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8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 668-1

Mesa-Redonda


668-1

AVALIAÇAO PSICOLÓGICA NO CONTEXTO DE PORTE DE ARMA DE FOGO: DESAFIOS E PESQUISAS

Autores:
C.F1, Maria Cristina Santiago2, Gláucia Cunha2, Adecy Bentp2, Elza Lobosque3, Cassia Rodrigues4, Camilla Alves1, Tayane Nunes1, Miriam Siminovich2
1 UNB - Universidade de Brasília, 2 PF - Polícia Federal, 3 ESTÁCIO JF - Universidade Estácio Juiz de Fora, 4 USF - Universidade São Francisco

Resumo:
Resumo Geral da Mesa

A avaliação psicológica para o contexto de porte de arma de fogo foi normatizada no Brasil, por meio do Decreto Federal nº 5.123/04 e, desde então, passou a ser ação obrigatória e sob a responsabilidade de psicólogos credenciados pela Polícia Federal. Vários têm sido os desafios que permeiam tal prática, seja por parte dos psicólogos da instituição responsável pelo processo de credenciamento e descredenciamento de profissionais que atuam nesta área, pelos psicólogos credenciados e, ainda, por pesquisadores que tem investido em estudos científicos neste contexto. Entre os principais desafios encontram-se: o processo de formação de profissionais que atuam na área; a necessidade de uma melhor compreensão sobre o perfil psicológico a ser exigido neste contexto e as evidências de validade de instrumentos que são aplicados neste processo. O primeiro trabalho apresenta os maiores desafios encontrados no âmbito da fiscalização de psicólogos credenciados pela Polícia Federal, para avaliação psicológica para porte de arma de fogo. Serão discutidos aspectos sobre a formação dos psicólogos, qualidade dos cursos de instrumentos aplicados neste contexto e sobre a atuação dos Conselhos de Psicologia no Brasil. O segundo trabalho, em um estudo multimétodo, tem como objetivo apresentar uma proposta de perfil psicológico para porte de arma de fogo, segundo a visão de especialistas entre snipers, instrutores de tiro e policiais militares e federais de referência na área. O terceiro trabalho tem como objetivo apresentar indicadores do teste Zulliger na avaliação psicológica no contexto de porte de arma de fogo, por meio da análise de agrupamentos de afeto e autoimagem de dois grupos de policiais. O quarto trabalho tem como objetivo apresentar a experiência no âmbito das avaliações realizadas em empresa de vigilância privada, o processo de avaliação psicológica e o diferencial da avaliação, a partir do uso da técnica projetiva Z teste.

Resumo Apresentador 1

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA MANUSEIO DE ARMA DE FOGO: FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO E ATUAÇÃO DO CFP Gláucia Ribeiro Cunha, Maria Cristina dos Reis Santiago, Adecy Maria França Bento (Polícia Federal) Resumo: Com o advento da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 que dispõe sobre registro, porte e comercialização de arma de fogo, da sua regulamentação através do Decreto nº 5.123, de 1º de julho de 2004, tornou-se obrigatória a avaliação psicológica para o manuseio de arma de fogo no Brasil, em função disso o psicólogo passou a ser o profissional que elabora e executa os processos de avaliação psicológica para o manuseio de arma de fogo e foi criado um sistema de credenciamento de psicólogos para que viessem a atender essa demanda, bem como um conjunto de procedimentos e normas que deveriam ser necessários para melhor realizar esse processo de avaliação. Para fins de normatização foi criador o Setor de Psicologia da Divisão Nacional de Armas (DARM), que tem atualmente a competência de fiscalizar os profissionais credenciados em nível Nacional. O presente trabalho tem como objetivo levantar quais tem sido os maiores desafios encontrados no âmbito da fiscalização em relação à formação dos psicólogos, cursos de instrumentos de avaliação psicológica e atuação dos Conselhos de Psicologia. Em virtude das fiscalizações dos psicólogos credenciados, foram constatadas irregularidades mais frequentes tais como: falhas técnicas na aplicação e correção de instrumentos psicológicos; não observação aos manuais dos testes aplicados; não cumprimento da Legislação pertinente à área; dificuldade encontrada na habilidade do psicólogo para compreender os dados e para fazer relação entre os diversos resultados encontrados e a tomada de decisão. Nossos maiores desafios para que essas irregularidades sejam amenizadas seriam a atuação do CFP na construção de diretrizes que possam regular os cursos de instrumentos de avaliação psicológica oferecidos no mercado, bem como as Instituições de Ensino Superior investirem mais na formação dos psicólogos no contexto da Avaliação Psicológica.

Resumo Apresentador 2

PERFIL PSICOLÓGICO PARA PORTE DE ARMA DE FOGO SEGUNDO ESPECIALISTAS Cristiane Faiad, Camilla Moura Alves, Tayane Nunes (UNB); Elza Maria Golçalves Lobosque Estácio JF) Resumo: Dado a relevância do processo de avaliação psicológica no contexto de porte de arma de fogo, o Grupo de Pesquisa em Avaliação Psicológica no Contexto da Segurança Pública e Privada/UnB passou a estudar, de forma científica, não apenas o processo de avaliação neste contexto, mas também, os requisitos e critérios que norteiam tal prática. Dentre os maiores desafios encontrados em pesquisas previamente realizadas, uma delas centra na falta de estudos que subsidiem o perfil psicológico requerido para tal avaliação. Para isso, foi construído um perfil psicológico por meio de um levantamento de cinco diferentes fontes de dados sobre o tema. Desta análise, foi construído um questionário formado por 31 características psicológicas associadas ao porte de arma de fogo, composto pelo nome de cada uma das caraterísticas, bem como suas definições operacionais. Para cada uma das características foi requerido que 30 especialistas, entre instrutores de tiro, snipers e servidores da área que avaliassem cada um dos requisitos e identificassem o grau de importância para porte de arma e, ainda, diferenciasse o grau de importância para três diferentes classes: segurança pública, segurança privada e sociedade. As classes são atualmente avaliadas praticamente da mesma forma, não se diferenciando os diferentes graus de exigência de um perfil em relação ao uso efetivo da arma. Foram ainda entrevistados seis profissionais de referência de duas instituições de segurança pública, para avaliação de aspectos contextuais relacionadas ao porte de arma no Brasil. As entrevistas foram degravadas e analisadas no software Iramuteq. Os dados identificam a necessidade de uma diferenciação entre as classes avaliadas no contexto de porte de arma. Há necessidade da proposição de um perfil psicológico científico que dê subsídios para as avaliações e, por fim, observa-se que muito há para ser investido na discussão sobre as consequências da avaliação neste contexto.

Resumo Apresentador 3

INDICADORES DO ZULLIGER – ZSC NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DE PORTE DE ARMA Cassia Aparecida Rodrigues (Universidade São Francisco, Itatiba) Resumo: A complexidade na avaliação psicológica para o manuseio de arma de fogo mostra-se uma discussão pertinente e atual, especificamente referente as evidências de validade das técnicas que avaliam características de personalidade neste contexto. A normativa vigente que estabelece os instrumentos utilizados para a mensuração das variáveis de personalidade e das habilidades específicas para os usuários e/ou proprietários de arma fogo já define que sejam utilizados testes psicológicos expressivos e projetivos para se avaliar personalidade e o teste de Zulliger é um dos instrumentos indicados para este fazer avaliativo. Desta forma, este trabalho apresenta indicadores dos agrupamentos de afeto e autoimagem de dois grupos de policiais com porte de arma de fogo. Participaram deste estudo 30 sujeitos, distribuídos em um grupo de pacientes (N=13) e um grupo de não-pacientes (N=17), com idades entre 29 e 58 anos (M=37,9; DP=7,6), 90% homens. Os instrumentos utilizados foram o teste de Zulliger-ZSC e um questionário sociodemográfico e profissional. Os resultados foram analisados a partir de análises estatísticas descritivas e inferenciais. Considera-se que a técnica de manchas de tinta apresentou sensibilidade para diferenciar aspectos afetivos e de autopercepção na amostra pesquisada, indicadores os quais devem ser considerados em policiais que possuem o porte de arma inerente a sua profissão.

Resumo Apresentador 4

A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA ÁREA DE SEGURANÇA PRIVADA Míriam Siminovich (Empresa Nacional de Transporte de Valores) Resumo: A área de segurança privada hoje é a alternativa para a falta de segurança no país e, portanto, a procura por esses serviços é crescente, assim como o aumento de candidatos a esses cargos. O presente estudo tem como objetivo apresentar a experiência no âmbito das avaliações realizadas em empresa nacional de Transporte de Valores (vigilante carro forte, chefe de equipe, vigilante motorista de carro forte, auxiliares operacionais, cargos administrativos e tesouraria) e portaria. Por não possuir um perfil profissiográfico, na época do nosso ingresso na empresa, escolhemos uma bateria de habilidades e personalidade. Hoje definimos o preenchimento das vagas para os cargos de transporte de valores e vigilância pela bateria de instrumentos para as avaliações para o manuseio de arma de fogo, conforme orientações da Polícia Federal. A demanda é grande, na maioria das vezes, assim como o número de vagas que devem ser definidas e preenchidas rapidamente A eficiência na tomada de decisão quanto aos resultados, vêem da experiência adquirida ao longo dos anos. Na área de segurança privada, o problema adquire grande repercussão, pois as avaliações psicológicas realizadas pelas escolas de segurança são as que mais contribuem para a concessão do porte de arma para os vigilantes, vigilantes de carro forte, como também nas reciclagens. Dentre os maiores desafios dos profissionais da área, ressaltam-se as pressões sofridas durante esses anos de trabalho quanto à colocação dos candidatos nas vagas existentes. A experiência mostrou que a confiança nos resultados do processo de avaliação aumentava com a inclusão de uma técnica projetiva (Z Teste) na bateria. Mesmo com as pressões sofridas, o psicólogo que trabalha em empresa de segurança privada, deve seguir as Resoluções do Conselho Federal, como também seguir os preceitos éticos do Código de Ética Profissional.

Palavras-chave:
 avaliação psicológica, porte de arma de fogo, Zulliger, perfil psicológico, segurança pública e privada