se considerar a história clínica e o contexto no qual a avaliação está sendo realizada, e a desmistificação sobre haver um único teste que responderá a uma dúvida diagnóstica. Por fim, serão relatadas estratégias que têm se mostrado bem-sucedidas no ensino em avaliação psicológica.

Resumo Apresentador 4

Sobre a preparação do aluno para atuação em Avaliação Psicológica: Como desenvolver habilidades e competências necessárias para essa prática? Lívia Padilha de Teixeira (Faculdade Integrada de Santa Maria) Quando se fala em ensino de Avaliação Psicológica, testes e técnicas são recorridos como instrumental típico da profissão. Porém, faz-se relevante questionar alguns detalhes acerca deste fazer: Quem escolhe os testes que serão utilizados de acordo com o caso a ser avaliado? Quem define as técnicas de entrevista que serão empregadas? Quem analisa integra e sintetiza as informações colhidas? E a devolução dos resultados encontrados, é realizada por quem e de qual forma? Diante desses questionamentos, é patente a importância de se pensar que para além da teoria e da técnica, o condutor deste fazer tem influência fundamental e na maior parte das vezes decisiva no sucesso da avaliação. Assim, o questionamento sobre quais habilidades o aluno deve desenvolver para atuar na área, bem como quais as atividades da graduação poderão proporcionar esse desenvolvimento devem ser discutidas de forma recorrente. De acordo com a literatura e com a realidade da prática profissional em diferentes contextos que a avaliação psicológica se insere, observa-se a necessidade de que o psicólogo disponha de habilidades fundamentais para a condução do trabalho, como a capacidade de observar, se portar e se comunicar de forma eficaz, além de poder questionar, analisar e sintetizar percepções sobre realidades distintas das suas (ou, até mesmo, semelhantes) de forma ética, crítica e reflexiva. Dessa forma, o presente trabalho propõe reflexões e questionamentos sobre quais espaços de formação pessoal e acadêmica são necessários e/ou podem funcionar como dispositivos educacionais na formação do psicólogo, possibilitando ao longo da graduação vivências que desenvolvam tais habilidades, competências e uma conduta baseada na ética. Para isso, além da discussão suscitada, será apresentado um relato de experiência sobre a atuação de alunos vinculados a um departamento de ensino, pesquisa e extensão em avaliação psicológica de uma instituição de ensino do interior do Rio Grande do Sul ao longo da realização dos estágios básicos e de psicologia clínica.

Palavras-chave:
 ensino, avaliação psicológica, desafios, possibilidades