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Dotação Intelectual: Comparações entre Avaliação por Teste e Nomeação por pais

19/06/2019

O Quociente Intelectual (QI) está atrelado historicamente à avaliação da superdotação quando o assunto é inteligência, sendo o indivíduo assim considerado quando ele possui um escore de 120 ou mais nas escalas de inteligência. Contudo, desde meados da segunda metade do século XX há uma discussão sobre altas habilidades não serem detectadas a partir de uma única fonte, como a avaliação do QI.

Portanto, um modo alternativo seria consultar outras fontes, como pais e professores, como fontes de informação para chegar à conclusão de superdotação. O objetivo do estudo foi comparar dois tipos de medidas utilizadas na nomeação de dotação intelectual, sendo uma de tarefas de raciocínio e outra escala com itens em formato likert para os pais responderem.

 

Highlights

  • A amostra conteve 67 alunos de escolas públicas que realizaram a Bateria de Provas de Raciocínio – 5 (BPR-5) e os pais preencheram as Escalas de Sobre-Excitabilidade (ESE-Pais), mais precisamente a ESSE Intelectual (ESE).
  • Encontrou-se correlações de fracas a moderadas entre o relato dos pais e o desempenho dos alunos, considerando o escore final que engloba 4 ou 5 subprovas da BPR-5.
  • Alunos que tiveram maiores desempenhos na BPR-5 também tiveram maior média na nomeação dos pais na SE-Intelectual.
  • Na revisão teórica feita pelos autores, alguns estudos citados indicaram que até 20% dos alunos teriam superdotação quando se considerasse vários informantes além do desempenho em tarefas de raciocínio. Neste estudo, encontrou-se uma divergência desta literatura quando se considerava, no resultado do aluno, pelo menos uma prova com percentil maior que 92. Mas, em outros critérios do método de avaliação por nomeação de outros informantes, houve certa convergência.
  • Algumas limitações podem ser indicadas: os instrumentos não se propõem a medir os mesmos construtos; a amostra adotada é reduzida; as normas da medida de inteligência foram construídas há mais de 10 anos, podendo não terem tanta validade com os alunos atuais.
  • Uma conclusão do estudo é a complementaridade entre heterorrelato e testes de desempenho para avaliar a superdotação. 

 

Referência:

Oliveira, J. C. D., Passos, C. S., & Barbosa, A. J. G. (2019). Dotação Intelectual: Comparações entre Avaliação por Teste e Nomeação por Pais. Avaliação Psicológica, 18(1), 58-66.

Acessar em:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712019000100008