Imprimir Resumo


8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 769-1

Mesa-Redonda


769-1

A Teoria da Ação Planejada como suporte teórico e metodológico na predição do comportamento

Autores:
SANTOS, S.C.1, Gomes1, Souza2, Santos Jr1, Cordeiro5, Saulo Santos Menezes de Almeida 1, Karla Polyana de Barros Correia 1
1 UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 2 INCISAL - Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas, 3 UFBA - Universidade Federal da Bahia, 4 UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 5 UFPE - Universidade Federal de Pernambuco, 6 UNIFACS - Universidade de Salvador

Resumo:
Resumo Geral da Mesa

A proposta desta Mesa Redonda é fomentar o debate sobre a aplicabilidade e a eficácia da Teoria da Ação Palnejada (TAP), considerando que essa teoria vem sendo utilizada para explicar comportamentos diversos no âmbito das ciências da saúde, ciências humanas e ciências sociais. Para fundamentar essa discussão, parte-se dos resultados de quatro pesquisas desenvolvidas no campo da Psicologia Social e das Ciências da Saúde por pesquisadores vinculados a quatro instituições, Universidade Federal de Alagoas, Universidade de Salvador, Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas e Universidade Federal de Pernambuco. O primeiro estudo aborda a TAP e sua aplicabilidade geral em diferentes contextos, enfatizando seu poder preditivo das intenções e das ações. O segundo estudo analisa a eficácia da TAP na explicação do comportamento nas redes sociais. O terceiro estudo apresenta o papel da TAP na análise do comportamento de adesão e abandono de ralacionamentos abusivos. Por fim, o quarto estudo evidencia a aplicabilidade da TAP no estudo do comportamento de exclusão em crianças. As evidências demonstram uma alta eficácia desta teoria em predizer ou explicar os comportamentos-alvo e fornecem subsídios para confecção de instrumentos adequados à mensuração de atitudes e planejamento de intervenções. O elevado poder de predição dos comportamentos estudados em oposição ao baixo índice de publicações nacionais nestas perspectivas revelam a necessidade de ampliação dos estudos sobre TAP no país, sobretudo, por se tratar de ferramenta importante para a elaboração de políticas públicas eficientes às demandas brasieiras.

Resumo Apresentador 1

A Teoria da ação planejada e o estudo das intenções A Teoria da Ação Planejada (TAP) é uma importante teoria da Psicologia Social, cujo objetivo principal é prever e compreender comportamentos. A teoria baseia-se no pressuposto de que a intenção comportamental pode ser um valioso preditor da realização de diversos comportamentos e é construída a partir de três construtos: atitudes, normas subjetivas e percepção de controle, de forma que, a correlação dos três construtos entre si indicará o quão forte é a intenção para a emissão de determinado comportamento. A TAP possui uma metodologia específica com uma etapa qualitativa e outra quantitativa. Na primeira, com o objetivo de identificar as crenças salientes formadoras de cada construto, pode-se realizar procedimentos como entrevistas, grupos focais e outros para a confecção de um questionário com escalas do tipo Likert. Já a segunda etapa consiste na aplicação de tais questionários a uma amostra mais significativa da população estudada. É importante salientar que a construção, aplicação e validação de tais instrumentos consiste em uma das principais contribuições dos estudos que utilizam tal referencial teórico, podendo, portanto, serem utilizados em pesquisas posteriores. Este trabalho visa apresentar os diversos comportamentos estudados com base na TAP e demonstrar seu alto valor heurístico para a utilização em áreas diversas, tanto para pesquisas básicas, quanto aplicadas.

Resumo Apresentador 2

Teoria da ação planejada e o comportamento nas redes sociais A internet é atualmente uma ferramenta indispensável no cotidiano das pessoas. Através dela é possível estabelecer comunicação, a troca de informações, transações bancárias, de negócios, entretenimento etc. No Brasil o acesso à internet está presente em mais 54,9% da população. Estes dados mostram um crescimento do acesso à rede mundial de computadores e a preferência pelo acesso por meio de aparelhos celulares em relação ao computador de mesa. Surge então o interesse em analisar o comportameno das pessoas em relação ao acesso a essas ferramentas. Uma das teorias mais utilizadas para explicar e prever comportamentos é a Teoria da Ação Planejada (TAP). De acordo com a TAP, o comportamento humano é guiado por três construtos: crenças sobre as prováveis consequências do comportamento (crenças comportamentais), crenças sobre as expectativas normativas de outros (crenças normativas), e crenças sobre a presença de fatores que podem facilitar ou impedir o desempenho do comportamento (crenças de controle). Em seus respectivos agregados, crenças comportamentais produzem uma atitude favorável ou desfavorável em relação ao comportamento; crenças normativas resultam em pressão social percebida ou norma subjetiva; e as crenças de controle dão origem ao controle comportamental percebido, juntos esses construtos formarão uma intenção. Desta forma, para analisar a intenção comportamental e o comportamento das pessoas em relação ao uso das redes sociais, foram entrevistados 25 estudantes universitários da cidade de Maceió – AL. Os resultados indicaram um conjunto de crenças e atitudes que vinculam as redes sociais a diversas facilidades e benefícios, fazendo com que cada vez mais usuários estejam se conectando com o interesse de ampliar sua comunicação.

Resumo Apresentador 3

A Teoria da ação planejada como suporte para a predição da permanência em relacionamentos abusivos No Brasil, a violência contra a mulher tem apresentado dados alarmantes, estando na quinta posição frente a um ranking de outros 83 países. Com isso, torna-se crescente a quantidade de estudos que objetivam compreender os aspectos que envolvem a permanência de mulheres em relacionamentos caracterizados pela violência. A literatura tem indicado diversos fatores que contribuem para emissão deste comportamento. A dependência financeira, a dependência psicológica, o medo de morrer, a esperança de mudança do companheiro, sentimentos de desvalorização, inferioridade e culpa, dentre outros, são alguns dos elementos consistentemente apresentados como preditores desta permanência. Neste sentido, a Teoria da Ação Planejada (TAP) oferece um importante suporte, uma vez que apresenta uma base teórica e metodológica consistente para a predição e explicação de comportamentos diversos. Esse trabalho pretende discutir de que forma a TAP pode auxiliar na compreensão da intenção feminina de permanecer em um relacionamento abusivo; (2) identificar as crenças positivas e negativas relacionadas a este comportamento e (3) propor a elaboração de um instrumento sobre a Intenção comportamental feminina de permanecer em um relacionamento abusivo. Os resultados da utilização da TAP em pesquisas empíricas têm apresentado campo metodológico bastante denso e eficaz. Espera-se a ampliação das evidências desta teoria no sentido de auxiliar na elaboração de estratégias de políticas públicas pertinentes capazes de interferir positivamente na minimização dos danos causados por este tipo de violência.

Resumo Apresentador 4

Teoria da ação planejada, Estereótipos e Schadenfreude: análise da atribuição de estereótipos feita por crianças A ação humana, de acordo com a Teoria da Ação Planejada, pode ser influenciada por três tipos de crenças: comportamentais, normativas e as crenças de controle. Pesquisas recentes em cognição social também estabelecem que as pessoas se diferenciam não simplesmente ao longo de um limite do ingroup/outgroup, mas também pela extensão em que eles (des)gostam e (des)respeitam um alvo. Grupos com elevado teor de socialibilidade e competência provocam orgulho, enquanto que os grupos com baixo nível de socia e competência provocam desgosto. Se os estereótipos são suficientes para ativar o preconceito, o Schadenfreude (termo sem tradução que significa satisfação perante o infortúnio de outros) pode ocorrer mesmo que o grupo invejado não seja apresentado em um contexto explicitamente competitivo. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi analisar a atribuição de estereótipos e a Schadenfreude apresentados por 50 crianças, entre 08 e 11 anos de idade, frente a alvos sociais em situação de infortúnio, facilitadas ou não a atribuírem tais estereótipos. No estudo 1, uma tela instruiu os participantes a relaxar para começar. Registra-se uma medida de linha de base da atividade facial durante os últimos segundos. Então o participante vê o alvo por alguns segundos. Registra-se reações faciais durante o tempo de exposição. Em seguida, os participantes relataram suas respostas afetivas. No estudo 2, os participantes viram fotos de todos os alvos sem nenhum evento. Depois de ver uma fotografia do alvo durante alguns segundos, os participantes avaliaram a sociabilidade e competência do alvo. Os resultados apontam que as crianças não conseguem empatizar e podem até sentir prazer em resposta aos infortúnios dos alvos do outgroup. No entanto, nem todos os outgroups são equivalentes: status elevado, grupos competitivos são mais prováveis do que outros outgroups de serem alvos de Schadenfreude.

Palavras-chave:
 Teoria da ação planejada, Comportamento, Atitudes