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8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 684-1

Mesa-Redonda


684-1

Apresentação preliminar da Escala para Investigação de Sintomas do Transtorno do Espectro do Autismo (EIS-TEA)

Autores:
JORGE, L.M. de1, GONÇALVES, D.B.S. 2, LISBÔA, E.R.3
1 USF - Universidade São Francisco, 2 SINAPSE - Associação de Profissionais e Amigos de Autistas, 3 KEFALÁS - Consultório de Psicologia

Resumo:
Resumo Geral da Mesa

Coordenação: Lília Maíse de Jorge (Universidade São Francisco) A Escala para Investigação de Sintomas do Transtorno do Espectro do Autismo (EIS-TEA) surgiu da necessidade de se ter uma escala nacional que investigasse a sintomatologia autística em crianças de risco (de dois a cinco anos) e em crianças até doze anos de idade, determinando os focos de intervenção prioritários em cada caso avaliado. Composta por duas subescalas, ao mesmo tempo independentes e complementares, contempla tanto os sintomas atípicos próprios do autismo (Parte I), quanto o comprometimento existente nos marcos principais do desenvolvimento infantil (Parte II). Tem seus itens devidamente descritos, a partir do esclarecimento do que se deve observar como comportamento comprometido, e do que se deve relevar como comportamento normotípico. A parte I auxilia no diagnóstico e pode ser utilizada por vários profissionais da saúde. A parte II deve ser utilizada por psicólogos ou equipe multiprofissional que tenha psicólogo, contribuindo para a determinação precisa das intervenções a serem feitas com cada criança avaliada. Seu uso em instituições especializadas no atendimento ao indivíduo autista será de grande importância, tanto para crianças que estão iniciando o atendimento, quanto para aquelas que já estão sendo ali atendidas, cumprindo de forma rápida e detalhada a tarefa de localizar, nas várias áreas de desenvolvimento, os aspectos já dominados pela criança e os que ainda precisam de intervenção específica. Seu uso em clínicas ou consultórios, mais precisamente a Parte I, auxiliará os profissionais na determinação diagnóstica e na análise da intensidade do comprometimento da criança avaliada. Na clínica psicológica, a Parte II funciona como uma anamnese focada no autismo, possibilitando aos profissionais a compreensão organizada dos dados comprometidos no desenvolvimento inicial da criança. Estudos preliminares acerca das propriedades psicométricas de ambas as partes da escala têm sido promissores, e as normas estão sendo construídas a partir de dados coletados nas várias regiões brasileiras.

Resumo Apresentador 1

Descrição da Escala: construção e finalidade de uso Profissional responsável: Lília Maíse de Jorge (Universidade São Francisco) A EIS-TEA foi construída a partir da investigação minuciosa de itens que compõem escalas estrangeiras para avaliação de autismo, abstraindo-se deles, de forma criteriosa, agrupamentos dos principais focos sintomatológicos representativos do transtorno. Tem como objetivo investigar se a criança avaliada possui sintomas compatíveis com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), e em caso positivo, determinar o grau de comprometimento autístico em que tal criança se encontra. Ela foi elaborada para auxiliar no diagnóstico de TEA e nortear o raciocínio clínico daqueles que trabalham com esta população, quer seja em consultório particular, ou em instituições especializadas, ambulatórios médicos e postos de saúde. Está dividida em duas partes, cada uma contendo seu objetivo específico, mas devendo ser compreendidas como complementares. Na Parte I foram listados e descritos 12 sintomas reconhecidos como fortemente presentes em indivíduos com TEA. Por ser bifatorial, esta parte da escala tem o caráter de investigar, rápida e objetivamente, se a criança avaliada apresenta traços potenciais, ou significativos, que sugiram sua inserção no espectro autístico. Sendo ampla, funciona como um primeiro filtro, ou um alerta para a possibilidade de a criança estar incluída no transtorno. A Parte II é composta de 24 itens pautados no desenvolvimento infantil e funciona como um segundo filtro que oferece o detalhamento do comportamento da criança dentro do espectro, e consequentemente, o grau de comprometimento autístico que ela apresenta. A avaliação final do comportamento da criança, dentro da escala, dependerá dos arranjos feitos com os dados das duas partes (I e II). O manual contempla a descrição do que considerar em cada item, dicas para aferição do grau de comprometimento, propriedades psicométricas (ainda sendo concluídas) dos dados coletados sobre mais de 500 crianças de vários Estados brasileiros, pontos de corte e sugestões de análise dos dados mediante exemplos de casos.

Resumo Apresentador 2

O uso da Escala em instituição especializada em TEA Profissional convidada: Daniela Barbosa Soares Gonçalves (SINAPSE) Todas as instituições que prestam serviço dedicando-se ao atendimento de população especial lidam constantemente com dois grandes desafios: manter a equipe multiprofissional atualizada no que se refere ao conhecimento da questão com a qual trabalha, e ter um instrumental adequado para oferecer a estes profissionais, proporcionando-lhes condições ideais de atendimento. No que se refere especificamente à população de TEA, é possível afirmar que a capacitação dos profissionais que desejam atuar com esta clientela tem sido facilitada, já há algum tempo, pelo aumento significativo da oferta de conhecimento, tanto por meio de cursos presenciais, quanto por meio de livros, ou de cursos online. No entanto, para o cumprimento da tarefa de avaliar o comprometimento autístico dos indivíduos que chegam à instituição, ou mesmo avaliar a eficácia da intervenção àqueles que já frequentam as atividades propostas no local, o que existe no Brasil são apenas alguns instrumentos estrangeiros, traduzidos e validados, sem a construção de norma nacional. O uso da EIS-TEA na instituição teve o intuito de coletar dados para a normatização desta escala. No entanto, ela possibilitou, subsequentemente, maior compreensão da sintomatologia de cada indivíduo avaliado, principalmente daqueles que haviam ingressado recentemente ao atendimento. O delineamento das intervenções, nas várias áreas de tratamento, ficou facilitado pelo detalhamento minucioso dos itens da escala. Acredita-se que a eficácia das intervenções propostas possa também ser avaliada por meio deste instrumento. A possibilidade de seu uso ser de domínio multiprofissional proporciona ajuste no olhar da equipe especialista sobre os comportamentos observados na criança. Há a sugestão de que a escala seja aplicada, tanto em entrevista com os pais, quanto sob observação da equipe multiprofissional, para comparação posterior dos dados coletados.

Resumo Apresentador 3

O uso da Escala em contexto clínico Profissional convidada: Elise Ribas Lisbôa (Kefalás) O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) tem sido intensamente pesquisado e discutido nos últimos tempos. Porém, o desconhecimento de um fator causal específico que justifique o conjunto de comportamentos atípicos que compõem o quadro conduz os profissionais a supervalorizarem sintomas, ou considerarem alguns como irrelevantes, gerando condutas interventivas variadas. A efetivação diagnóstica torna-se, então, um processo que requer, além da coleta de dados formais, o uso de instrumentos de rastreio sintomatológico e de investigação comportamental do indivíduo avaliado. No Brasil, poucos são os instrumentos disponíveis para este fim e a EIS-TEA vem suprir essa necessidade. Minuciosamente delineada, esta escala engloba todas as áreas de desenvolvimento infantil e descreve características fortemente marcadas no TEA, bem como nuances do quadro, igualmente impactantes. A aplicação da escala em contexto clínico faz dela o primeiro instrumento de investigação do comportamento da criança que chega para ser avaliada, se houver suspeita de TEA. Deverá ser aplicada, em entrevista com os pais, após uma ou duas sessões de observação da criança, pois assim será possível discutir com eles as melhores descrições do comportamento do(a) filho(a). De acordo com os pais, a parte I tem sido grande esclarecedora das questões que os afligem, sendo possível esmiuçar os dados ao longo da entrevista e selecionar, com eles, os pontos mais comprometedores do quadro, bem como os aspectos mais amenos e sobre os quais será necessário investir. A parte II aponta detalhes sobre o desenvolvimento infantil, que ajudam a determinar a melhor forma de intervenção sobre cada caso. O olhar conjunto sobre as duas partes permite um melhor direcionamento das sessões de atendimento e orientação adequada aos demais envolvidos no tratamento da criança. De posse deste instrumento, acredita-se que os profissionais da saúde terão elementos mais preciso para determinação diagnóstica de TEA e para delinear seus planos terapêuticos.

Resumo Apresentador 4



Palavras-chave:
 sintomatologia autística, parâmetros psicométricos, transtorno do espectro do autismo, escalas, programa de intervenção