Mesa-Redonda
669-1 | Transposição de procedimentos e instrumentos de avaliação de Transtornos do neurodesenvolvimento na Educação Básica | Autores: | GOTUZO, A.1, Maria Cristina Teixeira1, Luiz Renato Carreiro1
1 UPM - Universidade Presbiteriana Mackenzie |
Resumo: Resumo Geral da Mesa
Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira – Universidade Presbiteriana Mackenzie
Luiz Renato Rodrigues Carreiro – Universidade Presbiteriana Mackenzie
Alessandra Gotuzo Seabra – Universidade Presbiteriana Mackenzie
O professor tem papel fundamental na identificação inicial de alunos com algum tipo de dificuldade escolar, emocional ou de atraso de desenvolvimento, encaminhando-os para avaliações especializadas. Porém, estudos no cenário educacional brasileiro reportam as dificuldades que educadores e equipes gestoras enfrentam para garantir que os alunos com queixas acadêmicas e de atraso de desenvolvimento tenham as devidas avaliações e intervenções educacionais necessárias. Diante desse cenário, foi proposto um projeto de pesquisa junto a uma rede municipal de ensino objetivando desenvolver, implantar e testar um modelo de avaliação e acompanhamento do fluxo de alunos com sinais de Transtornos do neurodesenvolvimento, incluindo Deficiência Intelectual (DI), Transtornos do Espectro Autista (TEA), Transtorno de Déficits de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno Específico de Aprendizagem (TA). Os objetivos específicos são: a) Capacitar e envolver professores, equipe de psicopedagogos e profissionais da educação inclusiva de uma rede municipal de educação básica na utilização dos modelos de processo composto por inventários e medidas de avaliação cognitiva e comportamental destinada a esses alunos; b) Validar a efetividade da implantação dos modelos de processo; c) Avaliar a satisfação dos profissionais participantes no uso dos modelos, especialmente o potencial de uso em seu contexto de trabalho da Educação Básica. As partes iniciais do projeto foram desenvolvidas em 2016, incluindo desenvolvimento de inventários para sinais de Transtornos do neurodesenvolvimento baseados no DSM-5, e as demais etapas serão realizadas em 2017. As apresentações descreverão detalhes do estudo.
Resumo Apresentador 1
Modelo de triagem para detecção de TEA e DI na escola: transposição de tecnologias de avaliação baseadas em múltiplos informantes
Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira – Universidade Presbiteriana Mackenzie
Em contextos escolares professores das redes educacionais brasileiras são os principais agentes da identificação de alunos com dificuldades escolares, atraso de desenvolvimento ou transtornos do neurodesenvolvimento como Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Deficiência Intelectual (DI). A DI inclui a verificação de identificadores que abrangem habilidades intelectuais e funcionamento social e adaptativo. Os critérios diagnósticos da DI são déficits em funções intelectuais e déficits no funcionamento adaptativo cujo início ocorre durante o período de desenvolvimento. O TEA é um transtorno caracterizado por déficits persistentes na interação e comunicação social em múltiplos contextos e presença de padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades com prejuízos no funcionamento adaptativo. Os objetivos do estudo foram desenvolver e implantar um modelo de processo para triagem e avaliação de alunos com queixas escolares e sinais de TEA e DI e validar a efetividade do modelo de processo na Educação Básica a partir de índices de sensibilidade e especificidade. O estudo adotou um desenho longitudinal com amostra de conveniência composta por 32 professores do 2º e 4º ano do Ensino Fundamental I de 16 escolas e 400 alunos. Os instrumentos de coleta de dados foram: a) Dois checklists no formato de roteiros sobre especificadores de DI e TEA, desenvolvidos de acordo com a quinta versão do Manual de Classificação Diagnóstica e Estatística dos Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria; b) Escala Wechsler abreviada de inteligência (WASI); c) Breve Monitor de Problemas-Formulário para Professores e Pais de Crianças e Adolescentes entre 6 e 18 anos (BPM-T e BPM-P); d) Inventário de Comportamentos Autísticos (Autism Behavior Checklist - ABC). O estudo foi conduzido em três fases. Dados preliminares do estudo mostraram melhora de tomada de decisões na identificação de alunos com os sinais de DI e TEA, possibilitando um uso mais eficaz dos recursos públicos.
Resumo Apresentador 2
Modelo de triagem para avaliação de TDAH na escola: instrumentos neuropsicológicos, inventários e formação de professores
Luiz Renato Rodrigues Carreiro – Universidade Presbiteriana Mackenzie
As queixas de dificuldades atencionais perpassam o cotidiano acadêmico. Muitas crianças apresentam desatenção e agitação no contexto escolar entretanto, muitas vezes, esses comportamentos podem ser ocasionados por diferentes fatores. Os encaminhamentos para avaliação diagnóstica muitas vezes são demorados e custosos do ponto de vista financeiro. O professor, no contexto de sala de aula, tem elementos que podem apontar para a presença de comportamentos compatíveis com o TDAH e que justificariam a busca por avaliação diagnóstica composta por equipe interdisciplinar, entretanto falta um modelo de processo na educação básica que oriente nessa tomada de decisão. Esse trabalho propõe um modelo no qual incialmente os comportamentos do aluno com queixas de desatenção e hiperatividade são avaliados pelo professor com um inventário baseado nos critérios do DSM-5 para identificação do TDAH, caso haja 6 ou mais sinais desses comportamentos identificados como frequentemente ou muito frequentemente inicia-se uma intervenção para manejo comportamental em sala de aula para verificar se esses comportamentos são reduzidos, após isso, caso se mantenham ela é enviada para avaliação por uma equipe interdisciplinar. Para verificar a validade desse processo, esse projeto foi implementado em uma secretaria de educação de uma cidade da região metropolita de São Paulo com validação das indicações dos professores com uma equipe interdisciplinar responsável pela avaliação neuropsicológica das crianças encaminhadas que validariam o procedimento de identificação por meio do inventário respondido pelo professor.
Resumo Apresentador 3
Modelo de triagem para avaliação de Transtorno Específico de Aprendizagem na escola
Alessandra Gotuzo Seabra – Universidade Presbiteriana Mackenzie
O Transtorno Específico de Aprendizagem inclui déficits na capacidade para perceber ou processar informações com eficiência e precisão, com dificuldades persistentes e prejudiciais nas habilidades acadêmicas básicas de leitura, escrita e/ou matemática. O professor geralmente é quem primeiro percebe sinais de dificuldades de aprendizagem, porém dispõe de poucos recursos objetivos ou de instrumentos padronizados que o auxiliem no processo de identificação de alunos com possível TA e no encaminhamento para equipe multidisciplinar. Nesse contexto, o presente estudo pretendeu desenvolver um modelo que permitisse identificação mais precisa, por parte do professor, em relação às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Inicialmente foi desenvolvido um checklist baseado nos critérios citados pelo DMS-5 para Transtorno Específico de Aprendizagem (TA), com sete questões relativas à linguagem escrita e quatro à matemática, com opção de resposta em uma escala likert com 4 pontos relacionados à frequência dos sinais (de nunca/raramente a muito frequentemente). Adicionalmente, duas questões relacionam-se aos demais domínios do DSM-5 para TA. Nesse estudo, 32 professores responderam ao checklist acerca dos seus alunos, os quais, paralelamente, foram avaliados em testes de leitura, escrita e matemática. Os dados estão sendo tabulados e serão comparados os resultados obtidos por meio do checklist respondido pelos professores e dos testes de desempenho realizados pelos alunos. A partir dos achados, será dada continuidade ao projeto por meio da intervenção, em contexto escolar regular, oferecendo instrução educacional específica e analisando a resposta à intervenção como parte dos critérios para diagnóstico de TA.
Resumo Apresentador 4
Palavras-chave: Transtornos do neurodesenvolvimento, Avaliação neuropsicológica, Educação
Agência de fomento: CNPq |