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8º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica
Resumo: 808-1

Mesa-Redonda


808-1

Avaliação Psicológica no contexto do Trabalho e Organizações: Interfaces com variáveis positivas

Autores:
ROAT, M.1, VAZQUEZ, A.C.S.2, Buss, C.2, Lecke, S.B.2, Pacico, J.C.4, Hutz, C.S.3, Freitas,C.P.P.5
1 UFF-PUCG - Universidade Federal Fluminense, 2 UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, 3 UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 4 UIOWA - The University of Iowa, 5 UNIVERSO - Universidade Salgado de Oliveira

Resumo:
Resumo Geral da Mesa

O objetivo desta mesa é discutir a avaliação psicológica no contexto do Trabalho e de Organizações, a partir das relações entre variáveis positivas, como engajamento, satisfação no trabalho, bem-estar, esperança e suporte social. Compõem a mesa quatro trabalhos. O primeiro é um estudo com servidores do ensino superior, que testou a relação entre percepção de clima organizacional e processos positivos no trabalho e na vida. Como um dos principais resultados, concluiu-se que o engajamento no trabalho desempenha papel central na percepção de clima organizacional e possui grande influência no bem-estar laboral dos servidores. O segundo trabalho apresenta resultados referentes ao papel da esperança, autoestima e autoeficácia como potencializadoras do desempenho dentro da Organização, tendo em vista que o desempenho do trabalhador em suas funções tem impacto importante sobre outros contextos de sua vida. Cada um dos construtos será detalhado, bem como sua relação com o desempenho laboral. O terceiro é um estudo que investiga se os índices de autoeficácia ocupacional moderam as relações dos índices de demanda, recursos (papel, controle, apoio dos colegas e apoio do supervisor) no trabalho com os índices das dimensões de engajamento (dedicação, vigor e absorção) e satisfação com o trabalho. Os achados sugerem que profissionais que possuem altos índices de autoeficácia e estão inseridos em um contexto laboral com altos índices de controle, clareza de papel e apoio do supervisor podem avaliar o seu trabalho de forma positiva, sentirem-se satisfeitos e motivados a realizar suas tarefas. Por outro lado, a presença de altos índices de demanda pode ter um impacto negativo na vida dos trabalhadores, podendo contribuir para eles vivenciarem índices mais baixos de satisfação com a vida. O quarto trabalho tem por objetivo apresentar o modelo testado empiricamente por Adams, King e King sobre as relações estabelecidas entre trabalho-família, suporte social e satisfação de vida e no trabalho. Serão discutidos os conceitos das variáveis envolvidas no estudo e suas relações de causa e efeito, bem como serão apresentados os resultados e conclusões obtidos pelos pesquisadores.

Resumo Apresentador 1

Avaliação do Clima organizacional e processos positivos de bem-estar no trabalho e na vida. Ana Claudia Souza Vazquez* Caroline Buss* Sheila Bünecker Lecke* *Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Clima organizacional é o resultado das percepções compartilhadas entre as pessoas em seu ambiente de trabalho; quanto às relações com as políticas, práticas e procedimentos formais e informais. Sua avaliação fornece uma visão panorâmica de aspectos do contexto de trabalho que afetam comportamentos dos trabalhadores, o que permite orientar decisões em relação às pessoas e aos processos de trabalho demandados. O objetivo desse estudo foi testar a relação entre percepção de clima organizacional e processos positivos no trabalho (bem-estar laboral, autoeficácia e engajamento) e na vida (satisfação de vida, esperança disposicional e otimismo). Participaram 117 servidores de uma instituição de ensino superior no Rio Grande do Sul, sendo 58 docentes e 59 técnicos administrativos, 32 do sexo masculino e 85 do sexo feminino, com média de idade de 40,4 anos (DP=8,6). Foram realizados testes estatísticos para avaliar diferenças (teste t e tamanho de efeito de Cohen) e correlações (r de Pearson). Os resultados demonstram diferenças significativas entre os docentes e técnicos por maior insatisfação destes últimos com o clima organizacional nos processos de trabalho e na carreira (d = 0,73; d = 0,61). As principais diferenças nos processos positivos se deram pela menor expressividade laboral e de vivência de afetos positivos em técnicos (d=1,31 e d=0,90); o que pode ser explicado por suas associações com o baixo engajamento no trabalho (r=0,80 e r=0,75, respectivamente). A baixa satisfação de vida se associou com o clima percebido (r=0.46), mas a maior força de correlação foi encontrada entre o engajamento e as variáveis de clima quanto à carreira e aos processos de trabalho nos dois grupos (r=0,72 e r= 0,54). Conclui-se que o engajamento no trabalho desempenha papel central na percepção de clima organizacional e nos aspectos relevantes da prática profissional que influenciam o bem-estar laboral desses servidores.

Resumo Apresentador 2

Psicologia positiva nas organizações: como a esperança e outras forcas podem alavancar o desempenho? Juliana Cerentini Pacico* Claudio Simon Hutz** The University of Iowa* Universidade Federal do Rio Grande do Sul** A psicologia positiva contribui para que a psicologia dentro das organizações seja pensada a partir de um novo ponto de vista. É possível que se potencialize aspectos positivos dos trabalhadores, favorecendo para que seu desempenho ótimo seja obtido dentro da organização, ao mesmo tempo em que seu bem-estar também seja alcançado. A vida plena, com engajamento e significado inclui não somente as relações familiares, amorosas, mas também o trabalho, as relações que lá se estabelecem e o desempenho apresentado. O objetivo deste trabalho é apresentar resultados referentes ao papel da esperança e outras variáveis positivas como potencializadoras do desempenho dentro da organização. O desempenho do trabalhador em suas funções tem impacto importante sobre a autoestima, autoeficácia e influencia outros contextos da vida, que vão além do trabalho. Alguns autores como Luthans e Youssef (2004), que estudam o comportamento organizacional sob a perspectiva da psicologia positiva, tem destacado a importância de um conjunto de variáveis positivas para o desempenho do trabalhador. Chamam de comportamento organizacional positivo o estudo e a aplicação das capacidades humanas positivamente orientadas e que possam ser medidas, desenvolvidas e gerenciadas no sentido de buscar a melhora da performance. Dentre as variáveis que apresentam maior impacto no comportamento positivo estão a esperança, o otimismo, a autoeficacia e a resiliência. Cada um dos construtos será detidamente detalhado, bem como sua relação com o desempenho.

Resumo Apresentador 3

Impacto dos Índices de Demanda, Recursos do Trabalho e Pessoais sobre os Níveis de Satisfação com o Trabalho e Engajamento no Trabalho Clarissa Pinto Pizarro de Freitas Universidade Salgado de Oliveira Evidências têm demonstrado que os índices de demanda, recursos do trabalho e pessoais impactam sobre a saúde e bem-estar dos trabalhadores. A interação das características do trabalho envolve um processo complexo, sendo que o mesmo ambiente laboral pode promover o desenvolvimento dos profissionais, ou o adoecimento de outros trabalhadores. Foi investigado se os índices de autoeficácia ocupacional moderam as relações dos índices de demanda, recursos (papel, controle, apoio dos colegas e apoio do supervisor) no trabalho com os índices das dimensões de engajamento (dedicação, vigor e absorção) e satisfação com o trabalho. A amostra foi composta por 524 (74,7% mulheres) participantes, com idade média de 35,5 anos (DP = 10,2 anos). Foi realizada uma path-analyses para investigar as relações propostas no objetivo do estudo. Os índices das dimensões dedicação, vigor e absorção do engajamento foram explicadas pelos níveis de autoeficácia ocupacional, controle e apoio do supervisor. Os níveis de satisfação no trabalho foram explicados pelos índices de autoeficácia ocupacional, papel, controle, apoio do supervisor. A autoeficácia ocupacional não moderou as relações entre a demanda e os índices de engajamento. Além disso, os níveis de satisfação no trabalho estiveram negativamente relacionados à demanda. Os achados deste estudo sugerem que profissionais que possuem altos índices de autoeficácia e estão inseridos em um contexto laboral com altos índices de controle, clareza de papel e apoio do supervisor podem avaliar o seu trabalho de forma positiva, sentirem-se satisfeitos e motivados a realizar suas tarefas. Este contexto laboral positivo pode contribuir para os trabalhadores vivenciarem um estado de engajamento no trabalho e maiores níveis de satisfação com o trabalho. Além disso, a presença de altos índices de demanda pode ter um impacto negativo na vida dos trabalhadores, podendo contribuir para eles vivenciarem índices mais baixos de satisfação com a vida.

Resumo Apresentador 4

Relações entre trabalho, suporte social familiar e conflitos entre trabalho-família com satisfação de vida e no trabalho Micheline Roat Bastianello* Universidade Federal Fluminense - PUCG Este trabalho tem por objetivo apresentar o modelo testado empiricamente por Adams, King e King sobre as relações estabelecidas entre trabalho-família, suporte social e satisfação de vida e no trabalho. Com base nesse modelo será abordada a perspectiva do conflito bidirecional trabalho-família, que propõe que os conflitos entre trabalho e família surgem quando as exigências de participação em um domínio são incompatíveis com as exigências de participação no outro. Como consequência direta dos efeitos dessa relação aponta-se a saúde geral e o bem-estar do trabalhador. Já com relação ao suporte social familiar a literatura sugere, que esse pode estar mais fortemente relacionado ao bem-estar geral do que a diminuição do estresse com o trabalho. O estudo foi realizado com 163 trabalhadores de turno integral de diferentes áreas, que participavam de cursos de graduação de fim de semana ou noturnos, e que viviam com pelo menos um membro da família. As idades variaram entre 21 e 62 anos. Os participantes responderam a um questionário sociodemográfico e instrumentos que avaliaram: trabalho interferindo na família (e vice-versa), suporte social emocional e instrumental da família, envolvimento com trabalho e família, e por fim, satisfação no trabalho e na vida. Como resultados encontrou-se que as relações entre trabalho e família podem ter um efeito importante no trabalho e na satisfação com a vida e, estão associadas ao nível de envolvimento que o trabalhador atribui a família e ao trabalho. Verificou-se também que as relações entre trabalho e família podem ser simultaneamente caracterizadas por conflitos e apoio. Níveis mais altos de trabalho interferindo com a família previram níveis mais baixos de suporte social emocional e instrumental.

Palavras-chave:
 clima organizacional, satisfação no trabalho, engajamento