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Planejamento da avaliação psicológica: implicações para a prática e para a formação

15/06/2020

Segundo a Resolução n° 009/2018 do Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2018), a avaliação psicológica (AP) é definida como um “processo estruturado de investigação de fenômenos psicológicos, composto de métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo de prover informações à tomada de decisão, no âmbito individual, grupal ou institucional, com base em demandas, condições e finalidades específicas”. Trata-se de uma prática exclusiva do psicólogo que auxilia a elucidar aspectos dos fenômenos psicológicos e a subsidiar intervenções em diferentes áreas de atuação deste profissional. Uma etapa importante da AP refere-se ao planejamento, que envolve a escolha de testes e técnicas mais adequadas ao objetivo e ao contexto. Nesse cenário, os autores do presente artigo visam auxiliar a organização e o planejamento do processo de AP.

 

Highlights

  • O ponto de partida para uma AP é definir seu objetivo, ou seja, formular uma pergunta a respeito do motivo que levou o avaliado até o psicólogo;
  • Caso o profissional não esteja habituado com os contextos de avaliação, é importante realizar uma busca em literaturas confiáveis e atuais sobre o que se pretende avaliar;
  • Dependendo da pergunta feita para responder ao objetivo da AP, pode ser que outras técnicas de avaliação (entrevistas, hora de jogo, por exemplo), ou fontes complementares de informação, sejam mais indicadas que o uso de testes;
  • O parecer favorável ou não para uso do teste no contexto profissional deve ser consultado no Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI);
  • Ao elaborar o processo de AP, deve-se estar atento para utilizar um número adequado de instrumentos (não mais do que os instrumentos estritamente necessários);
  • É pertinente consultar o manual dos testes, observando se a qualidade psicométrica adequada ao contexto e ao avaliando ao qual a pergunta, motivo e objetivo da AP, precisa ser respondida. Assim, deve-se atentar para a adequação do construto ao contexto de avaliação; as condições necessárias para a aplicação do teste; dados normativos (como idade, gênero e/ou nível de instrução); e validade, conforme uso a que ele é proposto;
  • Caso o teste escolhido para a AP não tenha seu uso autorizado pelo SATEPSI, deve-se repensar no uso desse instrumento. Um teste com parecer desfavorável não deve ser utilizado em qualquer contexto profissional;
  • Por fim, é necessário que o profissional se questione sobre o quanto realmente encontra-se preparado para realizar o trabalho de Avaliação Psicológica.

 

Referência:

Schneider, A. M. A., Marasca, A. R., Dobrovolski, T. A. T., Muller, C. M., & Bandeira, D. R. (2020). Planejamento da avaliação psicológica: implicações para a prática e para a formação. Scielo Preprints. Versão 1. https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.521